sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Episódio 23-Sensibilidade de Viver:Adendos Finais




O portão da garagem foi aberto, e ela saiu de ré, e ganhou as ruas, rumo ‘a Estação ferroviária para ir buscar Asuka Tamasuki.
Acabou demorando um pouco para chegar lá, pois pegou congestionamento pesado.
No caminho, foi “conversando” com a filha, procurando distraí-la e torcendo para ela não chorar.
Mas Rina permaneceu bem comportadinha, e seus olhinhos curiosos observavam o trânsito com imensa curiosidade.
Enfim, chegaram na Estação Ferroviária, que era imensa.
Deu um pouco de trabalho para acharem uma vaga no estacionamento, mas conseguiram. O sistema de estacionamento automatizado do carro ajudou muito a encaixar o carro na vaga apertada.
Por fim, Lune desceu do carro, abriu a porta traseira  direita, depois abriu o porta malas, e pegou o carrinho de bebê, que ficava sempre no carro, por precaução.
Lune tirou a filha da cadeirinha e a colocou no carrinho de bebê , a fixou nele com o cinto de segurança, e encaixou a necessaire na parte traseira do carrinho.
Agora sim, foi conduzindo a filha até o guichê, pegou o bilhete do estacionamento, guardou na bolsa e foi até o saguão da Estação.
Uma vez dentro do enorme saguão, foi até a área de desembarque e aguardou.
Como sempre ocorre com os trens japoneses, o trem-bala, o famoso Shinkansen, chegou no horário exato.
Lune e a filha ficaram pacientemente aguardando conseguirem divisar Asuka no meio da multidão que desembarcava.
Por fim, Lune viu sua avó e acenou para ela.
As duas se encontraram e trocaram o cumprimento típico japonês, de baixar o torso.
-Lune-san ! Quanto tempo , minha netinha querida !
-Pois é, vó , um tempão !
-Não conta mais em anos, meses, dias, horas, minutos e segundos?
-Ah, vó, o tempo passou, amadureci, não é? Agora sou mãe, casada...
-É verdade, para nós os velhos, o tempo é cruel...
-O Tempo urge, o Tempo Ruge, o Tempo é fera, o Tempo não espera...
-Ah, minha netinha, eu me lembro bem quando você escreveu esta poesia, quando tinha só doze anos de idade...mas, por falar em filha, onde está ela?Onde está a tão falada Rina-chan?
-Desculpe, vó, eu estava na frente dela !Aqui está !
Lune saiu da frente do carrinho de bebê e Asuka pôde enfim vislumbrar, com seus cansados olhos, sua bisneta.
-Aaaain, mas ela é...ela é linda ! Lindíssima, encantadora !E tem os seus olhos, sua boca...lembra tanto você quando era bebê !
-Obrigada, vovó, mas deixa alguma coisa para o coitado do Takeo-kun...
--Huuum, deixa eu ver...
Asuka olhou a carinha de Rina mais de perto.
-Huuum...este narigão não é seu não...nem estas orelhas !
-Vovó !Tadinha !
-Alguma coisa ela tinha de puxar do pai, não?
-Bom, vamos indo para casa? Quer que eu ajude a senhora com suas malas?
-Eu as coloquei no carrinho, querida, deixe, você já está ocupada com a Rina-chan...
-Então vamos !
Elas mal saíram do saguão e Lune mal pagara o estacionamento, quando Rina abriu o berreiro.
-Filha!O que que foi, filhinha?
-Ela está com fome, Lune-san !
-Como a senhora sabe?
-Eu já criei gerações, eu conheço os bebês muito bem...
Lune tirou a filha do carrinho e pegou uma mamadeira já cheia e quentinha, e deu para a filha, que parou de chorar imediatamente.
-Eu não disse?
-Ah, vó, dá um desconto...sou mãe de primeira viagem...
-Vocês jovens de hoje em dia...
Elas se dirigiram ao carro, e Lune abriu as portas e colocou Rina de volta na cadeirinha, e colocou o carrinho no porta malas, já a necessaire, foi entre os bancos, no chão.
-Por que não comprou um carro japonês?Vocês moram  aqui no Japão, não na Alemanha !
-Ah, vó, o Takeo-kun é fã desta marca, ele também tem um carro desta marca !
-E você segue a cabeça de seu marido?Não tem mais opinião própria?
-Claro que tenho, vovó. Mas gostei deste carro, é muito prático, então fiquei com ele.Está vendo, ele está saindo da vaga sozinho, automaticamente !

