Kazuo a colocou em seu carro e a levou
para o apartamento dela.No caminho ele avisou a Takeo, que ficou de prontidão.
Logo pai e filha chegavam no prédio,
e o porteiro deixou Kazuo entrar com o carro na garagem, onde Takeo esperava
por eles.
Depoiseles a tiraram do carro e
escorada pelo marido de um lado e pai do outro, Lune foi até o elevador e os três
subiram para o apartamento.
Enfim em casa,Lune adentrou a sala e
quis ficar sentada na sua confortável poltrona.
Eles a colocaram delicadamente nela,e
Kazuo ainda pegou um banquinho,colocou umas almofadas que encontrou por
cima,edepois colocou as pernas de Lune em cima com toda a delicadeza.
-Pai, posso visita-los amanhã a
tarde?
-Claro, filha, sem problemas, pode
vir , será um prazer tê-la em casa!
-Que bom !Amanhã cedo tenho consulta
marcada na minha médica, mas a tarde irei vê-lo se vou querer ter uma conversa a
sós com a mamãe.
-Vai ser muito bom para nós asua
visita, filhinha !Bom, agora tenho de ir!Até amanhã 1
Kazuo se despediu da filha e deTakeo
e foi embora.
-Bem por que você disse eu e não nós?
-Por que eu preciso ter uma conversa
particular com minha mãe, querido.E também por causa da situação médica dela
também.
-Como assim?
Lune contou a ele sobre a doença auto imune de Momiji.
-Puxa vida, que dureza, anjo...não
sabia que era sério assim...
-Pior que é, Takeo-san...ah,
finalmente a dor passou!
-Tudo bem então, fofinha. Vamos fazer
o seguinte: amanhã depois do desjejum,
te levo na médica, depois te trago de volta para almoçarmos em casa, e depois te
levo na casa de seus pais.Aí,quando você quiser voltar, você me liga e venho te
buscar!
-Ai, querido,é tanto trabalho...perdi
tanto da minha liberdade e autonomia depois de parar de dirigir nestes últimos
tempos...odeio dar trabalho para os outros e odeio mais ainda ter de depender de
quem quer que seja !
-É o nosso espírito livre e autônomo ,
independente, de Autistas, não , querida?É da nossa natureza de Ser...mas esta
fase vai passar, fique tranquila, é por pouco tempo!
-Anjo , faz uma pipoca para mim, liga a
televisão e traz um copo de refrigerante para mim, por favor?
-Claro, docinho, é para já !
E lá se foi Takeo!
Ele sabia que Lune adorava dar trabalhos
para ele se ocupar, por que assim não teria tempo para pensar em sexo, e isto
era algo que ele detestava nela.
Mas ele sabia que desta vez era
diferente.
O que ainda não tinha lhe caído a
ficha, é que ficaria muito mais difícil de conseguir fazer sexo com Lune após o
parto. Primeiro, por que ela teria de se recuperar do parto, e durante o
período de lactação, ficaria difícil, pois a bebê precisaria mamar com frequência
e também por que os seios de Lune, ficariam cheios de leite, a derramar toda
hora.
Mesmo depois do desmame,a criança
daria tanto trabalho aos dois, que dificilmente teriam tempo ou concentração
para o sexo.
Mas o que Takeo não ignorava e lhe
preocupava , era o fato de que ele sabia que Lune , após o parto, passaria a
ter estrias e celulite e talvez não voltasse mais ao peso normal, e passasse a
engordar, se tornando o que o próprio Takeo descrevia como “sexualmente não
atraente”, e, fruto do desconhecimento dele, tinha esperança de que a barriga
dela voltasse ao normal logo depois do parto.Só que, na verdade, muitas vezes a
barriga continua saliente após o parto, fica inchada, tem a placenta, que ainda
tem de sair, e muitas vezes não sai rápido, enfim...
E tinha outro fator a considerar: se
Rina nascesse prematura, como tudo
indicava, Lune ficaria psicologicamente abalada por causa da manutenção de
Rina na incubadeira, e não teria a menor condição emocional de pensar em sexo. Tudo
isto o desafiaria a continuar firme com Lune e manter o casamento coeso, seriam
etapas difíceis que ambos teriam de superar!
Mas tudo isto estava na cabeça de
Takeo, para quem o mundo girava em torno do sexo. Já Lune , nem pensava nestas
coisas e não tinha a menor preocupação em quando iria fazer sexo de novo, era o
último e , na maioria das vezes desagradável assunto que lhe poderia passar
pela cabeça.
No que Lune pensava mesmo era na expectativa
do nascimento, na futura experiência com a amamentação e se ela daria conta de
cuidar de Rina adequadamente.E, claro,
pensava muito no seu futuro profissional e como conciliá-lo com suas
atribuições de mãe.
(Por Continuar)
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