O
portão da garagem foi aberto, e ela saiu de ré, e ganhou as ruas, rumo ‘a Estação
ferroviária para ir buscar Asuka Tamasuki.
Acabou
demorando um pouco para chegar lá, pois pegou congestionamento pesado.
No
caminho, foi “conversando” com a filha, procurando distraí-la e torcendo para
ela não chorar.
Mas
Rina permaneceu bem comportadinha, e seus olhinhos curiosos observavam o trânsito
com imensa curiosidade.
Enfim,
chegaram na Estação Ferroviária, que era imensa.
Deu
um pouco de trabalho para acharem uma vaga no estacionamento, mas conseguiram. O
sistema de estacionamento automatizado do carro ajudou muito a encaixar o carro
na vaga apertada.
Por
fim, Lune desceu do carro, abriu a porta traseira direita, depois abriu o porta malas, e pegou
o carrinho de bebê, que ficava sempre no carro, por precaução.
Lune
tirou a filha da cadeirinha e a colocou no carrinho de bebê , a fixou nele com
o cinto de segurança, e encaixou a necessaire na parte traseira do carrinho.
Agora
sim, foi conduzindo a filha até o guichê, pegou o bilhete do estacionamento,
guardou na bolsa e foi até o saguão da Estação.
Uma
vez dentro do enorme saguão, foi até a área de desembarque e aguardou.
Como
sempre ocorre com os trens japoneses, o trem-bala, o famoso Shinkansen, chegou
no horário exato.
Lune
e a filha ficaram pacientemente aguardando conseguirem divisar Asuka no meio da
multidão que desembarcava.
Por
fim, Lune viu sua avó e acenou para ela.
As
duas se encontraram e trocaram o cumprimento típico japonês, de baixar o torso.
-Lune-san
! Quanto tempo , minha netinha querida !
-Pois
é, vó , um tempão !
-Não
conta mais em anos, meses, dias, horas, minutos e segundos?
-Ah,
vó, o tempo passou, amadureci, não é? Agora sou mãe, casada...
-É
verdade, para nós os velhos, o tempo é cruel...
-O
Tempo urge, o Tempo Ruge, o Tempo é fera, o Tempo não espera...
-Ah,
minha netinha, eu me lembro bem quando você escreveu esta poesia, quando tinha
só doze anos de idade...mas, por falar em filha, onde está ela?Onde está a tão
falada Rina-chan?
-Desculpe,
vó, eu estava na frente dela !Aqui está !
Lune
saiu da frente do carrinho de bebê e Asuka pôde enfim vislumbrar, com seus
cansados olhos, sua bisneta.
-Aaaain,
mas ela é...ela é linda ! Lindíssima, encantadora !E tem os seus olhos, sua
boca...lembra tanto você quando era bebê !
-Obrigada,
vovó, mas deixa alguma coisa para o coitado do Takeo-kun...
--Huuum,
deixa eu ver...
Asuka
olhou a carinha de Rina mais de perto.
-Huuum...este
narigão não é seu não...nem estas orelhas !
-Vovó
!Tadinha !
-Alguma
coisa ela tinha de puxar do pai, não?
-Bom,
vamos indo para casa? Quer que eu ajude a senhora com suas malas?
-Eu
as coloquei no carrinho, querida, deixe, você já está ocupada com a
Rina-chan...
-Então
vamos !
Elas
mal saíram do saguão e Lune mal pagara o estacionamento, quando Rina abriu o
berreiro.
-Filha!O
que que foi, filhinha?
-Ela
está com fome, Lune-san !
-Como
a senhora sabe?
-Eu
já criei gerações, eu conheço os bebês muito bem...
Lune
tirou a filha do carrinho e pegou uma mamadeira já cheia e quentinha, e deu
para a filha, que parou de chorar imediatamente.
-Eu
não disse?
-Ah,
vó, dá um desconto...sou mãe de primeira viagem...
-Vocês
jovens de hoje em dia...
Elas
se dirigiram ao carro, e Lune abriu as portas e colocou Rina de volta na
cadeirinha, e colocou o carrinho no porta malas, já a necessaire, foi entre os
bancos, no chão.
-Por
que não comprou um carro japonês?Vocês moram aqui no Japão, não na Alemanha !
-Ah,
vó, o Takeo-kun é fã desta marca, ele também tem um carro desta marca !
-E
você segue a cabeça de seu marido?Não tem mais opinião própria?
-Claro
que tenho, vovó. Mas gostei deste carro, é muito prático, então fiquei com ele.Está
vendo, ele está saindo da vaga sozinho, automaticamente !
(Por Continuar)