quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Episódio 79-Sensibilidade de Viver:Gestação !


    

Logo estavam de volta em casa.
Lune passou uma semana deprimida e traumatizada, e foi necessário mito apoio e carinho de Takeo para ela se recuperar.
Sartre também fez sua parte, e a distraiu muito, ele era um conforto e uma fonte de alegria para ela também, com suas demonstrações de carinho.
Devagar, o casal se adaptava a viver novamente sem Tana.
Takeo era um cuidador primoroso e cuidava dela com ternura e cuidado.Tantos mimos foram deixando Lune a vontade e mais feliz novamente.Ela finalmente voltara a sorrir!
Entretanto, agora o ventre dela já estava ficando maior.
Mas uma nova experiência, para ela totalmente inusitada, começava:
Estava Lune deitada no sofá, logo após tomar seu café da manhã, enquanto Takeo lavava a louça para ela, quando ela encasquetou de olhar para seu próprio ventre, pois sentia uns movimentos que pareciam vir de dentro, que ela nunca sentira antes.
Repentinamente, viu, espantada, calombos em seu ventre aparecerem e desaparecerem novamente !
-Takeo-kun, vem cá !
Ele veio correndo.
-O que foi, meu bem?
-Olha, na minha barriga!
Os calombos voltavam a aparecer e sumir, cada hora numa posição.
-É a Rina-chan ! Ela está chutando !
-Chutando?
-Sim, querida, neste estágio da gravidez, com cerca de cinco meses, os bebês costumam chutar com as perninhas, se movimentar, se mexer, e um dos movimentos mais comuns é o chute !Andei pesquisando na internet sobre isto!
-Danadinha a Rina-chan...rsss
Riu-se Lune, acariciando seu ventre com carinho.
Lune ficou imaginando  como seria dentro da sua barriga, e imaginou a pequena Rina chutando.
No começo da gravidez, Lune não sentia de maneira muito clara que estava gerando uma criança dentro dela, e que havia outra vida ali em seu ventre. Mas já fazia pouco mais de um mês que esta consciência começava a despontar  com sinais claro de seu próprio corpo na sua mente, e agora é que ficavam mais claros ainda.
A consciência, em seu nível mais literalmente visceral, de que ela gerava uma nova vida inteira dentro de si caiu como uma bomba em seu inconsciente, e quando Lune deu por si, estava de olhos marejados, mais parecendo uma represa prestes a estourar !
Então, este profundo sentimento lhe sobressaltou por dentro como um tsunami incontrolável, e a represa estourou, se expressando em um choro torrencial, verdadeira cachoeira , dilúvio de lágrimas incessantes, em ondas contínuas, irresprimíveis!
Foi tão alto, que até Takeo se assustou!
-O que aconteceu, amor?
-Ta...keo...kuuuuuuun !
Foi o máximo que ecoou da garganta de Lune, que o abraçou como se fosse a última vez.
Ele se desdobrou em carinhos para ela e a abraçou também, ainda sem entender o que acontecia.
Foi quando o ventre dele se encostou no dela e ele sentiu os chutes de Rina.
Agora era a vez de Takeo chorar também, emocionado, comovido-sim, sim, ele percebia a profundidade da emoção e da comoção que Lune estava sentindo, entendendo que aquilo não era um choro de tristeza, mas de comoção.
-Eu...eu sinto a ela chutar ...também...é como sentir os pezinhos dela saindo de sua barriga e  comprimindo a minha...ai, Rina-chan...Rina-chan...
-Rina-chan...vem...vem logo...eu a amo, Rina -chan !
Respondeu Lune ‘as palavras encharcadas de emoção de  Takeo, que disse, com voz embargada;
-Eu a amo também...filhinha...Rina-chan...
E um chorou profundamente no ombro do outro, até a comoção passar.
Foi então que Rina de repente parou de chutar.
Lune sentiu isto, e imediatamente lhe sobreveio uma sensação gélida no ventre, algo de macabro, temerário, horrível !
Lune levantou seu rosto aos céus e soltou um grito !
-Rinaaaaaaa!Nãaaaaaaaaoooooooooo !
Aflito, instintivamente Takeo colocou sua cabeça sobre a barriga de Lune, esperando pelo pior!
Foi quando ouviu o batimento frenético de um pequeno coração ecoando o da esposa.
-Ela dormiu....
Aquelas palavras de Takeo lhe sobrevieram com um alívio tamanho gigante e Lune soltou um suspiro tão profundo que ela nunca imaginou que seria capaz! E se acalmou imediatamente.
Quando Takeo levantou seu rosto e olhou para ela, Lune sorriu seu sorriso mais carinhoso e doce, e lhe dirigiu seu olhar mais meigo e terno.
Dois pares de lábios se encontraram em um beijo emocionado, apaixonado e generoso em lágrimas de emoção.
Passaram horas abraçadinhos revezando carícias na barriga de Lune, sentindo que acariciavam a filha!

