domingo, 19 de janeiro de 2020

Episódio 26- Sensibilidade de Viver:Adendos Finais



No dia anterior ‘a noite, Lune já tinha avisado sua chefe de que ia voltar ao trabalho no dia seguinte.
Assim, de manhã bem cedo, acordou ainda antes de Takeo, e, para sua surpresa, o café da manhã já tinha sido preparado por Asuka. Não era o desjejum que ela estava acostumada, mas o típico café da manhã japonês tradicional: chá, peixe frito, lula grelhada e arroz.
Ela se aproveitou que sua avó tinha saído da cozinha para ir cuidar de Rina, e tomou seu desjejum apressadamente,  subiu, se trocou correndo, passou um batom, se perfumou, se penteou de qualquer jeito, pegou seu celular, sua bolsa, se vestiu com suas roupas corporativas e desceu as escadas voando.
Pegou seu carro e saiu a toda velocidade, para a estação de trem.
Lá, colocou seu carro no estacionamento e tomou o trem para seu trabalho.
Não demorou, chegou na cidade, pegou um táxi e desceu na Universidade onde trabalhada, toda esbaforida, mal tendo fôlego, para não chegar atrasada. E , de fato, chegou pontualmente um minuto adiantada na sala de reuniões.
Porém, estava estranhamente tudo escuro e vazio de gente.Ela acendeu a luz e....
-SURPRESA !
Bradaram suas colegas e sua chefe, sorridentes !O clima era de festa !
-Bem vinda !
Disseram elas em uníssono, e fizeram o tradicional cumprimento japonês, inclinando seus torsos.
Ela respondeu sorrindo, com o mesmo cumprimento, e com lágrimas nos olhos ! Se sentia tremendamente querida e feliz !
Foi então que a reunião formal começou e sua substituta temporária se despediu dela e transmitiu o cargo oficialmente.
Mais um dia de trabalho  começava na vida de Lune, que o adorava !
Enquanto isto, Takeo também estava na correria,
Se trocou rapidamente, mas não teve chance de escapar de conversar com Asuka, que exigiu que ele desse um beijinho de bom dia em sua filha.
-E a Lune-san?
-Ela já foi para o trabalho, Takeo-san, e você, não vai não?
-Meu expediente começa as oito, Asuka-sempai.Ao contrário da Lune, trabalho na mesma cidade em que moro, e o trabalho é perto!
-Huum...que empresa é esta que começa o expediente tão tarde?
-Trabalho para o meu sogro, na editora dele, sou desenhista chefe lá.E gerente também, acumulo os dois cargos...
-Está explicado, aquele Kazuo-san sempre foi um preguiçoso, sempre falei para a Momiji-san, procure alguém mais promissor, arte não dá dinheiro...
-Mas ele conseguiu sustentar uma família e eu estou ajudando a sustentar também, Asuka-sempai...
-Se você ganhasse bem, a Lune-san não precisaria trabalhar , Takeo-san ! Sua sorte é ter um pai rico que te socorre quando precisa !Nós da família Tamasuki nunca tivemos tal privilégio...
-Ahaaam, já acabei meu café da manhã e preciso ir trabalhar, Asuka-sempai, com licença...
-Ah, homens fracos de hoje em dia, não sustentam nem uma conversinha com uma senhora como eu... vai, vai logo então , anda !Takeo saiu correndo, levando suas coisas.
Respirou aliviado quando já estava dentro do seu carro.Não sabia até quando ia suportar as broncas da avó de Lune!
Ele abriu o portão da garagem, deu a partida e saiu.
O seu trabalho não ficava a mais do que um kilômetro e meio de distância, daria até para ir a pé, se quisesse, mas , comodista, preferia ir de carro.
Chegou, estacionou e entrou no estúdio.
Lá não tinha festa, e foi recebido friamente.
Conversou rapidamente com Kazuo, respondeu sobre Lune e Rina e sobre Ruri também. Depois Kazuo o atualizou sobre o andamento dos trabalhos e o mandou diretamente para a mesa de desenhos.
O dia se passou tranquilo, e quando o expediente terminou, ele pegou sua Mercedes para voltar para casa.
