terça-feira, 20 de agosto de 2019

Episódio 53-Admirer Voyages:Peregrine !



-Imediata Cecília !
-Eu não mandei você assumir a Ponte?
-Sim, mas deixei a Anne Paula no Comando. Sei que precisas de mim agora, me deixe entrar, por favor...
-Entre !
Cecília entrou e a porta se fechou atrás dela. Ela se sentou na cama e abraçou sua capitã. Depois vieram os afagos, os cafunés, os carinhos, os beijinhos e por fim o beijo na boca.
Foi quanto Cecília se levantou, e ficou completamente nua na frente dela, e tirou as roupas de Valéria também.
As duas jaziam deitadas nuas uma em cima da outra e  começaram os beijos e, em instantes, elas já estavam fazendo sexo desvairadamente, de modo apaixonado, cheio de prazer e  desejo, em um fogo sensual e ardente, acelerado como um furacão!
Quando terminaram, Valéria se sentia muito melhor. Tomou um banho, aproveitando-se de que Cecília já tinha tomado o dela e se vestido e voltado para a Ponte.
Só então se vestiu e pediu um  sanduíche , um refrigerante e batatas fritas  no sintetizador de alimentos, sentou-se ‘a sua mesinha e comeu.
Saciada a fome,  vestiu seu uniforme, se arrumou e foi para a Ponte.
Lá ficou até a hora de dormir e depois voltou a seus aposentos.
No dia seguinte, já acordada, de bexiga esvaziada e vestida, foi para o Refeitório. Preferiu tomar seu café da manhã lá, do que no seu quarto, pois assim via gente e não comeria sozinha. De fato, ao chegar lá, deu de cara com Thaís.
-Bom dia, Capitã!
-Bom dia, Thaís !
-Olá, bom dia, Capitã e Pilota !
-Bom dia, Dona Wilma !
As duas  responderam em uníssono.
-Já vou servir o café da manhã de vocês!
-Espero que seja bem saudável !
-Ah, olá, Doutora, que bom que a senhora acabou de chegar !
-Senta com a gente, Doutora !
-Pois não, Capitã!
A médica, a Capitã e a Pilota, ficaram conversando até que a lauta refeição chegou, verdadeiro banquete. Então, Valéria foi primeiro para a Ponte, pouco depois a Pilota, e a Médica voltou para sua enfermaria.
Já na Ponte, só faltavam elas para completar a tripulação, e Cecília levantou-se da Cadeira da Capitã e acedeu para Valéria, que se sentou em seguida.
-A que velocidade estamos, Thaís?
-Desde onde, quando saímos da Anomalia Temporal, estamos em velocidade de dobra sub-luz, Capitã, viajando a 25%da velocidade da luz !
-Então viajamos bem devagar a noite toda...em qual curso, Priscilla?
-Em linha reta em relação ‘a Anomalia, Capitã !
-Estivemos viajando fora do curso a noite toda então...Thaís, Priscilla, marcar curso para Hydra VII, Galáxia A4 ! Velocidade :ZARP 10 !
-Sim, Capitã !
A  Peregrine fez uma suave curva ‘a direita e disparou em velocidade ZARP .
-Anne Paula, já é possível localizar o paradeiro da nave KSS Minotaurus -A?
-Não, Capitã, ainda estamos distantes demais para conseguirmos localizá-la, ela está fora do alcance ! Nem mesmo lançando sondas poderíamos detectá-la agora !
-Tudo bem, então !
-É, voltamos ‘a velha rotina...
-Pois é, Imediata...
-Capitã! Detectei algo enorme, incomum, nos sensores !
-O que é, Anne Paula? Uma nave?
-É...não exatamente...parece um tubo, um cilindro, sei lá, não tem sinais de vida, mas seu carco parece orgânico, embora não tenha órgãos , esquisito...
-Já está em alcance visual?
-Sim, Capitã !
-Então, Alessandra, na tela !

