Assim que a sirene indicativa
do início da luta soou, e o juiz se
retirou para um canto do ringue, os dois adversários começaram a gingar
olhando-se nos olhos, em um movimento circular.
Dácia sabia que o
melhor era aguardar Genocider atacar primeiro, e que precisava ter paciência.
Ele, por sua vez,
não a tinha nenhuma. Contra o olhar determinado e firme como uma rocha de sua
contendora, o seu era feroz como o de um Tiranossauro. Sua autoconfiança era
tamanha que, ao contrário de contra quem ele lutava, achava que não precisava estudá-la.
Assim, pouco se importava com quem atacaria primeiro , ele achava que levaria
vantagem estratégica do mesmo jeito por causa de seu tamanho descomunal.
Então, atacou
primeiro , depois de apenas um giro.
Dácia, extremamente ágil
se desviou do golpe do braço imenso que foi para cima dela. Ela sabia que sua
força física não podia ser comparada, então não poderia enfrenta-lo
diretamente.
Ela revidou com um
salto , chutando-o com os dois pés juntos, bem no meio do ventre dele, mas ele
sequer sentiu o golpe.
Por um triz ele não
a agarrou pela perna, e ela pousou atrás dele, que girou velozmente nos
calcanhares, bem mais do que ela supunha que ele fosse capaz, e ele acertou-lhe
um tremendo chute em suas costas, jogando-a longe.
Ela se levantou com
dificuldade, mas o monstro já avançava para cima dela como uma locomotiva que
corre para atropelar alguém na linha férrea, e ela caiu para se desviar dos
braços dele e rolou para a direita e
escapou novamente por bem pouco.
Decididamente,
Genocyder era mais ágil do que ela pensava!
Mas ele não lhe
daria descanso: girou sua corrente no ar e lhe acertou um golpe fortíssimo de
corrente na cabeça, e seus cabelos ficaram manchados de óleo.
Seu pescoço estava
endurecido e tinha perdido parte dos movimentos, ela sentiu o golpe fortemente.
Ainda assim, Dácia
se levantou de novo e o atacou, com uma
cotovelada usando as farpas de seus braços, que causaram rasgos na lataria do
ventre dele, que começaram a verter óleo também, mas foram ferimentos
superficiais.
Ele revidou
dando-lhe uma rasteira, e quando ela caiu ele se jogou para cima dela para esmaga-la,
mas ela novamente conseguiu se esquivar a tempo e se levantar, e o atacou com
sua espada, que o varou de fora a fora, derramando uma nuvem de óleo dele.
Mas, embora o
ferimento agora fosse perigoso, não foi o suficiente, e ao sorriso dela ele respondeu
com um olhar medonho, e um arreganhar de dentes, e, logo depois , ele a agarrou
com as duas mãos pelos ombros.
Era tudo que Dácia temia
!
Em desespero, ela
tentou soltar a sua espada do ventre dele, enquanto ele apertava suas mãos nos
ombros dela como se fossem uma prensa hidráulica e ouviu-se o horrível barulho de
metal amassando.
Em um esforço
descomunal, Dácia chutou o rosto de
Genocyder, arrancando-lhe o nariz do rosto e conseguindo se livrar, mas por pouco
tempo: ela , em um átimo, sentiu uma perfuratriz penetrando em suas costas,
perfurando seu metal em meio a uma poça de óleo e ela gritou de dor!
Ela sentiu ele a
pegar pelo ombro de novo e lhe dar socos com o dedo da perfuratriz em riste,
causando-lhe mais e mais ferimentos e balançando seu corpo para a frente e para
trás!
Com um dos braços,
ela conseguiu dar um golpe para trás e acertar-lhe o joelho, o que o fez desabar
para a frente.
Ela mais uma vez
conseguiu se desviar.
Ela estava
aterrorizada: aquela tinha sido por pouco, e ela estava com vários ferimentos
graves, e estava perdendo muito óleo !
Ela se decidiu por
seu golpe mais clássico: saltar por cima dele e dividi-lo ao meio com sua
espada.
Ela se levantou e
saltou alto, mas para sua surpresa, foi pega em pleno ar pela perna e foi jogada ao chão com toda a força como se
fosse um saco vazio.
O impacto foi tão
forte, que o concreto se rachou !
Ele a levantou e a
bateu contra o solo mais dez vezes seguidas, com toda a força, estava sendo um
massacre !
Ele então a pegou,
de frente para ele, e com sua mão, arrancou-lhe fora um seio inteiro, e ela
berrou de dor !
