terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Episódio 5-Minissérie- As Piratas também sonham:A Vingança de Ariadne !





Agora a tripulação da nova Capitã Ariadne já era de sete marujas, mas ainda assim era pouco.
Lorena explicou para as novas integrantes a crise pela qual passavam, e foi aí que  Débora disse que sua família tinha ligações com gente poderosa das duas ilhas e que tinham muitos amigos ricos de seu pai, que lhe deviam favores.
Ariadne então encarregou Débora e Sofia de cobrar estes favores destes amigos do pai dela e com isto conseguir recursos para que pudessem arrumar uma nova tripulação.
Com uma parte do que as garotas de Ariadne (e a própria também) conseguiram se prostituindo, elas compraram roupas decentes para ir visitar estas pessoas, inclusive a tia dela. E também puderam comer alguma coisa numa taverna, já que estavam verdes de fome.
Só então se iniciou a peregrinação em busca de recursos, víveres, munições e, principalmente um navio.
Um destes amigos do pai de Débora também era amigo do pai de Sofia, e era um Almirante aposentado, cujo velho navio de guerra, uma galeota, acabara de ser descomissionado e estava em péssimas condições, e teria de ser reformado para se tornar navegável de novo.
Ao saber da morte de seus amigos e de quem os matou, ele não teve dúvidas e ofereceu seu velho navio a elas de graça. Porém, não tão de graça assim, pois a reforma teria de ficar ‘as custas delas, e não seria barata.
Ele também conseguiu para elas, no nome de Ariadne, uma nova Carta de Corso, para evitar que militares as prendessem.
Depois, em contato com vários outros amigos, não tão prestativos, conseguiram valiosas somas de empréstimos ‘as custas de eles se deitarem com elas como condição para o pagamento.
No dia seguinte, chegaram na estalagem onde suas colegas piratas estavam e apresentaram os resultados.
Animadas, elas foram até o porto e encontraram seua nova belonave:
-Mas...mas...mas ...isto aí...é...uma velharia !Como que este troço ainda flutua? Olha o estado desta coisa !
Disse Ariadne.
-Nós vamos navegar...nisto aí?Não, vocês só podem estar brincando, não é possível !
-Mas temos o dinheiro para a reforma !É a única coisa que temos !
-Débora tem razão. Vamos ter de trabalhar duro para colocar esta encrenca flutuante de volta ao mar, e ele será o nosso lar daqui por diante. Vamos lá comprar os materiais , munições, víveres e tudo o mais e vamos arregaçar as mangas e trabalhar !
Disse Ariadne.
E assim o fizeram. Levaram uma semana trabalhando noite e dia, mas por fim, deixaram o naviozinho em condições navegáveis.
Enquanto isto, Débora, Sofia e Denise ficaram encarregadas de arranjar novas tripulantes para o navio.
Mas onde arranjariam?
Elas já sabiam que era só procurar as  vítimas de maridos violentos que não tivessem filhos, as prostitutas que tinham cansado desta vida, as que eram perseguidas por terem se revoltado contra o machismo e contra a servilidade doméstica, as que tinham cometido algum tipo de crime e eram pobres demais para arranjar marido, enfim, todas as exclusas da sociedade, que não eram poucas.
Com dinheiro na mão, as três conseguiram  em poucos dias,mais cinquenta e três mulheres mal amadas e desprezadas pela sociedade, as excluídas, e logo Ariadne as contratou e as colocou para trabalharem na reforma do navio.
Por fim, instalaram as velas e estava tudo pronto.
Débora costurou novas roupas de Capitã para Ariadne e para ela mesma e Sofia, e agora não pareciam mais civis. Estavam todas a caráter, com calças compridas e camisas, lenços na cabeça, etc. E acabou tendo que costurar para todas as outras, para que estas abandonassem seus vestidões esfarrapados.Até espadas novas foram compradas !
-Muito bem, agora sim, podemos iniciar nossa jornada de vingança !Vamos zarpar !
Disse a  nova Capitã, orgulhosa em seu casaco púrpura e seu chapéu glamouroso.
-E como vai se chamar nosso navio, Capitã?
- Vai ser uma homenagem ‘a taverna da Sofia, “Barracuda Feliz” !
Sofia ficou emocionada com a homenagem, e agradeceu ‘a sua Capitã.
Agora se iniciava uma nova jornada, em que Ariadne pessoalmente treinaria Débora e Sofia para serem piratas, e para aprender a manejar a espada também.
Neste meio tempo, o Black Marlin já ia longe.
Singrando os mares azuis e aproveitando uma corrente oceânica, seguia veloz.
A tripulação seguia sua rotina, mas June, como muitas ali, estava entediada.
-Ah, Juliette, não gosto muito quando as coisas estão tão tranquilas assim...queria mais ação !
-Como lutar contra uma serpente marinha, um monstro do mar?
-Ah, estas coisas não existem, Imediata !
-A senhora falou a mesma coisa sobre o Kraken, há uns anos atrás.
-Era apenas uma lula gigante, não um monstro, e  a vencemos.
-Ah, sim, acertamos a bala de canhão bem no olho dela, me lembro direitinho !
-Pois é, mas isto já é passado, Juliette...
-No entanto, a senhora já virou uma lenda, já está famosa!
-Há, fama !Pouco me importa a fama, quero mais é ação !Precisamos de novos tesouros , já estamos quase sem dinheiro agora !
-Bem podíamos encontrar um galeão espanhol cheio da prata da Argentina, ou do Ouro do Brasil !
-É, não seria má idéia não...nunca estive no Novo Mundo !Só ouvi falar !
-Poderíamos ir explorar lá, de lá saem muitos navios carregados , Capitã!
-Sim, saem. Mas os ingleses estão de olho lá, querem o ouro e prata dos portugueses e espanhóis para eles. Isto sem falar nos franceses, alemães...onde tem abundãncia de metais preciosos, sempre tem abundãncia de navios militares !
-Verdade, Capitã.É por isto que nunca vamos para a Europa também?
-Exato !Somos um navio só, os militares são muitos, não vale a pena arriscar. Não quero morrer enforcada !Prefiro morrer lutando !
-Nem fale nestas coisas, Capitã! Atrai coisas ruins para a gente, vamos mudar de assunto...

(Por continuar)

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