(Por Continuar)




sábado, 17 de agosto de 2019

Episódio 15- Sensibilidade de Viver: Adendos Finais





Foi então que logo a pizza chegou, e deu-se o jantar, depois sobremesa, com todos muito animados!
Os dias iam-se passando e parecia que um período feliz e tranquilo estava sendo vivido.
Mas algo inquietava o coração de Ruri: ela sabia que aquela vida sossegada e alegre um dia ia terminar e nem ela sabia quando.
Temia muito que uma hora Lune perdesse a paciência com ela e sua filha. Também  não estava conseguindo emprego, e não sabia por quanto tempo iria depender de sua irmã.
Quando foram completadas três semanas de sua chegada na casa de Lune, em um domingo, Takeo convidou a todo mundo a ir passear e fazer um piquenique no parque Kemasakuranomya.
Foram todos na Mercedes Classe B de Lune e não demorou muito, chegaram lá já próximos da hora do almoço.
Ruri ajudou Lune a estender a toalha e Rena ajudou a organizar as comidas em cima.
Foi bastante divertido, com todo mundo comendo muito, e, já próximo das três da tarde, Ruri resolveu passear pelo parque sozinha, já que todos continuavam conversando, menos Rena e Rina, que dormiam.
É que Ruri percebera que Lune e Takeo pareciam ansiosos para namorar, então ela preferiu deixar que tivessem sua privacidade.
E ela sentia falta de namorar ! A sua carência era enorme, tanto afetiva quanto sexual, mas era a afetiva quem gritava mais alto.
E ela queria esquecer o trauma que ela tinha de Soichiro. Ela já jurara para si mesma nunca mais se casar, nem namorar outra vez, mas aquilo estava lhe trazendo sofrimento, angústia, solidão.
Ela caminhava ‘a beira de uma lagoa, onde carpas eram alimentadas pelos transeuntes.
Tão distraídos eram seus passos, tão absorta estava ela em seus pensamentos , que não percebera que estava muito na beirada, e
Então...
SPLAAAASH !
Ela caiu na lagoa, espantando os peixes !
Alguém ali próximo a viu e correu em seu socorro.
Era um senhor de meia idade, de ventre um pouco avantajado, que já se aproximava dos cinquenta anos de idade .Baixinho, com uma barba rala que já começava a ficar  grisalha, ele não era japonês- era europeu, com seus olhos azuis e cabelos pretos já com muitos deles brancos, e usava óculos, e não era nada musculoso.
Ele pulou na água e a carregou nos braços como uma princesa, e a colocou delicadamente na grama.
-Você está bem? Disse ele em um japonês macarrônico, com forte sotaque.
-Sim...estou...senhor...
- Dieter Von Focke! Sou alemão, e vivo aqui no Japão há alguns anos, fui Consul da Alemanha em Osaka por vários anos e depois gostei tanto de seu país, que resolvi me mudar para cá.
Só então Ruri percebeu que estava encharcada e que sua blsa branca permitia ver parte de seus seios , a que seu sutiã não escondia. Ela corou de vergonha e cruzou os braços na frente do busto para tampá-lo.
Dieter correu a tirar sua blusa de lã e a colocou nela.
-Muito obrigada, Senhor Focke !
-De nada,minha jovem !
Ruri sorriu e deu um risinho, para entãodizer:
-O senhor tem um sotaque engraçado !
-Oh,a senhorita riu de mim...mas eu...eu estou tão triste...
-Porque?O que aconteceu com o senhor?
-Desde que minha saudosa Emma morreu, meus filhos que já são adultos não quiseram me fazer companhia aqui e me abandonaram e eu já estou ficando velho, não conheço ninguém, sou muito discreto e nunca fui de muitos amigos, e tenho de me cuidar sozinho...
Ruri teve pena dele, e contou sua história para ele.
-Então, você está desempregada e eu estou sozinho...olha, eu tenho uma proposta de trabalho para você: como pôde notar, meu japonês ainda é péssimo, então...se você quiser, posso contratá-la como minha professora particular de japonês, e ,se quiser, te ensino a falar alemão !
Ruri ficou meio vacilante, pensando se não era uma cantada, ou uma armadilha.
Mas ela olhou bem nos olhos dele, e ela viu ali carinho, afeto, bondade, e na voz dele ela identificou uma doçura natural, de uma pessoa sensível. Suas maneiras eram polidas e educadas e ele não olhava no corpo dela, mas sim nos seus olhos.
O homem, no entanto estava se sentindo inseguro, com medo de ela recusar e disse:
-Eu te pago o salário médio de uma secretária júnior de grandes empresas, com todos os direitos trabalhistas! E juro respeitá-la e me comportar como um homem honrado e digno !
Ruri abriu um largo sorriso !
Ela precisava muito de um emprego e de voltar a ter renda própria, então ela respondeu:
-Senhor Focke, isto mais parece uma proposta de casamento do que uma  de trabalho!Eu aceito !Aaaaatchim !