Porém, no meio do caminho, o transito estava parado pela Polícia.
Um assalto a banco estava acontecendo: era uma quadrilha de imigrantes chineses pesadamente armada com armas russas, e que fugia da polícia.
O Mitsubishi Lancer Evolution dos bandidos passou correndo, com dois bandidos atirando de pistolas automáticas de grosso calibre, com os Nissans da Polícia em seu encalço.
Porém, a fatalidade:
O cão de um transeunte que assistia atrás do cordão de isolamento escapou da coleira e fugiu, atravessando a avenida.
O carro dos bandidos nem freou, e a atropelou o animal e passou por cima. Mas a dura suspensão esportiva  deu um tremendo solavanco enquanto os bandidos atiravam, e um dos tiros veio na direção de Takeo!
A bala atravessou o parabrisas e atingiu o olho esquerdo  de Takeo, mas ao entrar, para sua sorte, subitamente se desviou e não entrou no cérebro, saindo pela lateral do crânio e saindo pelo vidro do motorista, indo alojar-se em um poste!
Takeo deu um grito de dor, e ao colocar a mão sobre o olho, ela ficou ensanguentada.
De repente , o carro foi cercado de gente e policiais chegaram.
Uma ambulância foi chamada imediatamente e ele foi levado ao hospital.
Não demorou, e Lune recebeu talvez o mais terrível telefonema de sua vida !

(Por Continuar)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Episódio 64- Admirer Voyages: Peregrine !


  
No dia seguinte, pela manhã, Valéria foi acordada por uma comunicação de Cecília:
-Capitã?
-Sim, Cecília,uaaaaah!Pode...pode falar !
-Desculpe acordá-la as seis da manhã, Capitã é que já estamos chegando ao sistema Hydra...
-Nem precisa completar ! Eu só vou me trocar e já vou aí na Ponte !
-Sim, senhora, Capitã !
E Cecília desligou.
Valéria então se levantou. Tinha dormido completamente nua como sempre e se vestiu correndo. Saiu  de seus aposentos e foi para o elevador. Dali a pouco...
-Capitã na Ponte !
Bradou Giselle.
-Á vontade !Já avistaram o Planetóide?
-Sim, Capitã, ele já está nos sensores, vai estar em alcance visual em dez minutos!
-Obrigada, Anne Paula !Thaís e Priscilla, sair da velocidade Zarp, diminuir para veia velocidade de empuxo sub luz, e ao chegarmos ao alcance, estabelecer órbita padrão em volta do planetoide!
-Sim, senhora, Capitã !
-Cecília, os sensores já encontraram a Minotaurus?
-Ainda não, Capitã, mas a Anne Paula já está esquadrinhando o planetoide daqui mesmo.
-Acho que em um corpo celeste tão pequeno, esta busca não demorará muito...
-Permissão para falar livremente, Capitã !
-Pois não, Anee Paula...
-Não será tão fácil quanto a Imediata está supondo, há forte interferência nos sensores atrapalhando a busca !
-Advinda de onde, Anne Paula, da atmosfera?
-Sim, Capitã, são os príons superconcentrados. Eles estão absorvendo parte das emissões dos sensores, tornando a leitura bastante imprecisa.
-Tinha-me esquecido dos príons. Mas normalmente eles não costumam interferir nos sensores...
-Mas estes, não sei por quê, interferem, Capitã !
-Então investigue o por quê, oras !
-Sim, senhora, Capitã !
-Alessandra, chame a Tenente Comandante Geraldine aqui para a Ponte, imediatamente !
-Sim, Capitã !
Não demorou muito e...
-Tenente Comandante Geraldine se apresentando, Capitã !
-Á vontade ! Suas ordens são de ajudar  a Anne Paula no posto dos Sensores. Enquanto ela pesquisa por que os príons estão interferindo nos sensores, você ira fazer a varredura no Planetóide, pois já estamos quase chegando nele agora !
-Sim, Capitã, imediatamente, senhora !
-Planetóide já em alcance visual, Capitã !
-Muito bom, Thaís ! Na tela, então !
Thaís obedeceu, e o Planetóide apareceu no telão.
