A partir de hoje,irei postar poesias e contos curtos de outros autores convidados ,aqui no meu blog. O primeiro convidado é o meu amigo Nilton Cabeça, que hoje participa com esta poesia , de autoria dele:
" Almas Nuas "
Viajo em meus pensamentos,
Voando feito colibri,direto a sua janela
Atravesso feito raio de luz
Como um lindo amanhecer de primavera.
Deslizo mergulhando
Delicadamente
No seu profundo gostoso sonhar...
E assim vivemos nossa paixão
De almas nuas,
Dos que amam intensamente
Sem poder se tocar
Sem saber se ao menos um dia
Irão se encontrar.
Sou sol no deserto, você
Minha doce amada lua do sertão...
Espero novo eclipse, quem
Sabe então eu possa te encontrar
Em teus sonhos, e aquecer seu
Brilho em noites ternas de verão.
Nilton Cabeça,
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Conto: Memórias de um beijo outrora inexistente
Era uma chuvosa tarde de domingo, e um homem de quarenta
e oito anos de idade, vestido bastante formalmente com suas calças e camisa
sociais e um blazer esporte azul com botões dourados,e sapatos pretos, mas sem
gravata,e seu rosto pouco marcado pela idade tinha um ar professoral, com sua
barba e bigode pretos e óculos
redondos,folheava algumas revistas numa mesinha, parecendo profundamente
entretido.
-Por favor, posso me sentar aqui?O senhor se importa?
Os olhos cor de mel do homem moveram-se para cima
conjuntamente com a cabeça.
Quem perguntava era uma mulher, também de quarenta e
oito anos de idade,loira de olhos azul piscina muito brilhantes.As rugas no
rosto e suas linhas de caráter denunciavam-lhe a idade, e também os seios
fartos e caídos.Ela vestia calça social e uma blusa de seda, com um casaquinho social por
cima.Ela era bem mais alta que o homem,e ao contrário dele, não tinha abdômen
avantajado, apenas os pneuzinhos típicos da idade e de um passado sofrido.
-Cecily!É você?É você mesma?Nossa, mas faz mais trinta
anos que não a vejo !
O rosto dela espantou-se, os olhos grandes e cansados
moveram-se rapidamente de um lado para o outro- ela buscava pela memória e
quando achou, seu rosto demonstrava sinais de alívio e alegria,quando
respondeu:
-Cirillus! Você se lembrou de mim, depois de todos estes
anos !
Os velhos amigos se abraçaram com ternura.Ambos estavam
de olhos rasos.
-Claro que me lembro de você, minha amiga,você foi o meu
primeiro amor, você se lembra?A primeira paixão da minha vida!
-Pois é,ainda me lembro até hoje,como se fosse ontem...
-Eu era tão bobo naquela época...imagine, você me
contando que estava insatisfeita com seu namorado e eu de conselheiro sentimental,
a convenci a largar ele, e depois que você o largou eu vim correndo te pedir em
namoro!Eu fui tão estúpido, nem a respeitei, nem te dei um tempo para você se
refazer depois de ter terminado um relacionamento...não foi a toa que você
recusou meu pedido !
-Ai, Cyrillus, desculpe...
-Imagine, Cecilly,eu é que fui muito ingênuo,bom, nós tínhamos
só quatorze anos de idade na época,já lá se vão trinta e quatro anos, nossa,
como o tempo passa...depois que você não quis namorar comigo, eu fiquei na
maior fossa,ah, a juventude que não volta mais...
-Eu é que fui boba, depois namorei um idiota,só conheci
gente que não me amava,levei anos para conhecer alguém que prestasse,depois me
casei, tive filhos...
