segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Episódio 18-Sensibilidade de Viver:Adendos Finais


 Lune estava alegre e confiante no sucesso da irmã, tanto profissional como amoroso. Ela torcia  pela felicidade dela, e não
ansiava para que ela saísse de sua casa. Ela gostava da presença da irmã, e mesmo com as lembranças do tempo em que Ruri e Takeo foram namorados, ela confiava nela e não acreditava numa nova traição. Inclusive por que Takeo não oferecia nenhum sinal neste sentido.
Por outrolado, sua relação com Rena só melhorava, e estava sendo um grande aprendizado para ela no sentido de saber como lidar com crianças, e, sobretudo, ter paciência.
Ela tinha vontade sim, que sua licença terminasse logo e voltasse a trabalhar, mas ao mesmo tempo, não gostava de ficar horas longe de Rina, que crescia e se desenvolvia a olhos vistos, sabia que iria sentir falta e saudades de sua filha.
E sabia também que a época do desmame estava chegando, e disto ela iria sentir saudades também por que dar de mamar para a filha dela era um enorme prazer !
Então, naquela manhã, ela não estava nervosa, nem ansiosa. Observava , divertida, Rena a brincar com os gatos, que, se no começo tinham muito medo dela, agora finalmente começavam a interagir com ela.
Foi então que Takeo se aproximou dela, que estava sentada na poltrona da sala, e disse:
-Querida, a gente precisa colocar a Rena de volta na escola !
-Mas isto não é atribuição da Onee-san?
-Sim, de fato é atribuição da Ruri-san.Mas com ela trabalhando, ela não terá tempo para isto.
-Sim, mas nós não podemos atropelá-la e passar por cima da autoridade dela, Takeo-kun. Precisamos falar com ela primeiro, ver o que ela acha da idéia e se autoriza. Bom, deixa ela chegar e nos contar os resultados de hoje, aí falaremos com ela, está certo?
-Claro, meu anjo, está certo. Se ela quiser, eu mesmo me prontifico a leva-la para a escola para a matrícula.
-Já que você é tão bom na informática e gosta tanto destas coisas, por que não procura então uma escola adequada para ela aqui perto,ao invés de ficar pesquisando suas garotasde anime peladonas que voc~e adora? Faça uma pesquisa útil, querido! Ao menos uma vez na vida, não vai doer nada...
Takeo corou de vergonha e pigarreou:
-Ahaaaam, tudo bem, vou pesquisar agora mesmo !
-ótimo,assim você para de ficar encarando meus peitos através do decote da minha blusa, como se nunca os tivesse visto antes...
Disse Lune, soltando um risinho e sorrindo em seguida.
Takeo corou mais ainda e disse:
-Ahaaaam, é para já, desculpe !
-Quando ninguém estiver olhando e estivermos a sós, você pode olhar a vontade, mas agora não, meu docinho, não na frente das crianças...bom, vou me levantar e dar de mamar para Rina-chan, ela já acordou e estou ouvindo o choro dela !
Respondeu Lune, se apressando.
Takeo foi atrás dela, mas enquanto Lune entrava no quarto de Rina, ele entrava no quarto dos computadores.
Não demorou muito, e alguém entrou no quarto onde Lune estava:
-Tia, estou com fome !
-Tem pudim na geladeira, pegue um para você, Rena-chan, mas cuidado para não fazer bagunça, ok?
-Sim, senhora, Tia !
-Ah, e dê a comida dos gatos também !
-Está bom...ah, o Sartre-chan derrubou a caixinha de areia dele e derramou tudo, está um nojo !
-Fala com seu tio para limpar, Rena-chan, por favor.
-Sim, senhora !
Lune ficou encantada  como Rena estava educadinha agora !
Rena foi para o quarto dos computadores:
-Tio, a tia mandou você ir limpar a sujeira do Sartre,ele derrubou a caixinha de areia dele e derramou tudo !
-Eu já vou, Rena-chan .
-Ei, a tia mandou você pesquisar escola para mim, não estas garotas de anime peladonas !Coisa feia, tio !
Takeo pigarreou e correu a fechar a janela do motor de busca de imagens de hentai e abriu a de buscas de escola.
-Ahaaam, vamos lá, você me ajuda?
-A pesquisar mulher pelada?
-Claro que não, estou falando do Sartre-chan !
Takeo corou de vergonha !
-Ah, não, tio, a tia me disse para comer pudim na cozinha !
-Tudo bem, cuidado para não tropeçar na escada , então, vamos descer !
-Vamos, sim, tio ! Mas eu quero que você me leve no ombro, de cavalinho !
-Ok,ok, vou me abaixar , então.