(Por Continuar)

Episódio 17-Admirer Voyages:Peregrine !



O barulho do arrastar de móveis e objetos denunciava a presença do animal, o qual ainda não se conseguia divisar.Então....
-Waaaaaaruuuuurrrrrr !
O rugido mais parecia um trovão furioso e gelou a espinha de todas !
O mais desesperante é que ele soava de tal jeito pela nave, que não se conseguia distinguir de onde vinha o som!
E os sensores de mão nada detectavam, e ninguém entendia como isto era possível !
-Atirem na direção do rastro de móveis !
Gritou Valéria, e as garotas abriram fogo!
Mas nenhum tiro acertou o animal.
Ouviu-se estralos de objetos trincando e viu-se objetos de metal se amassando sob um peso grande, o que sugeria que o animal era pesado.
As meninas atiravam em desespero para a direção dos objetos  afetados, mas o animal parecia dar saltos ágeis e evitar os raios.
Só então alguns dos lasers se cruzaram iluminando logo acima do monstro e um par de olhos vermelhos e cruéis brilhou, além de uma boca enorme , repleta de dentes afiados e enormes, que mais pareciam caninos, o monstro não tinha nenhum dente de mastigação, o que levava a crer que ele engolia pedaços inteiros de suas vítimas de uma só vez.
-Aaaaaaaaaaaah ! Gritou Priscilla, aterrorizada ao ver aqueles olhos e aquela dentuça!
Foi só então que o monstro resolveu se deixar ver:
Todo negro, com pele escamosa e brilhante, quatro patas, pescoço curto, cabeça comprida, oblonga e pesada, terminando em um focinho rombudo. Parecia um cruzamento de um réptil raurisíquio do período Triássico, com um  mamífero creodonte do Oligoceno terrestres. Os dentes eram todos  compridos, afiados e pontudos, maiores na frente e menores atrás, e no centro para quem olhasse de frente, haviam dentes menores voltados para a frente, sobressaltados.A espinha era muito flexível, as patas muito musculosas, as dianteiras maiores que as traseiras, com cauda curta. As patas terminavam em enormes e afiadíssimas garras retráteis. Ele tinha um metro e oitenta de altura no topo da cabeça, e um e sessenta na espinha, podendo assim, olhar diretamente nos olhos de um ser humano.Não tinha orelhas, seus ouvidos mais pareciam os de um réptil, e suas narinas eram laterais e separadas, mas ele tinha vibrissas com a dos felinos no focinho.Os olhos ficavam no meio do crânio, e entre os olhos e o cérebro, ficavam imensos espaços que eram preenchidos por músculos poderosos que sustentavam a longa mandíbula. Ao longo da espinha, havia uma armadura de placas de osso embebidas na pele.O comprimento total do animal era de quatro metros e meio, sendo que só a enorme cabeça ocupava mais de um metro do total.As mandíbulas eram fortes , pesadas e estreitas, e o cérebro, era maior do que o de um chimpanzé e muito complexo, tratava-se de um animal extremamente inteligente.
E então...
ATAQUE !
O animal parecia pressentir justamente quem mais estava com medo e foi direto para cima de Priscilla, que , ficou paralisada de terror e soltou suas armas.
Mas instintivamente, Valéria acionou o lança granadas  de sua arma, e a granada atingiu o monstro em cheio e explodiu seu peito.
O animal caiu morto antes que atingisse a pilota.
-Agora sabemos que ele não é indestrutível !
-Verdade, Capitã, mas há alguma coisa na pele dele que o torna invisível aos sensores, e ele parece ter uma propriedade intrigante, de conseguir, de alguma maneira,camuflar-se da luz, podendo se tornar invisível quando quer. Isto o torna muito, muito perigoso. A tripulação aqui não teve chance, especialmente se tinha uma alcatéia inteira deles aqui. Pelo visto, são predadores de tocaia, não de perseguição.E olhe que gozado: o sangue dele é verde !
-Põe perigoso nisto , Doutora! Melhor fazermos o download dos diários de bordo e os registros operacionais da nave e sairmos daqui o quanto antes. Podemos não ter a mesma sorte novamente !
- Está certo, enquanto vão fazendo isto, vou terminando de escanneá-lo e examiná-lo. Ah, os dentes dele lembram os de um tiranossauro rex...eu vou nomear a espécie dele como Tyrannodon discretus!1
-Não vejo nada de discreto nele, doutora...garotas, baixem logo os arquivos que precisamos , para irmos embora logo, antes que apareçam novos tiranodontes aqui !
-É por causa da capacidade dele de se camuflar e ficar invisível, Capitã. Ah, e veja! “Ele” é uma fêmea !
Disse a médica ao abrir o ventre do animal com seu bisturi laser.
-Estou vendo, tem vários filhotinhos em bolsas transparentes que parecem úteros, e estão se mexendo, estão vivos !São minúsculos, cabem dentro da mão!
-Deixa eu ver?
Perguntou Christine, curiosa.
-Não se aproxime, não toque neles, pode ser...
Tarde demais foi o aviso da doutora.
Uma das bolsas se rompeu, e o filhote se agarrou no ventre da chefe de segurança, e o abriu com seus dentinhos afiados, abrindo um buraco um pouco abaixo do umbido, entrando dentro logo depois.
Christina berrava de dor, e seu ferimento vertia uma torrente de sangue, mas, de repente, milagrosamente se fechou, como se nenhum ferimento houvesse !
O voraz filhote a estava devorando por dentro, se alimentando de seus intestinos !

