domingo, 11 de dezembro de 2016

Episódio 11=Minissérie- As Piratas também Sonham:Pirata x Pirata !



-Marlene de Malachetta, eu te odeio !Te odeio !Te odeio do fundo do meu coração !  você matou minha mãe, meu pai, meus irmãos, inclusive minha irmãzinha linda que eu amava, matou toda a minha aldeia, saqueou e roubou tudo, principalmente nossas vidas, você destruiu minha vida e me deixou sozinha nesta ilha deserta para morrer , desgraçada !Eu te mato ! Te mato ! Você e suas piratas malditas, nojentas !
Gritou  a jovem Cleópatra, por entre lágrimas abundantes.
Sua sensação de importância diante de tamanha crueldade era maior que a própria ilha e ela se sentia insegura, deprimida e o desãnimo e a revolta se abatiam sobre sua alma e seu coração, preenchendo-s de ódio que a martirizava , rasgando seu ser, sua essência como um tubarão rasga uma foca viva.
-Eu juro, Marlene, eu juro que vou me vingar de você e suas piratas pelo que fizeram comigo, pelo que fizeram conosco !Você é um monstro !Monstro !Monstro impiedoso e insensível, fingida, falsa, nos usou o tempo todo, se aproveitou de nós, da nossa bondade, nos enganou, nos  roubou, nos destruiu, nos matou...não, não tem perdão, não tem perdão a monstruosidade que você fez, você não é humana, não é possível, nem animal faz uma coisa destas ! Eu...Eu faço questão de te matar, te matar com as minhas próprias mãos !Eu vou dar um jeito de virar pirata e te perseguir pelos sete mares, até te matar !O objetivo da minha vida  agora é te matar !Não me sobrou mais nada, você em tirou tudo !Tudo! Desalmada, ordinária, não sossego enquanto não te ver morta !Morta ! A morte vai ser pouco por tudo o que você fez para mim, para nós !
Pensou consigo a jovem Cléo, que até então era uma adolescente alegre e risonha, boazinha, prestativa, que adorava agradar as outras pessoas, fazer o bem, ajudava os idosos e as crianças, a todos que lhe pediam ajuda, ela estava lá e ajudava com prazer. Ela sempre se preocupava com o bem estar de todos e fazia de tudo para ver as pessoas mais felizes.
Agora estava cega pela vingança, pelo ódio, pela raiva e se sentia a pessoa mais solitária do mundo, e uma montanha de saudades de um mundo de gente lhe percorria o coração e as lágrimas não paravam de cair.
Enquanto isto, no Black Marlin, uma notícia alegrou , naquela manhã, os corações da tripulação:
-O vento ! O vento voltou ! Voltou ! Que maravilha ! Viva !
Gritou Bianca, do alto da torre de vigia.
Todas ouviram e ficaram eufóricas !
-Recoloquem as velas, vamos partir !
Disse June, com um sorriso no rosto.
Não demorou muito e o navio lentamente começou a se deslocar e foi ganhando velocidade.
Pouco depois do almoço, Bianca viu as gaivotas novamente, e pelicanos também ! Não demorou e ela avistou uma ilha : era a ilha de Cléo!
O navio de Marcela, no entanto, já estava mais de sete horas de  navegação ‘a frente do Black Marlin, quando este encostou no cais do porto.
June olhou para o cais e o que encontrou foi uma jovem vestida com trapos meio queimados, sentada de pernas cruzadas e chorando.
Apiedada, a Capitã mandou descer o pranchão e ela e varias de suas piratas desceram.
-Ei, ei, o que aconteceu, menina, por que está chorando?
Cléo notou pelas vestes que quem lhe dirigia a palavra era uma Capitã pirata, mas não era Marlene, pois as vestes da vilã eram vermelhas e as de June, pretas.
Cléo finalmente se recompôs, e se levantou: era bem alta para uma garota adolescente, bem mais que June.
De cabeça baixa, sem conseguir conter as lágrimas ela contou sua história.
-Piratas?Mulheres piratas? Eu achava que só tinha a gente e...ei, como ela , a Capitã, se chamava?
-Marlene de Malachetta !
-Ah, desalmada, só podia ser ela ! Ela é nossa inimiga também e estamos perseguindo a ela !Ah, sim, eu me chamo June, sou a Capitã do Black Marlin, e esta é a minha Imediata Juliette, esta é a Long Legs Laura, esta é a Hellen e sua filha adotiva Françoise, e suas amiguinhas  Celine e Melissa !
Ah, que gracinha, a Celine me lembra minha irmãzinha Martina, que foi...foi... morta..queimada viva...ai...ai...eu não posso nem lembraaaaaaar...
E Cléo voltou a chorar.
Com dó, as crianças correram a abraça-la, o que a comoveu e tocou seu coração
-Obrigada...obrigada, meninas...eu precisava tanto disto...
-Olha para cá, Cleópatra, por favor...
June também estava de olhos marejados e de braços abertos.
Cleópatra a abraçou com força, aos prantos.
-Eu e todas nós do Black Marlin a recebemos em nossos corações, Cleópatra !
Novamente a aldeã se comoveu profundamente. Tinha encontrado pessoas boas de verdade, afinal !
Quando se recuperou, disse:
-Capitã, eu...eu quero muito me vingar de Marlene e as piratas dela !Por favor, me deixe ir com vocês, me transforme numa pirata também !
-Com toda a certeza ! Seja bem vinda !Posso te dar um apelido?
-Sim, Capitã, podem me chamar de Cléo !
-Cléo ! Agora você é uma das nossas ! A vida a bordo é dura, miserável, difícil, mas tem suas diversões também. E te juro, juro que caçaremos a Capitã Marlene e sua tripulação até encontra-la. Nós também queremos nos vingar dela e te prometo que você terá sua vingança !
-Muito obrigada, Capitã, você é muito generosa e  compreensiva, sensível...
-Sou humana, só isto, meus defeitos você descobrirá com o tempo !Bom, mas precisamos de víveres e mantimentos, será que sobrou alguma coisa?
Cléo fez questão de leva-las ao que restara da aldeia,  e as ajudou a colher frutas e mostrou-lhes um lago límpido no centro da ilha, onde puderam colher muita água. Também caçaram os porcos selvagens da ilha, prepararam e salgaram a carne para a conservação, e no final da tarde, zarparam, com um dia de navegação de atraso em relação ‘a Marlene, que seguia no mesmo curso, apontado por Cléo, uma nova perseguição começava agora !

(Por Continuar)

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