Takeo chegou primeiro, e Lune, sem
poder correr com desenvoltura, um pouco depois.
E ambos ficaram boquiabertos com o
que viram:
Tana, caída no chão, em meio a um
monte de fragmentos de copos e pratos,com cacos de vidro e louça espetados nas
pernas.
Porém, um dos cacos de louça, afiado,
afundou-se na coxa esquerda dela, próximo ao traseiro, e abrira um ferimento
bem sério, e o sangue escorria abundante pelo chão!
Formou-se uma poça rubra de generosas
dimensões, e fora isto que chocara o casal !
-Acho que ela rompeu uma artéria
!Está perdendo munto sangue !É preciso leva-la ao hospital já !
-Leva ela, querido, eu não tenho
condições de fazer isto !
-Claro que sim, meu bem !
Tana viu Takeo se aproximar, para
levantá-la, e gritou:
-Não !Nãaaaaooo ! Não se aproxime de
mim ! Não me toque!
-Aaaaaah !Gritou Luine.
-O que foi, anjo ?
-A perna dela ! Tem um pedaço de osso
saindo da perna dela !
Sim, com a queda, ela quebrara a
tíbia da perna esquerda, e esta se fraturara
de modo aos pedaços formarem farpas, e uma das farpas de osso rompera o músculo
e a pele, e por aí ssangrara muito também.
-Ela não vai conseguir ficar em pé! O
jeito é leva-la na cadeira de rodas!
-Não, Takeo-dono, não se aproxime de
mim, não me toque, não chegue perto !Aaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiii !
O rosto de Tana denotava grande
sofrimento, contorcido de dor, mas Takeo não via outra maneira. Buscou a
cadeira de rodas e, apesar dos gritos e protestos, tentou levantá-la com as
mãos nas axilas dela.
Porém, a movimentação a fez gritar
ainda mais de dor!
--Não tem jeito, amor, vamos ter de
chamar uma ambulância, se a gente tentar tirar ela daí, vai piorar os
ferimentos dela! Vou pegar meu celular e chamar a ambulância agora !
-Tudo bem então!
E Takeo procurou a recolocar no chão
com infinitos de cuidado e delicadeza, enquanto Tana berrava de dor a plenos
pulmões.
Lune telefonou para o serviço de
emergência, e a ambulância chegou rápido.
Com extremo cuidado, os paramédicos
colocaram Tana na maca e a levaram no elevador até a ambulância.
-Querida, eu vou lá no hospital com
meu carro dar uma assistência para ela!
-Não é melhor você ficar, anjo, digo,
por causa da...
-Se acontecer alguma coisa, já
estarei no hospital, certo?
Vendo que não convenceria Lune do
contrário, Takeo a ajudou a pegar o elevador e a colocou em seu carro.
Logo a Mercedes Classe E saía em
disparada atrás da ambulância e rapidamente chegaram ao hospital.
Lá Takeo se prontificou a pagar pela
internação de Tana, descobriu para onde ela fora levada e não demorou , o casal
já estava na sala de espera do andar onde Tana estava, aguardando notícias.
Depois de uma longa espera, apareceu
um médico, que perguntou se eles eram os responsáveis pela paciente.
-Sim, doutor, somo sim.Como ela está?
-Então, eu sou o Doutor Sato Katagiri,
ortopedista. A paciente foi recebida pelo clínico geral, que a passou para mim,
devido ‘a fratura na tíbia, exposta. Porém, o quadro dela é bem mais sério do
que isto. Ela rompeu uma artéria femural e chegou aqui já inconsciente, em
pré-coma, devido ‘a massiva perda de sangue. Ela está passando por uma cirurgia
de emergência, e está recebendo transfusão de sangue. O sangue dela é tipo AB+,
mas por sorte, tínhamos um estoque dele aqui.Porém, a cirurgia dela é delicada
e foi preciso induzir o coma para reduzir o trauma da intervenção.O quadro dela
é bastante instável e ela corre seríssimo perigo de óbito, então, desculpem, mas preciso ser
honesto com vocês: a chance dela escapar com vida são bem remotas e pode ser
que ela não sobreviva ‘a cirurgia. O Doutor Sino Saikano, cirurgião
especializado nestes casos, e sua equipe, estão fazendo o melhor que podem para
tentar salvá-la neste exato momento, mas não posso, nem seria direito, dar-lhes
falsas esperanças, então sugiro que, infelizmente, preparem-se psicologicamente
para o pior...
Lune ficou chocada, e abraçou Takeo
de olhos rasos, que a amparou em seus braços carinhosos.Simplesmente não tinha
condições de falar nada!
-Tudo bem, Doutor , muito obrigado...
-Com licença, então. Qualquer
novidade, voltarei para lhes transmitir.
Takeo ficou um bom tempo tentando
consolar Lune, que se sentia culpada.Depois, ligou para Motoko e explicou a
situação.
-Olha, filho, muito obrigada por
socorrer a Tana-san, tomara que ela sobreviva, mas infelizmente, não há como
irmos até aí agora. Se precisar de ajuda financeira, como ela é nossa serviçal,
nós nos responsabilizaremos pelas despesas.
O tom dela parecia meio frio, nem
parecia a Motoko que Takeo conhecia!
Ele agradeceu a ela e se despediu, e
desligou o celular.
(Por Continuar)
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