(Por Continuar)

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Episódio 78- Sensibilidade de Viver:Gestação !



-Entendi, Pai, tudo bem então.Quando ela virá?
-Amanhã cedo.
-Melhor irmos visitar a ela?
-Não, não há necessidade. Ela não corre mais perigo de vida, e ela parece estar bem assistida pelos médicos aí.Depois, ela não seria mais capaz de receber e entender apoiomoral. A obrigação de vocês para com ela está encerrada.
-Ok, acho que realmente não há mais nada que possamos fazer, vamos embora então.
-Ah, filho, depois você me passa o valor que vocês dispenderam com ela, irei te repor!
-Agradecido , Pai!
-De nada, até mais filho !
-Até !
E Takeo desligou.
-Bom, querida, você ouviu...não há mais nada que possamos fazer por ela.Amanhã cedo a governanta lá de casa irá busca-la.Melhor desistirmos de irmos vê-la hoje...
-Nem pensar, querido...nós vamos vê-la hoje e vamos agora !
Takeo  logo viu que não conseguiria demovê-la,pois quando ela encanava com alguma coisa, ninguém a convencia do contrário!
Então achou melhor não insistir:
-Ok, querida, eu te ajudo a se trocar então, vamos lá no quarto...
E lá se foram eles.
Lune quis tomar banho primeiro, e Takeo não se fazia de rogado em ajuda-la.Depois a ajudou a se enxugar e a ela se trocar.A barriga dela começava a ficar avantajada, já que já caminhava para o quinto mês, então, as vezes ela tinha um pouco de dificuldade para colocar as meias e a calcinha.
Mas Takeo era delicado e cuidadoso e a ajudava com respeito e carinho, sempre com um olhar meigo e um sorriso doce no rosto, e isto agradava sobremaneira a Lune, que no fim, se sentia aliviada em não ter mais a presença incômoda e intrusiva de Tana, que agora tinha ainda mais segredos, mas os guardaria consigo para sempre, agora que ela praticamente vegetava.
Não demorou, Lune e Takeo estavam prontos e , após darem comida ao gato, a pedido de Lune, desta vez foram no carro dela.
A Mercedes Classe B saiu da garagem e ganhou a rua.
Em um instante estavam no hospital, que era perto, e lgo que chegaram foram conversar com o médico.
-Tem certeza mesmo que querem vê-la?
-Sim, absoluta !
Respondeu Lune ao médico resolutamente.
=Tudo bem, podem entrar, então...
Eles entraram no quarto dela.
E lá estava ela, numa cama de hospital, com sonda e aparelhos ligados a ela.
Tana viu o casal chegar.Apedar de tudo, sua memória não fora afetada.Tanto que, ao vê-los, sua postura curvada e depressiva mudou imediatamente, e ela abriu a boca, mas o grito não saiu. Com os olhos arregalados, terrificada, ela colocou as mãos na frente do rosto e lágrimas abundantes caíram de seu rosto.
-Calma, calma, não vamos te julgar nem te fazer mal...
Ao ouvir a voz de Lune , ela cobriu o corpo e o rosto com o lençol.
Imediatamente os batimentos cardíacos e a pressão dela dispararam. O médico teve de intervir:
-Melhor vocês irem agora, por favor...estão piorando o estado de saúde já frágil dela !
O casal entendeu na hora e se retirou.
Lune estava absolutamente chocada !

(Por Continuar)

Episódio 16- Admirer Voyages:Peregrine !




-Uh, como é difícil caminhar em um corredor inclinado como este...
=É que na verdade o que nos parece o chão é na verdade a parede lateral do corredor,e nos alojamentos,devido a gravidade, todos os móveis caíram nas paredes,Priscilla.
