sábado, 10 de dezembro de 2016

Episódio 10-Minissérie- As Piratas também sonham:Pirata x Pirata





No Black Marlin, era questão de tempo a moral das piratas começar a cair e o desãnimo e a monotonia  tomarem conta.
As crianças continuavam cada vez mais avançadas e melhores na arte da espada, mas mesmo elas, depois das duras e longas  aulas, começavam a  ter sua criatividade para novas brincadeiras cansada e seu arsenal de brincadeiras acabando.
A fome era minorada pelos peixes pescados, mas não demorou para que eles desaparecessem. Também as baleias sumiram, assim como as gaivotas.
A vista era sempre a mesma e o navio jazia absolutamente parado num mar tranquilo sob um céu azul e sem nuvens  e não demorou para que o marasmo de acabarem-se os trabalhos e não ter nada a fazer chegasse, o que muito preocupava June.
Por fim, o rol de tarefas a distribuir para as piratas acabou e elas ficavam jogadas, espalhadas pelo navio, a toa.
-Não sei mais o que fazer, Juliette !Uma semana assim, e nossos víveres acabando, e agora acabaram os peixes e deste jeito logo vamos ficar fracas e doentes e passaremos fome. Se ao menos aparecesse um vento, um ventinho só, nos ajudaria tanto...
-É desestimulante não ter mais ordens a dar,  e não ter o que fazer, e as marujas jogadas por aí, é questão de tempo para começarem a dar nos nervos e começarem a brigar entre si, e como estão todas armadas...
-Acaba com a autoridade, também. Estou até estranhando que a Léa anda muito quieta nos cantos, evita conversar com todo mundo, fica em silêncio o tempo todo, fico preocupada em o que ela está tramando, Capitã !
Disse Long Legs Laura.
-Se o vento não voltar logo vamos todas morrer...
-Nem me fale uma coisa destas, Imediata ! Vamos manter a calma, o vento vai voltar !
Disse June, mas seu tom de voz não convencia muito.
Enquanto as três conversavam entre si na amurada  de bombordo da popa,  lado estibordo da proa estava Léa, pensativa e maquinando como sempre um plano de vingança. Ela começava a achar que não tinha mais nada a perder, e que, se morresse, ao menos não sofreria mais.
Enquanto isto, na ilha, as piratas comandadas por Marlene já tinham chegado na pequena aldeia que ficava do outro lado da ilha e sido apesentadas á pequena população de lá. A maioria eram velhos e crianças, e poucos adultos e adolescentes em condições de trabalhar.
De vez em quando aportava um navio perdido que os encontrava, por isto o pequeno porto virava e mexia tinha algum navio a vela encostado, fora algumas minúsculas embarcações dos pescadores locais, que provinham comida para o povo. Não havia um chefe e o povo se auto regulava e todos se conheciam muito bem. Mas a população estava em declínio com o seu envelhecimento e a falta de pessoas em idade reprodutiva, e não eram muitas as crianças que sobreviviam ‘a vida dura e ‘as doenças.
Mas eram um povo alegre e festivo e também ingênuo, e recebiam a todos que lá chegavam com alegria.
As piratas foram recebidas com peixes assados com abacaxis , cocos e mangas e se refastelaram com sofreguidão.
Marlene, porém, viu neles uma massa de manobra perfeita, uma vítima maravilhosa para sua cobiça, e fingiu ser bacana e boazinha com eles por um tempo, para ganhar a confiança deles.
Ingênua, Cleópatra , mostrava a ilha inteira, e detalhes que  ela nem se tocavam que eram importantes: muitos navios naufragavam lá, carregados de jóias, ouro, prata, especiarias e madeiras nobres.E o povo lá vivia usando as jóias encontradas e acumulavam os tesouros numa cabana rústica central.
O que tinha ali dava para comprar uma cidade inteira, o que deixou Marlene quase louca de felicidade e ansiedade para se apossar daquilo.
No porto, encontrou um enorme navio pirata, com quarenta canhões, cujos marujos tinham morrido de febre ao aportar. Ele está lá quase que de enfeite, parado e ninguém o usava  pois os ilhéus gostavam d viver naquela ilha, e também não sabia navegar nem conduzir um navio.
Marlene viu nele uma oportunidade perfeita para fugir dali, e por várias vezes inspecionou-o e viu que ele estava em perfeitas condições de uso.
Começou a traçar seu plano maligno enquanto desfrutava da amizade e hospitalidade de Cléo e seu povo.
A Capitã via as poucas crianças, sobretudo as menininhas, como se fossem comidas e lambia os beiços imaginando-se colocando-as em um espeto para serem assadas  e as devorando.
Na segunda noite, uma menininha subitamente desapareceu de madrugada.
Na verdade, Marlene tinha ordenado a Ariadne, que capturasse a menininha e a levasse para uma caverna que elas tinham achado escondida na mata, e a estrangulasse com suas próprias mãos.
A Imediata cumpriu suas ordens e matou a menininha, que não obstante ter lutado pela vida inutilmente, faleceu com muito sofrimento  depois de vários minutos de agonia.
Marlene apareceu na caverna logo depois e elas improvisaram uma fogueira, onde a assaram, e a Capitã devorou o quanto pôde. O que restou, Ariadne levou em um saco até o mar, e o jogou aos tubarões, de posse de um bote, para se assegurar que ninguém acharia o corpo.
Os aldeões procuraram por toda a ilha insistentemente e não acharam a menina.E a tristeza se abateu sobre a aldeia, com a mãe da menina abalada, chorando muito. Por incrível que pareça, quem fingiu que a acolheu foi a própria Marlene.
Nas noites seguintes outras menininhas foram desaparecendo e nunca eram encontradas, e agora, apenas três restavam. Pensando tratar-se de algum animal predador, os aldeões passaram a colocar as três, muito assustadas, a dormirem juntas cercadas por um círculo de mulheres para evitar novos desaparecimentos, e quem colocaram como vigia?
Rita, uma das piratas !
Depois de uma semana que estavam na ilha, Marlene chegou a conclusão que seu tempo lá era findo e estava tudo pronto para fugirem. Durante a madrugada , ela e suas piratas roubaram os tesouros guardados, que nem vigilância tinham, e os levaram para o navio, além de, durante aqueles dias, o terem abarrotado de víveres e águae o deixado pronto para zarpar.
Depois de roubarem as jóias, ouro e prata, colocaram fogo na aldeia e fugiram correndo.  pessoas que correram para elas pedindo por socorro, foram todas mortas a sangue frio, trespassadas por suas espadas.
Logo zarparam e fugiram.
Somente uma pessoa da aldeia sobreviveu ao massacre: Cleópatra !

Setenta e quatro pessoas foram mortas, entre as assassinadas ‘a espada e as pelo fogo, sendo cinco crianças, dois meninos e duas meninas, mais de vinte idosos e idosas e o restante adulto ou adolescente.  
E vendo do costado de seu navio a aldeia em chamas, Marlene gargalhava !
Do porto, Cléo via o navio se afastar, e chorava, enquanto o sol nascia...

(Por continuar)

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