quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Episódio 16-Sensibilidadede Viver:Adendos Finais



Foi a vez de Dieter corar de vergonha ! Mas logo depois, o tímido senhor tratou de lhe trazer uma toalha para ela se enxugar.
-Muito obrigado, senhorita...
-Ruri Tamasuki !Espero ter feito, além de uma nova funcionária, uma nova amiga também !
-Já somos amigos, Dieter-san !
-Oh, oh, que bom, que bom, estou tão feliz !
-Agora preciso ir, minha irmã, minha filha, minha sobrinha,  e meu cunhado estão me esperando e devem estar preocupados comigo ! 
-Permita-me acompanha-la, senhorita Ruri-san, por obséquio, estais machucada e não convém caminhares sozinha !
Só então Ruri percebeu que tinha machucado o joelho esquerdo na queda, e o ferimento estava sangrando, e ele doía, quando ela tentou se levantar.
O gentil homem deu a mão para ela e delicadamente a ajudou aficar em pé, e deu o braço para que ela se apoiasse nele.
Ruri ficou meio envergonhada, pois deste jeito mais pareciam namorados, mas na verdade, toda aquela gentileza , generosidade bondade estavam acendendo uma chama em seu coração, que ela pensava que nunca mais se acenderia !
Demorou um pouco até eles chegarem onde estavam os familiares dela.
-Onee-san! Eu estava preocupada com você !
-Mamãe, onde a senhora foi?
-Esta é a minha irmã, Lune-san, esta é a minha filha Rena-chan, esta é  a minha sobrinha Rina-chan, e este é o meu cunhado Takeo-san ! Gente, deixem-me apresentar meu novo amigo alemão,  Dieter-san !
O olhar malicioso de Lune já deduziu o acontecido.
Todos o cumprimentaram, com o tradicional cumprimento japonês e ele teve um pouco de dificuldades para baixar o torso estando de braços dados com Ruri, que só então respondeu as perguntas e satisfez a curiosidade de todos.
-Eu andava na beira da lagoa, escorreguei e caí na água e machuquei o joelho, então Dieter-san me ajudou e cuidou de mim, com presteza e a delicadeza de um cavalheiro !
-Caramba, Dieter-san, muito obrigada por ajudar  a minha irmã ! Não quer se sentar um pouco com a gente, quer um lanchinho?
-Não, muito obrigado, ahn, senhorita Lune-san!Eu sou um pouco tímido, mal falo japonês e...
-Aaah, e vocês não sabem da melhor :o Dieter-san vai me dar um emprego !
O alemão, ainda  algo constrangido e corado de vergonha emendou:
-Por um bom salário e por umas boas aulas de japonês !
-Opa !Que maravilha, poxa !O senhor é um homem muito generoso, Dieter-san ! E qual a sua profissão?
  -Eu fui Consul da Alemanha em Osaka por anos, depois me aposentei e resolvi ficar,pois me apaixonei...
-Pela mamãe?
Disse , divertida,Rena-san .
Agora é  que Dietter corou de vergonha mesmo !
-Ahaaaam, pela cultura japonesa e por este país tão lindo e exótico do ponto de vista ocidental...
Todos riram, mas ele continuou falando:
-Minha esposa morreu pouco tempo depois de eu me aposentar, e meus filhos , já adultos, resolveram voltar para a Alemanha e me abandonaram, passei a viver sozinho desde então. Foi então que descobri uma nova paixão na minha vida...
-A Mamãe, ela é muito linda mesmo !
Disse Rena novamente.
Novamente, Ruri e Dieter coraram de vergonha!
-Que foi a fotografia ! Depois que me aposentei, me lembrei que eu tive formação jornalística e que desde pequeno amava fotografar, e que já fui fotógrafo profissional  antes de fazer minha carreira diplomática ! Estou indo bem na profissão, fui contratado por um grande jornal como fotógrafo , então recebo minha aposentadoria e mais o salário do Jornal ! E agora encontrei a gentil senhorita Ruri-san !
-Fantástico, Dieter-san! Parabéns !
Disse Takeo.
-E a onne-san vai ser sua assistente?
-Se ela quiser, senhorita Lune-san... o previsto é ela ser minha professora particular de japonês e receber o salário médio de uma secretária...
-Huuummm...muio bom !Parabéns, Onee-san !E muito obrigada pela sua oferta de emprego a ela, tenho a certeza de que ela será uma funcionária exemplar !


Ruri também agradeceu a ele.
-Ó, dá um tempo para ela, não vá querendo que ela seja sua modelo e ficar tirando foto dela pelada logo de cara não!
Disse Rena, divertida.