-Uuuuh, que lindo ! É turquesa ! Como é brilhante !
-Sim, Cecília, um tom entre o verde e o azul, muito bonito, de fato! Thaís, Priscilla, estabelecer órbita padrão. Velocidade de órbita !
-Sim, senhora, Capitã !

Geraldine via extasiada, ao tirar os olhos da tela do console de sensores por um momento. Temendo ser repreendida, voltou para sua função.
-Leituras, Geraldine ! Já conseguiu localizar a Minotaurus?
-Ainda não, Capitã, talvez esteja enterrada abaixo do solo, as leituras ainda são muito imprecisas.
-Dispare uma sonda  de sensores  de superfície, Giselle !
-Sim, senhora, Capitã !
A sonda foi disparada. Ela entrou na atmosfera do planetoide e pousou no hemisfério norte, no lado ocidental do planeta, enterrando suas garras de atracação no solo para se firmar e começar a transmitir.
-Já estamos recebendo informações da sonda de superfície, Geraldine?
-Sim, Capitã, mas até agora ela só mostrou uma superfície gelada e irregular e o céu turquesa. Mas o alcance dela é baixo, ela só mostra dados de um raio de cinco quilômetros em todas as direções.
-Não era para ser dez vezes esta distância?
-Sim, Capitã, mas novamente, temos a distorção causada pelos príons. Na verdade, o computador dos sensores está corrigindo a difração de imagem  o melhor que pode...
-Entendi, Geraldine. Algum resultado sobre a interferência dos príons nos sensores, Anne Paula?
-Capitã, descobri que esta interferência tem um padrão que se repete em ciclos fixos...
-Então não é natural, é alguma coisa artificial, produzida por alguma inteligência alienígena...
Disse Valéria.
-Poderia ser uma interferência dos instrumentos da Minotaurus, que, avariada, poderia estar emitindo estes padrões!
-Boa idéia, Cecília ! Anne Paula, verifique que este padrão se encaixa em algum conhecido, pode ser um código de comunicação, um pedido de socorro, ou pode ser uma emissão aleatória da Minotaurus !
-Sim, Capitã, estou investigando !

(Por Continuar)

Episódio 17 (Minissérie)-Eternidade !


Episodio 17: Jubilo


Dez anos tinham –se passado desde que Rikku encontrara Voihuu nas planícies.Agora uma adolescente de corpo esguio, atlético , bem proporcionado e bem delineado, permanecia pensativa a beira do Lago que lhe emprestara o nome.O espelho d ‘água refletia seus  longos cabelos ruivos dançando ao ritmo da brisa e o brilho de seus olhos de um castanho brilhante e profundo,denso como mel.
Seus velhos pais já haviam falecido e ela agora estava sozinha no mundo.
Havia muito que seus pais lhe contavam sobre a tirania do Império e as crueldades do Imperador, e dos perigos de aventurar-se para longe das já tão familiares planícies.
Mas agora livre, ela decidiu que era hora de partir, e ela nem mesmo sabia para onde.Estabelesceu como meta  ir sempre para o oeste, e não fez qualquer questionamento a respeito de logística. Simplesmente partiu com a roupa do corpo e sumiu no horizonte.
Atravessou as campinas, a floresta, as montanhas, novas campinas, sempre em frente, ate´que encontrou uma movimentada rodovia, então seguiu-a e chegou ‘a Capital, Suburbia.Tinham sido três dias de viagem, e agora ela perambulava pelas ruas movimentadas.
Como nunca estivera na cidade na vida, atravessava as ruas sem olhar, nem prestar atenção aos sinais luminosos que organizavam o transito de pessoas e veículos. Estes, freavam com fúria, e seus ocupantes, estressados pela vida urbana reagiam com agressividade verbal.Mas ela simplesmente parecia não escuta-los. Entao chegou ao parque da cidade e sentou-se em um banquinho.
-Ola´! Bom dia! Parece que hoje todas as pessoas resolveram sentar-se nos bancos do parque...mas no seu banco ainda há´um lugar vago.Posso me sentar ao seu lado?
Quem perguntava era uma moça que aparentava trinta e poucos anos, muito bela e conservada,loira de cabelos longos e muito lisos e belos olhos  verdes de brilho intenso.
-Pode.
-Obrigada.Meu nome e´Uthuu.  E você, como se chama?
-Que importância tem meu nome?Porque esta necessidade que as pessoas tem de ter uma identificação?
-Porque, mocinha ,ninguém quer ser igual a ninguém.As pessoas não querem ser confundidas umas com as outras.
-E qual o problema de sermos confundidas uma com a outra?
-Nos não somos iguais. Não nascemos da mesma mãe, não vivemos as mesmas vidas, não pensamos  de modo igual , cada pessoa e´única.
-Boa resposta. Você me deu agora uma boa razão para eu te dizer meu nome.Eu me chamo Rikku.
-Prazer em conhece-la, Rikku.
-Porque sentes prazer em me conhecer? Qual o bem que eu lhe fiz?
-Nossa, você faz cada pergunta...que gênio! Apenas quero dizer que achei agradável a sua compania.
-Minha compania ser agradável nada tem a ver com você ter prazer em me conhecer.Prazer e´uma sensação  que se tem ao saborear algo de bom sabor, ou, em outro sentido,uma sensação de êxtase sexual.Como não sou nenhuma refeição,posso presumir então que você tenha se sentido sexualmente atraída por mim?
Uthuu corou num átimo, e a vergonha esta estampada em sua face, sua desorientação era evidente, e o constrangimento era indisfarçável.
Depois de muito esforço, se recompôs e disse, em tom baixo:
-Peça-me desculpas por sua grosseria.
-Voce ainda não me respondeu, Uthuu.
Antes rubra de vergonha, a face da moça agora estava rubra de cólera:
-Eu não tenho nem tive nunca relações sexuais com outras mulheres! Se você e´dessas, saia já daqui e me deixe em paz! E me peça desculpas, eu exijo, agora! Nunca fui tão humilhada em toda a minha vida!
-Eu nunca tive relação sexual alguma, nem com homens, mulheres ou animais.E não estou interessada em ter com você.Mas não vejo porque me desculpar. Mas ao menos obtive uma resposta. Você não esta interessada em mim no sentido sexual. Então, continuo sem saber por que sentes prazer em me conhecer.Nao posso sair daqui porque foi você quem sentou no meu banco.
-Não sinto mais! Fique com seu maldito banco, sua doida! Para mim já chega!
Lagrimas começaram a brotar dos olhos de Uthuu.
Então, num relance, um ladrão passou correndo em frente as duas e roubou a bolsa de Uthuu, que, pega de surpresa, gritou.
Sem nem pensar, Rikku levantou-se do banco e começou a correr atrás do bandido.Para a surpresa deste, ela corria mais que ele, tinha mais fôlego e mais agilidade junto aos buracos e obstáculos. Ela logo o alcançou e o derrubou.Ele sacou uma faca e a ameaçou. Ela desviou-se dos golpes com reflexos incrivelmente rápidos, e podia prever a direção do próximo golpe quando este estava apenas se iniciando.O ladrão recebeu um soco certeiro no estomago  que o fez verter sangue pela boca . Um segundo golpe o fez desmaiar.
Logo Uthuu estava chegando e Rikku devolveu a bolsa a ela.
-Nossa, como você e´forte! Ele tem o dobro do seu tamanho e você o derrubou com tanta facilidade! Muito obrigada!
-Não precisa me agradecer, Uthuu.O importante e´que sua bolsa esta salva.
-Ninguem pode dizer que esta salva aqui, mocinhas!Voce derrubou o nosso colega aqui, e agora nos vamos estuprar e bater em vocês duas, depois mata-las!
A quadrilha do ladrão as cercaram. Armados de pistolas lazer e facas, eles eram feios brutamontes que não pareciam nada piedosos.
Uthuu tremia ate´seus joelhos baterem um no outro.
Rikku parecia inabalada.
-Quem disse que eu vou deixar?Podem vir vocês todos, já que querem luta, vão apanhar muito hoje!
Rikku, depois de dizer isto,dirigiu ao chefe da quadrilha um olhar tão férreo e determinado que assustou a própria Uthuu.
“Ela não pode ser humana! De onde tira tanta força?”Pensava Uthuu.
Rikku era uma mulher de ação, e logo foi para cima do chefe da quadrilha.
Ela saltava com velocidade, chutava muito alto e forte,e não se deixava pegar por ninguém, parecia lisa como peixe.Quando o chefe deu por si, estava com o queixo e o nariz quebrados e quatro costelas fraturadas.Ela bateu tanto nele que o restante da quadrilha se assustou, achando que ela fosse algum ser sobrenatural, e se debandou, fugindo correndo,levando o chefe e o ladrão consigo.
-Rikku! Você salvou a minha vida! Como...como eu posso te agradecer?
Os olhos de Uthuu estavam rasos e ela a abraçou forte.
Rikku, tão forte e valente que era, agora chorava também.
-Desculpe. Desculpe-me , Uthuu.Me perdoa por ter te ofendido...
Comovida, Uthuu, so´a abraçou mais forte ainda, e seu choro se intensificou.
Nascia ali uma intensa e tocante  amizade.
Quando finalmente as lagrimas cessaram de cair,Uthuu, que era bem mais alta que Rikku, dirigiu a palavra a sua nova amiga:
-Mas que baixinha valente que você e´! Parece tão miúda, mas tem tanta força! De onde sai esta força toda?Voce e´tao musculosa, tão atlética,deve ter feito muita ginástica...
-Eu nasci e cresci nas campinas, Uthuu. Brincando entre os animais, caçando,cavalgando Giganoterios,defendendo minha vida de predadores, sempre sozinha, adquiri reflexos e músculos que as pessoas na cidade jamais conseguiriam ter. Ar livre, puro, água fresca, carne rija da vida dura da Natureza, sou uma mulher natural.E´a primeira vez que venho ‘a cidade.
Uthuu estava espantada.
-Rikku, me ensina a lutar deste jeito?Eu queria tanto saber me defender...
-Estas coisas não se aprende, se pratica.Observe quando eu me exercitar, poderá ser valioso para você.Mas nunca terás minha habilidade e meus reflexos, nem minha força, se você não viver um tempo nas planícies.Mas sabe o que me incomoda no momento? Meus cabelos.
-Eles são tão ruivos, tão lindos...parecem de fogo! Pelo visto você nunca os cortou, já que estão quase na altura dos joelhos.Se quiser, eu os corto para você.Venha para minha casa, vou te ajudar.
Uthuu levou-a para o apartamento dela. La chegando:
-Voce mora sozinha aqui, Uthuu?
-Hoje em dia sim. Fazem alguns meses meu marido desapareceu. Ele era guarda no parque, e foi perseguir um bando de desordeiros a noite, e nunca mais voltou.Os policiais acham que os bandidos devem te-lo matado, mas ninguém nunca achou o corpo.Sente-se nesta cadeira, Rikku.Em que altura você quer que eu corte seus cabelos?
-Na altura dos ombros, por favor.O que e´a Policia?
-São homens  fardados que tem como obrigação combater os bandidos.
-As, como os soldados do Império, então.
-E´, mais ou menos, ele também servem o Imperador.Rikku, quero que você tome um banho, você esta tão suada, não deve tomar banho há´semanas! Vamos tirar estes trapos que você veste, vou lhe emprestar uma roupa  bonita.Ah, desde que meu marido desapareceu, tenho tido que fazer tanta economia, a pensão que ele me deixou não e´das maiores.
Quando terminou, o corte do cabelo de Rikku estava no estilo chanel, com uma discreta franja,na altura dos ombros.Entao Uthuu a levou ao banheiro, preparou  a banheira, e Rikku se despiu, exibindo seu corpo maravilhoso.
-Nossa, você não tem uma barriguinha, e´tao lisa...quem me dera ter um corpo destes ! Disse espantada, Uthuu.
-Acho que você tem atração sexual por mim sim!
Uthuu corou novamente.
-Para com isto, sua depravada! Entra logo neste banho! Vou preparar uma refeição para nos !Que mania, a sua!
Quando Rikku terminou o banho, Uthuu a levou ao quarto dela para escolher uma roupa para sua amiga vestir.