Logo depois a jogou
no chão de novo, e arrancou a espada da mão dela, e perfurou a nádega direita
dela, e ela foi varada de fora a fora.
Agora a bacia dela
fora entortada, e o ligamento da perna direita estava gravemente danificado.
Ela tentou se
levantar, com dificuldade, mas ele a jogou no chão com seu joelho, e ela logo
foi metralhada por tiros de laser, seguidos de jatos de ácido corrosivos nas
suas já sofridas costas.
Claro, ele já a
poderia ter matado, mas Dácia percebeu que a intenção dele era tortura-la até a
morte, para fazê-la sofrer o máximo possível.
Ele então a agarrou,
para a humilhar mais uma vez, e a estuprou, ali, na frente da plateia, com a
maior violência e brutalidade possível, depois a jogou longe.
Dácia, porém, não se
deu por vencida, e com muita dificuldade e dor, se levantou. Agora ela perdera
muito de sua agilidade, mas não teve tempo para pensar: recebeu outro chute,
caiu, foi virada de costas e recebeu uma
pisada em sua perna direita que a deixou parcialmente esmagada, com um amassado
muito profundo, que chegou a vergar-lhe o osso metálico .
Foi quando ela foi
novamente metralhada com socos em série, e o dedo com perfuratriz foi direto em
seu olho esquerdo.
Ali, ela poderiater
morrido, se a perfuração tivesse ido um pouquinho mais fundo: seu olho foi
perfurado e seu nervo ótico esquerdo foi destruído, e uma chuva de sangue
esguichou por seu rosto.
Agora uma miríade de
socos metralharam sua cabeça, tão fortes, que seu pescoço vergava fortemente para
trás.
Ele a jogou longe de
novo e ela caiu deitada na frente do juiz, que lhe disse:
-Desista! Você já
está morta !Entregue-se !
-Nunca! Jamais !
Genocyder ,
porém,era um sádico mais cruel ainda do que ela pensava:
Ele a agarrou de
novo, arrancou-lhe o outro seio, a
nádega que lhe restava, e começou a arrancar um a um os músculos artificiais de
seus braços e pernas. Depois foi lhe arrancando do ventre cada órgão interno
não- vital.
Agora , Dácia era quase
que um esqueleto de robô vivo, com apenas parte das costas o tórax e a cabeça
ainda vivas e funcionando.
Ela caiu novamente
na frente do juiz, e ele e a Arena inteira gritavam:
-Desista !Você não
tem chances !
-Não, jamais !Nunca
!Só...só mais uma vez !
De quatro, em meio a
um lago de sangue e óleo, o olhar de Dácia continuava determinado como o de uma
águia!
E como uma águia, ou
anjo, ela abriu suas asas e voou, alcançou sua espada, e, juntando todas as
suas últimas forças, usando só os pistões hidráulicos, com o restinho de óleo
que lhe restava, recuperou sua espada, e a enfiou, com tudo o que ainda tinha ,
dentro da boca de Genocider, varando-o de fora a fora.
Um nervo vital fora
cortado, e o gigante tombou morto: seu cérebro teve morte instantânea.
Dácia, por fim, venceu!
-Por...por
você...Angelus, por você...eu fiz...
Ela disse antes de
perder a consciência.
Quando ela abriu
seus olhos, estava no laboratório do Doutor.
-Pai, eu...
-Sim, filha, você
venceu !
-Ângelus...ele...
-Filha, você sofreu
danos demais...descanse, por favor!
-Ãngelus,
pai...eu...não me importo em viver, mas ele...
-Ele...faleceu...eu
tentei de todo jeito salvá-lo mas não deu...Mas eu posso tentar consertá-la,
você ainda pode viver!
-Não, então,
não vale a pena...não precisa esconder
de mim, pode falar, eu...eu sei que meus danos foram além da sua capacidade de
reparação...mas eu serei sempre seu anjo...seu anjo de aço! E o lugar dos anjos
é...é no céu...eu...já morri uma vez, então, sei o que me espera, não se
preocupe...adeus, pa...papai...
-Filha, não, filha,
filha , nãaaaaaaaaaoooooooo!
Os olhos de Dácia se
fecharam para sempre.
Ali, naquele mundo
tecnológico e frio,cinzento, um Doutor chorava debruçado diante de sua filha,
em meio a um mar de concreto e aço frio e insensível, molhado pela chuva fina e
depressiva que não parava de cair. A
Vida que a Morte toma, quando se devolve, um dia é sempre cobrada de volta...
FIM
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