-Ok, e agora, Tigre, para onde vamos? Em qual direção?
-Sigam-me !
E ele começou a trotar direto em frente.
-Estou achando aqui silencioso demais, Capitã, está me cheirando a armadilha...
-Também acho, Juliette, muito suspeito! Por quê não encontramos uma viv’alma até agora?
-Encontraremos. Muitas, e não demorará...e você logo preferirá que a ilha estivesse vazia...
Respondeu o Tigre, e adentrou na mata.
Aquela era a mata mais escura e densa que já tinham entrado até então.
Não se via mais o céu, parecia uma noite eterna.
O tigre parou diante de uma árvore e farejou:
-Restos de sangue humano. Estamos no caminho certo.
O calor estava insuportável, sobretudo para June, com seu casaco pesado, seu chapéu volumoso e suas botas altas de couro grosso.
Todas suavam aos cântaros. Mas o Tigre parecia absolutamente a vontade.
Novamente o Tigre farejou o ar, desta vez levantando a cabeçorra. Empinou, apoiou as patas dianteiras em uma árvore e aspirou o ar mais alto que pôde.
-Vai cair uma tempestade ! Vamos ter de nos abrigar!
-Nos abrigar onde, no meio de uma floresta, Tigre?
-Por acaso, Capitã, nossa rota vai passar por uma caverna, eu tem uma passagem subterrânea para o covil dos Manticoreiros. E ela fica a poucos minutos daqui!
-Manticoreiros ! Você é bom em inventar novas expressões!
-Não fui eu quem inventei. Eles mesmos se chamam assim entre eles, já que eles adoram aquela abominação da Manticora !
-Vamos aproveitar estes galhos e fazermos tochas, vamos precisar !
Ordenou Jun, e as demais piratas a obedeceram.
Não demorou, encontraram a entrada da caverna, quase um grande buraco no solo, em uma clareira. Era um túnel que se iniciava com não mais que três metros de diâmetro e descia numa rampa suave para as profundezas da terra e lá, seu diâmetro aumentava vertiginosamente.
Enfim, entraram na caverna.
Após uns bons duzentos metros, a rampa descendente virou ascendente e começou a subir e então, depois de caminharem quinhentos metros, o túnel se abriu para um enorme salão, com pelo menos trinta metros de altura e duzentos de largura. O comprimento? Elas não conseguiam divisar, era extremamente longo , a perder de vista.
Ali estava infestado de morcegos, e o chão, de insetos, e nas laterais do salão, cãmaras menores de um lado e de outro, incontáveis.
-Esperem ! Este bater de asas não é de morcego !
Disse o tigre, com sua audição apuradíssima.
-Do que seria então?
-De ave, Capitã ! Uma ave pequena.
Foi então que ouviram uma voz indiscutivelmente não humana:
-Prrr ! Arrêtez là! Intrus à bord ! Intrus à bord ! Qui êtes-vous ?
-É um papagaio !E ele fala francês !
O papagaio empolerou-se no ombro de June.
-Je suis Pirates !
-Prr ! Pirates ! Pirates ! Mon père aussi était un pirate !
-O que ele disse ?
-Ele disse que o pai dele era um pirata também. Provavelmente, ele está chamando o antigo dono dele de pai dele, Juliette.
-Un chat géant ! J'ai peur, j'ai peur !
-E agora, Capitã ?
-Ele chamou o tigre de gato gigante e está com medo dele, Laura.
-Tadinho, é tão lindo...Tigre, voc~e não vai com~e-lo, vai ?
Disse Juliette.
-Não conte com isto, Imediata...
Disse o Tigre em um arreganho.
-Perroquet, comment t'appelles-tu ? Perguntei a ele como se chama.
Disse June.
-Je suis PierrelE Parrot ! J'appartiens au Capitaine Pirate Didier le Sanguinaire !
-Ele disse que se chama Pierre Le Parrot e ue pertence ao Capitão Pirata Didier, o Sanguinário !
-Eu conheci o Capitão Didier ! Ele morreu aqui nesta ilha, em circunstâncias misteriosas !
Disse o Tigre.
-Capitã ? Eu me afeiçoei ao Pierre, posso ficar com ele ?
-Só se você se responsabilizar por ele e cuidar dele, Hellen...
-Pode deixar comigo !
(Por Continuar)
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