(Por Continuar)



quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Episódio 54-Admirer Voyages: Peregrine !



O que apareceu na tela  da ponte da Peregrine de fato realmente parecia um imenso tubo cinzento, com brilho metálico flutuando no espaço.
-O objeto tem 3.000 km de comprimento, com um diâmetro  de 600 km, formato cilíndrioco...
-Um momento, Anne Paula...você disse 3000...km ?Não quis dizer metros não?
-Sim, senhora, Capitã ! Não, senhora, são 3000 km mesmo !
-Mas este troço é grande demais, não pode ser nada feito artificialmente, não é possível !
-Fica difícil definir se é construído ou se é um animal, uma forma de vida, pois não há sinais de vida vindos de dentro dele, embora o material de que é feito seja orgânico, porém, não há sinal de batimentos cardíacos nem de respiração. A camada externa é muito espessa, com pelo menos 600 metros de espessura e nossos sensores não conseguem penetrar mais a fundo dentro dele, Capitã !
-Que falta fazem os sensores das classes Admirer e Vigilante uma hora destas ! Se fosse esta uma nave de reconhecimento, conseguiríamos saber bem melhor !
-Falou bem, Cecília, meu sonho é capitanear uma nave daquelas !
-Capitã, súbito acúmulo de energia dentro do objeto detectado !
-Obrigada, Anne Paula !Todas as seus postos !Postos de Batalha !Alerta Vermelho !Levantar escudos !Giselle, prepare e deixe  dez lasers e dez torpedos Exitus  engatilhados e prontos !
Repentinamente , o objeto abriu sua frente em quatro folhas, deixando revelar um interior vermelho e muito btilhante.
Das bordas emergiram espinhaços afiados, que mais pareciam dentes gigantescos!
-Agora não tenho dúvidas de que se trata de uma forma de vida!
Disse Cecília.
-E predadora e a fim de nos devorar ! Vamos tentar destruí-la por dentro! Giselle, dispare os lasers e os torpedos dentro da boca desta coisa !Fogo !
-Sim, Capitã !
As armas foram disparadas e atingiram seu alvo.
-Sem efeito, Capitã ! E ela está vindo em nossa direção!
-Ooops, agora que a irritamos e chamamos a atenção dela para nós! Se dez torpedos Exitus não tiveram efeito nela, nada mais que esta nave leva, fará !Priscilla, manobras evasivas! Thaís, velocidade Zarp 100!Engatar !
A Peregrine disparou como um raio!
-Ela está em nosso encalço e se aproximando, 100 mil quilômetros e se aproximando rápido !
Disse Anne Paula.
-Thaís, Zarp 200 !
-70.000 km e chegando...
-Zarp 400, Thaís, aumente rápido !
-50.000 km e se aproximando...
-Droga, Anne Paula, até que velocidade este troço consegue chegar?Zarp 1000 ,Thaís, vai !
-Ainda atrás de nós,30.000 km e se aproximando rápido !
-Não é possível !Zarp 10.000, Thaís !
-Ela vai nos engolir facilmente deste jeito...
-Ela deve ter um limite de velocidade, Cecília, tem de ter !
-20.000.000 km e se aproximando, Capitã!
-O queeee? A Zarp 10.000? Mas nem...não é possível, não acredito! Thaís, vá a Zarp 100.000, agora !
A nave saltou e acelerou novamente, mas o objeto continuava a se aproximar perigosamente!
-5.000 km e se aproximando. Já é possível sentir o calor externo dele, nosso casco aumentou a temperatura em 500 graus!
-Então não tem jeito, vamos ‘a Zarp máximo: 300.000 !
Mais uma acelerada.
-Ele equiparou a velocidade dele á nossa, está há 2000 km e não se aproxima mais !
-Ainda assim, está perto demais, Anne Paula. Thaís, vá para a velocidade máxima de emergência !
Novamente a nave acelerou.
-O objeto ficou para trás, distância 300 anos luz e aumentando !
Disse Anne Paula.
-O que significa que desistiu da perseguição, cansou-se, sei lá !
-Tomara, Cecília, tomara !Anne Paula, devemos ter ultrapassado há muito nosso destino, não?
-Sim, Capitã, estamos a 180.000 anos luz ‘a frente! Estamos quase chegando no Planeta Turístico Rústica IV !
-Também conhecido como Planeta Rural, com suas fazendas e hotéis fazenda famosos ! Então teremos de dar meia volta !
-Sim, Cecília, ele mesmo. Mas nossa meia volta terá de ser mais comprida, para não reencontrarmos com aquela coisa !Priscilla, trace um curvo com uma curva  de cento e oitenta graus com 600 anos luz de diâmetro e depois, marque um curso em linha reta para nosso destino ! Thaís, velocidade  de ZARP 3 durante a curva e depois Zarp 10!

