Desta vez os marinheiros holandeses estavam
revoltados. Armados com machados e facas e até algumas espadas, esperaram as piratas subirem a bordo. E foram com tudo
em cima delas !
Eram liderados pelo que perdera o filho, e seu
olhar era absolutamente furioso.
Foi para cima das garotas com tudo e a luta foi
selvagem e totalmente descontrolada. As
piratas estavam sendo massacradas, e só mesmo Ariadne conseguia avançar um pouco.
Diante de uma derrota iminente, Marlene mandou
atirarem com os canhões no costado do navio holandês, dez de uma só vez.
Ouviu-se um estrondo surdo, e o navio mercante
balançou violentamente e iniciou-se um incêndio a bordo; As piratas que
restavam fugiram para seu navio, o pranchão foi retirado e o Aranha do Mar
bateu em retirada, em desabalada fuga.
O resultado fora desolador: vinte e quatro
piratas mortas, quatro feitas prisioneiras e quarenta holandeses mortos.
A revolta dos mercadores foi tamanha que, merco
com o navio em chamas, estupraram barbaramente as quatro presas. Logo o navio
inteiro era consumido pelas chamas, e apenas um dos holandeses conseguiu
escapar a tempo em um bote: justamente o que perdera o filho e que , cego de
ódio, matou sozinho seis piratas. Com o sol a pino, ele observava seu navio
afundar, e jurava vingança,jurando dedicar a sua vida a matar todos piratas,
fossem homens ou mulheres, que encontrasse na sua frente, viveria para a morte
e queria matar o máximo possível antes de morrer.
Na água, não longe dali, os tubarões faziam seu
festim sanguinolento , devorando vivas as piratas recém estupradas,
e os seus estupradores também, eles não distinguiam entre holandeses e piratas,
simplesmente arrancavam pedaços das pessoas na água até elas morrerem e
continuavam depois que elas morriam. Outros marinheiros foram sugados e
tragados pela sucção causada pelo afundamento do navio e morreram afogados. Van
Derlest, o marinheiro que perdera o filho , agora contemplava um horizonte
sombrio e um futuro idem e incerto: no meio
do nada, sem água, sem comida, sozinho e ainda divisava uma gigantesca
tempestade que se divisava ao longe, que prometia fazer do mar um inferno.
Já no Aranha do Mar, o clima era pesado: a
tripulação fora reduzida para apenas quarenta e seis piratas e várias estavam
feridas. Para piorar, Marlene, impiedosa como sempre , mandou chicotear todas
as que retornaram da batalha e sobreviveram. E depois foi para sua cabine e
levou Ariadne consigo, onde ela mesma deu uma tremenda surra em sua Imediata.
A tripulação estava revoltada, e mesmo
ensanguentada e arrebentada, Ariadne teve de fazer das tripas coração para
sufocar o motim, com muita violência, descontando nas revoltosas sua própria raiva de sua capitã.
Mas era na verdade uma relação e amor e ódio. Ela
idolatrava Marlene e a amava com uma paixão platônica, românticamente, mas sem
coragem de se confessar.
Quando, em meio ‘as suas roupas ensanguentadas,
ela achou que não poderia ficar pior, ficou, pois a vigia gritou do alto de seu
cesto:
-Tempestade ‘a vista !
A preocupação de Ariadne era justificada: ninguém
ali era experiente, ne sabia o que fazer numa tempestade.
E pior: tinham uma Capitã inexperiente e
arrogante, para não dizer preguiçosa.
Ariadne bateu na porta da cabine de Marlene e
pediu instruções.
-Você é a imediata! Se vire ! Eu vou é dormir!
Enquanto isto, no Black Marlin, também Diana, de
sua posição de vigia, avistou a tempestade.
-Tempestade ‘a vista !
-Onde?
-Bem a frente Capitã !
-Dá para desviarmos?
-Não é muito larga, Capitã !
-Direção das Ondas?
-Vem direto para nós, de frente !
-Obrigada, Diana.
-Vamos ter de seguir em frente então, não vamos
poder fugir da tempestade, Imediata. Garotas, recolham as velas e desçam ! Diana,
desça também !Bianca, amarre-se no pedestal do Timão e mantenha o curso sempre
em frente! O restante, amarrem-se no costado o mais forte q eu puderem !
Estas eram as ordens e orientações que qualquer
Capitão experiente daria para enfrentar uma tempestade naquela época, e que
Ariadne, Marlene e sua tripulação não sabiam.
E a tempestade alcançou o Black Marlin !
Os vagalhões eram enormes e o navio subia e
descia com violência, e balançava muito também. Era um caos assustador, os trovões
eram trombeteantes , os ventos uivavam seus rugidos de morte, e os raios
dançavam em volta do navio.
As mais assustadas eram as crianças, e também, as
mais sujeitas a serem tragadas pelo mar. Elas estavam abraçadas a Hellen,
Carmen e Long Legs Laura, e firme mente
amarradas ao costado também.
(Por continuar)
(Por continuar)
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