April olhou , ainda caída no chão, para o rosto de June, e a expressão dela era severa.
-Desculpe, Capitã, Hellen, Carmen, Laura, muito obrigada a todas vocês...
-Quem a ensinou a lançar a ãncora?
-Fui eu, Capitã,
-Aproxime-se, Lilian !
SPLAFT !
O tapa na cara de Lilian foi sonoro.
-Como você ensina a ela a lançar a ãncora e não ensina que tem de manter os pés longe do cordame?
-Desculpe, Capitã, a falha foi minha ...
-Foi sua mesma, Lilian, ela é novata, inexperiente e está aprendendo, mas ela não aprenderá nada se não a ensinarmos direito, entendeu?
-Sim, senhora, Capitã !Eu deveria tê-la ensinado direito...
-Agora ela já aprendeu ! Você vai ficar no navio e lavar sozinha todos os decks deste navio como castigo ! E anda, que hoje estou de bom humor!
-Sim, Capitã, imediatamente !
E Lilian saiu correndo para seus novos afazeres. Estava ressabiada, pois o castigo poderia ter sido muito pior: levar uma surra de Laura, ser chicoteada no mastro ou ir para a solitária.
Foi quando April viu um sorriso no rosto de June , e a mão dela estendida para ela.
Ela aceitou, com um sorriso sofrido no rosto, escondendo a dor e foi levantada, ficando de pé.
-Tome mais cuidado da próxima vez. Outras marujas já tiveram pés arrancados ou pernas cortadas fora em acidentes assim...
-Sim, Capitã, muito obrigada.
-Está em condição de andar?
-Não muita, Capitã .
-Eu e a maior parte da tripulação vamos aproveitar a ilha agora. Deite-se neste rolo de cordame com as pernas para cima e descanse, vai passar. Assim que você achar que tiver condições, desembarque, estaremos na Taberna “ A Anchova que riu”, no centro da cidade, procure por nós. E cuidado com os tarados !
-Sim, Capitã !
Logo June e três quartos da tripulação desembarcaram.
E April foi descansar no rolo de cordame, e lá ficou, de pernas para cima, olhando o voo das gaivotas e pelicanos no céu, que estava azul, quase sem nuvens e lindo.
A brisa marinha estava intensa e refrescava o calor.
Três horas depois, ela sentiu que sua perna já tinha sarado o suficiente.
Ela se levantou, ainda meio trôpega, desceu até sua rede, pegou sua espada, a colocou na cintura e desceu do navio.
Ainda acostumada com o balançar náutico, ela caminhava meio tonta pelas ruas.
Prevenida, perguntava onde ficava a taberna somente ‘as mulheres.
Após várias indicações, ainda chateada com os olhares sequiosos e desejosos de sexo dos homens da ilha , tendo de mostrar sua espada na cintura a toda hora, ela finalmente achou a taverna.
Ali era um reduto de piratas , e estava lotado deles.
Um deles, logo que ela entrou, lhe passou uma cantada.
-Não mexa comigo ! Eu sou April Ashton, a filha da Capitã June Ashton !Isto mesmo, Firehair June !
Ela respondeu, com semblante e olhar feroz, para o tarado, e fez menção de puxar sua espada , em tom gritado!
Todo mundo na taverna ouviu, e quase todo mundo se calou. Sabiam quem era a Capitã Firehair June, e não tinham coragem de enfrenta-la, ela era muito temida, considerada lendária.
Mas o infeliz que mexera com April era um pirata novato, que ainda não conhecia a fama de June, e continuou seu assédio, agarrando April em um dos braços, tentando forçar um beijo.
April agiu por instinto, e sacou sua espada em uma velocidade de cair o queixo, e a lâmina arrancou-lhe uma orelha e parte do couro cabeludo. Uma poça de sangue esparramou-se no chão, e ele se afastou, gritando de dor.
Mas o golpe não foi fatal, e o pirata ficou furioso:
-April Ashton, sua prostituta barata, eu vou estupra-la e mata-la aqui mesmo !
Ele berrou, com sua espada em riste.
Foi então que ele sentiu alguém lhe dar um toque no ombro:
-Por que você não tenta comigo, seu fanfarrão?
Ele olhou para trás. Era Long Legs Laura, que lhe deu um soco na cara tão forte que lhe jogou contra a parede.
Logo depois, saindo de trás dela, apareceu a temida Capitã, June Firehair Ashton, que bradou:
-Ninguém mexe com a minha filha e sai vivo !
Todos se afastaram amedrontados, pálidos, tremendo de medo.
-Como você se chama, camarão covarde?
June perguntou ao pirata novato e tarado.
( Por Continuar)
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