sábado, 5 de março de 2022

Episódio 21- As Piratas também sonham:Sob os Desígnios da Manticora !


-Ok, e agora, Tigre, para onde vamos? Em qual direção?

-Sigam-me !

E ele começou a trotar direto em frente.

-Estou achando aqui silencioso demais, Capitã, está me cheirando a armadilha...

-Também acho, Juliette, muito suspeito! Por quê não encontramos uma viv’alma até agora?

-Encontraremos. Muitas, e não demorará...e você logo preferirá que a ilha estivesse vazia...

Respondeu o Tigre, e adentrou na mata.

Aquela era a mata mais escura e densa que já tinham entrado até então.

Não se via mais o céu, parecia uma noite eterna.

O tigre parou diante de uma árvore e farejou:

-Restos de sangue humano. Estamos no caminho certo.

O calor estava insuportável, sobretudo para June, com seu casaco pesado, seu chapéu volumoso e suas botas altas de couro grosso.

Todas suavam aos cântaros. Mas o Tigre parecia absolutamente a vontade.

Novamente o Tigre farejou o ar, desta vez levantando a cabeçorra. Empinou, apoiou as patas dianteiras em uma árvore e aspirou o ar mais alto que pôde.

-Vai cair uma tempestade ! Vamos ter de nos abrigar!

-Nos abrigar onde, no meio de uma floresta, Tigre?

-Por acaso, Capitã, nossa rota vai passar por uma caverna, eu tem uma passagem subterrânea para o covil dos Manticoreiros. E ela fica a poucos minutos daqui!

-Manticoreiros ! Você é bom em inventar novas expressões!

-Não fui eu quem inventei. Eles mesmos se chamam assim entre eles, já que eles adoram aquela abominação da Manticora !

-Vamos aproveitar estes galhos e fazermos tochas, vamos precisar !

Ordenou Jun, e as demais piratas a obedeceram.

Não demorou, encontraram a entrada da caverna, quase um grande buraco no solo, em uma clareira. Era um túnel que se iniciava com não mais que três metros de diâmetro  e descia numa rampa suave para as profundezas da terra e lá, seu diâmetro aumentava vertiginosamente.

Enfim, entraram na caverna.

Após uns bons duzentos metros, a rampa descendente virou ascendente e começou a subir e então, depois de caminharem quinhentos metros, o túnel se abriu para um enorme salão, com pelo menos trinta metros de altura e duzentos de largura. O comprimento? Elas não conseguiam divisar, era extremamente longo , a perder de vista.

Ali estava infestado de morcegos, e o chão, de insetos, e nas laterais do salão, cãmaras menores de um lado e de outro, incontáveis.

-Esperem ! Este bater de asas não é de morcego !

Disse o tigre, com sua audição apuradíssima.

-Do que seria então?

-De ave, Capitã ! Uma ave pequena.

Foi então que ouviram uma voz indiscutivelmente não humana:

-Prrr ! Arrêtez là! Intrus à bord ! Intrus à bord ! Qui êtes-vous ?

-É um papagaio !E ele fala francês !

O papagaio empolerou-se no ombro de June.

-Je suis Pirates !

-Prr ! Pirates ! Pirates ! Mon père aussi était un pirate !

-O que ele disse ?

-Ele disse que o pai dele era um pirata também. Provavelmente, ele está chamando o antigo dono dele de pai dele, Juliette.

-Un chat géant ! J'ai peur, j'ai peur !

-E agora, Capitã ?

-Ele chamou o tigre de gato gigante e está com medo dele, Laura.

-Tadinho, é tão lindo...Tigre, voc~e não vai com~e-lo, vai ?

Disse Juliette.

-Não conte com isto, Imediata...

Disse o Tigre em um arreganho.

-Perroquet, comment t'appelles-tu ? Perguntei a ele como se chama.

Disse June.

-Je suis PierrelE Parrot ! J'appartiens au Capitaine Pirate Didier le Sanguinaire !

-Ele disse que se chama Pierre Le Parrot e ue pertence ao Capitão Pirata Didier, o Sanguinário !

-Eu conheci o Capitão Didier ! Ele morreu aqui nesta ilha, em circunstâncias misteriosas !

Disse o Tigre.

-Capitã ? Eu me afeiçoei ao Pierre, posso ficar com ele ?

-Só se você se responsabilizar por ele e cuidar dele, Hellen...

-Pode deixar comigo !

 

(Por Continuar)

 

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