Ao
contrário da amiga, Lune dormiu tranquilamente, como se nada tivesse
acontecido.
Porém,
ao contrário do que sempre faziam, desta vez as duas tomaram café da manhã
separadas, em mesas diferentes.
Foi
quando uma colega de classe viu Mercedes sozinha, e resolveu falar com ela:
-Posso
me sentar junto com você?
-Pode...
-Eu
notei que você está bastante triste...o que aconteceu?Você e a Lune-san sempre
foram tão grudadas uma na outra...
-É
por causa da festa da Françoise-san...Lune-san não quer ir, e eu quero, tentei
convidar a ela, e ela reagiu com nervosisimo e acabamos brigando feio, e eu fiquei
magoada, muito magoada, Misato-san...
-Entendi...mas
isto passa...não deixe de ir na festa por causa disto!
-Mas
eu queria ir com ela!Não entende?Se não for com ela, perde a graça, e se eu não
for, vou perder um festão, e vou estar dando razão a ela...
-Mas
se ela não quer ir...olha, talvez até fosse melhor mesmo vocês não aparecerem
juntas, há muito que a classe desconfia que vocês duas tenham um caso...
-Quem
dera tivéssemos, Misato-san, aí é que está minha mágoa maior, a raiz da dor que
sinto...
Como
assim, não entendi?
Com
lágrimas nos olhos, Mercedes confessou:
-Eu
amo a ela !Sinto desejo sexual por ela ! Sou apaixonada por ela! Eu...eu...se
pudesse até me casaria com ela !
O
olhar de Misato foi de espanto, com olhos intensamente arregalados:
-Mas
Lune-san é noiva de um homem, Mercedes-san, e ela é hétero !Não tem como vocês
duas namorarem !A classe sempre teve esta impressão, mas a classe é fofoqueira
e maldosa, sabe , as más línguas...
-Lune-san
nunca correspondeu a meu amor...ela é minha paixão platônica ! Nunca me
confessei a ela!Mas sempre tive uma pontinha de esperança no meu coração...
E
Mercedes começou a chorar, e o fez no ombro da amiga, que ficou constrangida.
-Agora
entendi seu sofrimento...entendi...olha, se voc~e quiser, eu tento convencê-la
a ir...
-Não,
Misato-san, deixa...será pior, ela pode achar que eu pedi sua ajuda...eu...eu acho
que não vou mais...
-Mas
você vai se prejudicar por causa dela, Mercedes-san? Olha, não ir não vai
trazer ela de volta...
-Como
de volta se ela nunca me amou? Você não entende?Eu me sinto rejeitada por ela,
me sinto um lixo...
-Você
não é um lixo...
-Mas
é como me sinto, Misato-san...
-Mercedes
-san, qual o sentido de uma paixão platônica?
-Se
realizar !
-Se
ele se realizasse, ela não seria mais platônica, certo?Por isto que muita gente
que tem paixão platônica não se confessa...
-Não
se confessam por que tem medo de serem rejeitadas!
-Não,
no fundo, não se confessam por que o
sentido de ter uma paixão platônica é sonhar!Olha, Mercedes-san, quer
saber? Acho que você deve enfrentar a Lune-san ao invés de ficar fugindo dela!
-Como
assim, Misato-san?
-Se
confesse para ela !O quanto antes !
E
se ela recusar?
-Você
irá sofrer, mas não será o fim do mundo, pois estará livre para sonhar!
-Livre
para sonhar?
-Mercedes-san,
depois que voc~e se formar, você voltará para a Espanha, não é? Já a Lune-san,
provavelmente acabará se casando com o Takeo-san e vocês nunca mais se verão,
então...não perca tempo brigando com ela, aproveite estar ao lado dela enquanto
pode, só temos menos de um ano de curso e nos formaremos, e então, poderemos
não nos ver nunca mais, ou pelo menos será muito mais difícil todas as colegas
reverem uma ‘a outra.Então não perca tempo, viva ao lado dela o mais
intensamente que puder, pois depois, ela existirá apenas nas suas memórias e
sua imaginação...
-Tudo
bem, Misato-san, hoje eu vou me confessar a ela...vou dar um jeito...
Assim,
depois do café da manhã, todas as alunas foram para a faculdade.
Mercedes
pela primeira vez, e para o estranhamento geral da classe, sentou-se distante
de Lune.
Mercedes
encheu-se de coragem, e elaborou seu plano para se confessar.
Seguindo
o plano, Misato apareceu na mesa de Lune durante o almoço na cafeteria, e disse
que uma colega precisava falar com ela na quadra de basquete da escola, que a
esta hora estava deserta.
Lune
estranhou, mas apareceu.
Na
hora, não viu ninguém, mas quando se virou de frente, deu de cara com Mercedes,
que trazia um buquê de rosas vermelhas escondido atrás das costas.
-Então
é você? O que aconteceu?Por que me encontrar aqui, em um local deserto?
-Lune-san...preciso
te confessar...eu...eu sou apaixonada por você! Eu te amo ! Você sempre foi
minha paixão platônica e me apaixonei por você desde que a conheci! Eu sei que
você é noiva do Takeo-san, mas...me deixa ser sua amante , por favor !
Lune
ficou com os olhos arregalados e o queixo caiu, incrédula, estupefata, surpresa
!
(Por Continuar)
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