(Por Continuar)

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Episódio 6 (Minissérie)-Eternidade


Episodio 6 : O Dilema e a Fera



Mitthu acordou ao raiar do dia. Mais um dia para viver, mais um dia para fugir, mais um dia para sofrer, mais um dia para continuar o que aos poucos ocorre desde que se nasce : morrer.
Quando Mitthu abriu seus olhos,no entanto,notou que não estava mais na escuridão da Floresta, mas em um Vale, próximo da mata em que tinha se embrenhado anteriormente.
Podia ouvir o som das águas límpidas de um Rio, e as bestas voadoras a gritarem entre as Montanhas que cercavam o vale.
O vento da manha acoitava sua pele,lanhava seu animo e congelava sua motivação.
Foi então que percebeu uma sombra aproximando-se dele.Não era uma sombra qualquer, era gigantesca, e a insegurança  que Mitthu sentia a tornava ainda maior.Ele logo encolheu-se em posição fetal.
-E´esta a coragem e a nobreza de coração  dos Soldados  do Imperador de que tanto ouvi falar?
A voz vinha da sombra, e para Mitthu, mortificado de pavor,parecia trovejante e assustadora.Engolindo em seco, o soldado respondeu timidamente:
-Quem e´você?
-Trata-se de uma excelente questão esta que você levantou.Alguns me chamam de  Besta Fera, outros de Monstro do Vale,outros ainda já me chamaram de Morte.Nenhum deles sobreviveu,por isto e´que todos que aqui chegam jamais retornaram.Eu mesma prefiro  me chamar Voihuu,a Predadora.
-Estou então no Vale da Fera! Então, estou mesmo morto !
-Ainda não. Eu o encontrei caído na floresta vizinha ao vale, e o resgatei de la, para que as outras feras não o devorassem.
-Entao,você salvou minha vida! Porque?
-Por que sou cruel, meu caro soldado.Mas, eu te pergunto: terei eu salvo mesmo a sua vida?
Mitthu tinha no rosto a pura expressão da angustia, de não so´entender o que ela dizia,como também não saber o que responder.
O vento gelado soprava com forca , ondulando a densa pelagem de Voihuu.
O Sol aparecia ainda timido , a lua branca ainda podia ser vista, em contraste com o espetáculo de cores  que se descortinava para eles, e o brilho dos raios solares que inundavam as campinas de relva verdejante que oscilavam qual maré,sob o efeito do vento cortante como faca, que castigava a pele nua do torso de Mitthu,com seu rosto contorcido de agonia.
O soldado então ergueu a cabeça e la estava a Fera, bem próxima:ela alcançava três vezes a altura de um homem médio,era humanóide,ficando de pe´nas patas traseiras, que lembram muito a dos ursos,mas as dianteiras  lembravam mais as de um gorila.A cabeça lembrava a de um felino, e os caninos em forma de sabre ,com cerca de quarenta centímetros de comprimento, saiam para fora da boca.As orelhas, no entanto lembravam mais as de um elefante, mas proporcionalmente menores.Os olhos eram grandes e verdes, e brilhavam como esmeraldas, em contraste com  a pelagem de um azul bastante escuro.A cauda era fina e serpenteante, longa, e lembrava  a de um grande felino.No entanto, o torso se afinava  a meio caminho entre as omoplatas e a bacia, como nas mulheres, e como nelas, seios grandes e redondos, muito peludos, com exceção  dos mamilos rosados e grandes.
Na região pubiana os pelos se tornavam ainda mais densos e bem negros.
Da cabeça, e entre as orelhas, uma cabeleira negra , lisa e sedosa descia ate´as nádegas, que eram de proporções generosas.