(Por Continuar)

Episódio 61-Admirer Voyages:Peregrine !




-Entendi! Melhor organizar um grupo de reconhecimento e nos teletransportarmos para aquela nave! Alessandra, chame  a Doutora Kátia, a Rita , e a Christina para me encontrarem na sala de teletransporte!Ah, e que a Christina vá acompanhada de duas guardas ! Também chame a Cecília para assumir a Ponte de Comando ! Giselle, você fica no comando até a Cecília chegar !
-Sim, senhora, Capitã ! Disseram as duas.
Valéria se levantou de sua poltrona e tomou o elevador e foi ao deck onde ficava  a sala de teletransporte.
Não demorou e Cecília foi para a Ponte e as integrantes da missão de reconhecimento chegaram.
-Letícia, tudo pronto?
-Sistemas sempre prontos, Capitã. Já recebi as coordenadas !
-Muito bem !
-Doutora Kátia, Comandante Rita e Comandante  Christina se apresentando, Capitã !
-A vontade, senhoritas! Podem embarcar na plataforma de teletransporte !
Valéria também subiu na máquina.
-Letícia, energizar !Engatar !
A moça obedeceu sua capitã, e logo a sala se iluminou com a desintegração das tripulantes, que desapareceram, e reapareceram instantaneamente dentro da nave killerista.
-Como está escuro aqui dentro...Doutora, quais as leituras dos sensores de mão?
-Atmosfera respirável, temperatura doze graus celsius positivos, gravidade artificial funcionando a 1,085 G.
-Alguma leitura de sinal de vida , de algum tipo?
-Não, Capitã, todos mortos. Não há nenhuma forma de vida  viva a bordo.
-Bom, estamos na sala de teletransporte deles. Doutora , vá na Enfermaria deles. Rita, vasculhe a Engenharia. Christine, venha comigo para a Ponte de Comando !
Todas concordaram e obedeceram.
-A Ponte fica no mesmo deck da sala de transporte, Capitã. Temos de seguir ‘a esquerda no corredor e ir sempre em frente!
-Então vamos, Christine !
Só que o  longo corredor tinha várias portas automáticas até permitir o acesso ‘a Ponte, e logo chegaram na primeira.
-Está fechada, e não abriu!
-Deixe-me ver, Capitã...está emperrada!
-Vamos tentar abrir pelos comandos do painel...não , não adianta...
-Vou tentar manualmente, Capitã...
Christine bem que tentou, mas não conseguiu.
-Só tem um jeito, então. Regule sua pistola lazer para a potência máxima, e atire ao meu comando !
-Sim, senhora !
-Fogo !
As duas atiraram e fizeram buracos nas portas, que continuaram fechadas.
-Vamos usar de fogo contínuo,, uma de cada lado, recortando as portas !
-Sim, Capitã !
-Fogo !
Os raios foram perfurando e derretendo as porta, queimando e fazendo um corte, até que se encontraram e as portas desabaram.
-Vamos prosseguir!
Mais a frente, mais uma porta emperrada, e tiveram de recortá-la também.
E depois outra e outra e finalmente a última.Enfim chegaram na Ponte.
-Mas que sala de comando mais primitiva...parece que entramos em um museu !
-Usávamos a tecnologia destes equipamentos há umas cinco gerações de naves atrás, Capitã...
-Sim, Killeristas estão bem atrasados. Mas vamos tentar recuperar os diários de bordo deles, para saber o que raios aconteceu aqui afinal !

(Por Continuar)

Episódio 14- (Minissérie)-Eternidade !