(Por Continuar)

sábado, 24 de agosto de 2019

Episódio 7 -(Minissérie)- Eternidade


Episodio 7: Suburbia


Caos.Total desorganização , ordenação desvairada, fractal,confusão.
Pessoas, multidões, rostos sem rosto, faces sem expressão, expressando suas angustias,borboleteando em meio a vidas sem sentido.
O vento frio irrompe pelas largas avenidas, frio que reflete a desumanidade espelhada na impessoalidade profissional das ruas e avenidas iluminada por gases luminosos frios como a própria suburbia.
Veículos circulam em alta velocidade, pressa de se chegar a nenhum lugar, não há um objetivo,nem sentido.Placas, números,textos,pessoas estampadas,consumo.Todos estão ocupados com suas próprias vidas, seus pequenos problemas.
Mas esta e´ apenas a superfície.Como as galerias fluviais da cidade, nela há´um fluxo subterrâneo e subconsciente de sentimentos e emoções aprisionados, que se escondem em meio a desolação da frustração.
Por trás dos edifícios o Sol se Poe e nasce,o arco íris brilha, mas ninguém os vê.Por trás dos rostos, decepção continua, angustia de se ter sonhos tão carinhosamente acalentados que ficam a cada novo dia mais distantes.
Por dentro dos veículos e de sua pressa,uma fome de viver,uma noção barata de amor,solidão.
Por trás da Suburbia ,grande e poderosa, por trás do brilho néon cegante, mas gelado, a esperança conduz todos a lugar nenhum, e nega sua própria impossibilidade de existir.
Por trás da Suburbia, grande e poderosa, ou melhor, por baixo dela, se esconde a pequenez humana e suas limitações, estampadas a cada novo dia em cada rosto aparentemente conformado.
Por trás da Suburbia,grande e poderosa,se esconde o Poder corrupto, a riqueza da Elite como contraponto da massa uniforme e indistinta e sua falta de identidade.
Por trás da Suburbia, grande e poderosa,enfim,esta a grandiosidade da miséria humana, em todo seu drama e pungencia, para a qual a multidão sem rosto e sem dignidade sucumbe qual gado, e qual gado e´tangida pelas regras ditatoriais da Sociedade de Consumo,a própria Suburbia, que faz de sua miséria sua grandeza e opulência.
Quem esta a margem dela, como Uthuu, a pedinte,sabe bem os segredos da Suburbia,pois sofre em sua pele arrepiada de frio e o vento gelado que corre com os veículos pelas avenidas espelhando a frieza da indiferença humana, impiedosa e cruel.
Uthuu já perdeu a esperança.Nao espera mais da vida nada alem do que morrer.Ainda jovem, sua pele feminina tão maltratada e rija,ressente-se da falta de calor humano, e clama por carinho, cuidado e proteção, sonhos outrora tão acalentados, mas agora perdidos, jogados fora em meio ao labirinto infinito de ruas da cidade.Os olhos verdes estão sem brilho, e os cabelos morenos estão duros e ressecados.A s roupas estão rotas e os pés endurecidos de frio não tem nada para vesti-los e aquece-los.
As mãos tremulas tem unhas quebradas e enegrecidas por maus tratos.
Uma sensação de imensa fome devora seu abdômen.Fome não apenas de alimento, mas de falta, saudades, solidão,e a mente sabe, não adianta refugiar-se no passado, ele e´medonho, e mais assustador do que a própria madrugada congelante que ela tem de enfrentar todos os dias.
O nada que possui e´constantemente usurpado, e ela sabe, que mais uma vez, quando a noite chegar, como ocorre todo santo dia, ela será mais uma vez estuprada.
O respeito, o amor, a dignidade, o carinho , o conforto, são sonhos distantes.
Então um dia, Uthuu olha para o céu,pela primeira vez em sua vida.
Mesmo ali, entre os prédios,em meio a todo o frenesi louco e vazio da Suburbia,em meio a tamanha multidão sem rosto, um pedacinho de Arco Íris aparece depois de um pouco de chuva.
O rosto dela se ilumina.O que ela vê lhe parece um sorriso, franco, iluminado, carinhoso, colorido, como seu sorriso estampado com dificuldade em sua face tão sofrida.Lágrimas brotam de seus olhos de brilho estrelados, e ela salta no ar,levanta as mãos e grita:
-Que lindo !

(Por Continuar)