-Não sabeis que só a disciplina da dor, da grande dor, é o que permitiu ao homem se elevar?
-Muito bom ! Citando Nietzsche! Muito feliz que você tenha estudado e aprendido, filha, muito bom ! Então respondo com Rosa Luxemburgo: É preciso auto-disciplina interior, maturidade intelectual, seriedade moral, senso de dignidade e de responsabilidade, todo um renascimento interior do proletário. Com homens preguiçosos, levianos, egoístas, irrefletidos e indiferentes não se pode realizar o socialismo.!
-Mas aí não tem muito a ver comigo, nem com o que estamos discutindo, mãe...
-Tem sim, filha, mais do que você pensa...auto disciplina, maturidade intelectual, dignidade e responsabilidade, filha. Quando você ultraja a dignidade de alguém, também a sua própria dignidade que é perdida, não só a dela.E ao humilhá-la, você se torna responsável por como ela passa a se sentir em relação a ela mesma e em relação a você, ou seja, uma atitude irresponsável, por que não pensada nas consequencias, ou seja, leviana. Imaturidade. Faltou a você também senso de dignidade-empatia- e seriedade moral. E por moral não estou falando dela nua, mas o ato em si de humilhá-la muito mais do que ela te humilhou.
-Bom, agora que a senhora já acabou comigo, já posso ir, mamãe?
-O que te falei não tem o objetivo de humilhá-la, mas de ensiná-la, afinal, você é jovem e tem muito a aprender. Mas reconhecer os próprios erros e pedir desculpas por eles é o caminho para um renascimento de você como pessoa, que emergirá então mais madura e responsável. Filha, pode ter certeza: sua prima também recebeu um bronca de sua tia, etambém está disposta a pedir-he desculpas, afinal vocês duas sabem que erraram. O que eu e sua tia queremos é que vocês duas esqueçam este episódio e reatem relações.Aí, a disciplina da dor, da grande dor, as terá feito se elevar como pessoas humanas !
-Obrigada, mamãe !
E Rina abraçou Lune com carinho. Ela entendera a lição e estava disposta a corrigir seus erros !
No dia seguinte pela manhã, Rina estava na porta do apartamento de Ruri, deixada na portaria por Takeo, que a esperava no carro.
Rina apertou a campainha e Ruri a atendeu:
-Rina-chan?
-Oi, Bom dia, Tia Ruri, a Rena-chan está? Vim pedir desculpas para ela pelo meu papelão...
-Está sim, Rina-entre!
E Rina entrou.
Ruri foi para o escritório, deixando as duas sozinhas.
Rena vinha chegando, curiosa sobre quem chegara.
Ao ver a prima, Rena teve o ímpeto de fugir para seu quarto, mas antes que conseguisse, a voz embargada de Rina a tomou de surpresa:
-Rena-chan, desculpe...me perdoa , or favor...
Rena ainda estava de costas para ela e subitamente estacou.
Lágrimas abundantes marejavam seus olhos, e então, em um átimo voltou correndo, e o fato de que Rina estava de braços abertos e de olhos igualmente inunados, a impulsionou mais ainda na direção da prima, dando-lhe a coragem ara enfrenta-la.
As duas se abraçaram fortemente e choraram uma no ombro da outra.
Palavras não eram necessárias, a emoção de ambas já dizia tudo que era preciso!
Olhando escondida do beiral do corredor, Ruri filmava tudo com seu celular, e chorava convulsamente, pelas duas, e mandou o vídeo para o celular de Lune, que na casa dela, também ela chorou de emoção ao ver o vídeo !
(Por Continuar)