-Pois então, Capitã, mas eu estou apavorada com o Monstro...e se ele nos encontrar?
-Atiraremos nele, oras, temos armas tão potentes para quê? Rita, olhe nos painéis laterais  de manutenção, se não encontra  uma maneira de acender as luzes da nave !
-É o que estou procurando, Capitã...
-Então continue...vamos ter de dar um jeito de escalar o assoalho para podermos chegar aos deques superiores!
-Nenhum sinal de vida nos sensores de mão até agora...que estranho, era para mostrar alguma coisa, com tantas pistas...opa ! mais vítimas fatais !
Kátia tinha aberto a porta de um dos aposentos, e uma pilha de tripulantes  em estado de putrefação desabou e por muito pouco não caiu em cima dela!
-Aaaaai, que horror !
Gritou Priscilla, apavorada !
-Cala a boca, não vê que se fizermos barulho, o monstro nos encontrará?
Disse Valéria, brava.
-Desculpe, senhora...
Disse a pilota, de olhos marejados.
-Todos vítimas do Monstro. A maioria devorada até quase só sobrar o esqueleto, as mesmas marcas, o mesmo traço de DNA...Agora ele já fez pelo menos quinze vítimas !
-Estamos de fato lidando com algo muito perigoso, Doutora...
-Capitã, lembrei que eu trouxe comigo lança ganchos elétricos!
-Ótimo, Rita, vamos começar a subir então, pois já chegamos ao final do “ pescoço” da nave, temos que ir para o disco!Mas antes, teremos de romper paredes com nossas armas. Atirar !
Elas todas atiraram no mesmo ponto e um grande buraco na parede foi feito, permitindo que o próximo deque pudesse ser acessado.
Rita  então distribuiu os quatro lança ganchos, que, ao apertar de um botão, dispararam cabos metálicos com ganchos retráteis na ponta, que fincaram no assoalho e travaram.
Ao apertar outro botão, os lança cabos ia puxando e enrolando os  cabos e puxando as garotas para cima. Assim que subiam um deque, abriam mais uma parede, disparavam seus lança ganchos e subiam de novo. E a cada deque, para seu horror, mais e mais corpos. Eram pelo menos 44 até agora !
Finalmente chegaram na parte traseira do disco.
-Chegamos ‘a Engenharia. Ao trabalho, Rita !
Com dificuldade, a engenheira chefe acessou os painéis e conseguiu religar as luzes e restaurar a energia da nave, que ainda funcionava.
O cenário, porém, era desolador!
A Engenharia estava coalhada de corpos dos tripulantes, nenhum vivo!
-300 tripulantes costuma ser a tripulação normal de uma nave Classe Authority. E já pude contar pelo menos 88 mortos até agora, todos vítimas do monstro !Estou começando a desconfiar que não pode ter sido apenas um, deve ter uma alcatéia inteira deles aqui !
Priscilla se agarrou no braço de Valéria, em desespero:
-Uma alcatéia...inteira!Pelo amor de tudo que é mais sagrado,Capitã, eu te suplico, te rogo, vamos logo embora daqui...
-Pri, você recebeu treinamento militar para quê? Para ser medrosa deste jeito, menina? Toma vergonha na cara !
Priscilla estava pálida com cera e tremia dos pés ‘a cabeça !E não conseguia mais parar de chorar !
Súbitamente...
SUSTO !
Um vulto, um vento gélido passou por elas!
Não se podia ver o que era, mas se podia ver a sombra- e ela era de um animal grande, de quatro patas !
-Nada nos sensores, Rita? Não é possível! Garotas, postos de batalha ! Armar fuzis !Ligar escudos defletores pessoais !
Gritou Valéria, alarmada !

