sábado, 17 de agosto de 2019

Episódio 15- Sensibilidade de Viver: Adendos Finais





Foi então que logo a pizza chegou, e deu-se o jantar, depois sobremesa, com todos muito animados!
Os dias iam-se passando e parecia que um período feliz e tranquilo estava sendo vivido.
Mas algo inquietava o coração de Ruri: ela sabia que aquela vida sossegada e alegre um dia ia terminar e nem ela sabia quando.
Temia muito que uma hora Lune perdesse a paciência com ela e sua filha. Também  não estava conseguindo emprego, e não sabia por quanto tempo iria depender de sua irmã.
Quando foram completadas três semanas de sua chegada na casa de Lune, em um domingo, Takeo convidou a todo mundo a ir passear e fazer um piquenique no parque Kemasakuranomya.
Foram todos na Mercedes Classe B de Lune e não demorou muito, chegaram lá já próximos da hora do almoço.
Ruri ajudou Lune a estender a toalha e Rena ajudou a organizar as comidas em cima.
Foi bastante divertido, com todo mundo comendo muito, e, já próximo das três da tarde, Ruri resolveu passear pelo parque sozinha, já que todos continuavam conversando, menos Rena e Rina, que dormiam.
É que Ruri percebera que Lune e Takeo pareciam ansiosos para namorar, então ela preferiu deixar que tivessem sua privacidade.
E ela sentia falta de namorar ! A sua carência era enorme, tanto afetiva quanto sexual, mas era a afetiva quem gritava mais alto.
E ela queria esquecer o trauma que ela tinha de Soichiro. Ela já jurara para si mesma nunca mais se casar, nem namorar outra vez, mas aquilo estava lhe trazendo sofrimento, angústia, solidão.
Ela caminhava ‘a beira de uma lagoa, onde carpas eram alimentadas pelos transeuntes.
Tão distraídos eram seus passos, tão absorta estava ela em seus pensamentos , que não percebera que estava muito na beirada, e
Então...
SPLAAAASH !
Ela caiu na lagoa, espantando os peixes !
Alguém ali próximo a viu e correu em seu socorro.
Era um senhor de meia idade, de ventre um pouco avantajado, que já se aproximava dos cinquenta anos de idade .Baixinho, com uma barba rala que já começava a ficar  grisalha, ele não era japonês- era europeu, com seus olhos azuis e cabelos pretos já com muitos deles brancos, e usava óculos, e não era nada musculoso.
Ele pulou na água e a carregou nos braços como uma princesa, e a colocou delicadamente na grama.
-Você está bem? Disse ele em um japonês macarrônico, com forte sotaque.
-Sim...estou...senhor...
- Dieter Von Focke! Sou alemão, e vivo aqui no Japão há alguns anos, fui Consul da Alemanha em Osaka por vários anos e depois gostei tanto de seu país, que resolvi me mudar para cá.
Só então Ruri percebeu que estava encharcada e que sua blsa branca permitia ver parte de seus seios , a que seu sutiã não escondia. Ela corou de vergonha e cruzou os braços na frente do busto para tampá-lo.
Dieter correu a tirar sua blusa de lã e a colocou nela.
-Muito obrigada, Senhor Focke !
-De nada,minha jovem !
Ruri sorriu e deu um risinho, para entãodizer:
-O senhor tem um sotaque engraçado !
-Oh,a senhorita riu de mim...mas eu...eu estou tão triste...
-Porque?O que aconteceu com o senhor?
-Desde que minha saudosa Emma morreu, meus filhos que já são adultos não quiseram me fazer companhia aqui e me abandonaram e eu já estou ficando velho, não conheço ninguém, sou muito discreto e nunca fui de muitos amigos, e tenho de me cuidar sozinho...
Ruri teve pena dele, e contou sua história para ele.
-Então, você está desempregada e eu estou sozinho...olha, eu tenho uma proposta de trabalho para você: como pôde notar, meu japonês ainda é péssimo, então...se você quiser, posso contratá-la como minha professora particular de japonês, e ,se quiser, te ensino a falar alemão !
Ruri ficou meio vacilante, pensando se não era uma cantada, ou uma armadilha.
Mas ela olhou bem nos olhos dele, e ela viu ali carinho, afeto, bondade, e na voz dele ela identificou uma doçura natural, de uma pessoa sensível. Suas maneiras eram polidas e educadas e ele não olhava no corpo dela, mas sim nos seus olhos.
O homem, no entanto estava se sentindo inseguro, com medo de ela recusar e disse:
-Eu te pago o salário médio de uma secretária júnior de grandes empresas, com todos os direitos trabalhistas! E juro respeitá-la e me comportar como um homem honrado e digno !
Ruri abriu um largo sorriso !
Ela precisava muito de um emprego e de voltar a ter renda própria, então ela respondeu:
-Senhor Focke, isto mais parece uma proposta de casamento do que uma  de trabalho!Eu aceito !Aaaaatchim !



(Por Continuar)

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