domingo, 10 de novembro de 2019

Episódio 59- Admirer Voyages:Peregrine !



-Mas se a atmosfera é de cloro e corrosiva, por que não destrói o gelo da superfície?
-Então, Capitã, é que a composição do gelo do solo não é de água pura e sim um composto complexo de diversos elementos químicos que protegem o gelo da corrosão.No entanto, o contato da pele com este gelo é tóxico ao organismo humano e muito perigoso.É como ficar exposto a uma chuva ácida de poluição de altíssima concentração.
-Entendi, então precisaremos de trajes especiais lá e descontaminação. É, está cada vez mais difícil de acreditar que a tripulação da Minotaurus tenha sobrevivido!
-Só se tiverem permanecido o tempo todo dentro da nave, mas há que se considerar também a possibilidade de corrosão no casco, em um ambiente tão hostil ,Capitã !
-Tem razão, Rosimary! Bom, vou indo !
Valéria então saiu de lá, andou um pouco no corredor e foi para o elevador e ao chegar no deck que queria, se dirigiu ‘a sala de reuniões.
-Capitã no recinto !
Bradou Cecília.
-‘A vontade !Muito bem, acabei de falar com a Rosimary, da Biologia. Como sabem, a Minotaurus , uma nave de carga militar do tipo disco sobre as nacelles, sem corpo secundário nem , digamos, pescoço,e que não tem capacidade de pousar em planetas, caiu em um planetoide. Este, por sua vez, não é Classe M, e tem um quarto do tamanho da Lua terrestre. Composto principalmente de gelo,  tem uma atmosfera extremamente corrosiva a base de cloro e não exibe fauna. Portanto, não são boas notícias, e temos de planejar como será feito o resgate, supondo, claro, que alguém da tripulação tenha sobrevivido vivendo trancada dentro da nave. Sugestões?
-A primeira é a mais óbvia: há necessidade de trajes especiais para  a expedição que for explorar a nave. Mas há uma outra questão mais urgente e mais polêmica: a expedição deve descer até a Minotaurus por meio do teletransporte ou de navetas auxiliares?
-Questão bem colocada, Dra. Kátia. Do ponto de vista da saúde das tripulantes, qual a opção de menor risco, na sua opinião?
-Olha, Capitã, eu não sei se os hangares da Minotaurus vão estar abertos ou fechados, mas acredito que, para se resguardar da atmosfera hostil, provavelmente estarão fechados. Assim,as navetas auxiliares teriam de pousar fora da nave, embora próximas, aumentando os riscos para as tripulantes da expedição.Já por teletransporte, elas seriam inseridas diretamente dentro da nave, em um ambiente mais protegido.
-Agradeço seu parecer, Doutora. Agora,  Rita, do ponto de vista técnico, qual a opção mais segura e prática?
-Capitã, é preciso ter em mente que, sempre que se usa uma naveta auxiliar para pousar em um planeta, há riscos na reentrada, sobretudo se a atmosfera não é Classe M. Contudo, certas atmosferas também são arriscadas para o teletransporte e podem afetá-lo ou mesmo interferir com ele.Claro que tenho minha opinião técnica sobre este aspecto em particular, mas esta é a área a que respondem a Comandante Anne Paula e a Tenente Comandante Geraldine.Com certeza, as navetas auxiliares suportam com segurança uma atmosfera destas sem se corroer a ponto de arriscar a integridade estrutural e a saúde dos tripulantes por anos, como inclusive nas naves grandes, no entanto, não vejo grandes riscos  em a expedição sair das navetas e ir até a nave em seus trajes especiais, que dispõe inclusive de geradores de campo de isolamento eletroquímico para se manterem inafetados pela corrosão.O fato de não haver fauna no planetoide também minimiza os riscos.
-Entendi, Rita. Agora é a hora de uma opinião técnica da área de Sensores.
-Capitã,eu e a Geraldiine fizemos uma análise química-espectral da atmosfera do planeta, por meio de um lançamento de uma sonda de longa distãncia .A Sonda, no entanto, não tinha alcance suficiente para entrar na atmosfera e parou a uma distância do planetoide que estava no limiar do alcance de seus sensores, portanto não houve como fazer uma leitura de sensores planetária no planetóide, apenas uma leitura amostral de 10 km2 de varredura, que aliás, não foi da área onde a Minotaurus está. Os dados coletados mostram que a atmosfera do planetoide é mais complexa do que se pensava: há uma camada na estratosfera do planetoide, bem próxima do limite com o espaço, de  cadeias  de príons superconcentrados, que na prática, mantém a atmosfera coesa e isolada do espaço, e que são capazes de interferir gravemente com as moléculas do teletransporte e as disseminar por toda a atmosfera. O Cloro desta em si não interfere, mas o que está acima dele, sim. Isto torna o teletransporte arriscado perigoso, senão impossível, de utilizar neste planeta.
Geraldine fez que sim com a cabeça, concordando com a fala de sua colega e oficial superior.
-Muito bem exposto, Anne Paula, esta era uma informação de que até agora não dispúnhamos até agora e que nos foi muito útil para esta missão. Rita, o parecer técnico da Aneen Paula, você também o confirma?
-Sim, Capitã. Meu parecer antes era exatamente o de que o cloro não interferiria, mas eu ainda não dispunha da informação sobres os príons. De fato, o efeito dissociativo e negativo para a saúde humana dos príons durante o processo de teletransporte é fenômeno bem conhecido, e apoio e concordo com o parecer dela !
-Muito bem, então o teletransporte está definitivamente descartado!

(Por Continuar)

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