-Escolha o que quiser, Rikku.Embora eu seja mais alta que você,acho que temos mais ou menos as mesmas medidas de quadris e busto, então acho que minhas roupas vão servir.
Rikku, para espanto da amiga, escolheu uma lingiere extremamente decotada, so´a parte de baixo, e um collant tipo maio inteiriço, e uma saia rodada e solta.O collant tinha um decote enorme na altura dos seios, coberto por uma transparência.O collant era cor de rosa bem claro, e a saia,branca.Ela vestiu primeiro a lingiere, depois a saia, e então vestiu o collant por cima da saia.
-Nossa, mas que roupa mais esquisita você escolheu, Rikku! Voce não fica com vergonha de usar um decote deste tamanho?
-Não. Estou acostumada a correr nua pelas planícies. E não me importo que os homens vejam meu corpo.Meu corpo um dia envelhecera, mas minha essência, será perene ate´a minha morte, e esta, que e´a que considero realmente importante e intima, não será jamais revelada. O que os homens vêem e´apenas a minha superfície, e se eles se contentam com tão pouco assim, eles e´quem são limitados.
-Nossa nunca tinha pensado por este lado...voce tem toda a razão!
Rikku foi ate´a sacada do apartamento e então chamou por Uthuu:
-O que estará acontecendo? Há´uma enorme multidão do outro lado da rua...
-Encrenca! Aquele prédio e´ocupado por pessoas pobres, que não tem onde morar, e não podem pagar por um aluguel,pois não tem nem o que comer,e a policia esta invadindo para expulsa-los de la! Ei, espere ai, estão chegando veículos militares agora!
Logo soou o megafone dos militares :
-Aqui e´o Comandante das Tropas Imperiais falando! Este prédio foi declarado pelo Imperador como um antro de Revoltosos subversivos. Todos os moradores devem sair de mãos para o alto e se dirigir ao Veiculo de Aprisionamento Provisório, Agora!
-Oh, não, Rikku! Quem e´preso pelo Império nunca mais volta! Dizem que torturam os presos ate´a morte! Coitados...
-Entao temos de ir la defende-los, Uthuu.
-Voce ficou louca? Eles vão mata-la!
-Não conte com isto! Disse , confiante, Rikku, piscando o olho para a amiga.
Uthhu, ao ver a amiga sair pela porta e pegar o elevador, terminou de vestir o shorts decotado e a blusa de alçinhas que estava vestindo e saiu correndo atrás dela.
La fora, o caos era total. Os revoltosos começaram a atirar contra os soldados, que responderam na mesma medida.Guerra campal na Suburbia.
Rikku alcançou a rua, e deparou-se com o cordão de isolamento.Havia tiros e bombas de gases para todo lado, e o tiroteio das armas lazer ribombava por toda a parte.Ela não se intimidou, e saltou com agilidade por sobre os soldados do cordão de isolamento e  começou a atacar os soldados com seus próprios punhos.
Uthuu chegou e ficou assistindo a tudo, assustada.Sentia que precisava fazer alguma coisa, mas sentia-se impotente. Não tinha a mesma coragem e determinação de sua amiga, nem a força , reflexos e agilidade desta, que lutava com maestria, e já tinha colocado cinco soldados fora de combate.
Então ela viu-se a frente do Comandante da Tropa.
-Entao você e´quem quer prender e matar estas pessoas pobres, não e´?Pois vai levar uma surra!
-Como e´que e´, mocinha? Eu não preciso escutar bobagens de uma revoltosa como você!
O Comandante era um brutamontes de mais de dois metros de altura e mais de cento e vinte kilos de puro músculo.
Ela lutou bravamente, e era mais rápida nos golpes do que ele,mas então um único golpe acertou-lhe o estomago com muita força, a ponto de ela expelir sangue pela boca e cair de costas no chão.Ele desenbainhou sua espada para mata-la,enquanto ela, ainda tonta, tentava se refazer do golpe.
-Rikkuuuuuuuuuuuuu! Naaaaaaaaaaaaaaooooooo!
Em desespero, e as lagrimas, Uthuu gritou, e saltou para interpor-se entre a espada e a amiga, disposta a dar a vida por ela.
