sábado, 29 de junho de 2019

Conto: Sonhos Adultos


Sonhos Adultos


- Sejas bem vindo, prezado senhor Rígor Mortis !
-Onde estou? Quem é o senhor?
-Aqui é a Dimensão dos Sonhos e eu sou um dos Cultivadores de Sonhos!
-Então estou dormindo e sonhando?
-Não, não se trata de sonhos neste sentido, o sentido é o que vocês ,da Dimensão Consciente chamam de “Aspirações”.
-Dimensão Consciente?
-Sim, de onde você veio !
-Mas como vim parar aqui? Será que estou morto?
-Se estivesse morto não viria para cá. Não sei de qual jeito o senhor veio parar aqui, mas sei que és uma das raríssimas pessoas da sua dimensão que conseguiram chegar nesta ! Mas não se preocupes, serei seu guia aqui!
-Muito obrigado, senhor Cultivador de Sonhos. Gostaria que me explicasse como é a sua função aqui...
-Pois não, pois não, claro ! Bom, é o seguinte; nós aqui cuidamos dos sonhos das pessoas de sua dimensão. Nós vemos os sonhos nascerem, viverem e morrerem.
-Tipo os alimentam , vestem, educam?
-Existem alguns paralelos, mas não se aplicam todos, em relação ‘a educação que vocês dão a seus filhos.
-Como assim?
-Aqui o nosso trabalho é observar e monitorar os sonhos das pessoas. Sonhos não precisam de vestimenta nem educação, e quanto ‘a alimentação, são vocês que cuidam disto.
-Ainda não entendi...
-Sonhos se alimentam de Esperança. Veja ali, no Berçário de Sonhos, por exemplo: percebe como os sonhos na fase bebê brilham?
-Sim, eles tem um brilho multicolorido, muito bonito, parecem pequenas nuvens brancas em forma antropomórfica!
-Exato, são sonhos humanos, então tem de ter uma forma humanoide. Este brilho é a Esperança, eles estão cheios dela quando nascem!
-E eles são fruto da reprodução de quem?De vocês?
-Não, senhor Rígor, de vocês, todos vocês da sua dimensão. Vocês é que os produzem, os deixam viver e, muitas vezes, para nossa tristeza, os matam...
-Sonhos morrem?
-Se ficarem com desnutrição de Esperança, morrem sim, ah, é tão doloroso, tão triste ver um sonho morrer...
-Mas se vocês cuidam deles, vocês os medicam para que sobrevivam?
-Ah, se pudesse ser função nossa...infelizmente nós aqui não podemos fazer nada, apenas dar carinho e apoio moral a eles.Veja ali naquele canto: está vendo alguns sonhos adultos?
-Aqueles magrinhos e escurecidos?
-Sim, quanto menos esperança tiver neles, mais o brilho deles vai se apagando e eles vão escurecendo, até ficar em um cinza  mortuário. Então, quando a quantidade de Esperança chega a zero,  eles ficam assim, secos, ressecados, cinzentos e opacos e morrem, virando cinzas. Mas geralmente os enterramos antes que se esfarelem de vez e sejam reduzidas a cinzas.
-Estou vendo, este cemitério éde perder de vista !
-Sim, esta Dimensão é infinita. Mas não vamos ficar falando de morte, vamos falar de vida ! Sabe,alguns dos maiores  que temos são os Sonhos de ganhar na Loteria !Estão entre os mais bonitos !Outros sonhos são relativos ‘as profissões,  e variam muito de tamanho. Tem Sonhos de Viajar, ah, e os Sonhos de Paixão, então?São lindos !Sonhos de Paixões Platônicas podem durar a vida inteira de uma pessoa de sua dimensão e é muito raro que lhes falte Esperança !A mesma coisa se pode dizer dos Sonhos de poder voltar no tempo e voltar a ser criança ! Alguns dos sonhos que tem vidas sofridas com fases  de desnutrição crônica de Esperança são os Sonhos de Poder mudar o passado , o presente ou o futuro. Estes são dos sonhos que mais internamos nas nossas clínicas de observação e que nos exigem mais apoio moral. Tem os sonhos infantis, estes infelizmente morrem logo, a não ser no caso dos Autistas. Este os mantém por mais tempo. E tem os Sonhos de Ser Feliz, eternos mutantes e difusos, estão sempre confusos! Cada hora tem uma cara !Mas, enfim, ninguém consegue ficar aqui nesta Dimensão por muito tempo, seu Portal já se abriu. Muito obrigado pela vista, meu caro !
E o Cultivador de Sonhos conduziu Rígor  Mortis até o portal, que, ainda sem entender nada, especialmente se estava vivo ou morto, consciente ou inconsciente, se vivendo uma visão ou tendo uma alucinação, se estava acordado ou sonhando, passou pelo Portal e voltou para sua própria Dimensão !