-Sabe, Cecilly, eu ainda fiquei tanto tempo sonhando com
você, sonhando que te beijava,eu quis tanto aquele beijo na época ,aquele beijo
tão querido que acabou não acontecendo,aquele beijo eu o guardei com muito carinho no meu coração,para sempre,
como algo muito precioso, pois eu a amava muito,mesmo depois eu me apaixonando
por outras pessoas, namorando a outras pessoas, aquele beijo era especial,
aquele eu guardei em silencio,com um pouco de tristeza e uma pontinha de
esperança, pois aquele beijo tanto assim querido significava e ainda significa
muito para mim até hoje,mesmo sabendo que você sempre me veria só como um
amigo,nunca me veria como Homem,e puxa,eu era apenas um garoto mirrado,
baixinho,magrinho e de óculos, o que eu tinha a lhe oferecer de bom?Comparado
aos rapazes altos ,fortes e bonitos, o que eu tinha a lhe oferecer?Eu passei a
achar que não a merecia, que não tinha o direito de me apaixonar por você,
porque só o que eu tinha a lhe oferecer era aquele amor tímido e sincero,
profundo, de menino ingênuo, que estava começando a aprender a amar,e minha
sensibilidade, minha beleza de alma e coração, só isto...era o pouco que eu
podia te oferecer...
Dos velhos olhos azuis agora caíam lágrimas...
-Cyrillus, seu bobo...era tudo o que eu precisava, e
preciso ainda !Tudo o que nunca tive na vida, um amor profundo, sincero,ingênuo,
de menino,mas...agora estamos velhos,caídos, barrigudos, eu continuo
casada,e...
-Posso te dizer uma coisa,Cecilly?Não é uma mulher
madura de quarenta e oito anos que vejo na minha frente, para mim você será
sempre a menininha de quatorze anos que um dia conquistou meu coração e o amor
,que depois se tornou platônico,foi guardado por mim para nunca mais ser
esquecido,ainda que a vida tenha nos separado tão cedo e nossas vidas tenham
seguido caminhos tão diferentes, para só agora nos reencontrarmos tão
surpreendentemente.Hoje só podemos continuar sendo amigos, ambos temos nossos
compromissos, ambos temos... temos outras pessoas no coração,mas, temos um
passado bonito e carinhoso que guardamos conosco em comum!
-Cyrillus, por favor me desculpe, desculpe esta boba que
te fez sofrer tanto,que te fez sonhar tanto,por favor me perdoe por não ter te
dado a importância que você merecia, não ter percebido que era você quem eu
deveria ter namorado, eu o rejeitei, te fiz tão mal, e nem me dei conta,e não
guardei nenhum beijo para você,e ainda fui má, pois guardei suas lembranças de
qualquer jeito na memória, e estas lembranças ficaram esquecidas num canto,
empoeiradas,eu fui injusta com você, que foi tão meu amigo, e foi tão
apaixonado por mim,o subestimei,e se eu tivesse te aceitado, eu teria sido tão
feliz...não teria sofrido tanto na mão de tanta gente que não me merecia, só
queriam se aproveitar de mim, do meu corpo,não tinham o coração gentil seu...no
fim a culpa foi toda minha,toda, toda, toda minha...
Cecilly agora chorava copiosamente, e abraçou Cyrillus,
igualmente comovido.
-Não fica assim, por favor, você não tem culpa de
nada,nós dois éramos apenas duas crianças...
-Não, meu bem, não, você está enganado!A culpa é minha,
é minha sim, eu o fiz sofrer e sofri pela minha decisão errada!
-Todos erramos na vida, meu anjo,por favor, eu não a
quero ver triste...
-Cyrillus,o que posso fazer por você agora é fazer
aquele beijo, que tão carinhosamente,tão cuidadosamente você guardou para
mim,acontecer,já não será um beijo de menina, mas,se para você significou tanto
aquele beijo, para mim agora significa muito também,então por favor... pense
neste beijo como se fosse um de menina e pense em si como se você voltasse a
ser um menino também...
E ela o beijou na boca longamente, enquanto as lágrimas
dos dois se misturavam num tempo que parecia durar pela eternidade,um beijo há
trinta e quatro anos amado, desejado, guardado no coração,no fim ele descobria
que também ela tinha guardado os sentimentos dela, as lembranças dela com ele ,tudo
isto ela tinha guardado com ela por todo aquele tempo também, e o beijo se
intensificou e foi correspondido, e os olhares que mais pareciam os de um
menino e uma menina apaixonados um pelo outro eram trocados com carinho.Foi
quando o beijo tão sonhado finalmente terminou.
-Cyrillus, por favor, por favor, me peça em namoro...
O tom de voz dela era esperançoso e angustiado.
-Mas você já é casada e eu...
Ela lhe deu um novo selinho, e desta vez a voz era
desesperada:
-Por favor, me peça em namoro...eu preciso corrigir os
erros do nosso passado!
-Cecilly, você aceita namorar comigo?
-Eu aceito !
E ela lhe beijou a boca novamente, em desespero,
correndo,voando,num abraço apertado,eis que lágrimas corriam novamente- eles
sabiam o que tudo aquilo significava para eles!
Ao terminar,os dois disseram ao mesmo tempo,um para o
outro:
-Não se esqueça nunca que eu te amo,para sempre !
Um novo selinho, e então Cyrillus fez soar sua voz, com
um farto sorriso no rosto e os olhos brilhando:
-Obrigado,querida,foi muito bom poder revê-la!
-Obrigada, querido, foi muito bom mesmo.Quem sabe um dia
a gente se veja novamente?
-Quem sabe?
-Tchau, anjinho, se cuida!
-Tchau, você também, anjinho!
E saíram da livraria,ganharam a rua, cada um para um
lado e nunca mais, nunca mais se reencontraram novamente.Nem precisava,os erros
do passado foram corrigidos e redimidos e era hora de retomar o futuro novamente.Mas
ambos estavam felizes, remoçados,e agora as lágrimas de ambos,estampados em seu
sorrisos de satisfação,eram da mais pura alegria, e tinham mais uma lembrança
em comum,tinham os corações leves, e esta lembranças eles carregariam com eles
doravante para sempre...
FIM
Cristiano Camargo
Antes daquela fria manhã de Outono- Episódio 8
-Eu estava com tantas
saudades de você, Nami-san!Quando alguém ama tanto alguém como eu te amo, mesmo
minutos sem a sua presença são uma tortura!
-Ai,Tetsuo-kun, você me
deixa encabulada...será que eu mereço tanto amor assim?
-Claro que sim, amor, muito
mais!
Disse Tetsuo, num sorriso
gentil e animado.
-Está bem, está bem, seu
exagerado, vamos embora logo que eu mereço comer também, estou morrendo de
fome!
-Será feita a sua vontade,
minha linda Rainha!
E os dois foram até o
carro, colocaram a mala no porta malas, e ganharam as ruas da capital de Okinawa.
-Ai, eu adoro estas praias,
Tetsuo-kun, você mora num lugar lindo!
-Obrigado, Nami-san.Você
quer parar em algum lugar para comer?
-Ah, aquele
restaurantezinho simpático de frutos do mar que a gente sempre vai, pode ser?
-Seu desejo...é uma ordem!
Respondeu Tetsuo,
estacionando em frente ao restaurante.
Logo estavam tendo seu
desjejum.O restaurante era próximo da casa de Tetsuo, e depois de comer, logo
estavam lá.Quando Tetsuo abriu a porta para Nami, a madrasta dele, Kaede, os
recebeu:
-Ah, Nami-san! Que prazer
revê-la! Por favor entre!
-Obrigada,Kaede-san!Ah,
aquela é a Kuome-chan?Olha como está linda!
A irmã mais nova de Tetsuo, Kaede, então com treze
anos de idade, veio abraçá-la também.
-Seja bem vinda, Nami-san!
-Obrigada, Kuome-san!
Então, vai bem nos estudos?Obrigada pela recepção calorosa!
