Acabara de terminar o inverno de 2016, a neve já derretera, as flores desabrochavam e o vento carregava as rosadas pétalas de flores de cerejeira pelas ruas,avenidas e praças de Osaka.Era a Primavera Japonesa !
Até então, a Família Tamasuki- Soryu vivera relativamente socialmente isolada: Lune tinha poucas amigas, que, como após a idade adulta, todas trabalhavam e não tinham quase tempo para se ver, Takeo nunca sentiu necessidade de fazer amigos e não podia nem pensar em fazer amigas estando casado e com a marcação cerrada do ciúmes de Lune.Tinha apenas colegas do trabalho, com os e as nem se arriscava em querer sair sem levar Lune, ou arriscaria seu casamento.
Então, era a época da escolinha para Rina.E o casal não sabia se ela se socializaria ou não, se iria se interessar por isto ou não, pois até então ela nunca parecia ter se ressentido de ter amiguinhas.
Mas para Takeo e Lune, havia um problema mais urgente, imediato:
Asuka já estava agora bastante idosa, aos 92 anos, e mesmo com saúde de ferro, já estava ficando idosa demais para tomar conta de Rina enquanto os dois trabalhavam.Era necessário conseguir uma substituição, mas, como explicar isto a teimosa Asuka?
Seria muito difícil abordar o assunto sem ofendê-la.
Uma bela tarde, enquanto Lune e Takeo estavam fora, trabalhando, Asuka descia as escadas para ir preparar um lanche para Rina, quando seu pé pisou em falso, e, sem poder se apoiar a Rina, com quem estava de mãos dadas, tentou se apoiar no corrimão, mas não teve forças, e rolou escada abaixo.
Seu reflexo, na hora, foi soltar a mão da menina e gritar alto:
-Aaaaaaaaaiiiiiii !
Sim, o acidente foi feio: ela quebrou a perna esquerda bem próximo da cabeça do fêmur, e por muita sorte não quebrou a bacia.
A dor era lancinante, insuportável e ela ficou estatelada no chão do hall da escada no andar de baixo.
Rina percebeu a gravidade do ocorrido e viu o quanto a bisavó estava sofrendo.
Ela desceu a escada, foi até o telefone fixo da mesinha junto a escadaria, e...
No trabalho de Lune, repentinamente o celular tocou.
Ela, no meio de uma pesquisa histórica, deu uma olhadinha. Na tela do celular estava escrito: Casa.
-Alô, Obaba? Aconteceu alguma coisa?
Ela então ouviu um a vozinha de criança que conhecia bem:
-Alô, mamãe? É a Rina ! A Bisa caiu da escada ! Está gritando muito alto !
E Rina colocou o ganhcho mais perto da cabeça de Asuka, que gritava e chorava de dor.
Lune ficou atônita, sem ação, por alguns momentos. Lágrimas caíram do rosto dela.
-Filha !
Ela gritou.E não saia mais nada.
-Vem logo, mamãe !
Todos os alarmes tocaram para Lune, de olhos arregalados e só então ela reagiu:
-Filha, mamãe já está indo ! Fica quietinha aí que mamãe já chega !
Lune desligou e correu a explicar o ocorrido para sua chefe, que a liberou para ir para casa.
Lune ligou aflita, desesperada, para Takeo, que por sua vez ligou para a mãe dele, que falou com o pai dele, e em minutos um helicóptero da Soryu chegava para busca-la.
Enquanto isto, Takeo foi voando para a casa e acionou a ambulância.
Em minutos, ele chegava em casa, e encontrava a filha tentando consolar a bisavó, acariciando seus cabelos brancos.
-Asuka-sama! A ambulância já está chegando !
-Papai, papai !
Takeo abraçou a filha, toda chorosa, emocionado.
-Bisa está dodói...está doendo muito...e eu...
-Calma, filha, calma, a ambulância com o médico está chegando, a Bisa vai ficar bem !
-Eu te amo, Bisa...
Asuka, emocionada, simplesmente não tinha forças para responder. A menina ficara ao lado dela o tempo todo, e se sentia impotente por não poder fazer mais por ela.
Lune e a ambulância chegaram quase ao mesmo tempo.
Pouco depois de Lune chegar a ambulância chegou e com ela, os enfermeiros e paramédicos com a maca.
Rina correu e pulou para o ombro de Lune, chorando no ombro dela, estava inconsolável.
Eles a colocaram na maca e levaram Asuka para a ambulância, que foi correndo ao hospital.
Lune foi com o carro de Takeo seguindo a ambulância e Takeo ficou tomando conta de Rina.
Neste ínterim, os pais de Lune foram avisadose correram para o hospital.
(Por Continuar)
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