(Por Continuar)

domingo, 22 de setembro de 2019

Episódio 56- Admirer Voyages: Peregrine !



-Capitã na Ponte !
Disse Giselle, avisando a todas.
-‘A vontade !
Foi a resposta de Valéria, se sentando em sua poltrona,após Cecília ir para a dela.
-Alessandra, coloque o Capitão Nevison na tela !
-Sim, senhora !
-Olá, Capitão, em que posso ajuda-lo?
Na Kenya, o idoso Nevison cofiou sua rala barba branca e respondeu:
-Olá, Capitã, por favor desculpe a abordagem tão repentina e sem aviso de nossa parte. Soube que a senhora está em busca da KSS Minotaurus!
-Sim,estou, mas não sabia que outras naves do Império soubessem  de nossa missão, Capitão.
-É que sua missão não é classificada nem secreta, Capitã. Mas tenho laços com ela e interesses pessoais nela também.
-Como assim, Capitão?
- A Capitã Basset é minha sobrinha neta, muito querida por mim, e o Capitão Ahab era um velho amigo meu, éramos muito chegados, nos conhecíamos desde a infância. Gostaria de solicitar a participação nossa nesta missão de vocês.
-Eu entendo, Capitão, mas sua nave tem pouco mais da metade do tamanho da nossa, é mal armada e lenta, e antiga também, poderia acabar nos atrapalhando, desculpe...
-Eu entendo, Capitã, então permita-me , neste caso, solicitar a transferência de uma tripulante  muito especial para sua nave.
-Quem, Capitão?
-É a Tenente-Comandante Geraldine Basset, a irmã mais velha da Capitã Jaqueline Basset !
-Transferência aprovada !
-Muito bom, ela tem informações que serão muito úteis á missão de vocês !Muito obrigado !
-De nada, Capitão !
-Ela já está na sala de transportes, darei a ordem de transportá-la agora !
-Alessandra, mande a Letícia teletransportar a Tenente Comandante Basset ! Cecília, vá recebê-la !
-Sim, Capitã !
-Ouviu, Capitão? Já estamos providenciando o transporte ! 
-Agradecido, Capitão Nevison, desligando !
Cecília saiu correndo para a sala de teletransporte.
A Kenya então se afastou da Peregrine e fez uma curva ‘a esquerda, mudando de rumo.
-Anne Paula, assuma o comando. Alessandra, informe a Cecília para conduzir a Tenente Comandante Geraldine Basset para meu escritório ! É para lá que estou indo !
-Sim, Capitã !
Anne Paula se sentou na poltrona de Capitã e pediu para Alessandra convocar uma substituta para o posto de sensores.
Não demorou, Valéria já estava novamente em seu escritório.
Assim, momentos depois, Geraldine chegava escoltada por Cecília, Chistine e uma segurança.
-Entre, por favor, Tenente Comandante !As demais estão dispensadas !
-Sim senhora, Capitã !
Responderam as outras, e foram embora.
Geraldine era muito diferente de Jaqueline. Tinha um metro e noventa e cinco de altura, nádegas extremamente largas, busto farto, e longos cabelos ruivos, além de belíssimos olhos verdes. Era magra, esbelta, sinuosa e cheia de curvas bem torneadas. Seu uniforme não deixava dúvidas: era roxo, o que significava ser uma Oficial de Sensores.
-Por favor, sente-se , Tenente-Comandante !
-Pois não, senhora, muito obrigada !


