Receber Onna em casa foi uma festa, e Rina não parava de admirá-la, encantada com a bebê.
Lune e Takeo temiam que Rina ficasse enciumada com a atenção deles para com a irmã dela, mas que nada, Rina procurava ajudar Lune em tudo o que podia no que tocava a lidar com e cuidar de Onna.
Quando Momiji e Kazuo vieram visitar a bebezinha que agora já tinha tido expressivo crescimento, se comoveram fortemente, especialmente a mãe de Lune:
-Filha, agora que estou reparando melhor...ela é a sua cara, é igualzinha a você quando nasceu...para mim é...para mim é... é como se você tivesse nascido de novo !
Mãe e filha choraram de emoção uma no ombro da outra.
Também Rina percebeu o clima e foi abraçaras duas.
No fim, todos ali presentes estavam profundamente emocionados !
Mas entre Rina e Onna é que nascia uma relação especial de irmãs.
A questão é que futuramente, anos e anos depois, já não seria esta relação tão amistosa assim, mas seria sim muito profunda, por toda a vida.
Novamente o tempo passava, Rina ia crescendo e Onna também, e a irmã mais velha tinha muito gosto em cuidar da mais nova, e protegê-la como pudesse.
Era já Setembro de 2018, e Onna agora já tinha três meses de idade ,Rina já caminhava celeremente para os oito anos de idade,e Lune já caminhava para seus trinta e um anos de idade.
Era Outono e o clima já começava a esfriar.
Lune ainda amamentava a Onna, e Rina ficava fascinada ao ver a irmã mamar, parecia eletrizada.
Mas igualmente não via a hora de Onna desmamar, para ela dar mamadeira para ela.
Por outro lado, Lune sabia que Onna era Autista como ela ,Takeo e Rina, mas notava que o comportamento de Onna era bem diferente de quando Rina tinha a mesma idade.
Onna era mais quietinha e calma que a irmã na mesma idade. Não tinha aquele olhar esperto e astuto de Rina,não parecia que estava planejando aprontar alguma coisae, o tempo mostraria, não tinha a índole subversíva explicitada irmã. Era outra personalidade, outro Autismo completamente diferente do de Rina.
E Lune já começava a perceber isto, até com certo alívio.
Tudo parecia indicar, já naquela época, que Rina iria ser a ovelha vermelha da família e Onna, a boazinha/certinha da família.
Se daria trabalho ou não?
Isto o futuro iria mostrar, mas ainda estava longe...
Lune já se acostumara a Onna não olhar diretamente em seus olhos nem mesmo ao mamar.Na verdade, mamava de olhos fechados. Mas ao contrário de muita gente, ela não fazia umdrama.
-Lune-sama, você não se ressente de a Onna-chan não te olhar nos olhos e de ela mamar deste jeito, de olhinhos fechados?
-Não, Tohru-san, não ligo. Ela vai me olhar nos olhos quando ela quiser, se ela quiser, a escolha é dela, tenho de respeitar. Não é dever ,nem obrigação...
-Mas não é estranho este comportamento? A senhora não sente falta de ela olhar nos seus olhos?
-Ela não precisa me olhar nos olhos para eu entender o que ela quer, ou para me transmitir suas emoções.Não é estranho,é diverso, não é sintoma de nada, não é defeito, incapacidade, deficiência, sintoma de nada, não é doença,nem síndrome, nemj transtorno, é natural. É da natureza dela. Oras, eu também sou Autista, também não olho nos olhos a toda hora para conversar, e veja, não me atrapalha em nada e não te atrapalha em nada também. Depois de vários anos com a Rina-chan, eu acostumei, a Rina-chan até hoje não olha nos olhos sempre, na verdade,como eu, só quando acha que precisa, e ela aprendeu sozinha, eu nunca a incentivei ou estimulei a olhar nos olhos, e com a Onna-chan será a mesma coisa. Mas já percebi que as duas não olham nos olhos de maneiras diferentes. A Onna-chan é mais introvertida e mais tímida do que a Rina-chan, que é mais atiradinha e travessa.E desconfio que as duas terão tipos de inteligências bem diferentes também!
(Por Continuar)