quarta-feira, 4 de abril de 2018

Episódio 191-Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP



Ao contrário da amiga, Lune dormiu tranquilamente, como se nada tivesse acontecido.
Porém, ao contrário do que sempre faziam, desta vez as duas tomaram café da manhã separadas, em mesas diferentes.
Foi quando uma colega de classe viu Mercedes sozinha, e resolveu falar com ela:
-Posso me sentar junto com você?
-Pode...
-Eu notei que você está bastante triste...o que aconteceu?Você e a Lune-san sempre foram tão grudadas uma na outra...
-É por causa da festa da Françoise-san...Lune-san não quer ir, e eu quero, tentei convidar a ela, e ela reagiu com nervosisimo e acabamos brigando feio, e eu fiquei magoada, muito magoada, Misato-san...
-Entendi...mas isto passa...não deixe de ir na festa por causa disto!
-Mas eu queria ir com ela!Não entende?Se não for com ela, perde a graça, e se eu não for, vou perder um festão, e vou estar dando razão a ela...
-Mas se ela não quer ir...olha, talvez até fosse melhor mesmo vocês não aparecerem juntas, há muito que a classe desconfia que vocês duas tenham um caso...
-Quem dera tivéssemos, Misato-san, aí é que está minha mágoa maior, a raiz da dor que sinto...
Como assim, não entendi?
Com lágrimas nos olhos, Mercedes confessou:
-Eu amo a ela !Sinto desejo sexual por ela ! Sou apaixonada por ela! Eu...eu...se pudesse até me casaria com ela !
O olhar de Misato foi de espanto, com olhos intensamente arregalados:
-Mas Lune-san é noiva de um homem, Mercedes-san, e ela é hétero !Não tem como vocês duas namorarem !A classe sempre teve esta impressão, mas a classe é fofoqueira e maldosa, sabe , as más línguas...
-Lune-san nunca correspondeu a meu amor...ela é minha paixão platônica ! Nunca me confessei a ela!Mas sempre tive uma pontinha de esperança no meu coração...
E Mercedes começou a chorar, e o fez no ombro da amiga, que ficou constrangida.
-Agora entendi seu sofrimento...entendi...olha, se voc~e quiser, eu tento convencê-la a ir...
-Não, Misato-san, deixa...será pior, ela pode achar que eu pedi sua ajuda...eu...eu acho que não vou mais...
-Mas você vai se prejudicar por causa dela, Mercedes-san? Olha, não ir não vai trazer ela de volta...
-Como de volta se ela nunca me amou? Você não entende?Eu me sinto rejeitada por ela, me sinto um lixo...
-Você não é um lixo...
-Mas é como me sinto, Misato-san...
-Mercedes -san, qual o sentido de uma paixão platônica?
-Se realizar !
-Se ele se realizasse, ela não seria mais platônica, certo?Por isto que muita gente que tem paixão platônica não se confessa...
-Não se confessam por que tem medo de serem rejeitadas!
-Não, no fundo, não se confessam por que o  sentido de ter uma paixão platônica é sonhar!Olha, Mercedes-san, quer saber? Acho que você deve enfrentar a Lune-san ao invés de ficar fugindo dela!
-Como assim, Misato-san?
-Se confesse para ela !O quanto antes !
E se ela recusar?
-Você irá sofrer, mas não será o fim do mundo, pois estará livre para sonhar!
-Livre para sonhar?
-Mercedes-san, depois que voc~e se formar, você voltará para a Espanha, não é? Já a Lune-san, provavelmente acabará se casando com o Takeo-san e vocês nunca mais se verão, então...não perca tempo brigando com ela, aproveite estar ao lado dela enquanto pode, só temos menos de um ano de curso e nos formaremos, e então, poderemos não nos ver nunca mais, ou pelo menos será muito mais difícil todas as colegas reverem uma ‘a outra.Então não perca tempo, viva ao lado dela o mais intensamente que puder, pois depois, ela existirá apenas nas suas memórias e sua imaginação...
-Tudo bem, Misato-san, hoje eu vou me confessar a ela...vou dar um jeito...
Assim, depois do café da manhã, todas as alunas foram para a faculdade.
Mercedes pela primeira vez, e para o estranhamento geral da classe, sentou-se distante de Lune.
Mercedes encheu-se de coragem, e elaborou seu plano para se confessar.
Seguindo o plano, Misato apareceu na mesa de Lune durante o almoço na cafeteria, e disse que uma colega precisava falar com ela na quadra de basquete da escola, que a esta hora estava deserta.
Lune estranhou, mas apareceu.
Na hora, não viu ninguém, mas quando se virou de frente, deu de cara com Mercedes, que trazia um buquê de rosas vermelhas escondido atrás das costas.
-Então é você? O que aconteceu?Por que me encontrar aqui, em um local deserto?
-Lune-san...preciso te confessar...eu...eu sou apaixonada por você! Eu te amo ! Você sempre foi minha paixão platônica e me apaixonei por você desde que a conheci! Eu sei que você é noiva do Takeo-san, mas...me deixa ser sua amante , por favor !
Lune ficou com os olhos arregalados e o queixo caiu, incrédula, estupefata, surpresa !

(Por Continuar)

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