Mas também isto Kaede também reprimia dentro de
si e tentava desesperadamente lutar contra isto. Ela queria muito parar de ser
assim, e estava se esforçando para isto, porém não era uma batalha fácil!
-O que aconteceu, filha, por que você está
assim?
Maki contou sobre a cena do filme de desenho
animado e o efito psicológico que ele surtiu nela.
Kaede foi a primeira a se pronunciar:
-Filha, olha, eu sei que a sua dor com relação
‘a perda de sua mãe biológica e de sua irmã foi e é muito forte. Sempre vai ser
! Eu não poderia tomar o lugar delas em seu coração nem que eu quisesse, não
teria como. Mas, apesar de eu estar presa nesta cadeira de rodas, sou eu, com todas
as minhas limitações, que estou no papel de mãe adotiva agora, e a amo como se
você fosse minha própria filha biológica, que aliás, nunca tive. Quero te pedir
desculpas por ser tão brava e grosseira com você e quero que saiba que estou
lutando muito para melhorar, para não ser mais assim com você !
-Obrigada, mamãe! Eu também a amo e a senhora
tem sido uma verdadeira mãe para mim, afinal, se uma mãe não tiver um lado
bravo, não é mãe de verdade, não é? Agora falta é o papai ser mais rigoroso
comigo e fazer menos as minhas vontades, não é papai?
Tetsuo ficou sem graça , mas respondeu assim
mesmo:
-Eu também te amo como minha legítima filha e
prometo que daqui por diante serei mais rigoroso com você !
-Posso falar também, Maki-chan?
-Claro, Akane-san!
-Eu também a amo como se você fosse uma filha,
e quero ser sua eterna amiga e te dar todo o carinho e ternura que você merece
!
-Ebaaaa, obrigada, Akane-san !
Foi então que o rádio da policial tocou e ela
foi a um canto atender. Após um breve diálogo, ela disse:
-Gente , vou ter de sair agora, me desculpem a
pressa, mas preciso atender uma ocorrência urgente !
-Vou descer com você para abrir a porta !
Disse Tetsuo.
Quando eles chegaram na porta, antes de sair
Akane beijou-lhe a boca de língua e depois disto disse, psicando um olho:
-Não pense que me esqueci de você não, viu?
E entrou correndo no carro de polícia, saindo
em disparada, cantando pneus, com giroflex e sirene ligados.
Neste meio tempo, Kaede se dirigiu para Maki:
-Filha, você pode me levar para a sala, por
favor?
-Claro, mamãe, vamos lá !
A camaleoa Maki parecia ter mudado outra vez !
Ela já não era mais tão inocente e imatura como
antigamente, mas também já não era mais fria, calculista , individualista,
maniqueísta , pervertida e cruel como nos tempos de sua convivência com Myumi,
ela parecia ter encontrado um ponto de equilíbrio algo indeciso e instável
entre as duas personalidades!
Ela levou Kaede para a cadeirinha de correr elétrica
e a sentou lá e acionou o motor elétrico que desceu a cadeira suavemente pelo
corrimão até o piso térreo da casa.
Enquanto isto, Maki carregou a cadeira de rodas
escada abaixo e a abriu novamente, para
depois sentá-la confortavelmente.
Só então a cuidadora de Kaede, Kemeko, chegou.
-Kemeko-san, estou cansada, me leve até o átrio
e me coloque deitada no divã, quero conversar com meu amigo corvo, que já deve
estar me esperando lá!
-Sim, Kaede-dono !
Ao chegarem lá, Kaede disse:
-Kemeko-san, agora me deixe aqui sozinha e vá
fazer o jantar , que já estou com fome, por favor!
-Sim, senhora ! A senhora quer que eu traga
alguns biscoitos para a senhora minorar sua fome até o jantar?
-Sim, pode trazer, e um copo grande de
refrigerado bem gelado também !
-Sim, Kaede-dono, com licença !
Não demorou, Kemeko volto da cozinha e trouxe
uma bandeja com biscoitos e o refrigerante.
-Está dispensada, querida, pode ir !
-Sim senhora !
E lá se foi Kemeko outra vez.
Não demorou, o corvo apareceu e se empoleirou
no ombro direito de Kaede.
(Por continuar)
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