terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Episódio 57- Sensibilidade de Viver-Gestação


-Ai, não, mais esta agora !Me ajuda, querido, vai, eu preciso fazer minhas malas !
-Tudo bem, anjo vou pegar ele para você!Vem , chaninho, vem...aaaaaai ! Ele me arranhou!Droga !
-É a maneira de ele te dizer que não se chama “chaninho”!
Disse Lune entre uma risadinha e outra, enquanto ia arrumar sua mala no quarto.
Mas Sartre não estava muito a fim de facilitar as coisas e correu para a cozinha.
-Ei, ei, não pode subir na pia, não, não lamba os pratos sujos, ei para, não mexa no lixo, sai daí !
-Meeeeaaaaw !
Sartre dava de dez a zero em agilidade em Takeo, driblando-o com facilidade.
Iniciou-se uma perseguição pela cozinha, com o gato correndo em volta da mesa, subindo nela, e depois saltando, com o esbaforido Takeo correndo atrás dele.
O gato foi então para o quarto.
Lune já tinha terminado de colocar suas roupas na mala e já ia fechá-la, quando o gato apareceu, e num salto, sentou-se em cima da roupa dentro da mala.
-Sartre-chan, sai daí,você está enchendo a roupa de pelos!
Disse Lune.
-Meeeaaaawuuurrr !
-Eu vou te tirar daí...
-Lune, não, ele vai....
-Meeeeeeeew !
Lune levou uma arranhada daquelas no braço esquerdo.
-Aaaaaai, neko dos infernos !
-Meeeeeaw !
-Eu vou fechar esta mala com você dentro, Sartre-chan, sai daí, anda, desgraçado !
-Meaw !
-Takeo-kun, faça alguma coisa !
-Não dá para tentar pegar, ele arranha e morde mesmo !
Sartre se deitou em cima da roupa e começou a dormir.
-Aproveita agora, Lune-san!
Ela foi com as mãos na direção dele, e ele abriu um dos olhos, e arreganhou os dentes:
-Mrrrrrrrr!
-Mas que droga, ele é esperto demais !
-Eu já sei, vou atraí-lo com comida !
Disse Takeo, e corrreu para a cozinha, onde pegou um pedaço de peixe cozido que sobrara de uma refeição e que estava dando sopa na geladeira.
Ele esquentou o peixe voando no microonda e o trouxe em um pratinho.
Takeo se aproximou de Sartre, que sentiu o cheiro na hora, abriu os olhos e olhou direto para o peixe.
-Vem, vem, você vai ter de sair daí agora!
Takeo saiu com o peixe em direção a cozinha. Sartre saltou da mala para o chão e começou a seguir ele.
Finalmente Lune conseguiu fechar a mala, depois de tirar os pelos da camisa onde o gato se deitara.
-Fofo, acho melhor você ir comprar comida de gato, um comedouro, um bebedouro e uns brinquedinhos para ele...
-Vou lá agora, meu amor, epa, mas o supermercado e a loja de pet shop já estão fechados...
-Vai na loja de conveniência aqui do lado, eles devem ter, querido!
-Tudo bem, vou indo !
E lá se foi Takeo.
Sartre terminou de comer, mas ficou olhando para o pratinho e miando:
-Miiiiiiiu....
Lune percebeu que ele ainda estava com fome, e abriu a geladeira para pegar o restante do peixe para ele.
Ela o colocou gelado no pratinho, mas ele se recusou a comer.
-Gato fresco !Vou te contar, viu, Sartre-neko-chan...
-Miiiiiiiuuuu !
Agora ela já sabia: quando o miado era “miu” , era de fome.
Ela esquentou o peixe por alguns segundos no micro-ondas e serviu para ele.
Ele comeu depressa e logo estava miando de novo.
-Ai, Takeo-san, vem logo, que o estômago deste gato é um saco sem fundo...
E ela procurou tudo que fosse de carne na geladeira.
Ela tirava da geladeira, esquentava, e servia, tirava, esquentava e servia, e  Sartre continuava miando.
Até que ela ouviu a porta da sala se abrir.
-Takeo-kun, finalmente, ainda bem !
Seu marido chegou forrado de sacolas plásticas, e tirou uma embalagem enorme de ração felina, mais potes e mais potes de comida pastosa para gatos e biscoitos felinos.
De outra sacola, tirou um comedouro e um bebedouro de metal.Em outra, estava uma caminha para gatos, toda chique e estilosa, com colchãozinho e tudo.
Takeo serviu bastante ração no comedouro e colocou água fresca no bebedouro.
Satre não se fez de rogado e começou a comer, mas igualmente iniciou um rosnarbaixo, olhando para os lados- sinal de que queria ser deixado comendo em paz, sozinho.
O casalzinho entendeu o sinal, e foi para a sala descansar.

(Por Continuar)

Nenhum comentário:

Postar um comentário