(Por Continuar)

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Episódio 9-(Minissérie): Eternidade

Episodio 9:  A Horda e a Criança

Era chegada a época das chuvas nas planícies.
Pequeninos pés tamborilavam as poças d ' água, correndo com espontaneidade.O vento, sempre ele carregava as gotas de água, qual lágrimas,em uma dança frenética para todos os lados, desordenado como tudo o que e´natural.O Céu via-se rasgado pela dança poderosa e magistral dos raios e relâmpagos, e era o céu quem parecia acumular uma tremenda pressão sobre a terra e todos que nela habitassem, como que se tivesse a intenção de esmaga-los.Tudo isto regido pelo rufar dos trovoes que atormentavam os ouvidos, e apregoavam o Poderio da Natureza,como que para se afirmar perante o Homem sua superioridade sobre este.
Mas Rikku ainda era uma criança inocente, aos sete anos de idade, e não se importava com nada disto.
A expressão em seu rosto era de um profundo jubilo, uma alegria intensa, saída diretamente daquele coraçãozinho que batia apressado, na ansiedade natural de toda criança.Ela tinha sofrido muito com a seca, como seus pais, e agora comemorava  a volta das chuvas encharcando-se ate á medula.
Desde muito pequena ela já tinha se revelado de uma inteligência acima do normal,e ela parecia ter uma sensibilidade intrínseca a sua natureza, percebendo com facilidade cada emoção, cada estado detão profundamente que se encolhia num canto em posição fetal, absolutamente  calada, mas não sem antes passar por uma fase de choro tão intenso e convulso que chegava a ser preocupante.Quando ela esta alegre como agora, não se continha em si,e entrava numa euforia tão absoluta que quase parecia estar num transe induzido por drogas.Acima de tudo , ela se isolava em si mesma, brincava consigo mesma,e as vezes simplesmente ignorava os pais, tão absorta que estava em se ocupar de sua própria e poderosa imaginação.
Então se ouviu um trovejar diferente.
Não parecia vir do Céu, mas da própria terra, e a cada vez ficava mais próximo. Os pais de Rikku  ouviram, procuraram-na em casa e não a acharam, ficando então extremamente preocupados.Começaram a procura-la nas campinas, e não a achavam.Seus gritos eram freqüentemente abafados pelo trovejar cada vez mais próximo, que se denunciava também por ondas de água que se esparramavam pelas planícies de capim.
Enquanto isto, Moruu, o Giganotério, liderava sua horda pelas pastagens verdes, seguindo as tempestades.Os Giganotérios eram animais de grande porte, que lembravam muito Rinocerontes, mas com pernas mais compridas,zebrados de verde e branco,cabeças menores e pescoços mais longos, e uma cauda longa  que acabava se afinando como um chicote, e era usada como tal para se defender de predadores, e tinham galhadas parecidas com as dos Alces na cabeça.Tinham cinco metros de altura nas espáduas, embora, com o pescoço levantado ao máximo, posição pouco usual, pudessem atingir sete metros e meio; por dez de comprimento se contada a cauda, que usava quase a metade deste comprimento,e pesavam cerca de oito toneladas, em media.Mas eram muito ágeis para o seu tamanho,e conseguiam galopar a ate´quarenta kilometros por hora, por dias a fio.Eles procuravam por um Vale, que ficava depois das montanhas alem daquelas planícies.Todos eram herbívoros, mas eram especializados, gostavam de comer flores que so´cresciam nos Vales, por isto, sazonalmente migravam de Vale em Vale.
E estavam absolutamente famintos.E Moruu sabia que tinha de achar o próximo Vale logo, pois não podiam pastar gramíneas, pois a sílica destas era um veneno para o metabolismo deles.
Neste ínterim, Rikku, já distante da sua casa no meio das planícies, ia de encontro ao tropel que agora já se ouvia bem próximo.
Uma verdadeira horda, um batalhão de feras unguladas se aproximava,eram milhares, dezenas de milhares,e o chão tremia e chocalhava diante da pressão de milhares de toneladas que se espremiam e se chocavam entre si.
Mas  Rikku não se importava. Queria ver o espetáculo da vida de perto, intensamente admirada, e não haviam nela nem medo nem insegurança,so´um largo sorriso da mais plena alegria.
