Episódio 72- Sensibilidade de Viver: Adendos Finais

 

Porém, Lune estava na sala, lendo um livro.

-Filha, finalmente saiu daquele quarto...estava preocupada com você !

-Sai sim, mamãe !

-Veio ficar comigo?

-Não, mãe, agora não.

A resposta de Rina foi surpreendente. Lune não esperava tal frieza. Uma pontinha de rejeição lhe despontava em seu íntimo. Mas aí ela viu que a filha ia direto para o quarto de Tohru.

-Filha, por que você está indo no quarto da...

-Estou fazendo um favor para ela. Mãe.

-Um favor?

E Lune seguiu a menina, que adentrou no quarto, abriu o guarda roupas e começou a remexer em calcinhas, sutiãs, e uniformes.

-Filha, é feio mexer nas coisas dos outros...

-Eu já te falei, mamãe, estou fazendo um favor para ela...

-Me explica isto direito, senhorita !

Rina soltou um suspiro, e depois soltou a voz:

-A Tohru-san estava me dando banho, e eu mandei que ela tomasse banho junto comigo. Agora ela está pelada no meu quarto por que as roupas dela estão todas molhadas e ela estava com vergonha de ir para o quarto dela enrolada numa toalha, ela não quer que o papai a veja assim !

Os olhos de Lune se arregalaram ante o inusitado da situação.

Mas a menina não parou de falar enquanto escolhia as roupas.

-Vou levar para ela!

-Tudo bem, filha, tudo bem, agora eu entendi; Está certo, mas evite por favor convidá-la a tomar banho com você, por favor!

-Por quê?

-Para não criar mais esta situação constrangedora e...

-E?

-Não acho certo tanta intimidade assim...

-Ela não tem o direito de brincar comigo?

-Tem, claro, é que...

-Mãe, ela não me tocou em lugar nenhum, só brincamos de guerra de água !A senhora está sendo muito maldosa , eu não sou tarada não, nem ela !

Lune ficou vermelha de vergonha !

-Não, não foi isto que eu quis dizer...

-Ah, então é preconceito de classe...

-Você anda lendo meus livros de sociologia, é?

-Não, mãe, mas escuto as conversas filosóficas suas com o papai.

-Não, não é preconceito de classe, filha, é que...é que voc~e nunca brincou disto comigo !

-A senhora nunca me convidou, oras...a senhora está é com ciúmes...olha, mãe, eu não amo a ela, eu amo a senhora...

Lune ficou emocionada de ouvir isto.

-Eu também te amo muito, querida!

-Obrigada, me deixa levar logo estas roupas para ela, e quando ela aparecer, por favor faça de conta que não sabe de nada !A senhora não está brava com ela, não?

-Não estou não, filha, fique tranquila, pode deixar. Vai lá então!

Finalmente liberada, Rina levou as roupas escada acima.

Ela entrou no quarto, e Tohru já tremia de frio.

-Tó !

E jofou as roupas em cima da cama.

-Obrigada, Rina-chan !

-Melhor se trocar logo antes que meu pai bata na porta, já viu, ele é sonso, mas não resiste a ...

-Rina-chan, não fale assim de seu pai, ele sempre me respeitou...

-Ah, tá, já ficou sozinha com ele alguma vez?

-Nunca...

-E por que você acha que eu e a mama~e não deixamos?Eu conheço o pai que tenho...

-Estou surpresa !Nunca vi uma menina de sete anos falar estas coisas, deste jeito...

-Sou muito mais esperta do que todo mundo pensa, e muito menos inocente, também !

aFinalmente Tohru terminou de se trocar.

Então, ouviram passos na escada.

-É a mamãe, ela deve estar indo ao quarto dela...

-Como sabe, Rina-chan?

-Meu pai arrasta os pés, minha mãe não, conheço os passos de cada um.Pronto, pode sair, ela já entrou no quarto dela.

-E se for o seu pai?

-Meu pai está no quarto dos computadores, colecionando imagens de garotas de anime nuas e vídeos hentai. Ele pensa que a mamãe não sabe...

-Você não assiste estas coisas não, não é, Rina-chan?

-Claro que não, estas coisas nem me interessam. É constrangedor ver os gemidinhos fingidos quando passo no corredor, destes filminhos, não gosto, mas enfim, ele trabalha numa editora de mangás hentai, desenhando pornografia o dia todo, dá nisto...

 

(Por Continuar)

Episódio 11- Admirer Voyages: Infinity !