Tanto as mãos , como os pés, terminavam em garras muito compridas e afiadas, mas estas eram semi retrateis, e se recolhiam parcialmente para dentro, quando não estavam em uso.Sendo assim, quando recolhidas, pareciam muito menores e temíveis.
Os dentes eram especializados em dieta carnívora,e todos eles, assim como a própria cabeça em si, eram grandes e volumosos, tanto quanto os músculos de mastigação e o cérebro, com aproximadamente o mesmo tamanho e complexidade do humano.
A musculatura era pelo menos duas vezes mais poderosa do que a de um Urso polar.As pernas, no entanto, ficavam constantemente meio dobradas, acumulando energia, e ainda que o andar fosse desajeitado,ela podia correr muito , tanto em duas como em quatro patas,e saltar com grande agilidade, apesar de suas duas toneladas de peso.
Voihuu então sorriu um sorriso tétrico, com um que de autoconfiança e uma segurança sinistra.Todos os dentes estavam ali, a mostra,enormes,prontos para estraçalhar o que bem entendesse.
-Você não me parece muito autoconfiante, meu caro. Como você se chama?
-Mitt...Mitthu!
-Huuum, então este era seu nome.Espero que você tenha aproveitado bem sua vida, Mitthu, pois esta a ponto de perdê-la.
As garras das mãos da fera saltaram para fora.
-Espere! Por que quer me devorar? Se assim o quer, porque me poupou ate´agora?
-Salvei sua vida para depois tira-la, pois sou cruel.Na verdade, não estou com fome agora, mas estou com vontade de matar.
-E qual o sentido de matar?
-E qual o sentido de viver,Mitthu?
-Não há´sentido em viver,se a morte se inicia com o nascer.Mas não há sentido em morrer, também.Por que nada pode ser eterno?Porque tudo e´cíclico?
-E´um ciclo virtuoso ou vicioso? Já me perguntei muito a este respeito também, Mitthu, e nunca achei a resposta. Mas , gostei de você.Você e´inteligente. Então lhe digo que nada pode ser eterno,mas no fundo, justamente tudo e´eterno.Eternidade e´uma repetição de ciclos de modo interminável,tudo começa onde tudo termina.O Porque disto para mim e´um mistério.
-Um mistério e´um dilema  a ser descoberto ou que não tem solução, Voihuu?
-Eis outro ciclo! Um mistério e´um dilema porque ainda não foi descoberto e ainda não foi descoberto porque ainda não se achou a solução.Mas que pobreza de raciocínio a humana, achar que tudo pode ser descoberto ou solucionado.O que apavora o Homem e´a falta de solução. Para vocês, o aterrador e´constatar que para certos mistérios simplesmente não existe solução alguma, e a inexistência de soluções e´a própria solução do mistério.Ele existe por si mesmo, não para o Homem.Tudo existe porque existe, não para ser entendido.
-Isto e´natural, como os demais fenômenos naturais, os instintos?
-O que e´ser Natural para você? Considerar que tudo o que não seja humano nem fabricado pelo homem e´natural, e´ser presunçoso.Tudo e´natural. E por falar em instinto, saiba que sou a ultima da minha espécie.Então, e´hora de um outro instinto, que  me leva a poupar sua vida mais uma vez,ao menos por enquanto: a reprodução.
-Mas somos de espécies diferentes!
-Diferentes em espécie e gênero, mas iguais em instinto.E depois, quem disse que quero ter filhotes? Afinal, ser cruel também e´fazer sofrer! E porque não explorar a ambigüidade humana, dor e prazer?Enfim, e´uma ordem!

(Por Continuar)