sábado, 3 de dezembro de 2016

Episódio 5 -Minissérie- As Piratas também sonham:Pirata x Pirata



Episódio 5:

No dia seguinte, pela manhã, June fazia a distribuição do butim  entre suas piratas. Uma por uma, passavam por ela e recebiam um saquinho de pano com moedas de ouro e prata, que tinham sido roubadas do navio holandês.
A própria Capitã ficava com a maior parte, a Imediata ficava com metade do que a Capitã recebia, e as demais recebiam o restante.  Ainda assim, cada uma recebeu uma bela quantia.
Felizes, voltaram a trabalhar.
Já no Aranha do Mar, o ambiente não era dos mais felizes.
As novas piratas, ainda muito inexperientes, sofriam para aprender a manejar o navio e muitas ainda enjoavam com frequência a bordo. A própria Marlene também enjoava muito e demorava a se acostumar ao balanço do navio.
Os ferimentos de Ariadne cicatrizavam finalmente, mas as demais piratas, desacostumadas com autoridade, insistiam na desobediência e a chibata zunia com frequência, e aos poucos a tripulação selvagem ia sendo domada, principalmente por temor a Ariadne. As mais chegadas ‘a Capitã, Lorena e Verônica, conseguiram altos postos na hierarquia, sendo que a primeira se tornou a timoneira e a segunda  se tornou a terceira em comando e era a chefe das canhoneiras.
-Verônica, o que você está fazendo aí no costado da popa enquanto está todo mundo trabalhando?
Perguntou Ariadne.
-Eu estou trabalhando, senhora. Estou pescando os peixes de nosso almoço!
A Imediata olhou o balde de madeira junto ao costado e de fato já tinha  quatro peixes grandes  lá.
-Tudo bem, continue então.
Ariadne olhou para o alto e foi aí que percebeu que o cesto da vigia no mastro  principal estava  vazio.
Ela foi ‘a cabine da Capitã e bateu na porta.
-Quem é?
-Ariadne !
-Entre logo ! O que você quer? Por que me acordou a esta hora da manhã?
-Desculpe, Majestade! Ocorre que percebi que não temos ninguém na vigia para avistar outros navios ou terras em frente.
-Escolha uma da tripulação e mande-a para lá.
-Com todo o respeito, Majestade, mas é atribuição da Capitã atribuir cargos aos marujos...
-Ah, droga, está bem, está bem, vou me trocar !Peça para  Verônica me preparar um chá para meu café da manhã.
-Me perdoe majestade, mas não temos chá a bordo.
-Ah, mas será possível que não temos nada neste navio ?Leite então !
-Também não temos leite, Majestade.
-O que temos a bordo então, infeliz?
-Vinho e biscoitos secos de farinha, senhora.
-Me traga este troço aqui então, que jeito...após meu desjejum, irei escolher a vigia !
Marlene , depois que sua Imediata fechou a porta da cabine, tirou o camisolão e vestiu seu uniforme de  Capitã.
Por fim, Ariadne chegou com seu desjejum, que Marlene comeu reclamando, e depois foi ter com as suas piratas, já perfiladas no convés, aguardando por ela.
-Bom dia, Capitã !
Disseram elas em uníssono.
-Bah, só me faltava esta mesmo !Qual de vocês enxerga melhor?
Elas olharam uma para a cara da outra, e , ainda meio vacilante, uma delas se prontificou:
-Eu, Capitã !
-Como você se chama?
-Denise, senhora !
-Então trate de subir na vigia do mastro principal e faça o seu trabalho ! Agora ! E o resto, voltem a trabalhar novamente !Dispensadas !
Elas obedeceram, e Denise, a baixinha de cabelos loiros encaracolados e olhos azuis, foi para o cesto de vigia.
Este era um posto perigoso, pois era o mais alto do navio, e a amurada do cesto não era das mais altas. Não era para quem tivesse vertigens ou medo de altura.Fora o perigo de insolação e a solidão do posto.
Em compensação tinha-se, por todos os lados uma visa maravilhosa, grandiosa, do mar e sua imensidão
Denise estava extasiada !
Ao contrário, o trabalho nas galés, de limpar e manter os canhões, era duro, sujo e não tinha vista alguma. Só serviço braçal pesado , mas ao menos era na sombra, e pelas janelas dos canhões entrava uma brisa refrescante.
Mas não demoraria a aquela tripulação inexperiente  ter sua primeira batalha.
Duplo azar, o mesmo navio holandês que já cruzara o caminho do Black Marlin, agora cruzava o caminho da Aranha do Mar !
-Navio ‘a vista ! Denise gritou lá de cima, e Ariadne foi imediatamente avisar sua Capitã na cabine.
Mal humorada, Marlene se levantou da cama, deixou de lado o livro que lia, ,pegou sua luneta telescópica e foi para a proa.
-É presa ! Postos de combate ! Vamos invadir aquele navio e saqueá-lo !Disse Marlene.
-Todas, Majestade?
-Não metade delas vai, outra metade fica e você as liderará !
-Vossa Majestade não vai...
-Não estou a fim de sujar minhas roupas de sangue. Que matem por mim, Imediata !
Sem outra alternativa, Ariadne foi dando as ordens e o navio delas se aproximou do navio mercante, que desta vez, nem tentou fugir.

(Por continuar)

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