FIM

sábado, 22 de junho de 2019

Episódio 8-Sensibilidade de Viver: Adendos Finais



Finalmente Takeo chegou em casa, e ajudou a descarregar as coisas de Ruri.
Entraram pela porta da cozinha, que dava para a garagem, e encontraram Lune na sala amamentando Rina.
A anfitriã levantou-se e cumprimentou a irmã, ainda com sua bebê nos braços, com toda a delicadeza.
-Onee-chan, puxa, mas que linda está a sua filha !Quantas saudades !
-Saudades também, Ruri-nee-san ! Takeo-kun, por favor, vá arrumando as coisas da Ruri no quarto de hóspedes e  coloque um futon no quarto que está vazio, será o quarto da Rena-chan !E olhe, onee-san, a Rena-chan também está lindinha !
-Eu não gosto de você !
Disse Rena, na cara da tia.
-Mas eu gosto de você e você queira ou não, é  a minha sobrinha!
-Rena-chan, não me faça passar vergonha ! Peça desculpas para a Tia Lune !
-Não !
-Desculpe, onee-san, ela está numa fase terrível...
-É criança, onee-san, eu compreendo...
Respondeu Lune, meio sem graça.
-Então, mas você deve estar curiosa como que aconteceu comigo, Lune-nee-san...
-Estou sim !
-Então, como você sabe, eu casei com o Soichiro-san, e tive a Rena-chan com ele.Aí comecei a fazer faculdade e estava indo bem, mas então Soichiro-san foi demitido do trabalho dele por que ele contou aos colegas que eu fazia faculdade e ele foi denunciado aos superiores dele...sabe aquele tabu de esposa tradicional japonesa não poder trabalhar nem estudar, e só poder ser dona de casa?
-Sei, maior preconceito este...puro machismo !
-Pois é, ele foi demitido por isto, e pior, esta informação ficou no currículo dele e ele não conseguia mais emprego nenhum, e as contas chegando e chegando, fizemos dívidas enormes e começamos a brigar...e ele jogando a culpa do desemprego dele na minha cara...até que não aguentei mais e pedi o divórcio! Pior que ele me deixou numa situação financeira terrível, cheia de dívidas, perdemos nossa casa para o banco, e ele foi para o meio da rua, literalmente, e eu também estaria, se não fosse você...
-Bom, mas agora você está divorciada e não poderão mais te negar emprego ...
-É, verdade, Lune-nee-san, só que eu nunca trabalhei na vida, sempre estudei, não tenho experiência comprovada em nada, e não tenho dinheiro para terminar a faculdade...
-Bom, quem sabe o papai te arrume um emprego na editora dele, onee-san...
-Então, eu nem contei nada para a mamãe e o papai, por que eu não queria preocupa-los, afinal eles já estão ficando velhos..
-Eu entendo, onee-san, mas agora precisará contar a eles sua situação, com certeza eles a ajudarão, afinal, você tem uma filha para criar, e tem a escola dela inclusive...
-Eu vou contar, eu morro de vergonha, mas vou contar...
-Não é culpa sua, onee-san, e eles sabem disto, não vão culpa-la, claro que não...
-Meaaaauwrrrr !
-Aaaaai ! O Sartre-san me mordeu !
-Filha, por que você foi mexer com o gato?Deixa ele sossegado !
Disse Ruri.
-Eu fui puxar ele pelo rabo para colocar ele no micro-ondas e assá-lo, mas ele ficou bravo e me arranhou !
-Filha, mas se você colocar ele no micro-ondas e liga-lo com o gato dentro, você mata o gato !Não pode !
-Mas eu quero mata-lo mesmo, odeio gatos !
-Ruri-nee-san, tome conta da Rina-chan um pouquinho, por favor.Rena-chan, vem comigo , eu vou fazer um curativo no seu machucado...
Disse Lune, se levantando e pegando a menininha pela mão.
Mas ela tirou a mão rispidamente.
-Não quero ! Só quem cuida de mim é a mamãe e você não é minha mamãe !
-Mas sou sua tia e sou a dona da casa onde você mora agora !
-Não !Nãaaaao !
Não adiantou o choro de Rena: Lune a pegou nos braços  e a levou consigo até o lavabo, enquanto a menina esperneava e berrava a plenos pulmões!
Sim, Rena seria um verdadeiro teste de paciência para Lune e Takeo, e um bom treinamento de como seriam como pais quando Rina estivesse na mesma idade que Rena. E que teste difícil seria este !