-Saia daí, mocinha, senão morrera´junto com sua amiga!
-Não! Ela esta aqui defendendo uma causa justa!Todo este povo aqui esta lutando por ter onde morar e o que comer e não e´justo vocês os expulsarem daqui!
A turba dos revoltosos notou o que acontecia, e voltaram a sua atenção para as meninas.
-Se uma garota pequena como esta e´capaz de lutar tanto para defende-los,
vocês todos aqui são muito mais capazes também!Voces que estão depois do cordão de isolamento so´assistindo, vamos todos nos lutar pelo que e´nosso, por nossas vidas, nossa liberdade!Nos somos muito mais gente do que eles, chega de torturas, prisões e mortes!Que caia o Império!
Uma chama de revolta tomou conta da população que assistia,e foi então que a tropa imperial se viu cercada por todos os lados. De atacante, passou a ser a atacada.
A batalha se iniciou , célere.Uma espada caiu na mão de Uthuu, que mesmo sem saber manejar direito, colocou-se a lutar bravamente.
Rikku já recuperada, logo se colocou em posição de liderança, e de posse de uma espada dada-lhe pelo povo, lutou com afinco.
Logo as tropas se viram em inferioridade numérica de cinqüenta para um,e foi trucidada pela população revoltada. O ultimo a cair morto  foi o Comandante,cuja cabeça foi decepada pela espada de Rikku.
-Aqui esta a cabeça do nosso algoz! Nos conseguimos derrotar uma tropa inteira! E se continuarmos assim,podemos ter em nossas mãos, a cabeça do Imperador!Entao, vamos continuar lutando! So´o povo pode libertar o próprio povo!Vitoriaaaaaaaaaaa!
Todo o povo bradou em uníssono:
-Vitoriaaaaaaaaaa!
Corria ali um sentimento , uma atmosfera de sonho, de liberdade, de poder,
E o povo comemorava  comovido, como que saboreando a vitória maior antes do tempo. Uma semente estava plantada.
Rikku sentia uma imensa alegria. Parecia ter encontrado finalmente um objetivo, um propósito.Gostava de se sentir assim, estava eufórica.
Mas Uthuu não compartilhava deste  mesmo jubilo.
   Pensava na responsabilidade de seu ato, e no que estaria por vir, pensava em como sua vida mudaria radicalmente dali para a frente, e todas as conseqüências que teria de enfrentar.
Mas agora não haveria mais volta. As duas estariam para sempre ligadas aos revoltosos e não poderiam mais se inserir na sociedade.
Mas Rikku era neste ponto absolutamente ingênua,vivia a ocasião, e nunca se preocupava com o futuro, então era irresponsável e inconseqüente.
Uthuu sentia calafrios e tinha maus pressentimentos, sentia que algo muito ruim estava para acontecer....

 (Por Continuar)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Episódio 63- Admirer Voyages: Peregrine !



O resultado foi o esperado: as células pareciam ter inchado e explodido e depois voltado ao tamanho normal  de modo explosivamente rápido!
-Mas que raios causou isto?
Kátia se perguntou, atônita.
Ao investigar os computadores médicos, estes estavam com todos os seus bancos de dados destruídos. Era intrigante !
Neste meio tempo, Valéria chamou por Rita:
-Venha  se encontrar conosco imediatamente. Precisamos de seu sensor de mão com tradutor universal acoplado !
-Infelizmente ele está inútil, Capitã ! Mas estou a caminho !
-Como  assim, inútil?
Rita explicou o acontecido.
-Muito estranho mesmo !Bom, de qualquer modo, volte para cá !Não estou gostando disto !
-Sim, senhora, Capitã !
Súbitamente, gritos de mulher ecoaram pela nave !
-Aaaaaaaah !
-As guardas !Sumiram !
-Estou vendo, Christine !Realmente não estou gostando do que está acontecendo aqui! Vou chamar a Dra. Kátia de volta !
E chamou, e a doutora veio correndo, esbaforida.
-Capitã, vamos dar o fora daqui ! Esta nave está me dando arrepios !
