segunda-feira, 28 de julho de 2014

Poesia infantil: Olhos de Safira






Safira era uma garotinha preciosa
Seus olhos brilhavam quando ela perguntava
Porque certas estrelas eram cadentes e outras não caiam?
E quando brilhavam , pareciam que lhe sorriam
Perguntou ao Pai, que lhe respondeu:
Os estudos astronômicos indicam que os cometas, etc...
Mas ela não queria saber dos cometas,
Queria saber das estrelas que lhe sorriam !

Safira era uma garotinha encantada,
Seus olhinhos de safira brilharam quando perguntou a Mãe;
Que respondeu que era hora de ir para a cama ,
Pois isto não era hora de uma menina de sete anos ficar acordada!
Safira ficou desapontada.
Então perguntou ao Padre que lhe respondeu
Que na verdade as estrelas eram os anjos que estavam no céu,
E o sorriso das estrelas era na verdade o sorriso de Deus,
E as estrelas cadentes eram anjos maus que desceram ao inferno !
Mas Safira não queria saber de anjos,
Queria saber das estrelas que lhe entretinham !

Mas Safira era uma garotinha com jeitinho de fada,
E perguntou `a sua professora, oh, garotinha danada !
Que lhe respondeu que se ela continuasse com aqueles olhinhos estrelados,
Iria tirar notas baixas !
Ainda insatisfeita, Safira estava desesperada,
As estrelas que via pareciam pesar uma tonelada !
Sua avo' ouviu seu choro baixinho na varanda da casa do sitio onde morava,
E a abraçou perguntando o que a atormentava,
E Safira explicou sua duvida malfadada.

A encurvada velhinha que também se chamava Safira
 em meio `as suas tantas rugas então lhe disse:
-Sabe Safira, quando eu tinha a sua idade eu me fazia a mesma pergunta
Mas a resposta não era de nenhuma alçada,
Eu tentei jogar pedras nas estrelas , mas elas não caiam !
Mas elas gostavam de mim pois a mim também sorriam,
Então notei que se eu podia ver o sorriso das estrelas
Elas não cairiam,
Pois as que caiam eram as que não tinham a felicidade
de ter uma Safira que conseguisse ver nelas um sorriso,
E o riso que delas provinham,
E de desgosto caiam !

E a pequena Safira de olhos rasos
Notou então que a velhinha tinha como os seus,
Olhos estrelados,
O mesmo encanto de outrora ela havia recuperado,
E seus olhinhos de brilho de safira ainda mais brilharam,
Agora estava satisfeita,
A si mesma tinha se encontrado,
E mais apertadas as duas se abraçaram,
Pois tinham todo o céu como companheiro,
E estrelas sorridentes que agora não mais cairiam,
Pois agora mais ainda lhes sorriam !

              Fim

Cristiano Camargo

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