domingo, 19 de maio de 2019

Episódio 97-Sensibilidade de Viver: Gestação !


Os dias foram se passando e as contrações de Lune foram ficando cada vez mais próximas uma das outras, e agora a gravidez chegara a sete meses e meio.
Quem lhe ajudava a minorar seu sofrimento  era Takeo, mas Momiji também a visitava com frequência.
Quando as contrações ficaram sendo de quinze em quinze minutos, Takeo, Momiji e Kazuo chegaram ‘a conclusão de que era chegada a hora de levar Lune para o hospital, para os procedimentos pré- parto.
A Dra. Horie, sua médica, a recebeu e logo a internou.
Começou a maratona de exames, e constatou-se de que ela já estava pronta para dar a luz.
Durante aquelas horas  e horas que pareciam intermináveis, já que ela entrara no hospital pela manhã e agora já era plena madrugada, as suas contrações passaram a ser uma a cada dez minutos e depois uma a cada cinco minutos. Finalmente  a sua médica decidiu mandar Lune para o centro cirúrgico.Antes de ser sedada, Lune fez a pergunta crucial:
-Doutora, o parto será natural ou cesárea?
-Será natural, Lune-san. Sua bebê está numa posição perfeita, e o cordão  umbilical está numa posição segura.
Lune ficou nervosa, só  de pensar na dor terrível que estava por sentir.
Ela se arrepiou só com a dor da injeção do sedativo.
Porém,enquanto esperava o sedativo terminar de fazer efeito, ela sentiu uma dor intensa e aguda na região da vagina e baixo ventre!
-Aaaaaaaaaaaiiiiiiiii!
Ela gritou. Então ouviu a doutora gritar:
-A bolsa estourou !Levem-na já para a mesa de parto!
Em seguida Lune perdeu os sentidos.
Mas não por muito tempo. Ao acordar, viu-se na cama de parto,cercada de médicas e enfermeiras e ouviu o barulho dos equipamentos que mediam batimentos cardíacos,pressão arterial, respiração,e outros sinais vitais, e estava com as pernas abertas e a vagina dolorosamente escancarada.
Sua primeira reação foi de extremo pudor e vergonha. Por um átimo, sua vontade era de fechar as pernas, mas ela lembrou que estava em pleno parto e não poderia fazer isto.
A médica lhe dava as instruções de como respirar e ela sentiu mãos em sua vagina, que doía desmensuradamente aponto de ela quase não acreditar que poderia se abrir tanto assim, parecia que ela iria se rasgar inteira.
Então lhe sobreveio a dor! E que dor !Uma onda que mais parecia um tsunami de sofrimento que de repente paralisou no lugar e não quebrou, numa dor permanente, dando a ela a nítida impressão de que iria morrer!
Era-lhe extremamente complicado conseguir prestar atenção e entender as ordens da médica e da equipe e ela berrava e chorava de dor totalmente descontrolada!
Não conseguia pensar na bebê, só em dor, dor , dor, mal conseguia respirar e em seu suplício,aquele inferno de dor parecia não ter fim e não acabar maise ela se perguntava quando ia terminar.Só que seu pensamentofoi mais alto do que pensava.
-Vai terminar quando sua bebê nascer !Coopera !
Era a voz da médica.
E de fato, o parto estava difícil, a vagina de Lune era muito apertada e não estava se abrindo o suficiente para a passagem da cabeça da bebê.
-Não tem jeito, vamos ter de cortar ! Bisturi, anda, depressa !
Foi o que Lune ouviu a médica falar.
Foi então que sentiu mais uma dor horrorosa se somar ‘a que já sentia: sentiu asua pele sendo rasgada em um corte profundo e ela gritou ainda mais alto.
O bisturi rasgou a região entre a vagina e o ãnus e o sangramento foi grande.
Agora sim a abertura era suficiente, mas a dor aumentou ainda mais, irradiando do umbigo até, do outro lado do corpo, o começo das nádegas, na altura do osso cóccix, no fim da coluna!
Lune achou que não iria suportar tanto volume de dor, e tentava respirar do jeito que a médica mandava e fazer força com seus músculos abdominais e vaginais, mas ela estava já exausta, até que, por fim, após tremenda e muita luta, ouviu:
-Unheeeeeeeeeé!Unheeeeeeeé !
Era Rina !Sim, era Rina, Rina tinha nascido !Finalmente !
As dores começaram a diminuir, e as lágrimas caíram abundantes pelas faces de Lune.
Ela arregalou os olhos e viu sua filha em um breve relance, sendo pesada e limpa,e então chegara ahora que ela sabia que viria e que ela tanto temia:
Rina não veio aos seus braços.Foi colocada na encubadeira em cima de um carrinho e levada a outra sala.
-Filha ! Filha ! Minha filha ! Minha filha ! Rina-chan, não me abandone !
Lune gritou, desesperada.Mas o que ouviu de resposta foi uma gelada e hostil voz dizendo:
-Fica quieta aí, temos de resolver esta hemorragia e tirar os restos de placenta e cordão umbilical !E dar pontos no corte entre seu ânus e vagina !Fica de pernas abertas, pombas !
Mais e mais dores,com ela sentindo mãos e braços dentro desua barriga, quase lhe tocando o diafragma, sentindo algo que mais parecia seus órgãos internos sendo retirados, e continuou gritando de dor.
Finalmente a operação terminou e  ela recebeu mais um sedativo, e foi levada a outra sala, onde sentiu seu corpo flutuar como se a alma lhe saísse dele e dormiu pesadamente.
Quando acordou, estava cercada por seu marido, seus pais e sua irmã, e vestia um avental sem nada por baixo.
Novamente corou de vergonha, mesmo tendo um lençol por cima de si, que não deixava ninguém ver nada.
Sentia que sua vagina tinha sido destruída e seu ânus também.Toda esta região, além da barriga e das nádegas doía muito, pois a anestesia já tinha passado.
Ela olhou para um lado e viu que estava recebendo uma transfusão de sangue.
Estava exausta e muito fraca.

(Por Continuar)

Nenhum comentário:

Postar um comentário