quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Epiosódio 64: Sensibilidade de Viver :Interlúdio ETP



Álô, Takeo-kun? Como você está indo aí, amor? Estou com muitas saudades de você !
-Oi, querida, estou bem, tudo bem aqui, estou com excelentes notas também.Eu também estou com muitas saudades de você! É muito duro ficarmos tanto tempo sem nos vermos!
-Verdade, coração, mas faltam menos de três anos, um quase que já foi...
-Sim, e logo novas férias chegarão e poderemos nos rever!
-Com certeza, Takeo-kun! Ah, eu tenho passado por tantas coisas...
-Me conte suas novidades por favor, amorzinho!
Lune contou a ele tudo que ela passara deste a última vez que eles se viram pessoalmente.
-Docinho, não fica tristonha não, olha, realmente você tem passado por momentos bem pesados, mas faz parte da vida, vão te fazer amadurecer mais e mais...sabe, minha linda, sofrimentos tem um propósito: nos fazer aprender com nossos erros e com os erros dos outros, superar e amadurecer, pois não há amadurecimento sem sofrimento, querida. Eu bem que queria muito poder estar aí para te proteger, mas é muito importante, sobretudo para sua independência emocional, no fim, vai te fazer bem, você vai ver!
-Eu não sou nenhuma submissa boboca para precisar de sua proteção! Não preciso de homem para me virar, eu me viro bem sozinha!
-Esta é a Lune-san que conheço! Ahahahahahah  Eu sei bem disto, fofinha, desculpe se pareci um machão protetor...
-Você tem sim certas posturas machistas e tem como obrigação desconstruí-las!
-Sim, afinal, sou homem, fui educado para ser assim, mas eu estou sempre tentando lutar contra isto, por que não acho que seja natural, que homem seja assim mesmo.Tenho sempre me esforçado para isto, eu sei que meus esforços não tem sido muito frutíferos, mas...
-Deixa para lá, amor. Agora não é um bom momento para estes debates, eu..eu estou muito fragilizada com o que aconteceu.
-Você quer que eu denuncie a Kotomi para a polícia?
-Não, Takeo-kun, não se meta, deixa que eu resolvo as coisas por aqui. Bom, acho melhor a gente se despedir, ou esta ligação vai ficar caríssima!
Takeo se despediu de Lune então e desligou.
Lune estava de olhos rasos de saudades de Takeo.
-Eu sou uma boba mesmo...ele tão longe de mim e eu fazesdo estes debates feministas com ele...
-Não fica assim não, Lune-san. Não falta muito para as próximas férias.Logo vocês irão se ver!
-Obrigada, Mercedes-san, acho melhor eu devorar logo isto tudo...

E Lune comeu o quanto aguentou. Quando já estavam no estacionamento, notaram um jipão americano enorme do lado de fora.
-Sakuya-san? Ela reapareceu!
-Vamos até ela, Lune!
A enorme e poderosa halterofilista desceu do jipão, e, surpreendentemente, se prostrou no chão, fazendo, ajoelhada, quase deitada, com as mãos estiradas para a frente, o gesto clássico japonês de súplica de desculpas.
-Não é a mim que você deve desculpas, Sakuya-san!Você sabe a quem você deve !
-Sim, Lune-san...eu...eu sei...eu não...não aguento mais de remorsos...
-Toda mulher honrada deve arcar com as consequências de suas atitudes sem reclamar, Sakuya-san!
-Lune-san, você está sendo dura e insensível demais com ela...
-Mercedes-san, se eu não for assim com ela, não estarei sendo uma amiga de verdade. Ela cometeu um crime, e por isto ela precisa ser preocessada, julgada e presa, e cumprir sua pena, para reaver sua honra e cumprir sua obrigação perante a sociedade...ajudar as amigas a compreender seus erros e a aprender com eles é a tarefa de uma amiga de verdade!
-E se fosse você no lugar dela? Você iria querer que sua amiga agisse assim com você?
-Eu teria me entregado imediatamente, nem fugiria. E não aguentaria, não suportaria ver a cara de minhas amigas depois do que eu tivesse feito. Mas não iria querer nunca ter a humilhação de que tivessem dó de mim e me acolhessem por dó, não suporto que tenham dó de mim, para mim é a própria morte!
Muito obrigada, Lune-san, incrível como você me entende e como tem coisas em comum comigo. Eu me sinto exatamente do jeito que você descreveu, por isto queria te dizer que estou indo me entregar para a polícia agora!
-Muito bem, Sakuya-san, neste caso eu e a Mercedes –san vamos com você até a delegacia te apoiar.Não espere ternura de nós pois bem sabes não o mereces, porém, a nossa presença já significará muito para você.
-Então venham, entrem no jipe comigo, por favor.
Assim elas foram e já na Delegacia, Sakuya, toda envergonhada, confessou diante do sisudo delegado todo o ocorrido, e Lune e Mercedes assinaram como testemunhas oculares e deporam também.
-Muito bem, senhorita Sakuya-san, eu tenho aqui em mãos a queixa da Senhora Natsuki contra você!
-É por tentativa de homicídio, senhor oficial?
-Pois é, senhorita Lune, no início era, mas depois ela apareceu aqui e mudou o teor da queixa, dizendo que tinha exagerado.Ela mudou a queixa para agressão severa, e neste caso a pena é dois terços menor do que a de tentativa de homicídio.
As três ficaram espantadas, mal acreditando no que o policial dizia.

-Muito bem, vou direto ao ponto: não houve flagrante, e ela tem residência fixa e um trabalho comprovado e é sua primeira acusação de crime. Diante destes atenuantes, ela poderia responder ao processo em liberdade, porém, devido ao porte físico dela e a alta possibilidade de ela ameaçar a vítima ou constrangê-la, acho por bem prendê-la preventivamente por trinta dias, no entanto, tenho a possibilidade de estabelecer uma fiança.
-Não, senhor oficial. Eu sou culpada. Eu devo, para reestabelescer minha honra, cumprir minha prisão, então não pagarei fiança, embora eu tenha condições financeiras para tal.
-Como queira, Senhorita Sakuya. Atitude moral louvável da senhorita! Por favor me acompanhe até a cela da delegacia.
-Podemos acompanha-los para nos despedirmos dela, senhor oficial?
-Normalmente isto não seria possível, maas abrirei uma exceção, podem vir!
Eles foram aos fundos da Delegacia, onde haviam umas poucas celas. Ele abriu uma que estava vazia, e Sakuya, de cabeça baixa entrou lá e sentou-se na cama, num canto, olhando para suas amigas e o Delegado.
Ela deu ao policial sua carteira, chaves de casa e do caro, além dos documentos do carro.
-Iremos visitar você sempre que pudermos, Sakuya-san!
-Há dias e horários determinados para visitas, senhorita Mercedes...
Disse o delegado, com expressão séria no rosto.
-Não iremos esquecer de você aqui, fique tranquila.
-Muito obrigada, Lune-san, eu tenho certeza de que não!
-Não se esqueça de ligar para seu advogado, Sakuya-san!
-Eu nem tenho o direito de me defender diante do que fiz.
-Pela Lei a senhora tem obrigação sim, senhorita Sakuya.Me passe o número dele que ligarei para ele para você, por favor.
Disse o Delegado, cujo rosto era expressivo como uma estátua.
-Siga as ordens dele, Sakuya-san.Não é justo que você cumpra mais do que deveria ou poderia!

(Por continuar)
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário