Nenhuma delas sabia, mas de alguma forma elas sabiam que seus senhos e pesadelos estavam conectados entre si.
-Mamãe está sofrendo !
Gritou Rina,acordando sobressaltada, agora sentada na cama.
-Rina-chan?
Respondeu Tohru, acordada com o grito da menina.
-Mamãe está sofrendo e Onna -chan também!
-Como você sabe,Rina-chan? Você não está lá no hospital...
-Eu sinto, Tohru-san, eu sinto !
-Por que você está apalpando sua barriguinha?
-Eu sinto a dor do corte da barriga da mamãe !
E Rina abraçou Tohru como se não fosse haver amanhã, e chorou desabaladamente.
Enquanto isto, no hospital,a correria era geral na incubadora de Onna.
A bebê estava com febre alta e tendo violentas convulsões!
Também Lune acordara sobressaltada, com o pressentimento forte de que Onna corria risco de morte.
Com muito esforço, e contra todas as recomendações médicas, ela se levantou da cama e foi para a incubadora.
Ela não sabia onde era, mas seu instinto lhe guiou precisamente aolocal correto, e, apesar denunca ter estado naquele recinto, de alguma maneira ela sabia qual a incubadora correta.
Viu médicos e enfermeiras correndo com equipamentos ,e foi para Onna, lançou a ela seu olhar e seu sorriso mais meigo ,amoroso e doce e disse:
-Filhinha, mamãe está aqui com você, nada vai te acontecer, mamãe te ama ! Confia !
Ela recebeu de Onna o mesmo olhar meigo, doce e amoroso, mas ,determinado !Não, ela nãoiria se entregar ‘a morte !
-O que você está fazendo aqui?Você deveria estar na sua cama,se recuperando da sua operação !
Disse a médica que a operara, para Lune.
-Vim salvar a vida de minha filha,doutora!
E então, o que parecia impossível,aconteceu:
A febre de Onna desceu para a temperatura normal , saudável, e as convulsões pararam subitamente.
Onna sorria, para a mãe, que, emocionada, foi levada de volta a seu leito pelas enfermeiras.
Lune se deitou chorando de felicidade. Não apenas por ter salvo sua filha, mas por aquele evento inesquecível ter provado que Onna a amava como ela amava a ela.
Os médicos estavam embasbacados com o ocorrido e não sabiam como explica-lo, mas estavam aliviados por tudo ter voltado ao normal.
Mas Lune não se esquecera de Rina, e disse baixinho:
-Rina-chan, sossegue, está tudo bem agora...
E dormiu tranquila.
Em casa, Rina repentinamente se acalmou, um sorriso iluminou o rostinho dela, uma lágrima de alegria caiu de seu olho esquerdo e ela então dormiu profundamente, abraçada ao torso de Tohru, usando os seios dela como travesseiro para sua cabecinha.
Aqueles primeiros dias foram muito difíceis, tanto para Lune, como para Rina e para Onna.
Mas as coisas começaram a melhorar quando Rina pôde visitar Lune e, principalmente depois que Lune foi liberada do hospital e pôde ver Onna na incubadora.
Ainda assim, a dor do coração e na alma de Lune ao ver a filha tão pequenina e frágil na gélida incubadora, sem poder tocá-la, abraça-la ,amamenta-la era visceral, intensa, profunda .Todo dia ela se submetia ‘a máquina de ordenha para a coleta de seu leite ,para ver sua filha mamar na mamadeira- e a sensação de frustração porsua filha não estar mamando em seus seios era demasiado forte.
Takeo precisou ampará-la como podia, cerca-la de carinho e amor, e Rina também, mas nada preenchia aquele vazio em seu peito.
As preocupações eram diversas, e por várias vezes Onna contraiu várias infecções, que por pouco não a mataram.
Mas Onna era guerreira como seu nome, determinada a viver, e sobreviveu.
Enfim, um mês após seu nascimento, Onna recebeu alta e foi retirada da incubadora.
Receber a nova e tão esperada filha no braços foi um dos dias mais felizes e emocionantes da vida de Lune !
Ela abraçou Onna com infinitos de carinho e ternura,e chorou de comoção !
O dia que ela sonhara tanto enfim chegara, era exultação que nem cabia no seu coração.
Mas comovida mesmo ela ficou na primeira mamada de Onna.
Sentir aquela boquinha agarrar-se ao bico de seu seio e puxar o leite, aquela sensação tão especial e tão sonhada e esperada , fez cessar todo o temor de seu coração, e a fez esquecer das horríveis sensações de frustrações e impotência, e todas as preocupações se desvaneceram!
Era como se tivessem tirado um peso enorme de seus ombros e ela até esqueceu as dores no corte da operação -sua felicidade era indescritível !
(Por Continuar)