Si...sim, senhora, Excelência...
-Comodoro Milwaukee desligando !
E ela fechou o vídeo na cara de Dina, que colocou as mãos na cara, enquanto as lágrimas passavam por entre seus dedos.
Foi quando Irisa apareceu.
-Capitã...não fica assim não...
E abraçou Dina, de olhos rasos...
-Nunca passei por tanta humilhação na minha ...na minha vida...
Nada na programação de Irisa, ou do que ela tinha aprendido até então podia he dar palavras para consolar Dina, então ela a abraçou mais forte.
-Obrigada, Irisa...ma...eu...eu sou a Capitã, ou pelo menos...ainda sou...não poso parecer fraca...
-A senhora não é fraca, Capitã, a senhora é a minha heroína !
-Fico triste pelos Naltelianos, mas...o que posso fazer? A Comodoro tem razão, eu interferi em um planeta, uma civilização e o Arcano Supremo morreu por minha causa, é culpa minha, a morte dele e de tantos que irão morrer nesta guerra civil horrorosa...
-Infelizmente , ordens são ordens, Capitã, vinda da Comodoro, só resta obedecer, mas..a senhora não tem culpa, a senhora não tinha como saber que isto desencadearia uma guerra civil e a morte do Arcano Supremo...a gente mal começou a conhecer este povo...não se culpe, por favor, Capitã, olha, tem gente boa e tem gente má em todos os planetas, todas as civilizações...
-Eu não queria ter de deixa-los sozinhos...eu..se usasse o poder de fogo desta nave, acabaria com esta guerra fácil, mas, não posso...
-Isto seria ainda mais desastroso, uma interferência pior ainda, Capitã, podemos causar mais mortes...deixe, eles se virarão sozinhos...olha, eu sou, de certa forma, a nave, mas eu não gostaria de atirar em um povo primitivo, desarmado, seria covarde, cruel, para favorecer um dos lados...se pensar bem, Capitã, não há realmente nada de bom que você possa fazer por eles, continuar interferindo só vai piorar a situação e fazer morrer mais gente ainda...
-É...é..você tem razão, Irisa.Não há, e é o que me desespera. Mas, minha bisavó me dizia um ditado que já era velho na época da juventude dela, em 2232: O que não tem remédio, remediado está...
Diana enxugou suas lágrimas, lavou seu rosto e foi para a Ponte.
-Capitã na Ponte !
-Descansar! Vocês são do turno da noite?
-Sim, Capitã !
Disseram todas as tripulantes da ponte.
-Quem foi deixada no comando hoje?
-Fui eu, Capitã, Tenente-Comandante Alicia Garcia !
-Muito bem, Tenente Comandante Garcia. Ordene a saída de órbita e mande marcar rumo para nosso destino original de nossa missão, Zarp 3.000 !
-Sim, senhora, Capitã !
-E você, que está nas comunicações?
-Sub-Tenente Runa Yamada, Capitã !
Sim, estou vendo mesmo pelo seu rostinho que você é de origem japonesa...Abra um canal com o Supremo Arcanato do planeta que estávamos orbitando! E coloque na tela agora!
-Sim, Capitã , pois não !
-Aqui é o vice Arcano !
-Excelência, sinto dizer que o quartel general das forças espaciais do meu planeta a que sirvo não aprovaram sua requisição, e tenho ordens superiores para deixar este planeta...
-Mas pelo amor do Deus Ursulius !Não pode nos abandonar ! Nossa civilização vai morrer ! A situação aqui é desesperadora!
-Orem para Ursulius e peçam uma solução, infelizmente, nada posso fazer, por favor me perdoem...Capitã Janessay, desligando !
-Vou voltar a dormir, continuem no rumo.
-Sim, Capitã !
E Dina voltou ao seu quarto.
Tirou seu uniforme, ficou nua, deitou-se na cama de bruços e chorou convulsivamente...não era da natureza dela ser fria deste jeito...
(Por Continuar)
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