Enfim a horda chegou, e as bestas passavam todas muito perto dela, que sequer se desviava, e não conseguia conter sua admiração.Uma delas, em meio ao tropel furioso, abaixou a cabeça e apontou-lhe os chifres, olhando com segurança para a menina extasiada.
O olhar da menina foi penetrante,magnético,impressionante por sua profundidade e forca. Era um olhar indomável, de liderança e superioridade,impenetrável, mas ao mesmo tempo de uma doçura e inocência tamanha, que o Giganoterio levantou um pouco sua cabeça, e a menina agarrou-se nos chifres dela, e num ágil golpe malabaristico, subiu no lombo da fera e agarrou-se  ‘a crina dela, cavalgando-a.
O galope continuou, e as bestas prosseguiram em sua marcha em meio a tempestade, os raios avassaladores, e os trovoes ribombantes.Entao, quando estavam ao sope´das montanhas, uma outra horda os esperava.
Era o Exercito Imperial, que via ali uma chance de abastecer-se de comida por um bom período.Milhares de homens   montados em deinohippus,animais muito parecidos com cavalos,  e de porte semelhante,mas com chifres ao estilo de rinocerontes, e caudas musculosas e fortes, conhecidos pelo mau gênio e péssimo humor, avançaram sobre a horda, municiados de fuzis lazer de alta cadencia de fogo e grosso calibre.
O que se viu então foi um massacre.A confusão se fez, e o desespero tomou conta da manada inteira.
Rikku percebeu o que estava acontecendo mais a frente, e freou a besta na qual montava, antes que fosse tarde demais.So´ela ficou parada, e todas as outras entraram no funil mortal, e os cadáveres iam se empilhando uns em cima dos outros.
Muitos animais enfurecidos se atiravam contra os soldados, matando muitos destes e muitos deinohippus também.
Enquanto assistia ao espetáculo de sangue, em meio aos relâmpagos e trovoes, e os raios ensandecidos, Rikku chorava de modo intenso.
Sentia em seu coração a dor da manada, e a dor igualmente penosa da sua impotência diante de tamanha carnificina, de tal covardia, chorava convulsivamente ao ver as lagrimas dos filhotes que perdiam os pais e depois eram mortos impiedosamente.Chorava ao ver as dimensões da crueldade que a ambição e a estupidez humanas podiam chegar,e pensava no que o Homem tinha se tornado.Jurou para si mesma um dia vingar a morte daquela manada.
Mas mesmo assim sua dor continuava, e seu choro persistia, pois vinha do fundo de seu coração, em ondas tão poderosas quanto o poderio da insanidade humana.O que a revoltava ainda mais e´que os adultos apregoavam que sua loucura, sua insanidade era lógica e racional, e que ela um dia deixaria de ser uma criança para se tornar “lógica e racional,madura” como eles.Se aquela bestialidade toda era ser madura, ser adulta, ela não o queria ser.A revoltava também o fato de que ela estava envelhecendo, e que um dia ela seria adulta, mas não iria querer se reconhecer como adulta diante de si mesma, como ela não reconhecia que a imagem no lago era a sua própria. A imagem dela adulta não seria a dela.A criança de sete anos deveria viver para sempre, convivendo com o adulto corpóreo.
O choque daquela realidade tão revoltante lhe impressionou tanto, que lhe marcou pelo resto da vida.Ela nunca mais esqueceria aquele dia.
O dia em que desmontou do Giganoterio, e viu nos olhos dele a tristeza de ter sobrevivido,ter sido o ultimo sobrevivente, de ter visto a todos que conhecia morrerem,de ser talvez o ultimo de sua espécie,de testemunhar a extinção de sua própria espécie,e suas lagrimas comoveram a menina , e muito, e la chorou na galhada dele,compartilhando profundamente a dor dele.
Um ultimo olhar,e nele Rikku percebeu a gratidâo da fera por ela ter salvado sua vida,e ao mesmo tempo, a dor e tristeza da despedida.
Fera e menina se separaram, e a chuva por fim terminou.Parecia que cada uma estava de um lado do Arco Íris,ligados para sempre pelos laços de uma amizade eterna, símbolo maior da dor compartilhada e piedosa,ambigüidade humana:no mesmo dia viu-se ate´onde a crueldade humana pode chegar, e ate´aonde a  piedade e generosidade humanas podem chegar.A mesma mão que bate, e´a que acaricia...

(Por Continuar)