(Por Continuar)

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Episódio 46-Admirer Voyages:Peregrine !



-Bom, mas a esta altura o Almirante já deve ter sido teletransportado e os dois se conhecido antes da hora,procede, Alessandra e Anne Paula?
-Sim, Capitã! O Almirante já está na Belerofonte e os dois já estão se conhecendo !
-Então vamos continuar assistindo, para que eu possa pensar no nosso plano de ação, já que não houve como evitar  o encontro mesmo..
As imagens e vozes de Françoise e o Almirante foram recolocados na tela:
“- Prazerem conhece-lo, Almirante !
-O prazer também é meu, Capitã!
-Poderia eu saber, por  gentileza a que se deve tão ilustre visita a minha pequena nave?
- Ocorre que a estação remota de sensores D-54 detectou uma anomalia no Espaço-Tempo, uma ruptura na linha temporal, que pode colocar todo o Império Terrestre no passado ou no futuro, e isto é muito perigoso!
-Huum, nunca tinha ouvido falar disto!
-É que é segredo de Estado. Minha cara, eu não sou um Almirante qualquer, pertenço ao DEPOMIS !
-O departamento secreto de inteligência da R-KASF?
-Sim, exatamente. Não apenas um serviço de inteligência, mas um serviço de polícia secreta também!
-Bom, que não deve não teme. Pode me investigara vontade e a toda a tripulação desta nave, senhor !
-Fique tranquila, o objetivo não é este, Capitã!
-Então, com todo o respeito, Almirante, o que sua missão tem a ver com a minha nave?
-Ela está no lugar certo na hora certa. Os sensores da estação detectaram o fenômeno bem nesta região. Então, vamos investigar isto juntos!
-Entendi, senhor.
-Ah, e os sensores detectaram mais uma coisa por aqui: rastros de plasma ionizado de uma nave que não confere com nenhuma conhecida em sua assinatura !
-Do que desconfiam, Almirante?
-Você pode achar isto inacreditável, algum delírio paranoico, mas desconfiamos que algum alienígena do futuro esteve aqui, ou ainda pode estar !
Françoise fingiu surpresa.
-Caramba, em anos de serviço no espaço, nunca vi nenhum alienígena, a não ser animais irracionais, incapazes de construir uma nave e explorar o espaço !
-Pois é, mas acho que estamos para encontrar um agora !”
De volta na Peregrine:
-Então estão desconfiados de nós, ou da nave que combatemos? Olhem, eu acho que não tem jeito, vamos ter de intervir,mais cedo ou mais tarde vão nos descobrir, e minha bisavó já está sendo colocada numa situação constrangedora, delicada e perigosa. A Zephir já foi embora, Anne Paula?
-Sim, Capitã, estamos já fora do alcance dos sensores dela.
-Então , Thaís e Priscilla, retomar curso para a interceptação da Belerofonte, velocidade: máximo impulso !
-Sim, Capitã !
Em questão de segundos a Peregrine chegou e estacionou na frente da nave de Françoise.
Já na Belerofonte:
-Capitã convocada para a Ponte !
A oficial de Comunicações chamou pelos alto falantes.
-Preciso ir para a Ponte agora, Almirante, teremos de acabar de conversar depois !
-Vou com a senhora !
Como ele era oficial superior a ela, ela não o contestou, e os dois saíram do escritório da Capitã, tomaram um elevador e chegaram na Ponte. O que viram no telão, no entanto, embora Françoise já estivesse acostumada, surpreendeu ao Almirante:
Era a Peregrine, em todo o esplendor de seu tamanho, bem pertinho !
-Mas que nave é esta ?
-Daqui a pouco te explico, Almirante!
-Capitã, a KSS  Peregrine está nos chamando !
-Na tela !
-Olá, Capitã Françoise! Desculpe  pela demora, tivemos alguns contratempos. Posso ir até  sua nave para nós três conversarmos?
-Claro, claro, há muita coisa para ser esclarecida. Eu e o Almirante a estaremos esperando em meu gabinete. Mandarei alguém escolta-la até lá !
-Agradecida, Capitã Françoise ! Até já !Capitã Valéria desligando !
-Venha comigo por favor, Almirante, tudo se esclarecerá daqui a pouco! Charles,assuma a Ponte ! Chelsea, vá escoltar a Capitã Valéria lá na sala de teletransporte e a leve até meu gabinete !
-Sim, senhora, Capitã! Responderam os dois.
-Espero que sim, tudo isto está muito intrigante para mim !
Não demorou e eles já estavam no gabinete.
Dali a pouco, Valéria chegava.
-Almirante, eu lhe apresento a Capitã Valéria Soleil, da KSS Peregrine!
-Não a conheço ainda, nem sua nave, estou estupefato!
-É que eu sou do século XXIV, viajei 100 anos no tempo!
-Mas...como...como isto é possível?
-Os rastros de gás ionizado que os sensores encontraram são daminha nave, Almirante. Capitã Françoise, eu e ele podemos ter uma breve conversa particular?
-Sim, claro!
-Ainda não entendi nada...
-Vou te explicar, caro bisavô!
-Bisavô? Eu sou seu bisavô? Mas nem pai sou ainda...
-Será, e de uma linda menina chamada Gertrude!
-Estou atônito !
Valéria contou sobre o futuro casamento dele com Françoise, e sobre tudo o que já tinha acontecido até então desde que chegara ao Século XXIII. E igualmente falou sobre a alteração na linha do tempo, o que batia como fenômeno que ele viera investigar.
-Então, era para eu ter conhecido a Françoise somente daqui a dez anos?
-Sim, e senão dermos um jeito de revertermos isto, a Gertrude, a filha dela e eu nasceremos dez anos antes, ou podemos nem nascer, e a História será completamente mudada ! 