(Por Continuar)

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Episódio 15- Admirer Voyages:Peregrine !



-Toda naveta tem fuzis lazer com lança granadas iônicas e pistolas lazer de grosso calibre  nos seus armários, Capitã, assim como sensores de mão e rações de comida e água.
-Bem lembrado, Christine. Antes de Sairmos, já que já pousamos, vamos medir a atmosfera e a radiação, para sabermos se vamos precisar mesmo dos trajes astronáuticos que trouxemos conosco. Huuum, deixe-me ver...atmosfera respirável, gravidade 99% da terrestre, radiação, apenas traços.Só o calor que aqui é terrível, 63 graus acima de zero !Doutora, vem ver aqui na tela, o que você acha?
-O nível de radiação não é letal, mas não devemos ficar mais do que doze horas expostos a ela, ou começaremos a ter sintomas de contaminação. Mais preocupante é o nível altíssimo de raios UV aqui, quase no limite do suportável pela vida humana. Esta areia é muito brilhante e o excesso de luz pode prejudicar nossas retinas. Mas eu trouxe comigo óculos com filtro anti UV e anti brilho.Não devemos ficar mais do que alguns minutos lá fora, ou a intensidade solar nos fará virarmos churrasco.
-Então precisaremos entrar depressa. Bom, mas a naveta tem um lançador de torpedos iônicos  de baixo calibre, talvez uns dois ou três consigam abrir um buraco na nave para nós, não acha, Rita?
-Penso que sim, Capitã !Mas devo lembrar que o estoque da naveta é pequeno, só tem nove torpedos, em lançador fixo, sem possibilidade de geração virtual.
-Restarão seis, para nos defendermos.Muito bem, vamos atirar então, já armei três torpedos ! Fogo !
A navezinha soltou seus torpedos, do tamanho de uma caixa de sapatos, mas foram suficientes para abrir um rombo  no casco já danificado e estruturalmente fragilizado pela queda, suficiente para uma pessoa passar por ele.
-Muito bem, estamos a apenas dez metros da nave. Vamos lá !Todas peguem suas armas no armário, e , em frente !
Disse Valéria.
Ao abrir-se a escotilha da naveta, uma luz cegante e um bafo de calor insuportável atingiu as tripulantes.
-Vamos lá !Corram para dentro da nave !
Disse Valéria .
Elas entraram.
Dentro da nave, o clima estava bem mais fresco, embora os sistemas de suporte de vida não mais funcionassem. Estava tudo escuro , mas as garotas tinham suas poderosas lanternas de plasma.
Valéria ia na frente de todas:
-Meus sensores ainda não detectaram nenhum sinal de vida, mas há compostos biológicos para todo lado por aqui.Ei, o que é isto em que pisei?
-Segundo o sensor de mão, Capitã, isto são fezes. Talvez seja isto que sejam os compostos biológicos.
-Ugh, que nojo, Kátia! Ai, credo, será que a tripulação ficou defecando pelos corredores da nave?Que horror !
-Não, pelo que diz meu sensor, estas fezes não são humanas, são de algum animal de algum tipo, mas não bate com nada que tenha nos nossos registros de animais terrestres ou alienígenas.
Disse Kátia.
-Capitã !
-O que foi, Rita?Precisa gritar deste jeito?
-Olha ! Olha !
E Valéria olhou para onde Rita apontava: um corpo humano quase inteiramente devorado, com quase nada de músculos por sobre o esqueleto !
A Capitã soltou um grito de horror !
Mas Kátia, como médica, estava acostumada a ver cadáveres, então não se assustou, e começou a escannear o esqueleto com seu sensor médico de mão.
-Capitã, pelo DNA escaneado dele, pois é um corpo masculino, após analisar amostras de células musculares dele, trata-se do Comandante Rudyard Sebring, engenheiro chefe da nave. O corpo apresenta marcas de dentes de um animal predador, um carnívoro, e a causa da morte foi o esmagamento das vértebras cervicais e da base do crânio, o que sugere que ele foi atacado por trás. As marcas sugerem uma estimativa aproximada de 36 cm para o comprimento dos dentes, com uma pressão quatro vezes maior do que a de um leão. Há traços de DNA do animal, que combinam perfeitamente com o das fezes que encontramos! Há pelo menos um animal predador, carnívoro , de grande porte, e feroz pela nave, os sensores mostram ferormônios dele por todo lado, ainda frescos, ele não deve estar longe, se é que é um só !
-Esta nave e este planeta me dão arrepios, Capitã, por favor, vamos voltar para a nossa nave!Provavelmente este monstro já comeu todo mundo aqui !Vamos embora, Capitã, por favor !
-Não, Priscilla, já estamos aqui, não podemos desistir agora. Estamos bem armadas !Vamos seguir em frente !

(Por Continuar)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Episódio 77-Sensibilidade de Viver:Gestação !