 

-Muito interessante sua exposição e suas sugestões, senhorita Isolda !

Disse o Arcano Supremo.

Um serviçal entrou na sala e cochicho alguma coisa no ouvido dele.

-Por favor me desculpem, meu Ministro da Indústria solicitou que pudesse estar presente a esta reunião e eu o atendi!

Segundos depois o tal ministro apareceu.

-Senhoitas, lhes apresento meu ministro da Indústria, Kra- Gitow !

Todas as tripulantes o saudaram e ele tomou a palavra:

-Por favor, poderiam repetir a explanação para mim?

-Claro , senhor ministro. Ela foi gravada enquanto eu discorria sobre ela, aqui está a gravação.

E a gravação foi reproduzida.

-O que o senhor achou, Arcano Supremo?

-Bem interessante, Kra-Girow. Uma sugestão tentadora !

Ele repetiu a pergunta a todos e todas os/as ministros(as), ouviu a mesma resposta que o Arcano Supremo e viu que, em uma votação, a solução apresentada por Isolda venceria facilmente.

Então, foi para Dina que ele se voltou:

-Desculpe, Capitã, aprecio seus esforços e sua boa vontade de nos ajudar, agradeço seus préstimos, mas infelizmente devo recusar sua oferta !

A resposta dele pegou a todos e a todas de surpresa.

-Respeitosamente, senhor Ministro, gostaria de saber o por quê...

-Sinto informar que não é muito polido nem educado os convidados questionarem as questões de Estado das Autoridades deste planeta.

Ele respondeu, com arrogância.

Mas o próprio Arcano entrou em sua defesa:

-Mas também não é polido nem educado um Ministro constranger as convidadas, que aqui vieram de boa vontade , sem pedir nada em troca. Por outro lado, é dever de todo Ministro responder ao questionamento do Atcano Supremo, ou estará cometendo crime de insubordinação !

-Mas, senhor, na frente das...

-Sim, na frente delas, exatamente ! Ordeno-te que respondas a elas imediatamente ou serás preso e deposto !

O olhar do ministro, primeiro para o Arcano, e depois para Dina e Isolda, foi de ódio, fúria, revolta !

Sem outra alternativa, ele respondeu:

-Nossas indústrias não vão querer aceitar estes filtros. A poluição de nossas indústrias são imensamente lucrativas para outras indústrias!

Aí foi a vez da Ministra do Meio Ambiente protestar:

-Mas isto é um absurdo! Nosso planeta está morrendo, nossa população está ficando doente, o calor está cada vez pior, e o senhor e suas indústrias pensam em lucros !Diversas espécies estão morrendo e correndo risco de extinção por causa desta poluição e do calor !  Olha, todo mundo aqui já tinha concordado com as propostas delas, o senhor é voto vencido !

-Isto vai repercutir na Economia, senhora...recessão, inflação, desemprego, fome, mortes...nada é mais importante do que a Economia ! Eu posso ser só um, mas eu represento as pessoas mais poderosas deste planetas, que sustentam a população!

-Super explorando a classe trabalhadora, semi escrava, concentrando renda e...

Basta !

Gritou, sem mais argumentos, o Ministro da Indústria, babando de ódio, com olhos inchados e vidrados.

O Arcano Supremo se levantou da mesa em um átimo, e disse com voz possante e tom ameaçador:

-Basta a você , Kra-Girow ! Está destituído de seu cargo  por insubordinação e traição ao seu povo e ao nosso planeta !Guardas, levem-no preso imediatamente !

Dois policiais entraram e pegaram o agora ex-Ministro pelos cotovelos.

-O senhor vai pagar muito caro por isto !Eu juro !Eu juro !

Disse o ex-ministro, que foi levado dali.

-Por favor, perdoem as más maneiras dele. O plano de vocês está aprovado. Podem inicia-lo quando quiserem !

-O senhor é um homem bom e justo, de boa fé, senhor Arcano Supremo, muito obrigada !

-De nada capitã, eu é que agradeço, em nome de nosso planeta, e nosso povo, a cooperação de vocês. Ah, você me lembra minha netinha quando tinha a sua idade...

-De nada e obrigada, senhor Arcano Supremo, o senhor deve ser um avô inesquecível para ela !Bom, agora precisamos voltar a nossa nave. Em breve voltaremos com os equipamentos !

-Serão sempre bem vindas aqui, Capitã !

 

(Por Continuar)

Episódio 5- As Piratas também sonham: Sob os desígnios da Manticora !