-Vou muito bem sim.De nada,
você sabe que nós aqui a adoramos, você já é da família!
-Ai, que gentil de sua
parte, me sinto honrada.E o Shinji-san, onde está?
-Ah, meu marido continua um
velho turrão e ranzinza como sempre.Está no telefone, às voltas com as ações
dele.
Disse Kaede.
-Bom, minha namorada está
cansada da viagem e provávelmente quer
tomar um banho agora, não é?
-Ah,Tetsuo-kun, você sempre
adivinha o que estou pensando!
-Então vem, Nami-san, eu
vou preparar seu banho para você!Disse Kuome,alegremente.
E as duas subiram as
escadas correndo, animadas.
Ao chegarem no banheiro do
quarto de hóspedes,Kuome preparou o banho dela, enquanto conversaram , para
depois Kuome se retirar e Nami
banhar-se.
Neste meio tempo, em Kyoto,
Maki já estava entediada e triste.
Depois de chorar a manhã
toda deitada na cama, de saudades da irmã,escutou a campainha tocar.Vestiu-se e
desceu desanimadamente para atender.
Quando abriu a porta, deu
de cara com um grupo de meninas, colegas suas de sua escola:
-Maki-chan! Boa tarde!Eu, a
Ayame-san, a Cho-san, a Haruka-chan e a
Hiromi-san, estávamos preocupadas com você, já que você faltou das aulas,e
estava tão triste que nem foi no enterro da Hitomi-san.Como achamos que você
deve estar deprimida com a falta dela, nós viemos te visitar para te animar!
-Obrigada,Kotone-san!É
muito gentil da parte de vocês virem aqui, mas...eu estou bem, não precisavam
ter trabalho...
-Não é isto que estou vendo
em seus olhos,Maki-chan!Eles estão vermelhos de tanto chorar!Tão vermelhos que
estão até inchados!
-Ai, que
vergonha,Kotone-chan!Disse Maki, se encolhendo toda.
-Por favor nos deixe
entrar, Maki-chan! Trouxemos chás, docinhos,bolinhos e uma torta de morangos
para você, por favor!
Diante da insistência de
Ayame-chan, Maki as deixou entrar:
-Ai, que vergonha! Que
indelicada que fui, por favor entrem!
Sentadas todas nos sofás,
colocaram as guloseimas na grande mesa de centro da sala .
(por continuar)
Sensibilidade de Viver Origens Episódio 8
-Oi, Lune-san, é a Rina !
-Oi, Rina-san, ainda não tive tempo de pensar
em sua resposta.
-Ah, fica tranquila, quando você estiver pronta
você me fala!É que eu tenho um outro assunto importante para falar com você.
E Rina começou
contar da Síndrome de Asperger , para depois sugerir que ela fosse a uma
psicóloga.
-Foi meu pai que pediu a você para falar destas
coisas comigo, não foi?
-Não, eu que andei lendo sobre o assunto e...
-Rina-san, não minta para mim, você mente muito
mal !Desde quando você se interessa por psicologia?Você está me subestimando !
-Aaah, desculpe, Lune-san...é, foi seu pai sim,
depois daquele surto seu. Todos nós ficamos preocupados com você por que amamos
você e...
-Discurso típico da minha mãe !Então os dois te
pediram. A resposta é não !Por favor não insista !
-Ok, Lune-san, então pelo menos pensa com
carinho no que te falei, ok?
- E por que eu pensaria com carinho? Ao pensar
a gente deve ser lógica e racional, carinho não tem nada a ver com isto.
-Lune-san, você não tem carinho por mim, que
sou sua amiga de tanto tempo?
-Temos uma amizade lógica em que exercemos
afinidades de pensamento.Não há razão lógica para eu ter carinho por você !