-A mim também, doutora. Creio que certos segredos devem ser  mantidos sem solução mesmo ! Letícia, transporte de emergência !
Nada de resposta.
-Letícia? Cecília?Alguém?
Ninguém respondeu.
Rita pegou o comunicador.
-Circuitos fundidos. E o meu também !

-Então estamos sem comunicação com a nave! Como vamos sair daqui ?
-Nada de pãnico, doutora ! Calma !
Disse Valéria.
-Capitã, as naves killeristas sempre transportavam navetas, que tal irmos até o hangar e pegarmos uma para voltarmos?
-Boa idéia, Rita ! Vamos lá ! E correndo !
Ao saírem da ponte, encontraram os corpos das guardas,mortas !
Isto as fez acelerar ainda mais a corrida, e por sorte, o hangar ficava no mesmo deck em que estavam.
Chegaram lá e encontraram uma naveta e entraram nela.
-Como será que se pilota esta coisa?
-Deixa comigo, Capitã, eu dou um jeito !
Disse Rita, sentando-se no banco do piloto.
Ela fuçou nos painéis e descobriu os comandos para ligar a nave.
-Motores de impulso, ligados ! Motores antigravitacionais, ligados. Computador, online ! Sistemas de suporte de vida, sensores, armas e de navegação online !Zarpando !
A engenheira acelerou a nave, que flutuou e chegou perto da comporta do hangar.
-A comporta não obedece os comandos da naveta para abrir, Capitã !
-Dê uns tiros de laser na comporta , Rita !
-Sim, Capitã !
-Fogo !
Os lasers fizeram um enorme buraco na comporta.
A naveta finalmente ganhou o espaço.
Já na Peregrine:
- Uma explosão de dentro para fora ocorreu no hangar da nave killerista, Imediata !
-Entendi, Anne Paula !Consegue identificar o que causou?
-Há uma naveta saindo de lá, Capitã, e o time de exploração nossos está nela !
-Que esquisito...por que não nos chamaram para o teletransporte... abrir compartimento do hangar, Anne Paula  !

-Sim, senhora, Imediata !
Enquanto isto, na naveta:
-Não é possível ! Todos os comandos estão se fundindo, os arquivos dos computadores da naveta sumindo, todos os sistemas da nave parando de funcionar !
Disse Rita.
-Não tem como arrumar isto?
-Não capitã, tudo derretido, de repente !Estamos ‘a deriva e logo ficaremos sem oxigênio !
-Tente chamar a Peregrine  então, Rita !
-Impossível, Capitã, este sistema também já foi !
Agora todas estavam preocupadíssimas. E dava para ver a Peregrine pelas janelas da naveta.
Então a nave começou a trepidar, e pedaços da nave começaram a cair do teto.
-A Naveta está se desmontando !
Disse Christina , apavorada !
Mas na Peregrine:
-A naveta está a deriva, com todos os sistemas inoperantes, Capitã, e ela está sofrendo um rápido processo de desmanche !
-Alessandra, abra um canal para mim com a Letícia !Depressa !
-Sim, senhora !
-Letícia, teletransporte de emergência na naveta, traga todo o time de  exploração para cá !
-Sim, senhora, Imediata !
O teletransporte funcionou imediatamente, e o time de exploração apareceu na sala de teletransporte.
Todas estavam sufocando, com falta crítica de ar.
A equipe da enfermaria chegou rápido e as acudiu, colocando respiradores portáteis nelas e depois as levando para a Enfermaria.
Estavam salvas !
Assim que Valéria recuperou o fôlego, ela disse, pelo comunicador da Enfermaria :
-Cecília, atire imediatamente um torpedo  naquela nave !Agora !
-Giselle, trave um torpedo iônico na nave killerista agora !
-Pronto, Imediata !
-Fogo !
O torpedo atingiu seu alvo em cheio, e a nave killerista explodiu.
-Alvo destruído, Capitã !
-Manobra de fuga de urgência ! Zarp 700 !
-Sim, Capitã ! Navegadora e pilota, voês ouviram as ordens !
-Sim, Imediata !
A Peregrine disparou dali.  Agora estavam novamente  em segurança !

(Por Continuar)