(Por Continuar)

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Conto: Musa



Sozinha,Musa atravessava o seu próprio deserto,de coração partido.
Sentia em seu coração todo aquele vazio das saudades e toda a opressão das saudades daquela torturante ausência que tanto a tinha ferido.
Tirando suas derradeiras forças de sua pungente sensibilidade de coração de Mulher,
Ela sofria por quem ela queria,mas que por mais que procurasse, ali não o encontraria,
Sentia o coração a esfriar,
A Alma a esvaziar,
E por entre os dedos das cruéis mãos do Destino,
Suas esperanças a fluir!
O que era toda aquela angústia, em lenta agonia,
A devorar-lhe as entranhas de sua Essência?
Sempre amara com profundidade abissal,devotada toda a ele,e nele não via defeitos,apenas excelência !
O que era aquela quimera terrível, que de modo horrível consumia as chagas de sua alma inquieta e perturbada?
Só uma palavra soava em sua mente alquebrada:
-Porquê?Porquê?Porquê?...
No suplício do sacrifício de desesperada de manter por ele sua eterna devoção,ela se exasperava, aos poucos enlouquecendo 'a medida que os porquês torturantes se multiplicavam em seu Ser!
Que as garras afiadas do destino não rasgassem o âmago do terror de pensar em uma traição!
As chagas de sua alma se incendiavam ao pensar nele com outra mulher,
O Veneno do Ciúmes não se destila com colher,
Mas sim com as profundezas da Rejeição,feroz como um Leão,a queimar o coração e apagar da sua mente toda a lucidez,
Isto ela não queria , não poderia, nunca aceitar !
Não, não, seus preciosos sentimentos não poderiam ter sido em vão!
Tudo isto lhe passava pela cabeça como um turbilhão!
Trespassando seu Ser como lança poderosa,Agonia furiosa!
Por que amar com tantas forças assim?Porque o desespero de náufraga que não está mais conseguindo se manter à tona , nem mais se segurar em sua tábua de salvação?
Que brilho era este,que milagre,que beleza estonteante de coração e alma era aquela que aquele Homem conseguia dela extrair e mostrar tal como diamante lapidado, e depois sua ausência a exaurir?
Como poderia ele possuir,mais que uma estrela a brilhar, tanto preciosismo  a cintilar,tanta admiração despertar?
Como é que ele conseguira que dela fizera o coração amanhecer e despertar, a enternecer ao entardecer,e  com o firmamento dos mais profusos carinhos  a enlevar?
Que conseguiu aqueles velhos sentimentos que ela pensou que nunca mais viveriam outra vez,pelo trauma monstruoso da passada relação desenterrar e ressuscitar,trazendo-os 'a tona mais vivos do que nunca, fazendo-a sentir a aproveitar como nunca dantes?
Será que nunca mais teria esta maravilhosa sensação inebriante doravante?
Mas repentinamente,ela sentiu em seus longos cabelos a flutuar, uma suave brisa a suas dores aliviar,que sobrevinha do coração e alma, e que até a sua tez estava a afetar.
Seria miragem?Seria ilusão?Uma vã e perversa esperança a minar sua tênue temperança em acreditar?
-Por favor aceite estas flores como desculpas pela minha prolongada ausência!Aceite estas alianças como prova do meu amor, que entrelaçadas estão, como nossos corações, em um só coração e por favor seja a minha noiva!
Era ele!Era ele!Os olhos de Musa se abriram e sim, era real, ela despertara de seu pesadelo, a espera finalmente terminara e o deserto desapareceu.Tal como esplêndida flor, seu sorriso despertou e as pérolas cristalinas de suas lágrimas da mais profunda alegria correram lépidas por suas faces,fazendo de sua alma desaparecer todo o fel, e em seus lábios, vindo diretamente do coração, todo o mel a mergulhar num beijo inesquecível que só a sua paixão poderia proporcionar !
Estava apaixonada outra vez?Ou nunca deixar de estar?
De qualquer forma nada daquilo mais importava,aquecida que estava naquele abraço apertado com forças que nem ela mesma sabia de onde surgiram,pois a única certeza que tinha era de que tinha valido a pena tanto esperar, tanto sofrer,tanto acreditar, que como heroína enfrentou, para a Glória daquele momento parado no tempo, posto sentido como eterno,se regozijar !
Ao profundo beijo terminar,eis aqui só o que depois de tudo isto conseguiu Musa dizer:
-Eu aceito !