 

 

April continuou se esforçando. Seus braços frágeis e finos estavam doloridos, seus ombros mais ainda, suas pernas já tinham câimbras, e suas mãos estavam em carne viva.

Ela puxava e puxava, mas a corda parecia ensaboada e escorregava fácil da sua mão, até que...

Zzzzzrrrrrr !

A âncora caiu no mar e se afundou, arrastando April consigo.Ela bateu violentamente na amurada, na altura do peito, e seus seios pareceram que iam explodir, de tão violentamente prensados contra a madeira. Ela tentou apoiar os calcanhares na amurada em desespero, mas o peso da ãncora a puxou.

SPLAAASH !

-Mulher ao Mar ! Mulher ao mar !

Foi o grito que se ouviu dos mastros.

Hellen voltou correndo, acompanhada de Carmen.

A primeira puxou o cordame, mas April já tinha largado dele.

Ela tentava boiar e manter suas mãos sangrentas fora  da água, pois a dor lhe era insuportável.

Carmen pegou outra corda e a jogou para a menina.

-Segure na corda que vamos te puxar, April !

-Nãao, minhas mãos estão sangrando, eu não vou conseguir agarrá-la !

Carmen e Hellen se entreolharam atônitas- aquilo era inacreditável para elas !

-Deixa que dou um jeito nisto !

Disse Carmen, pulando da amurada para o mar. Ela abraçou April com um dos braços e com o outro pegou a corda que ela mesma tinha jogado, e agarrou-se nela.

Súbitamente viram tubarões chegando, só com suas barbatanas dorsais acima da água.

-Aaaaaaaah ! Tubarão ! Tubarão !

Gritou April em desespero.

Foi quando Long Legs  Laura chegou para ajudar Hellen. As duas puxaram a corda em um arranco e tiraram Carmen e April da água. Estavam salvas !

Foi quando June chegou, acompanhada de Juliette.

-O que está acontecendo aqui?

Hellen explicou.

June olhou feio para a filha adotiva, que baixou os olhos.

-Já agradeceu a Carmen, Hellen e Laura?

Vermelha de vergonha e em silêncio, April não teve coragem de falar nada. O olhar e o tom de voz terrível de June a fuzilavam, ela nunca tinha olhado nem berrado para ela daquela maneira, naquele tom, naquela altura, e fez que não com movimentos da cabeça.

SPLAAAAFT !

Explodiu o tapa na cara de April , que a jogou ao chão, sentada.

June nunca tinha lhe batido antes. Nem parecia a que tinha conhecido !

-Pois então levante-se ! E agradeça já ! A boa pirata é grata as demais !Isto é uma ordem, maruja !

April mal continha suas lágrimas. Ela se levantou e de olhos raros , humilhada, implorou:

-Muito...muito obrigada, Carmen, Hellen, Laura ! Por favor, me perdoem, me perdoem por minha falha....me perdoa, Capitã, por favor...

O olhar de June era de fúria!

-Cale esta maldita boca, verme ! Você não tem orgulho não, camarão  repugnante?Piratas não se prostam, nem pedem clemência !Piratas não rogam, nem suplicam por perdão !Levem-na para a solitária ! Vai passar a noite lá, sem água nem comida, como castigo !

Laura, na maior sem cerimônia, agarrou April e a carregou debaixo do braço até o porão do navio, onde havia uma cela minúscula, feita de ferros trançados, a jogou la dentro, e fechou a porta e o ferrolho,

A jaula era tão pequena, que só dava para ficar em pé, e a escuridão era total, poiso o porão não tinha janelas. Não havia como saber se era de dia ou de noite.

April chorou desabaladamente, de modo convulso. Todo o seu corpo doía, moído, mas o pior estava ainda por vir!

Ratos ! Baratas !

Podia senti-los em suas pernas , em seu corpo, andando em cima dela, e ela berrava de pavor e nojo!

Gritava e chorava sem parar, mas ninguém a ouvia, e pedia por socorro, e nada!

Foi uma noite de terror, que parecia não acabar nunca !

Quando o dia seguinte amanheceu, April estava quase sem voz de tanto gritar, e suas lágrimas tinham secado, de tanto chorar.

Long Legs Laura apareceu, abriu a porta e a tirou de lá.

April desmaiou de exasutão, caindo aos pés dela.

Recebeu pontapés e tapas e enfim acordou, toda machucada.

Laura a pegou pela gola da camisa e a colocou de pé, na marra.

-Venha ! Tem trabalho esperando por você, mandriona !

 

(Por Continuar)