Episodio 14: O sil~encio da Escuridão


Noite. Sólida noite, quente, abafada.Céu negro sem estrelas nem lua.Em meio ‘a treva absoluta, Mitthu encontrava-se sentado, cotovelos apoiados nas pernas, cabeça baixa.O soldado que enfrentara tantas batalhas e tinha se cansado de ver tanto sangue, que não conseguia se acostumar ao ribombar dos canhões, agora podia sentir chegar aos seus ouvidos sensíveis o mais absoluto silencio.
Nem mesmo ele sabia, mas em meio as pradarias onde estava, nem mesmo insetos matraqueavam.O ar estava absolutamente parado.
Para ele o mundo parecia que tinha parado, assim como o tempo, que não passava mais.
Deitou-se ele em meio ‘a relva macia e cruzou os braços atrás da cabeça.
Tudo estava imóvel , menos os seus pensamentos.
Gostava de ficar assim, pois quando tinha uma oportunidade de permanecer assim, não so´parecia eterno, mas tinha oportunidade de fazer algo que muito lhe satisfazia: sonhar acordado.
Nada ali havia para interferir em seus pensamentos ou invadir seu mundo de sonhos e fantasias, e nestas horas , o menor barulho poderia irrita-lo.
Mas não desta vez.
Sentia uma sensação de paz absoluta, um que de felicidade melancólica, um fio de esperança vaga, que o fazia sentir que , afinal de contas ,valia a pena viver.
Mas uma angustia o atormentava: seus pensamentos eram fugidios, seus sonhos eram fugazes,e um invadia o outro, não completava nenhum, ficava ansioso para terminar um logo para que pudesse iniciar outro sonho,mas então se debatia, pois sentia ao mesmo tempo saudades do sonho antigo.
Ficava a refletir, tentando imaginar , se um sonho pudesse sonhar, com o que sonharia?
Então veio –lhe uma sensação profunda e exasperante.Uma melancolia, uma tristeza profunda que ele não sabia de onde vinha...
Vieram-lhe a mente de velhos sonhos abandonados, mortos, sendo enterrados e ele sentia na consciência a dor deles, da extinção, do esquecimento, e começava a se indagar afinal de contas, o que e´a passagem do Tempo, o que e´ser efêmero e o que e´ser perene, e o porque.
Qual a natureza da Eternidade? Ser eterno e´estar morto, ou estar morto e´ ter sido fugaz?O que e´, e porque existe Memória?
Memórias para ele pareciam fantasmas, mortos vivos que existiam para trazer sofrimento.A crueldade da Memória para ele consistia de que os bons momentos congelados no tempo, épocas de alegria e felicidade, eram tratadas pela Memória com o mesmo descaso que os maus momentos, todos pareciam envoltos em uma espessa camada de poeira, terem ficado para trás de odo igual, e não voltariam mais, trazendo sofrimento justamente por terem sido perdidos na estrada infinita do tempo, e as mas lembranças por sua vez, por si só já traziam dor e agonia, e são desagradáveis de serem lembradas, mas a mente humana, eis que pois assim  tão intrigante, insiste em traze-las a tona com mais  freqüência e vivacidade, mais intensidade.
E Mitthu não sabia dizer a si mesmo o porque...
As velhas e boas lembranças pareciam fantasmagóricas, mortas vivas, coloridas de sépia,paradas no tempo, e as saudades que elas carregam consigo
Tornam os olhos rasos de lágrimas, a vontade de poder voltar no tempo e viver tudo aquilo de novo é tão grande, tão desesperadora, tão enlouquecedora, que se torna quase insuportável, insustentável que e´ o peso, a pressão  da impossibilidade de retornar a elas novamente.
E´ como deixar um parente  numa estação de trem e se despedir dele, sabendo que ele nunca mais voltara, mas o fantasma dele permanece na estação, junto com o fantasma do trem que o levou,e que exista uma barreira invisível de dimensões, onde fantasma e a pessoa que se lembra não podem, mas querem , se tocar. Pode-se sentir a vontade imensa de ambos de se reencontrar pessoalmente, ao vivo, outra vez, mas não se consegue.
Saudades, sofrimento, frustração, decepção, desencanto,desilusão, a quebra da esperança e´ainda mais cruel, a morte de um sonho e´o pior dos dramas, o inferno da mente já tão maltratada...
Mitthu agora estava em choro convulso, e tais pensamentos não lhe saiam da cabeça.Queria ele poder guardar todos os seus sonhos e cuidar bem deles, e não deixa-los morrer nunca, conserva-los por toda a sua própria existência.
No silencio da escuridão que agora se esvaia, a medida que o sol nascia e a luz, a intensa luz da vida novamente preenchia as campinas, e os sons dos animais retornavam céleres,ele jurou a si mesmo jamais deixar um sonho morrer novamente...