FIM

Conto:Alenda doHomem Mau e os três Macaquinhos



No meio da Imensidão da Floresta Amazônica, era hora de os filhotes irem dormir.
No entanto, Vovó Bugio, que criava três filhotes que perderam suas mães para a caça, foi indagada por eles a contar uma história para eles dormirem.
-Do que vocês tem medo?
Um a um, os filhotes responderam:
-Da Onça !
-Da Sucuri !
-Do Jacaré!
-Ah, destes três eu já contei muitas histórias, então hoje eu vou contar a história do matador mais feroz que já existiu: o terrível Homem Mau !
-Ooooh, Homem Mau? Exclamaram eles em uníssono.
-Sim !
-E a senhora o conhece?
Perguntou uma filhota, que tinha uma delicada flor pendurada numa das orelhas.
-Sim, eu quando jovem fui capturada por ele, mas sobrevivi, e sei tudo sobre ele!Mas vamos lá: Um dia, a floresta amanheceu alegre como sempre e aí apareceu o Homem Mau com um machado na mão.
-O que é um machado, vovó?
-É um dente enorme e muito afiado, que corta árvores, meu querido ! Respondeu Vovó Bugio.
Eu vou derrubar a floresta ! Ele disse orgulhoso.
Aí apareceu a onça e disse:
-Eu não vou deixar !
O Homem mau pegou sua arma e matou a onça! E cortou várias árvores.
Os filhotes arregalaram os olhos espantados!
Tempos depois, continuou Vovó Bugio, apareceu o segundo Homem Mau, agora com uma serra elétrica.
-O que é uma serra elétrica, vovó?
Perguntou o segundo filhote.
-É uma boca gigante, cheia de dentes afiados, e que faz um barulho assustador !
Os filhotes se encolheram todos e se abraçaram, tremendo de medo !
Mas a vóvó continuou:
-Aí apareceu a Sucuri, e disse:
-Eu vou proteger a floresta !
O Homem Mau nem respondeu, pegou sua arma e a matou. E em seguida, cortou um monte de árvores de uma só vez !
Os filhotes ficaram ainda mais espantados e apavorados.
E Vovó Bugio prosseguiu contando a história:
-Muito tempo depois, apareceu outro Homem Mau, que, como os outros, bradou que iria destruir a floresta. Foi quando apareceu o jacaré, que disse:
-Só morto vou deixar você fazer isto !
-Ah, é? Isto é o que vamos ver ! Disse o Homem Mau, e trouxe um trator enorme, com uma corrente.
-Trator? Corrente?
Perguntou curioso o terceiro filhote, a fêmea.
-Trator é um bicho gigantesco e muito forte criado pelo Homem Mau, e corrente é uma cobra gigante que o Homem Mau inventou, muito maior que a Sucuri !
-Ooooh, maior que a sucuri !
Os filhotes se espantaram de novo.
-Sim, muito maior! O Homem mau amarrou a corrente no trator e mandou ele puxar, e ele arrastou todas as árvores da floresta de uma vez, as árvores caíram em cima do jacaré, que também morreu!
-Ai, que medo, vovó ! Acho que não vou conseguir dormir hoje !
Vovó Bugio sorriu e respondeu, com olhar meigo e doce:
-Fiquem tranquilos, meus filhotes, por enquanto o Homem Mau ainda não vai aparecer. Vamos dormir enquanto ainda temos floresta !

