sábado, 12 de dezembro de 2015

Episódio 53: Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP


No apartamento de Takeo, o telefone celular tocava sem parar.. Mas ninguém atendia, para sofrimento de Lune, sofrimento este que novamente beirava ao desepero.
Idéias loucas passavam pela cabeça dela, como, por exemplo, Takeo ter se suicidado em seu apartamento.
O som do celular ecoava pelo apartamento escuro e sobriu enquanto um vulto acocorado em um canto, abraçando as próprias pernas, permanecia em seu pranto, que mais parecia de luto.
-Takeo-kun, atenda, por favor...por favor...por favor...atende!
Mas nada, só o sliêncio profundo e espectral respondia a seus chamados exasperados.
Lune então tomou uma atitude: Foi até seu carro, e saiu em disparada, correndo como nunca antes, e foi ao apartamento de Takeo.
Ela tinha uma cópia da chave do apartamento dele e lá entrou.
Então ela divisou o vultou enfurnado nas sombras, em meio ao silêncio de um  convulso choro interno que não conseguia ganhar o ar, em meio ‘a sua angústia.
Lune se ajoelhou e o abraçou com carinho e chorou ao lado dele.
-Desculpe....desculpe...desculpe...me perdoa...Takeo-kun...eu...eu..eu amo !E não quero te ver assim, isto me machuca demais...eu...eu nunca podia ter feito isto com você...
Takeo ainda permanecia em silêncio e suas lágrimas adentraram pela boca de Lune, que beijavam seu rosto machucado.
Ao retirar sua boca do rosto dele, ela sentiu na língua o horrendo sabor do sangue...
-Takeo-kuuuuuun !
Lune estava agora desesperada, mais fragilizada do que nunca, mais arrependida do que nunca, pois se lembrara que ela nunca tinha sido tão violenta com ele antes em sua vida, nem com ninguém.
Mas ele estava agora com o rosto enterrado entre os joelhos molhados de lábrimas e sangue dos ferimentos. Havia um corte pouco apaixo da pálpebra inferior do olho direito, que ainda sangrava.
Lune tocou em seu queixo com as mãos e com muito esforço, virou a cabeça para ele e disse:
-Me perdoa, por favor...eu e meus ciúmes desvairados...eu te machuquei tanto, tanto, e você nem tinha culpa...eu não consigo me perdoar por ter te machucado, ter te traumatizado, ter te magoado tanto assim, perdoa, por favor...
Os olhos dele finalmente se abriram, muito vermelhos e inchados. Ele a abraçou e se jogou por cima dela, que caiu de costas no chão , com o ventre para cima.
Ela também o abraçou, e o beijo na boca saiu.
Certas súplicas não precisam de respostas verbais, mesmo por que não haviam palavras que pudessem expressar os sentimentos dos dois um pelo outro.
Estava claro que ele respondera ao perdão dela com seu próprio perdão, que lhe custara tamto a sair, que lhe fora tão dolorido para conceder, que lhe fora de tal maneira traumatizante tentar esquecer!

Um pouco depois, já recuperados, o gelo começou a se quebrar.
Eles trocaram carícias nos rostos e cabelos entre si, e olhares doces e emocionados.
-Sobrevivi...eu...eu achei que não sobreviveria, mas você mais uma vez me salvou...minha vida não teria sentido, não valeria a pena viver sem você...você é preciosa demais para mim, como poderia ficar eu sem voc~e, sem teu amor?Ainda preciso dizer que a amo?
-Sempre é preciso dizer que se ama. Sempre vai ser um prazer para mim dizer que me amas...faço minhas tuas palavras, eu não poderia nem pensar em te perder, eu enlouqueceria, daria cabo de minha própria vida,não sobreviveria se não tivesse a ti para me salvar...
Disse Lune, tão comovida quanto ele.
Novo beijo na boca se deu, mas não durou muito, pois Lune logo disse:
-Que este seja o último beijo nosso em que eu tenha de sentir o gosto de seu sangue, meu bem...
-Será, querida...
Takeo se levantou e foi escovar os dentes.
Depois ele se sentou em uma cadeira enquanto Lune carinhosamente cuidava de seus ferimentos, com dedicação e encanto, com a delicadeza de quem cuida de um passarinho ferido.

-Minha linda, obrigado, muito obrigado por me perdoar...eu sinceramente achei que você nunca mais voltaria...
-Eu que te agradeço por me perdoar também, meu querido! Sabe, até eu pensei isto, mas depois de conversar com minha mãe, eu vi que estava errada e tinha exagerado na minha reação, e como posso acusar a Rina, se ela nem está mais entre nós para se defender?
-Ainda bem que você voltou...sua mãe é uma graça,e muito sábia também...
-Olha lá, heim?Ela é casada com meu pai, não é para este seu bico sedutor !
Disse Lune em um risinho meigo.
-Bobinha, eu não quero a ela, quero você !
-A mim você já tem ! E eu o possuo para mim também !
-Esta é a velha Lune-san de sempre !
-Está me chamando de velha, é?
-Imagine, meu bem, foi só uma força de expressão...
-Estou brincando com você, seu bobo. Vamos logo na cozinha fazer alguma coisa para comer, estou com fome !

(Por continuar)

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