(Por Continuar)

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Episódio 22-Sensibilidade de Viver:Adendos Finais




Aflita, Lune deu a papinha e  a mamadeira para Rina o mais rápido que pôde.
Já tinha saudades do tempo em que Rina mamava em seus seios, mas seu leite já tinha secado, e agora era outra fase. No entanto, isto tinha a vantagem de tornar possível que Takeo , Ruri ou qualquer outra pessoa de confiança alimentassem sua filha e assim ela poder trabalhar sossegada. E ela sabia que sua avó estava a caminho para tomar conta dela para ela.
Mas não tinha tempo para pensar nisto agora. Ruri e Rena poderiam aparecer,  e o cheiro dela estava insuportável.
Nem sabia como explicaria o rastro deixado no chão e nos degraus da escada !
Mas sabia que teria de limpá-lo antes de Asuka chegar.
Então, depois que Rina soltou o arrotinho dela, Lune subiu as escadas quase que correndo, e chamou por Takeo no quarto dos computadores:
-Bem, dá banho nela e troque as fraldas delas e depois a coloque para dormir, por favor, eu tenho de tomar banho imediatamente !
-Pode contar comigo, querida !É para já !
Takeo pegou a bebezinha nos braços e Lune correu para o quarto do casal, trancou a porta e entrou para seu banho.
E ele então cumpriu as ordens dela direitinho. Tirou as fraldas dela, escolheu roupinhas  limpas, pegou nova fralda, colocou ela na bacia apropriada e deu o banho nela.
Rina divertia-se dando tapinhas na água e rindo de ver o pai todo molhado.
Takeo então a enxugou e a vestiu e a colocou para dormir.
Mas quem foi que disse que ela dormia?
Ela não parava deitada no berço, se sentou e começou a brincar com os cabelos da testa do pai e ria muito bagunçando seu penteado.
-Danadinha!Agora não é hora de brincar , é hora de dormir !
Rina bateu com o chocalho na testa de Takeo, e riu-se a vontade com o barulho que fez.
-Ô, menininha terrível !Filha, dorme, por favor, vai...
E olhou curiosa para os botões da camisa do pai e começou a mexer neles.
Vendo que ela não ia parar de brincar, Takeo teve uma idéia:
-Filhinha querida do meu coração, papai vai te contar uma estorinha, se chama: a Menina dos Mil Encantos: Ali eram as montanhas, e repletas de verde elas estavam.
Era naquele ambiente de maravilhosa paisagem, que vivia uma garotinha muito especial...
Ele foi contando a história e poucos minutos depois, a menina finalmente adormeceu.
Takeo beijou-lhe a testa com carinho e fez vários carinhos no rosto dela, puxou a coberta para deixa-la bem aquecida, apagou a luz, fechou a porta e saiu do quarto.
Quis entrar no quarto do casal, mas a porta estava trancada.
-Quem é?
-Sou eu, querida !
Lune destrancou a porta e Takeo encontrou sua mulher completamente nua, com a toalha nos cabelos.
Ele entrou e fechou a porta imediatamente.
-Já dei banho na Rina-chan, toquei fraldas e a coloquei para dormir.
-Que bom, querido, fico contente. Mas tenho outro favor a pedir a você. Ah, sim, a Ruri e a Rena já saíram dos quartos delas?
-Ainda não, meu bem, o que queres que eu faça?
Constrangida, Lune pediu a ele para limpar o rastro dela para ela, e terminou de falar desta maneira:
-Entendeu? Então pare de ficar olhando para minha vagina e meus peitos e vá logo antes que as duas apareçam !
-Sim, senhorita !
Takeo saiu do quarto, desceu as escadas, foi até a área de serviço , pegou produtos de limpeza, um balde com água, um rodinho , vários panos de chão e começou a trabalhar.
Ele procurou ter pressa, não queria que a esposa passasse vergonha, nem que uma criança ficasse curiosa sobre manchas do que eram aquelas.
No dia seguinte, pela manhã, Lune adiantou seu expediente e o casal e  Rina também tomaram café da manhã mais cedo do que costume.
Depois ela se arrumou com calça social bege, camisa de manga comprida branca e um blazer feminino amarelo, claro que não sem antes ter trocado as fraldas e arrumado Rina, e feito a necessaire da menininha.
-Takeo-kun, avisa minha irmã onde fui e peça para ela e Rena-chan se arrumarem. Vou buscar a vovó agora !
-Sim, querida, pode deixar !Até já !
Lune deu um selinho no marido e foi para a garagem. Colocou Rina na cadeirinha , no banco de trás de sua Mercedes Classe B, fixou a cadeirinha no isofix, colocou o sinto de segurança na filha, fechou a porta e foi para o banco do motorista.

(Por Continuar)

domingo, 17 de novembro de 2019

Episódio 60- Admirer Voyages:Peregrine !