Horas se passavam, e nada de notícias de Tana.
O duro é que não tinham qualquer informação da família dela, telefone,endereço, email, nada.
Lune permanecia calada e triste, sem nem saber o que pensar e se recriminava ao se lembrar de cada discussão com Tana.
Enfim, o médico chegou:
-E aí, doutor, como está ela?
-Ela passou por duas operações, e teve várias paradas cardíacas durante os procedimentos.O estado dela se agravou e ela está em coma profundo. É imprevisível quando ela sairá do coma, e, se sair, acreditamos que as sequelas serão bem graves:perda de memória, paralisação de boa parte do corpo,perda da capacidade cognitiva parcial, potencialmente bem grave, perda da visão, audição e prejuízo acentuado no reflexo da deglutição.Ela respira por aparelhos, mas se a respiração dela voltará a ser saudável, é difícil dizer, imprevisível, é possível que venha a ter sérios problemas respiratórios...
-Mas por que tantas sequelas, doutor?Por que ela entrou em coma profundo?
-Senhorita Lune, não necessariamente ela terá todas estas sequelas ao mesmo tempo, provável que não, mas é difícil garantir com segurança. A probabilidade maior é que ela tenha ao menos uma, ou alguma delas. Agora, o problema do coma foi que, como ela perdeu muito sangue, houve um grave déficit de irrigação sanguínea do cérebro, e uma quantidade significativa de tecido cerebral faleceu.Agora, ´revisão de quando ela sairá do coma, como eu disse antes, não tem previsão possível.
-Mas o tipo de coma que ela teve, doutor, estatisticamente falando, costuma voltar e depois de quanto tempo em média?
-Olhe, senhor Takeo, não posso precisar, cada caso é um caso e não posso garantir nada. Estatísticamente, comas do tipo que ela sofreu , quando as pessoas se recobrem, é dentro de duas a tr~es semanas, em média.Isto , quando recobrem, pois, novamente, estatisticamente falando, neste tipo de trauma e com esta intensidade, com pacientes jovens, a média é de  apenas 22 em cada 100 pessoas se recobrarem do coma, mas sempre com sequelas bem sérias e incapacitantes. Só uma em cem se recobra sem sequela significativa.
-Então temos de ficar velando por ela...
-Não recomendo, senhorita. Melhor voltarem para casa e qualquer notícia eu lhes contactarei, nada há nada que possam fazer por ela...
Lune olhou para o rosto de Takeo.
-Desculpe, amor, mas ele tem razão. Ficarmos aqui só vai atrapalhar o tratamento dela e dar trabalho aos funcionários do hospital. Depois, você está grávida, não pode ficar semanas esperando num saguão de hospital.Doutor, muito obrigado por tudo!
O médico agradeceu e se despediu do casal.
