sábado, 16 de janeiro de 2016

Episódio 107- Depois daquela fria manhã de Outono



Kaede recebeu seus novos equipamentos, e logo era avisada de que o almoço já estava servido.
Ela compareceu ‘a cozinha, com seu soturno e ameaçador corvo no ombro, e sua cuidadora a colocou na mesa.
Tetsuo chegou em silêncio, com cara de paisagem.
Logo a babá trazia Asami e Manami para a mesa, o que ajudou a quebrar o gelo e Tetsuo brincou com elas.
Como Maki e Hideo ainda  estavam na aula, o almoço foi relativamente silencioso e tranquilo. Ou ao menos exibia uma falsa tranquilidade.
‘as vezes Kaede olhava  para Tetsuo, que notava a desconfiança no olhar dela, mas o que lhe dava arrepios mesmo era o corvo dela, cujo olhar era assustador.
Ele , ao terminar, saiu da mesa.
-Vou trabalhar no meu quarto.
Ele disse em tom baixo, quase murmurando.
E saiu dali o mais rápido que pode.
-Realmente, meu amiguinho, Tetsuo-kun tem culpa no cartório mesmo, você tem razão. Meu amor é um grande covarde ! Em nada lembra o pai dele !
Ao ouvir as palavras de Kaede, ouviu-se o grasnado do Corvo:
-Kraaa !Kraaaaa !
-Não, não é hora de denunciá-lo, muito cedo ainda, quando for a hora certa o faremos, paciência, meu amiguinho...bom, talvez nem seja preciso, mas vamos ver !
-Senhora quer que eu a leve a algum  lugar da casa, Kaede-dono?
-Sim, prepare meu carro, vamos dar umas voltas !
Disse Kaede para sua cuidadora, com um sorriso.
Tetsuo já estava no seu quarto, quando escutou o barulho de um carro saindo. Imediatamente imaginou que era Kaede, e viu ali uma oportunidade de sair daquela casa também. Ele se lembrou de que Maki e Hideo não tardariam a chegar, e ele teria de dar explicações. Assim, poucos minutos depois que Kaede saiu, ele pegou seu carro e saiu também.
Ele foi a um Maid Café, uma cafeteria em que as garçonetes se vestem de empregadas domésticas, com seus uniformes pretos, e se sentou na mesa, observando as garçonetes. Uma delas, bastante jovem, que parecia ter acabado de chegar ‘a idade adulta, e tinha cabelos pintados de verde, e usava lentes de contato verdes também, lhe despertou a atenção por seu físico inusitado: quadris estreitos para uma mulher, nádegas pequenas, quase nada de busto, e um jeitinho de ser gracioso e delicado, com trejeitos idem, exalando feminilidade em cada poro.
Ela o serviu e trouxe o menu. Ele pediu um pedaço de torta de morango e um refrigerante, e olhou profundamente no decote dela, que percebeu, e corou de vergonha.
O fato de ela ser tímida e ter muito pudor atraiu-o como um ímã- ele já a tinha escolhido.
Seu olhar para ela praticamente a deflorava com os olhos e fulminava o decote e a região do colo dela, o que a fez colocar a bandeja redonda na frente da virilha, assustada. Ao mesmo tempo, o magnetismo de Tetsuo já fazia efeito: apesar da enorme vergonha e seu esforço em ocultar, ela estava tremendamente excitada e a imaginação dela já corria solta, embora mentalmente ela se recriminasse.
Sempre com este olhar assediante, ele terminou de comer e beber e pagou a conta.
Ela recolheu o prato e o copo e os colocou na bandeja, quando subitamente, ele lhe passou uma rasteira, e ela se desequilibrou e quase foi ao chão, mas prato e copo se espatifaram. Ela recobrou o equilíbrio e se abaixou para pegar os cacos, quando a saia muito curta revelou para ele a calcinha.
Tetsuo mais que depressa usou a câmara de seu celular e fotografou as nádegas da moça, sobressaindo-se da peça íntima muito decotada, cor de rosa.
Ela escutou o barulho da câmara e sabia muito bem o que ele fotografara, o que a assustou mais ainda.
Ele disfarçou, pagou a conta e saiu do Maid Café.
Algumas horas depois, ela estava saindo do trabalho, já com suas roupas “civis”. Ao passar pela porta, quem ela viu?
Tetsuo !
Ele estava com rosas na mão e disse, com um sorriso malandro:
-Moça, eu estou apaixonado por você!

(Por continuar)

Nenhum comentário:

Postar um comentário