-O que obviamente só nos deixa a opção de usarmos uma naveta  auxiliar!
-Nem precisava dizer, Rita. Bom, mas então, como faremos a aproximação da naveta auxiliar?
-Então, Capitã, eu penso que assim que estivermos mais próximas do planeta, poderemos sondá-lo com precisão e achar o ponto exato onde a Minotaurus caiu, e assim, poderemos fazer uma reentrada direta para as coordenadas da queda.
-Não será tão simples assim, Cecília. Os príons não tem apenas a capacidade de dispersar as moléculas do teletransporte, mas também de dispersar os nossos feixes de sensores.Podemos localizar o planeta, mas o que estiver abaixo da camada de íons não será visível aos sensores, e para os sensores voltarem a funcionar, teremos de ter ultrapassado a camada de íons já em plena reentrada na atmosfera. Mas daqui da nave não conseguiremos detectar nada abaixo dos príons.
-E se reentrássemos no planeta com a nossa nave, Capitã?
-Esta nave não tem capacidade de pousar em planetas, e se tornaria muito instável na atmosfera, seria inseguro, Geraldine.
-Não apenas isto, Capitã, os estudos meteorológicos indicaram, a julgar pelos reflexos acima da camada de príons, que é transparente, intensos furações com ventos de 500 km/h ou mais, na camada imediatamente inferior ‘a camada de príons, com a geração de raios elétricos com potência de terawatts. Se será perigoso para as navetas, imagine para nossa nave !
Esta é outra informação que eu não tinha, Rita.Vamos precisar então de uma pilota muito hábil!
-a Priscilla então é a escolha recomendada, Capitã !
-Tudo bem, a Priscilla irá na missão. Quem mais?
-Sugiro que vá, além dela, uma oficial de sensores, uma engenheira, uma médica, uma oficial de segurança e duas guardas, além de uma oficial de comando, Capitã.
-Tudo bem, então irei eu, a Rita, a Dra. Kátia, a Christina, a Geraldine,  a Priscilla e duas guardas.
-Capitã, com todo o respeito, sugiro que a senhora não vá. É meu dever alertá-la de que a missão é perigosa demais para arriscarmos a senhora !
-Ok, ok, Christine, a Cecília irá em meu lugar e comandarei a missão da nave. Aliás, Cecília, durante o voo da naveta auxiliar, você será a navegadora, e a comandante da missão fora da nave!
-Sim senhora, capitã !
-Muito bem. A missão será inicialmente de reconhecimento: procurar por sobreviventes lá, e caso encontrem e forem em número maior do que a naveta comporta, será organizada nova missão, desta vez de resgate. Caso não consigam se comunicar com nossa nave, suas ordens serão de voltar para cá na naveta e aqui organizaremos a missão de evacuação dos e das sobreviventes aqui na nave mesmo. Muito bem, reunião terminada, dispensadas !
Era meio dia agora e todas foram almoçar, menos Valéria, que já tinha almoçado com antecedência, então voltou para a Ponte.
-Capitã na Ponte !
Bradou Giselle, e Alessandra saiu correndo da cadeira de Valéria.
-Correu tudo bem aqui, Comandante?
-Sim, Capitã, tudo normal.
-Obrigada, Alessandra, pode voltar a seu posto e dispensar sua substituta.
-Sim, senhora.
-Capitã ! Nossos sensores acabaram de captar algo inusitado !
Disse a oficial de sensores que estava substituindo Anne Paula.
-Como inusitado?Explique !
-Uma nave killerista, capitã, um cruzador classe AdlerWaffe, a deriva, ou melhor, o que sobrou dele !
-Uma nave killerista? Aqui, em pleno espaço ksariano?Mas eles tem o próprio espaço deles...isto é inusitado mesmo!E destruída? Quem poderia ter poder para isto, se ksarianos e killeristas estão em paz há anos? E as naves xalgueanas não são páreo para as naves killeristas, isto sem falar que as naves piratas são aliadas dos killeristas...Já está em alcance visual?
-Sim, senhora !
-Na tela então, máxima magnificação !
A grande nave vermelha, de 360 metros de comprimento, portanto maior do que a Peregrine, apareceu na tela. Estava com vários rombos e amassados no casco e marcas enormes de queimado, e uma das asas estava retorcida para cima, com seu enorme disruptor destruído.
-Mas que raios...sensores, algum sinal de vida? Sobreviventes ?
-Não, Capitã, todos mortos, há inclusive corpos boiando no espaço em meio aos escombros...
-Há um rombo na parte de trás, na porção ventral, próximo aos motores de empuxo, que parece muito com o efeito de uma explosão de dentro para fora...muito estranho...

