Os dias foram se passando e as
contrações de Lune foram ficando cada vez mais próximas uma das outras, e agora
a gravidez chegara a sete meses e meio.
Quem lhe ajudava a minorar seu
sofrimento era Takeo, mas Momiji também
a visitava com frequência.
Quando as contrações ficaram sendo de
quinze em quinze minutos, Takeo, Momiji e Kazuo chegaram ‘a conclusão de que
era chegada a hora de levar Lune para o hospital, para os procedimentos pré-
parto.
A Dra. Horie, sua médica, a recebeu e
logo a internou.
Começou a maratona de exames, e
constatou-se de que ela já estava pronta para dar a luz.
Durante aquelas horas e horas que pareciam intermináveis, já que
ela entrara no hospital pela manhã e agora já era plena madrugada, as suas
contrações passaram a ser uma a cada dez minutos e depois uma a cada cinco
minutos. Finalmente a sua médica decidiu
mandar Lune para o centro cirúrgico.Antes de ser sedada, Lune fez a pergunta
crucial:
-Doutora, o parto será natural ou
cesárea?
-Será natural, Lune-san. Sua bebê
está numa posição perfeita, e o cordão umbilical
está numa posição segura.
Lune ficou nervosa, só de pensar na dor
terrível que estava por sentir.
Ela se arrepiou só com a dor da
injeção do sedativo.
Porém,enquanto esperava o sedativo terminar
de fazer efeito, ela sentiu uma dor intensa e aguda na região da vagina e baixo
ventre!
-Aaaaaaaaaaaiiiiiiiii!
Ela gritou. Então ouviu a doutora
gritar:
-A bolsa estourou !Levem-na já para a
mesa de parto!
Em seguida Lune perdeu os sentidos.
Mas não por muito tempo. Ao acordar,
viu-se na cama de parto,cercada de médicas e enfermeiras e ouviu o barulho dos
equipamentos que mediam batimentos cardíacos,pressão arterial, respiração,e outros
sinais vitais, e estava com as pernas abertas e a vagina dolorosamente
escancarada.
Sua primeira reação foi de extremo
pudor e vergonha. Por um átimo, sua vontade era de fechar as pernas, mas ela
lembrou que estava em pleno parto e não poderia fazer isto.
A médica lhe dava as instruções de
como respirar e ela sentiu mãos em sua vagina, que doía desmensuradamente
aponto de ela quase não acreditar que poderia se abrir tanto assim, parecia que
ela iria se rasgar inteira.
Então lhe sobreveio a dor! E que dor
!Uma onda que mais parecia um tsunami de sofrimento que de repente paralisou no
lugar e não quebrou, numa dor permanente, dando a ela a nítida impressão de que
iria morrer!
Era-lhe extremamente complicado
conseguir prestar atenção e entender as ordens da médica e da equipe e ela
berrava e chorava de dor totalmente descontrolada!
Não conseguia pensar na bebê, só em
dor, dor , dor, mal conseguia respirar e em seu suplício,aquele inferno de dor
parecia não ter fim e não acabar maise ela se perguntava quando ia terminar.Só
que seu pensamentofoi mais alto do que pensava.
-Vai terminar quando sua bebê nascer
!Coopera !
Era a voz da médica.
E de fato, o parto estava difícil, a
vagina de Lune era muito apertada e não estava se abrindo o suficiente para
a passagem da cabeça da bebê.
-Não tem jeito, vamos ter de cortar !
Bisturi, anda, depressa !
Foi o que Lune ouviu a médica falar.
Foi então que sentiu mais uma dor
horrorosa se somar ‘a que já sentia: sentiu asua pele sendo rasgada em um corte
profundo e ela gritou ainda mais alto.
O bisturi rasgou a região entre a
vagina e o ãnus e o sangramento foi grande.
Agora sim a abertura era suficiente,
mas a dor aumentou ainda mais, irradiando do umbigo até, do outro lado do corpo,
o começo das nádegas, na altura do osso cóccix, no fim da coluna!
Lune achou que não iria suportar
tanto volume de dor, e tentava respirar do jeito que a médica mandava e fazer
força com seus músculos abdominais e vaginais, mas ela estava já exausta, até
que, por fim, após tremenda e muita luta, ouviu:
-Unheeeeeeeeeé!Unheeeeeeeé !
Era Rina !Sim, era Rina, Rina tinha
nascido !Finalmente !
As dores começaram a diminuir, e as
lágrimas caíram abundantes pelas faces de Lune.
Ela arregalou os olhos e viu sua
filha em um breve relance, sendo pesada e limpa,e então chegara ahora que ela
sabia que viria e que ela tanto temia:
Rina não veio aos seus braços.Foi
colocada na encubadeira em cima de um carrinho e levada a outra sala.
-Filha ! Filha ! Minha filha ! Minha
filha ! Rina-chan, não me abandone !
Lune gritou, desesperada.Mas o que
ouviu de resposta foi uma gelada e hostil voz dizendo:
-Fica quieta aí, temos de resolver
esta hemorragia e tirar os restos de placenta e cordão umbilical !E dar pontos
no corte entre seu ânus e vagina !Fica de pernas abertas, pombas !
Mais e mais dores,com ela sentindo
mãos e braços dentro desua barriga, quase lhe tocando o diafragma, sentindo algo
que mais parecia seus órgãos internos sendo retirados, e continuou gritando de
dor.
Finalmente a operação terminou
e ela recebeu mais um sedativo, e foi levada a outra sala, onde sentiu seu corpo
flutuar como se a alma lhe saísse dele e dormiu pesadamente.
Quando acordou, estava cercada por
seu marido, seus pais e sua irmã, e vestia um avental sem nada por baixo.
Novamente corou de vergonha, mesmo
tendo um lençol por cima de si, que não deixava ninguém ver nada.
Sentia que sua vagina tinha sido
destruída e seu ânus também.Toda esta região, além da barriga e das nádegas doía
muito, pois a anestesia já tinha passado.
Ela olhou para um lado e viu que
estava recebendo uma transfusão de sangue.
Estava exausta e muito fraca.
(Por Continuar)
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