Foi
então que logo a pizza chegou, e deu-se o jantar, depois sobremesa, com todos
muito animados!
Os
dias iam-se passando e parecia que um período feliz e tranquilo estava sendo
vivido.
Mas
algo inquietava o coração de Ruri: ela sabia que aquela vida sossegada e alegre
um dia ia terminar e nem ela sabia quando.
Temia
muito que uma hora Lune perdesse a paciência com ela e sua filha. Também não estava conseguindo emprego, e não sabia
por quanto tempo iria depender de sua irmã.
Quando
foram completadas três semanas de sua chegada na casa de Lune, em um domingo,
Takeo convidou a todo mundo a ir passear e fazer um piquenique no parque Kemasakuranomya.
Foram
todos na Mercedes Classe B de Lune e não demorou muito, chegaram lá já próximos
da hora do almoço.
Ruri
ajudou Lune a estender a toalha e Rena ajudou a organizar as comidas em cima.
Foi
bastante divertido, com todo mundo comendo muito, e, já próximo das três da
tarde, Ruri resolveu passear pelo parque sozinha, já que todos continuavam
conversando, menos Rena e Rina, que dormiam.
É
que Ruri percebera que Lune e Takeo pareciam ansiosos para namorar, então ela
preferiu deixar que tivessem sua privacidade.
E
ela sentia falta de namorar ! A sua carência era enorme, tanto afetiva quanto
sexual, mas era a afetiva quem gritava mais alto.
E
ela queria esquecer o trauma que ela tinha de Soichiro. Ela já jurara para si
mesma nunca mais se casar, nem namorar outra vez, mas aquilo estava lhe trazendo
sofrimento, angústia, solidão.
Ela
caminhava ‘a beira de uma lagoa, onde carpas eram alimentadas pelos
transeuntes.
Tão
distraídos eram seus passos, tão absorta estava ela em seus pensamentos , que
não percebera que estava muito na beirada, e
Então...
SPLAAAASH
!
Ela
caiu na lagoa, espantando os peixes !
Alguém
ali próximo a viu e correu em seu socorro.
Era
um senhor de meia idade, de ventre um pouco avantajado, que já se aproximava
dos cinquenta anos de idade .Baixinho, com uma barba rala que já começava a ficar grisalha, ele não era japonês- era europeu,
com seus olhos azuis e cabelos pretos já com muitos deles brancos, e usava
óculos, e não era nada musculoso.
Ele
pulou na água e a carregou nos braços como uma princesa, e a colocou
delicadamente na grama.
-Você
está bem? Disse ele em um japonês macarrônico, com forte sotaque.
-Sim...estou...senhor...
-
Dieter Von Focke! Sou alemão, e vivo aqui no Japão há alguns anos, fui Consul
da Alemanha em Osaka por vários anos e depois gostei tanto de seu país, que
resolvi me mudar para cá.
Só
então Ruri percebeu que estava encharcada e que sua blsa branca permitia ver
parte de seus seios , a que seu sutiã não escondia. Ela corou de vergonha e
cruzou os braços na frente do busto para tampá-lo.
Dieter
correu a tirar sua blusa de lã e a colocou nela.
-Muito
obrigada, Senhor Focke !
-De
nada,minha jovem !
Ruri
sorriu e deu um risinho, para entãodizer:
-O
senhor tem um sotaque engraçado !
-Oh,a
senhorita riu de mim...mas eu...eu estou tão triste...
-Porque?O
que aconteceu com o senhor?
-Desde
que minha saudosa Emma morreu, meus filhos que já são adultos não quiseram me
fazer companhia aqui e me abandonaram e eu já estou ficando velho, não conheço
ninguém, sou muito discreto e nunca fui de muitos amigos, e tenho de me cuidar
sozinho...
Ruri
teve pena dele, e contou sua história para ele.
-Então,
você está desempregada e eu estou sozinho...olha, eu tenho uma proposta de
trabalho para você: como pôde notar, meu japonês ainda é péssimo, então...se
você quiser, posso contratá-la como minha professora particular de japonês, e
,se quiser, te ensino a falar alemão !
Ruri
ficou meio vacilante, pensando se não era uma cantada, ou uma armadilha.
Mas
ela olhou bem nos olhos dele, e ela viu ali carinho, afeto, bondade, e na voz
dele ela identificou uma doçura natural, de uma pessoa sensível. Suas maneiras
eram polidas e educadas e ele não olhava no corpo dela, mas sim nos seus olhos.
O
homem, no entanto estava se sentindo inseguro, com medo de ela recusar e disse:
-Eu
te pago o salário médio de uma secretária júnior de grandes empresas, com todos
os direitos trabalhistas! E juro respeitá-la e me comportar como um homem
honrado e digno !
Ruri
abriu um largo sorriso !
Ela
precisava muito de um emprego e de voltar a ter renda própria, então ela
respondeu:
-Senhor
Focke, isto mais parece uma proposta de casamento do que uma de trabalho!Eu aceito !Aaaaatchim !
(Por Continuar)
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