Depois
que Tana passou por ela, Lune riu-se a vontade, divertida.
Ainda
muito envergonhada por ter seus segredos mais íntimosdescobertos, Tana correu a
tomar banho, se enxugar e se trocar, vestiu um novo uniforme e foi correndo
fazer o melhor jantar que podia.
Após
este trauma, o teatro de boa moça puritana seguidora da moral e dos bons
costumes dela, caiu por terra, veio abaixo como uma avalanche.Estava
desmascarada e sentia-se nua de seu escudo moralista na frente de seus patrões.
Como poderia ela agora apregoar seus ideais conservadores e reacionários e
continuar a ficar interferindo na vida do casal após ser descoberta, se ela sabia muito bem com
quem sonhara durante sua masturbação?
E
o intuito dela lhe dizia, para seu desespero, que Lune desconfiava fortemente
quem era a pessoa com que Tana sonhava suas desenvolturas na cama, ou talvez
até já soubesse, mas mantinha-se calada.Porém, só de pensar no horror de, em
uma nova briga, Lune poder ameaça-la e jogar-lhe na cara com quem Tana tinha
sonhos afrodisíacos, ela já ficava roxa dos pés ‘a cabeça. E o pior era a
sensação de quentura irresistível na virilha, parecia estar pegando fogo, passava
a impressão de que , mais cedo ou mais tarde a calcinha dela iria se incendiar
!
No
Entanto, apesar dos delírios de Tana, nem passava pela cabeça de Lune acusar a
moça, sua cabeça estava bem longe dos pensamentos sórdidos e animalescos de
Tana.
Esta,
aliás, lutava contra a onda de prazer libidinoso que ainda lhe rasgava as
entranhas da alma e fazia seu coração uivar como loba no cio!
E
cozinhava furiosamente, desesperadamente tentando se concentrar no seu
trabalho, enquanto, para seu exaspero, um líquido transparente e pegajoso
inundava sua lingerie e lhe descia pelas pernas até o chão, e ela apavorada que
Lune percebesse-ou Takeo, pior ainda!
E
como ela o poderia encarar, quando ele chegasse?
Seus
olhos lacrimosos desceram ao chão, sua postura antes altiva envergou-e, a voz
sumiu, numa postura submissa e humilhada.
Foi
então que ouviu a porta da sala bater de mansinho-era Takeo !
Tana
tinha vontade de sumir !
Já
na sala:
-Oi,
meu amor, boa noite, sejas bem vindo!Como foi no trabalho?
-Fui
bem, meu anjo, tudo correu normalmente, estou apenas cansado. Ah, mas tenho uma
ótima notícia para você ! Seu pai me liberou para eu acompanha-la até o final
da gravidez!Vou poder ficar em casa e te ajudar !
-Papai
é muito legal, tem um bom coração, o que não falta a ele é humanidade !Fico
muito feliz em ter sua companhia !
Respondeu
Lune com um sorriso , após dar um carinhoso selinho em seu marido.
-Será
que o jantar já está servido?Estou com uma fome...
-Vamos
ver juntos, querido...
Ao
chegarem na cozinha, Lune lançou um olhar para Tana e piscou um olho, com um
sorriso.
Tana
internamente interpretou aquele olhar e aquele sorriso como de superioridade e orgulho, o que lhe
despertava raiva e revolta,, mas se conteve e sua voz pálida e discreta, quase
um sussurro, soou:
-Sim,
senhora, já está tudo pronto, já está na mesa. E já dei a comida ao gato
também. Com licença, vou me retirar para o quartinho da área de serviços.
-Não
quer comer conosco, Tana-san?
-Não,
senhor, muito obrigada, não estou com fome ainda, não senhor, com licença...
-Huh,
anjo, o que você fez para deixar ela tão mansinha deste jeito?
-Ah,
nada de mais, amor...
Disse
Lune com um sorriso malandro e irônico nos
seus lábios tentadores e sensuais.
-E
olha só, desta vez ela nos serviu um banquete !
O
olhar de Lune mudou e o semblante no rosto dela idem:
-Vai
ficar falando dela a noite toda?
-Desculpe,
querida, que tal começarmos a comer então?
O olhar de Lune dominava aquele apartamento
como nunca antes-ela tinha o total controle da situação !
Tana
a tudo escutava, de longe, com um misto de raiva, indignação e pavor de que
Lune revelasse a ele o que vira. Se ele soubesse, ela nunca mais conseguiria
olhar na cara dele- aliás, nem da Lune e nem mesmo na sua própria diante do
espelho !
Tana
se condenava e se criticava , dizendo a si mesma que cometera uma loucura, e
que dera munição de graça para Lune e
Takeo a criticarem- e eles teriam razão, e ela não teria como se defender !
Agora
Tana entendia o que realmente significava a luta de classes que Marx falava...
(Por Continuar)
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