sexta-feira, 25 de julho de 2014

Sensibilidade de Viver Origens-Episódio 2



Episódio 2

Porém, não demorou um garoto apareceu e se declarou para ela, que o ignorou. Ele levantou uma das abas do fone de ouvido e declarou seu amor por ela no ouvido dela.
Ela, com olhar de fúria, tirou o fone de ouvido, levantou-se da mesa e deu um tremendo tapa na cara do moleque, que caiu sentado, com um fio de sangue escorrendo pela boca. Logo ele cuspiu um dente!
-Eis aí sua resposta! Agora cai fora e me deixa sozinha!
Lune nem notou, mas estava berrando e chamou a atenção da cantina toda. Ao ver o olhar espantado de todos e o garoto sair correndo, ela gritou:
-Estão olhando o quê? Ah, eu tenho mais o que fazer, com licença !Me deixem em paz, vão cuidar de suas vidas !
E colocou o fone de ouvido de volta e religou a música, saindo dali para o pátio, resmungando e reclamando baixinho.
Agora ela rapidamente adquiria fama de difícil e inconquistável, e para a raiva dela, muitos outros rapazes iriam tentar conquistá-la, e iriam ficar marcados com a mão pesada de Lune, que recusaria a todos.
As garotas, por sua vez, falavam mal dela pelas costas, e a desprezavam, e tinham raiva dela. Logo começariam a persegui-la , para bater nela....
Depois do intervalo, era a aula de matemática, e toda a classe ficou com a expectativa de que o desempenho de Lune se repetisse. Mas para a surpresa dos e das colegas dela, não foi o que aconteceu: Ela simplesmente foi para o fundo da classe e ligou seu foninho de ouvido. Isto até o professor perceber e mandá-la para lousa resolver um problema matemático. Como ela não o escutou, ele retirou dela o fone de ouvido e o aparelho e a mandou ir para a lousa.
Todos começaram a pressionar para que ela mostrasse o que sabia, e diante deste fato, ela foi.
Porém logo ficava patente que ela sabia muito pouco e estava com grandes dificuldades. A classe não perdoou e começou a fazer provocações e zoações em voz alta, e ela agora tremia de nervosa, querendo chorar, tentando engolir o orgulho e a vergonha, sentindo-se constrangida.
-Pode voltar para sua carteira, senhorita Lune. Já vi que você não sabe a matéria.
Aquilo soou como um sentença de morte para ela:
-Não, Professor, por favor, deixe-me tentar outra vez, eu vou conseguir!
Dava para ver o desespero nos olhos dela!
-Tudo bem, tente outra vez.
A classe, logo que ela começou a escrever, começou falar alto em coro:
-Está errado! Está errado!
Novamente o professor a mandou de volta, mas ela recusou de novo e pediu outra vez Mais uma vez ele assentiu.
Ela notou porém, que o professor simplesmente não ligava para o assédio dos alunos e alunas, pressionando-a e atrapalhando a concentração dela. E ela tentou de novo e errou, tentou de novo e errou, e enquanto escrevia, o atrevimento da classe foi tamanho que um dos alunos se aproveitou de uma distração do professor e levantou a saia dela, expondo a calcinha dela, e fazendo mão boba nas nádegas dela, que abaixou  a saia rápidamente para tampar suas roupas íntimas, e com raiva, disse:
-Quem foi? Quem foi que fez isto? Fale agora, que vai levar um tapa na cara !
A classe inteira riu dela.
-O que está acontecendo aqui?
-Nada, professor, a Lune que é implicante!
-Professor, alguém levantou minha saia!
Os alunos gritaram em côro:
-Mentirosa! Mentirosa!
-Bom, chega de confusão, volte para a sua carteira, senhorita Lune.
-Mas o senhor não vai investigar?
-Eu tenho cara de policial por acaso, senhorita Lune? Bom, você já tentou resolver o exercício diversas vezes e só conseguiu mesmo me provar que não sabe a matéria. Agora chega, pode voltar ao seu lugar!
-Por favor, me deixa tentar outra vez...
-Burra! Burra! Burra! Gritava a classe divertida.
-Não! Vá agora!
Lune saiu da classe correndo , encontrou uma classe vazia no corredor, e debaixo de uma carteira, sentada no chão,abraçando as próprias pernas, de cabeça baixa, com a porta fechada para ninguém ver, chorou desabaladamente como nunca na vida.
Mas agora  depois de chorar tanto, o experiente estava no fim, e um grupo de meninas colegas dela chegaram na classe e abriram a porta. Uma delas, mais alta e mais forte, a puxou pelo braço e a arrancou de baixo da carteira.
-Você se acha um gênio, não, Lune-san? Ah, mas ela não é o máximo, meninas? O máximo da burrice, nem sabe matemática !
Disse esta aluna mais forte.
-Nem perder ela sabe! Acho que vamos ter de dar uma lição nela!
Disse outra.
As meninas fizeram uma rodinha em volta dela, e os olhares delas pareciam endiabrados.
Lune agora assustada, tremia de medo. Eram oito garotas contra uma.
-Bate! Bate! Bate !Foi grito selvagem que se seguiu e logo Lune se viu no meio de um redemoinho de tapas, pontapés, mordidas, unhadas e até socos, e só o que conseguia fazer era gritar de dor. Nem conseguia reagir, pois logo depois de uma agressão, vinha outra e outra e outra, sem dar tempo a ela de reagir!
A Professora de História passava por lá e viu tudo acontecer, e não fez nada. Foi embora com um sorriso no rosto, se sentindo vingada.
Agora, porém era a vez de Takeo passar por ali, e entrou e gritou:
-Saiam já daqui! Deixem ela em paz ! Suas covardes !
-Ih, olha aí quem fala, você está apaixonadinho por ela, meu bem? Disse a mais forte, com sarcasmo e desprezo.
-Já disse para largar!
-Ih, ele ama ela mesmo! Deixa este idiota aí, vamos embora, já acabamos com ela mesmo!

(por continuar)

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