-Mas com razão, ou sem razão lógica, eu tenho
carinho por você !Poxa, eu me preocupo com você por que eu gosto de você, quero
o seu bem, quero te ver feliz...por que você me trata assim...você não percebe
como às vezes você é cruel com as pessoas que gostam de você, Lune-san?
-Isto é problema seu, eu não pedi para você ter
carinho por mim ou gostar de mim.Você é assim por que quer.Eu não sou cruel,
sou racional.Ah, e se prepare, provavelmente amanhã já terei uma resposta para
você e vou ganhar este debate !
-Agora você me magoou, Lune-san, sabe, é duro
ser sua amiga, viu?E você também não ajuda muito as pessoas a serem suas
amigas, alíás nem faz questão que sejam...por que você tem de encarar todas as
nossas conversas como se estivéssemos competindo, Lune-san?Por que?Por que você
é tão fria e dura comigo deste jeito...
-Agora preciso me deitar e pensar nos meus
argumentos para nosso debate.
-Droga !Mas que...
E Rina
desligou o telefone.
E Lune ficou pensativa, tentando buscar
argumentos para a conversa dela na escola.Estava tão distraída pensando que
tropeçou e caiu ao vestir as roupas de baixo, e tropeçou e caiu ao vestir o
pijama , e se levantou nas duas vezes praguejando baixinho, com raiva das
roupas terem interrompido seu fluxo de pensamento.
E deitou-se na cama.
No dia seguinte, quando acordou, ocorreu a Lune
um pensamento: de repente, ir à Psicóloga poderia ser uma boa fonte para seus
debates, e ela poderia ter grandes debates filosóficos com a profissional e
vencer os debates e mostrar a ela que a doutora estava errada!
Ao chegar na cozinha, animada com seu plano
mirabolante, Lune foi dizendo ao pai sem nem mesmo lhe cumprimentar:
-Pai, pode marcar a consulta com a Psicóloga,
que eu irei!
Surpreso, Kazuo pensou imediatamente que Rina
tivesse conseguido convencer a amiga.Mas não deixou de desconfiar, pois aquilo
lhe pareceu fácil demais. No entanto, Momiji aplaudiu a decisão da filha e a
incentivou:
-Muito bom, filhinha, vai fazer bem para você!
A resposta foi ríspida:
-Ora, mãe, não enche !
-Lune Tamasuki !Isto é jeito de falar com sua
mãe, menina ! Olha para mim !
Até Ruri se assustou com o trovejar da mãe e
olhou para irmã, buscando de modo aflito, um olhar de obediência e resignação
dela.Já Otaru, o irmão mais novo, continuava comendo, completamente alheio ao
clima de tempestade familiar.
E Lune olhou. Seu olhar para a mãe foi duro,
frio, raivoso e determinado.
O de Momiji estava pegando fogo, mas lágrimas
começaram a escorrer dos olhos dela:
-O que fiz, Kazuo, o que fiz para ter uma filha
tão insensível, me diz?Por que ela me odeia?Por que ela me desafia?E eu...eu não
consigo entender...
E Momiji saiu correndo da cozinha e foi chorar
em seu quarto.O olhar de Kazuo para a filha foi reprovador, mas Lune parecia se
sentir feliz, e vitoriosa com a situação criada e o clima familiar que permeava
como nuvem negra aquela cozinha!
Kazuo correu para consolar a esposa.
Já Ruri ficou calada. terminou de comer e foi
buscar sua mochila, e saiu para ir para a aula.
Lune continuou comendo com Otaru ,ainda muito
novo para entender o que acontecia.Dez minutos depois da irmã, ela pegou suas
coisas escolares e foi para o colégio.
Vendo que a rua estava deserta, ela saltou de
alegria e sorriu, e foi caminhando pensativa, mas com um sorriso no
rosto.Sorriso este que ela não revelava a ninguém. A cada vez que encontrava
alguém,seu semblante mudava para sério de novo e depois que a pessoa passava,
ela voltava a sorrir.
Ao encontrar com Rina , ela estava animada,
como se ela nem tivesse magoado a amiga no dia anterior.Na verdade, Lune nem
achava aquele fato importante, importante mesmo era o seu debate com ela.
-Vamos entrar para a aula?Olha, eu já tenho
algumas idéias legais para nosso debate, mas se você não se importar, ainda
prefiro esperar mais um pouco, daqui uns dois ou três dias poderemos continuar
aquela conversa !
Rina, ainda magoada, nem respondeu, seguiu com
ela até a classe.
Depois da escola, Lune voltou para casa,tirou o
uniforme, e colocou uma calça jeans e uma camiseta, calçando um tênis logo
depois.
Desceu as escadas e disse para a mãe:
-Vou passear na cidade e volto antes de
escurecer!
Aquela seria a primeira de muitas vezes em que
Lune iria caminhar pelas ruas do centro, filosofando e com isto,observando e
criticando a Sociedade !Logo se tornaria um habito arraigado, ao que a família
dela acabou se acostumando.
No dia seguinte, o pai dela avisou que naquele
dia, após a aula, a mãe dela iria levá-la para a Psicóloga .
E dito e feito: Assim que Lune saiu da porta da
escola, a pequenina van Daihatsu da mãe dela já estava em frente a porta e o
"bi-bi" da buzina dela soava estridente!
Lune entrou na van e sentou-se na frente, no
banco do acompanhante.
-Tudo bem, filha?Vamos lá?
-Fazer o quê?É a senhora que está dirigindo
mesmo...
-Mas foi você quem concordou em ir, Lune !
-Vamos logo com isto então!Quero poder dar
minhas voltas pela cidade depois disto e que seja logo !
-Por Buda !Você só pensa em você mesma, não?
-Não torra, não estou com muita paciência
hoje...
Momiji cerrou os dentes com raiva e brecou com
tudo.Atrás outro carro quase bate no dela e ouve-se uma buzina tocando.
A mãe dela arrancou de novo, dirigindo nervosa,
em alta velocidade.
-Lune Tamasuki ! Você...quando você vai
aprender a respeitar sua mãe ? Mas que porcaria, pombas, eu estou cheia,
sabia?Estou cheia de você ficar me maltratando deste jeito, merecia levar uns
tapas na cara, isto sim, mas seu pai não deixa !
-Bata, que receberá outro de volta !E ainda
contarei ao papai !
-Depois reclama que os pais fazem
chantagem...você é bem espertinha, não?Pois você faz chantagens também, mocinha
!
-Não foi chantagem, foi ameaça mesmo !E olha
para onde está dirigindo, a senhora ultrapassou um sinal vermelho agora,quase
bate !
-Ah, é, e quem você pensa ,por acaso ,que me tira
do sério?
-O carro não tem nada a ver com a sua raiva de
mim, ele é um objeto inanimado,não tem nada que ficar descontando sua raiva
nele !
-Ah, mas que drogaaa !Escuta aqui garota mimada
e malcriada!Eu tenho direito de descontar minha raiva no que eu quiser,
entendeu?Eu sou a sua mâe e quem tem autoridade sobre você sou eu, entendeu?Pombas,
quer me tirar o direito de me expressar também?Não vê que eu estou me
descabelando aqui e que a culpa é sua?
-Se sou malcriada é culpa sua, por que foi a
senhora quem me criou, então não soube me criar!
Momiji parou o carro e o estacionou.Tirou o
cinto de segurança. De seus olhos pareciam sair labaredas, tal sua fúria, agora
seu nível de stress chegara ao máximo e finalmente sua paciência se esgotou !
-Ora, sua filha de uma ...
Lune, tranquila, e olhando para a frente ao
invés de olhar para a mãe, respondeu interrompendo-a como se fosse a coisa mais
natural do mundo, do alto de sua lógica:
-Lembre-se que a mãe aqui é você, portanto você
está xingando a si mesma !
(por continuar)
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