Eles foram ao caixa do hospital e pagaram a conta, bem salgada, por sinal, depois, pegaram o carro e foram embora.
Lune não conseguiu dormir naquela noite.Chorou a noite toda, abraçada com Takeo, que teve de convencê-la a comer, a duras penas, pois nem apetite ela tinha-estava fortemente deprimida.
A preocupação era constante, mas outras preocupações a atormentavam:a possibilidade de ficar sob tanto stress, tanta depressão, que pudesse perder sua bebê, ou mesmo ter um aborto espontâneo.
Até Sartre sentiu o clima pesado daquele apartamento, e estava bem carente. Mas foi justamente o carinho de seu gato para com ela que a ajudou a suportar sua provação.
Não adiantava Takeo lhe dizer que ela não tinha culpa, que ela não tinha nada a ver com o que acontecera.Ela não aceitava estes fatos. Ela sentia que precisava se culpar.
Ela ia tristonha a seus exames e suas consultas pré-natais, em um desãnimo preocupante, e Takeo já não sabia mais o que fazer para agradá-la, distraí-la e consolá-la.
Dez dias após o acidente, o celular de Takeo tocou.
-Alô?Pois não?
-Gostaria de falar com o senhor Takeo ou a senhorita Lune, por favor. Aqui é o Doutor Katagiri, do Hospital.
-Aqui é Takeo Soryu. Pode falar , doutor!
-A senhorita Tana  se recobrou do coma e está respirando sem ajuda de aparelhos.
-Puxa, que notícia maravilhosa, Doutor !Iremos aí já visita-la !
-Por favor, calma, senhor Takeo, eu ainda não acabei de dar as notícias. Ela ficou com algumas sequelas: ela perdeu a capacidade de falar, está com paralisia parcial na perna afetada pela queda,e, ao menos por enquanto, será incapaz de caminhar sozinha ou se equilibrar de pé. A perna quebrada ainda está se recuperando, mas aos poucos o osso está se soldando. Porém, a parte cognitiva dela foi muito afetada.Creio que ela está com um déficit cognitivo severo, realmente grave, e definitivo.Provável que se vocês falarem alguma coisa com ela, ela não entenda quase nada.
-Entendi, Doutor. Bom conversarei com meus pais, que são os patrões dela quais as providências a tomar.Estamos a caminho !
Takeo se despediu, agradeceu e desligou.
-Querido, o que foi, o que aconteceu?
Takeo explicou o acontecido.
-Puxa, que tragédia...coitada... vamos ver a ela sim. Mas fale sim com seus pais, por favor!
Takeo ligou para seus pais em seguida, e desta vez, que atendeu foi seu pai.Após ouvir a explicação do filho sobre  Tana, ele respondeu:
-Puxa, filho, muito triste o que aconteceu com ela. Vou pedir a minha governanta que traga ela de volta para a nossa casa assim que ela receber alta.

(Por Continuar)