quarta-feira, 29 de maio de 2019

Episódio 1- Sensibilidadede Viver:Adendos Finais


Sensibilidade de Escrever: Adendos Finais


Episódio 1


Iniciava-se o ano de 2012 e já lá se iam três meses que Rina Tamasuki, a filha de Lune e Takeo, tinha nascido.
A bebê  permanecia mamando, e estava crescendo forte, mas a época do encantamento dos pais com ela estava acabando e dando lugar a uma nova vida,mais compromissada e com muito mais responsabilidades envolvidas.
Agora não se tratava mais de uma vida de casal, como se isto já não fosse desafio o suficiente, mas de uma vida de família, com filha a sustentar, cuidar, criar, educar, sustentar.
E por falar em sustentar, o período de licença gestante estava terminando e dali a três meses Lune já teria de voltar a seu trabalho.
Já Takeo iria voltar de sua licença para o trabalho  dali dois dias, pois era sábado, e na segunda ele já tinha de trabalhar de novo.
Isto tudo preocupava muito a Lune, pois ela já tinha de cuidar da filha, da casa, dos gatos, e como poderia sair para trabalhar, com quem deixaria a filha?
Ok que em três meses, após completar seis meses de aleitamento, Rina desmamaria e não precisaria  tanto de sua mãe para alimentá-la, mas não poderia ser deixada sozinha em casa   tão nova.
Deixá-la com os avós era complicado: eles estavam envelhecendo, Kazuo tinha de trabalhar e Momiji enfrentava uma grave depressão por estar sofrendo de uma doença auto imune no intestino, que já lhe custara duas operações delicadas e com alto risco de vida, e provavelmente, teria de passar com mais, então não estaria sempre disponível. Além disto, Kazuo se viu obrigado a contratar uma cuidadora para ela, pois agora Momiji tinha de envergar uma bolsa de colostomia na cintura. Então, não estaria sempre disponível.
Ruri, por sua vez, estava casada, com filhos e morando em outra cidade, também sobrecarregada com a tripla jornada de mãe, empregada e profissional, sem condições.
E Otaru continuava preso e não sairia do presídio tão cedo.
Claro, havia a opção de deixa-la com os avós paternos, que eram ricos e tinham um monte de empregadas, mas Lune não queria recorrer a eles, incomodá-los, dar trabalho. Eles já tinham tido o trabalho de cuidar de Otaru antes, e tiveram com ele uma experiência traumatizante.
Enfim, era uma decisão crítica, que tinha de ser tomada no máximo nos próximos trinta dias.
Outra questão, que estava sendo debatida pelo casal, era a inadequação daquele apartamento para a família. Agora que Rina nascera, o berço estava no quarto do casal e o espaço ficou pequeno, apertado, e a sala estava uma bagunça, lotada de acessórios para bebês, que ocupavam muito espaço, e já havia os brinquedos dos gatos também. Era necessário que mudassem para uma casa espaçosa.
Porém, ela era muito mais cara que o apartamento deles valia, e, embora pudessem até fazer um financiamento, eles tinham gasto muito com a gestação e com o parto, e as suas reservas estavam minguando. Por isto, comprar uma casa ‘a vista, nem pensar.
Tudo isto eram preocupações que rondavam a vida do casale que teriam de ser resolvidos, mas apesar disto, a felicidade permanecia  alegrando a nova família.
Naquela manhã de inverno,Lune, com Rina em seus braços, observava a neve cair na rua.
Rina sorria, era a primeira vez que já tinha compreensão suficiente para se dar conta  do fenômeno da neve.
-Uh, oh, ora de trocar as fraldas, mocinha !Vamos lá?
Rina ainda não falava, era muito nova, mas riu gostosamente.
Takeo chegou até elas:
-Ela tem um gênio bom, alegre, bem humorada!
-Não sei, querido, acho que ainda é cedo para dizer, o gênio dela ainda está se formando...
-É, vamos ver mais para a frente...docinho, eu já tirei a mesa do café da manhã, viu?
-Obrigada, Takeo-kun, agora vou trocar as fraldas dela e dar banho nela, você me ajuda?
-Claro, minha linda, vamos lá!
A escrivaninha  da biblioteca acabou virando um fraldário improvisado.
Lune colocou Rina em cima da mesa, que estava forrada com um edredon espesso e macio, e abriu a fralda da menina.
-Me traga o cesto de lixo da Rina-chan, por favor, amor, depressa !
Takeo foi e voltou correndo, com o cesto na mão e abriu a tampa, assim , Lune pôde jogar a fralda usada fora, para se juntar a uma montanha que o cesto já continha.
-Agora leve o cesto de volta para a lavanderia !
-Sim, senhorita !
E lá se foi Takeo de novo.

(Por Continuar)

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