FIM


quarta-feira, 19 de junho de 2019

Episódio 7-Sensibilidade de Viver:Adendos Finais






Mal Lune fechou a porta da sala, o telefone celular dela tocou.
-Alô, quem é?
-Oi, onee-san ! É a Ruri !
-Ruri-nee-san !Oi, quanto tempo !
-Onee-san, preciso falar como você !
-O que foi?Parece ter um tom de ansiedade em sua voz...
-Eu me separei do Soichiro !Divórcio ! E fiquei sozinha com minha filha  para criar !
-Puxa vida, Onee-chan, como foi acontecer uma coisa destas?
-Depois te conto, agora preciso de ajuda urgente !
-Então fala, onee-chan!
-Perdi minha casa para o banco e estou completamente sem dinheiro, e vou ser despejada amanhã e não tenho para onde ir, estou desesperada ! Veja com a mamãe se ela pode me hospedar com ela até eu arrumar minha vida !
-A mamãe e o papai se mudaram para o nosso apartamento e nósmudamos para a casa deles! Olha,faz o seguinte: vocêficará hospedada conosco quanto tempo você precisar ! Vou mandar o Takeo ir te buscar de carro agora mesmo ! Me passa seu endereço, por favor !
Ruri agradeceu e forneceu o endereço para ela, e Lune o anotou.
-Querido, vá buscar sua cunhada e sua sobrinha agora mesmo ! Está aqui o endereço!
-Tudo bem !Lá vou eu , então !
Enquanto Takeo descia pelo elevador parapegar suaMercedes Classe E para ir busca-las, Lune refletia consigo mesmasobre sua decisão:
Fora uma decisão impetuosa , sem medir as consequências, mas ditada também por seu dó da situação de sua irmã.E ela pensava  assim por que ela lembrava que Takeo e Ruri já namoraram entre si antes, e que ele a traiu há anos justo com sua própria irmã.Ela estava insegura, com medo de que Takeo se envolvesse com ela novamente, ainda mais que Ruri estava psicologicamente fragilizada e insegura, e ficava se perguntando se fora uma boa idéia. Mas, pensava ela por outro lado: não havia outro jeito, os pais delas já não estavam mais em condições de lidar com uma situação destas sadiamente, e por outro lado, o apartamento deles era pequeno e não teria condições de abrir adequadamente Ruri e Rena, a filha dela.
No entanto, Lune também se lembrou em seguida de que Rena nunca gostou dela desde bebê e que agora era uma criança de 3 anos  e meio, já deixara as fraldas e já falava- e se a antipatia de Rena para com Lune ainda continuasse viva? E se a antipatia de Rena se estendesse para Rina?
Tudo isto teria de ser levado em consideração, mas agora, de qualquer forma não tinha mais jeito: Takeo dali há pouco já voltaria com sua irmã e sua sobrinha, e ela não poderia mais “desconvidar” as duas de jeito nenhum.
Entretanto, ao menos ela teria mais companhia para conversar, e já seriam duas crianças em casa, embora de idades e fases da vida bem diferentes.
Lune resolveu parar com tantas elocubrações e tratar de ir arrumar o quarto de hóspedes para as duas.
Deu o que fazer, pois constantemente tinha de parar para amamentar ou ninar Rina, que passava a impressão para Lune que alguma coisa estava para acontecer.
Enquanto isto, no Carro de Takeo:
-Eu não quero ir para a casada Tia Lune !Não quero !Não quero !Buáaaaaa !
-Mas, filha, não tem jeito, vamos precisar ficar lá por um tempo, depois que a nossa situação se resolver a gente arranja uma nova casa para a gente...
-Não quero, não quero, Tia Lune é uma chata!
-Rena-chan, não  chora não, olha, lá em casa vai ser superlegal, tem dois gatos lindos , muita comida gostosa, e vai ter uma televisão só para você !
-Cala a boca, você não é meu pai ! E eu odeio gatos !
-Filha, que falta de educação é esta !Peça desculpas ao Tio Takeo agora !
Takeo pensou consigo: “-Ainda bem que já estamos chegando...”
                                       

 (Por Continuar)