(Por Continuar)

sábado, 16 de novembro de 2019

Episódio 13- (Minissérie): Eternidade


Episodio 13 : Observação


Moro em Suburbia, e estou na sacada de meu apartamento.Aqui do alto
 não só a cidade, mas seus habitantes parecem tomar nova dimensão.
Observo a tudo, pensativo, enquanto penso em minha vida, meu passado.
Esta frio aqui fora, mas a cidade e´fria, pois falta calor humano, a cidade e´um ente próprio, desumanizada, não e´mais humana, nasceu como obra humana,
Mas transformou-se em um monstro autônomo, escravizando a si mesma, cidadãos que a compõem.
Daqui de cima tudo é gigantesco, desproporcional, o céu sem estrelas adquire uma amplidão que não se vê no campo, amplidão que se traduz em pressão sobre as pessoas  infinitesimalmente minúsculas perto da megalomania metropolitana.A cidade  e´a expressão  clara da Ambição e dos Vícios Humanos, potenciados ‘a  proporções desumanas, monstruosas.
A monumentalidade desta visão da´ também ao meu passado, e a minha vida, uma outra dimensão.
Penso em tudo o que se transformou em minha vida recentemente, e na busca que há anos empreendo por alguém bela de coração e alma, sensível, capaz de amar de verdade, na mesma proporção que eu sei que sou capaz, e penso no meu passado antes de me mudar do interior para a grande Suburbia,onde encontrei a realização profissional e a felicidade material que sempre quis, mas isto passa a não significar quase nada diante da falta da realização afetiva.
Todos me dizem sempre:
-Adrhuu, não procure mais, quando menos você esperar, a pessoa certa ira te encontrar!
Mas estas  pessoas se esquecem de que elas são casadas ou tem alguém para namorar, esquecem que elas tem alguém que as receba quando chegam cansadas do trabalho com um beijo e um abraço carinhoso, e eu não...
Então fica fácil procurar consolar e dar esperanças,mas não é isto que vai trazer até a mim a pessoa que procuro.
Olho pela janela e os prédios ‘a volta do meu, e eles bloqueiam boa parte do horizonte,assim como a falta de perspectiva que vejo em meu horizonte conturbado.O céu carregado reflete o estado permanente de tristeza e desanimo que tem sido meus companheiros nos últimos meses, antes mesmo de eu chegar aqui, mas que aqui se intensificou.
A neblina fina que acompanha a chuva e reveste a poluição que torna o céu assim tão pesado e´misteriosa e nebulosa como meu futuro afetivo, não consigo ver nenhum ‘a minha frente...
O vazio do frio impessoal da metrópole reflete a frieza , a falta de calor humano e de sensibilidade das pessoas que andam pelas ruas,grita para mim denunciando meu próprio vazio pessoal, não ter a quem beijar, acariciar, afagar, abraçar,o apartamento solitário como minha vida, espelha a dor de saber que nem sempre fui assim, de que já fui melhor antes, de que já tive conquistas afetivas importantes no meu passado, e me faz pensar o que esta acontecendo comigo, o que mudou e porque mudou, pois se um dia consegui vencer com meu próprio esforço minha excessiva timidez e isolamento que sempre me acompanharam a vida toda, e consegui por três vezes namorar,por que agora não? Qual a formula que usei? Como consegui isto na época?
Ou foi só uma época que passou e não ira nunca mais voltar, reservando a mim um destino de eterna solidão?
Esperanças e sonhos sempre foram coisas muito caras a mim, que sempre pratiquei muito, mas o que são eles agora?
Não há´uma base em cima da qual eu possa fundear minhas esperanças e não há´sequer com quem sonhar.
Aquela que procuro não tem rosto, não tem nome, não tem nada, é absolutamente indefinida.Nem mesmo sei se ela existe, e´apenas um sonho distante, que a cada dia se torna mais e mais distante.
Sigo observando a mim mesmo, as pessoas, a vida, a cidade, em busca das respostas, sem esperança de encontra-las, só mais um a olhar por uma das sacadas de um dos andares de um dos prédios de uma das ruas de um dos bairros da cidade...

(Por Continuar)