sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Episódio 23-Sensibilidade de Viver:Adendos Finais




O portão da garagem foi aberto, e ela saiu de ré, e ganhou as ruas, rumo ‘a Estação ferroviária para ir buscar Asuka Tamasuki.
Acabou demorando um pouco para chegar lá, pois pegou congestionamento pesado.
No caminho, foi “conversando” com a filha, procurando distraí-la e torcendo para ela não chorar.
Mas Rina permaneceu bem comportadinha, e seus olhinhos curiosos observavam o trânsito com imensa curiosidade.
Enfim, chegaram na Estação Ferroviária, que era imensa.
Deu um pouco de trabalho para acharem uma vaga no estacionamento, mas conseguiram. O sistema de estacionamento automatizado do carro ajudou muito a encaixar o carro na vaga apertada.
Por fim, Lune desceu do carro, abriu a porta traseira  direita, depois abriu o porta malas, e pegou o carrinho de bebê, que ficava sempre no carro, por precaução.
Lune tirou a filha da cadeirinha e a colocou no carrinho de bebê , a fixou nele com o cinto de segurança, e encaixou a necessaire na parte traseira do carrinho.
Agora sim, foi conduzindo a filha até o guichê, pegou o bilhete do estacionamento, guardou na bolsa e foi até o saguão da Estação.
Uma vez dentro do enorme saguão, foi até a área de desembarque e aguardou.
Como sempre ocorre com os trens japoneses, o trem-bala, o famoso Shinkansen, chegou no horário exato.
Lune e a filha ficaram pacientemente aguardando conseguirem divisar Asuka no meio da multidão que desembarcava.
Por fim, Lune viu sua avó e acenou para ela.
As duas se encontraram e trocaram o cumprimento típico japonês, de baixar o torso.
-Lune-san ! Quanto tempo , minha netinha querida !
-Pois é, vó , um tempão !
-Não conta mais em anos, meses, dias, horas, minutos e segundos?
-Ah, vó, o tempo passou, amadureci, não é? Agora sou mãe, casada...
-É verdade, para nós os velhos, o tempo é cruel...
-O Tempo urge, o Tempo Ruge, o Tempo é fera, o Tempo não espera...
-Ah, minha netinha, eu me lembro bem quando você escreveu esta poesia, quando tinha só doze anos de idade...mas, por falar em filha, onde está ela?Onde está a tão falada Rina-chan?
-Desculpe, vó, eu estava na frente dela !Aqui está !
Lune saiu da frente do carrinho de bebê e Asuka pôde enfim vislumbrar, com seus cansados olhos, sua bisneta.
-Aaaain, mas ela é...ela é linda ! Lindíssima, encantadora !E tem os seus olhos, sua boca...lembra tanto você quando era bebê !
-Obrigada, vovó, mas deixa alguma coisa para o coitado do Takeo-kun...
--Huuum, deixa eu ver...
Asuka olhou a carinha de Rina mais de perto.
-Huuum...este narigão não é seu não...nem estas orelhas !
-Vovó !Tadinha !
-Alguma coisa ela tinha de puxar do pai, não?
-Bom, vamos indo para casa? Quer que eu ajude a senhora com suas malas?
-Eu as coloquei no carrinho, querida, deixe, você já está ocupada com a Rina-chan...
-Então vamos !
Elas mal saíram do saguão e Lune mal pagara o estacionamento, quando Rina abriu o berreiro.
-Filha!O que que foi, filhinha?
-Ela está com fome, Lune-san !
-Como a senhora sabe?
-Eu já criei gerações, eu conheço os bebês muito bem...
Lune tirou a filha do carrinho e pegou uma mamadeira já cheia e quentinha, e deu para a filha, que parou de chorar imediatamente.
-Eu não disse?
-Ah, vó, dá um desconto...sou mãe de primeira viagem...
-Vocês jovens de hoje em dia...
Elas se dirigiram ao carro, e Lune abriu as portas e colocou Rina de volta na cadeirinha, e colocou o carrinho no porta malas, já a necessaire, foi entre os bancos, no chão.
-Por que não comprou um carro japonês?Vocês moram  aqui no Japão, não na Alemanha !
-Ah, vó, o Takeo-kun é fã desta marca, ele também tem um carro desta marca !
-E você segue a cabeça de seu marido?Não tem mais opinião própria?
-Claro que tenho, vovó. Mas gostei deste carro, é muito prático, então fiquei com ele.Está vendo, ele está saindo da vaga sozinho, automaticamente !

(Por Continuar)

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