Enquanto isto, Hellen e a metade das piratas que desceu aos calabouços, encontraram-se com o Tigre quase que por acaso, ainda antes de descerem as escadarias. Hellen colocou o predador a par do que acontecera.
-Vou ajuda-las ! Tem alguma coisa dela para eu poder farejar?
-Tenho um lencinho dela aqui comigo. Tó !
O tigre o cheirou.
-Me sigam , marujas !
Farejando o rastro do cheiro de April, o Tigre desceu as escadas, e foi para as celas.
Lá jaziam dezenas de esqueletos e corpos putrefatos, mas ainda assim, ele conseguia rastrear o cheiro da filha de June.
Para a surpresa delas, havia um corredor escondido entre duas celas, a partir do corredor principal. Entraram nele e o percorreram e descobriram mais celas, verdadeiro labirinto, com vários corredores adjacentes, enfim, encontraram uma porta de madeira.
-Ela está ali !Cuidado, pode ser uma armadilha!
Hellen pegou seu papagaio, o tirou de seu ombro, o colocou na mão dela e disse em francês:
-Pierre, vá buscar a Capitã, avise que encontramos a April e a leve até aqui !
-Oui, Mademoiselle !
E o papagaio alçou voo e foi atrás de June.
.A porta estava destrancada, e entraram.
As piratas encontraram April a ferros, sendo chicoteada pelo Barão, toda ensanguentada e imunda do líquido branco e gosmento do cachorro. O Mastim estava oculto pela wscuridão.
Mas, espertamente, o Tigre ficara por último e também se ocultara.
-Alto lá, demônio ! Pare agora, que sua hora chegou !
Bradou Hellen corajosamente.
O Barão, com a cara mais cínica do mundo, disse, com um sorriso, parando com o chicote:
Tarde demais ! Ela já não é mais virgem. Ela já foi exaustivamente estuprada pelo meu Mastim ! Cérbero, apareça !
O cão, musculoso e enorme, levantou-se e saiu ‘a luz pálida em penumbra.
Mas Hellen não se intimidou, apenas disse:
-Eu acho que eu vi um gatinho...
Foi quando o Tigre apareceu.
Suas faces exibiam o ríctus da ferocidade e fúria puras, postando-se com um porte soberano de um monstro tal seu tamanho perto do cachorro, que nem tempo de reagir teve:
O Tigre saltou para cima dele de dentes arreganhados e o jogou longe com uma patada.
Então, segurou o cachorro com as patas dianteiras, gravando suas garras profundamente nas garras dele e mordeu seu pescoço.
O cão se debatia desesperadamente tentando se soltar e gania alto.
Todo aquele olhar feroz e de auto confiança arrogante dele, se esvaiu.
As mandíbulas do tigre se apertaram qual um torno de pressão.
Ouviu-se o “crack” horripilante das cartilagens da garganta e das vertebras do pescoço se quebrando, na verdade se esfacelando em pedacinhos,, e carótida e jugular rompidas, com sangue em alta pressão esguichando até o teto.
O ganir silenciou. O cão estava morto. A cabeça dele, extirpada do pescoço, rolou aos pés do Barão.E o Tigre?
Este olhou feroz para o Barão, com olhos injetados e vermelhos e as bochechas e a boca espumando rubras de sangue!
Então ouviu-se uma voz:
-Tigre, deixa ele comigo ! Ele é meu ! Marujas, atacar !
Era June, que acabara de chegar !
-Tudo bem, vou devorando o cachorro enquanto isto...
Respondeu o Tigre, sem a menor cerimônia.
-Marujas, soltem a April !
Carmen e Hellen foram lá soltar a menina.
-Capitã, o Barão mandou o cachorro dele estuprar a April barbaramente, um horror, um horror!
Diante da revelação de Juliette, June ficou ainda mais colérica.
-Seeeeeu...monstro diabólico, seu capeta redivivo, ninguém manda um cachorro estuprar minha filha e sai vivo ! Você vai pagar agora pelo que fez e vai pagar muito caro, desalmado, filho de um abutre !
-Homens, ataquem !
Ordenou o Barão, na maior frieza.
Agora June parecia uma máquina assassina !
Sua espada sibilava sinistramente e sangue voava para todos os lados em um festim genocida incontrolável !
(Por Continuar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário