domingo, 2 de dezembro de 2018

Episódio 18 (Último)-Minissérie:Anjo de Aço !



Assim que a sirene indicativa do início da luta soou, e o juiz  se retirou para um canto do ringue, os dois adversários começaram a gingar olhando-se nos olhos, em um movimento circular.
Dácia sabia que o melhor era aguardar Genocider atacar primeiro, e que precisava ter paciência.
Ele, por sua vez, não a tinha nenhuma. Contra o olhar determinado e firme como uma rocha de sua contendora, o seu era feroz como o de um Tiranossauro. Sua autoconfiança era tamanha que, ao contrário de contra quem ele lutava, achava que não precisava estudá-la. Assim, pouco se importava com quem atacaria primeiro , ele achava que levaria vantagem estratégica do mesmo jeito por causa de seu tamanho descomunal.
Então, atacou primeiro , depois de apenas um giro.
Dácia, extremamente ágil se desviou do golpe do braço imenso que foi para cima dela. Ela sabia que sua força física não podia ser comparada, então não poderia enfrenta-lo diretamente.
Ela revidou com um salto , chutando-o com os dois pés juntos, bem no meio do ventre dele, mas ele sequer sentiu o golpe.
Por um triz ele não a agarrou pela perna, e ela pousou atrás dele, que girou velozmente nos calcanhares, bem mais do que ela supunha que ele fosse capaz, e ele acertou-lhe um tremendo chute em suas costas, jogando-a longe.
Ela se levantou com dificuldade, mas o monstro já avançava para cima dela como uma locomotiva que corre para atropelar alguém na linha férrea, e ela caiu para se desviar dos braços dele e  rolou para a direita e escapou novamente por bem pouco.
Decididamente, Genocyder era mais ágil do que ela pensava!
Mas ele não lhe daria descanso: girou sua corrente no ar e lhe acertou um golpe fortíssimo de corrente na cabeça, e seus cabelos ficaram manchados de óleo.
Seu pescoço estava endurecido e tinha perdido parte dos movimentos, ela sentiu o golpe fortemente.
Ainda assim, Dácia se levantou de novo  e o atacou, com uma cotovelada usando as farpas de seus braços, que causaram rasgos na lataria do ventre dele, que começaram a verter óleo também, mas foram ferimentos superficiais.
Ele revidou dando-lhe uma rasteira, e quando ela caiu ele se jogou para cima dela para esmaga-la, mas ela novamente conseguiu se esquivar a tempo e se levantar, e o atacou com sua espada, que o varou de fora a fora, derramando uma nuvem de óleo dele.
Mas, embora o ferimento agora fosse perigoso, não foi o suficiente, e ao sorriso dela ele respondeu com um olhar medonho, e um arreganhar de dentes, e, logo depois , ele a agarrou com as duas mãos pelos ombros.
Era tudo que Dácia temia !
Em desespero, ela tentou soltar a sua espada do ventre dele, enquanto ele apertava suas mãos nos ombros dela como se fossem uma prensa hidráulica e ouviu-se o horrível barulho de metal amassando.
Em um esforço descomunal, Dácia  chutou o rosto de Genocyder, arrancando-lhe o nariz do rosto e conseguindo se livrar, mas por pouco tempo: ela , em um átimo, sentiu uma perfuratriz penetrando em suas costas, perfurando seu metal em meio a uma poça de óleo e ela gritou de dor!

Ela sentiu ele a pegar pelo ombro de novo e lhe dar socos com o dedo da perfuratriz em riste, causando-lhe mais e mais ferimentos e balançando seu corpo para a frente e para trás!
Com um dos braços, ela conseguiu dar um golpe para trás e acertar-lhe o joelho, o que o fez desabar para a frente.
Ela mais uma vez conseguiu se desviar.
Ela estava aterrorizada: aquela tinha sido por pouco, e ela estava com vários ferimentos graves, e estava perdendo muito óleo !
Ela se decidiu por seu golpe mais clássico: saltar por cima dele e dividi-lo ao meio com sua espada.
Ela se levantou e saltou alto, mas para sua surpresa, foi pega em pleno ar pela perna e  foi jogada ao chão com toda a força como se fosse um saco vazio.
O impacto foi tão forte, que o concreto se rachou !
Ele a levantou e a bateu contra o solo mais dez vezes seguidas, com toda a força, estava sendo um massacre !
Ele então a pegou, de frente para ele, e com sua mão, arrancou-lhe fora um seio inteiro, e ela berrou de dor !
Logo depois a jogou no chão de novo, e arrancou a espada da mão dela, e perfurou a nádega direita dela, e ela foi varada de fora a fora.
Agora a bacia dela fora entortada, e o ligamento da perna direita estava gravemente danificado.
Ela tentou se levantar, com dificuldade, mas ele a jogou no chão com seu joelho, e ela logo foi metralhada por tiros de laser, seguidos de jatos de ácido corrosivos nas suas já sofridas costas.
Claro, ele já a poderia ter matado, mas Dácia percebeu que a intenção dele era tortura-la até a morte, para fazê-la sofrer o máximo possível.
Ele então a agarrou, para a humilhar mais uma vez, e a estuprou, ali, na frente da plateia, com a maior violência e brutalidade possível, depois a jogou longe.
Dácia, porém, não se deu por vencida, e com muita dificuldade e dor, se levantou. Agora ela perdera muito de sua agilidade, mas não teve tempo para pensar: recebeu outro chute, caiu, foi virada de costas e  recebeu uma pisada em sua perna direita que a deixou parcialmente esmagada, com um amassado muito profundo, que chegou a vergar-lhe o osso metálico .
Foi quando ela foi novamente metralhada com socos em série, e o dedo com perfuratriz foi direto em seu olho esquerdo.
Ali, ela poderiater morrido, se a perfuração tivesse ido um pouquinho mais fundo: seu olho foi perfurado e seu nervo ótico esquerdo foi destruído, e uma chuva de sangue esguichou por seu rosto.
Agora uma miríade de socos metralharam sua cabeça, tão fortes, que seu pescoço vergava fortemente para trás.
Ele a jogou longe de novo e ela caiu deitada na frente do juiz, que lhe disse:
-Desista! Você já está morta !Entregue-se !
-Nunca! Jamais !
Genocyder , porém,era um sádico mais cruel ainda do que ela pensava:
Ele a agarrou de novo, arrancou-lhe o  outro seio, a nádega que lhe restava, e começou a arrancar um a um os músculos artificiais de seus braços e pernas. Depois foi lhe arrancando do ventre cada órgão interno não- vital.
Agora , Dácia era quase que um esqueleto de robô vivo, com apenas parte das costas o tórax e a cabeça ainda vivas e funcionando.
Ela caiu novamente na frente do juiz, e ele e a Arena inteira gritavam:
-Desista !Você não tem chances !
-Não, jamais !Nunca !Só...só mais uma vez !
De quatro, em meio a um lago de sangue e óleo, o olhar de Dácia continuava determinado como o de uma águia!
E como uma águia, ou anjo, ela abriu suas asas e voou, alcançou sua espada, e, juntando todas as suas últimas forças, usando só os pistões hidráulicos, com o restinho de óleo que lhe restava, recuperou sua espada, e a enfiou, com tudo o que ainda tinha , dentro da boca de Genocider, varando-o de fora a fora.
Um nervo vital fora cortado, e o gigante tombou morto: seu cérebro teve morte instantânea.
Dácia, por fim, venceu!
-Por...por você...Angelus, por você...eu fiz...
Ela disse antes de perder a consciência.
Quando ela abriu seus olhos, estava no laboratório do Doutor.
-Pai, eu...
-Sim, filha, você venceu !
-Ângelus...ele...
-Filha, você sofreu danos demais...descanse, por favor!
-Ãngelus, pai...eu...não me importo em viver, mas ele...
-Ele...faleceu...eu tentei de todo jeito salvá-lo mas não deu...Mas eu posso tentar consertá-la, você ainda pode viver!
-Não, então, não  vale a pena...não precisa esconder de mim, pode falar, eu...eu sei que meus danos foram além da sua capacidade de reparação...mas eu serei sempre seu anjo...seu anjo de aço! E o lugar dos anjos é...é no céu...eu...já morri uma vez, então, sei o que me espera, não se preocupe...adeus, pa...papai...
-Filha, não, filha, filha , nãaaaaaaaaaoooooooo!
Os olhos de Dácia se fecharam para sempre.
Ali, naquele mundo tecnológico e frio,cinzento, um Doutor chorava debruçado diante de sua filha, em meio a um mar de concreto e aço frio e insensível, molhado pela chuva fina e depressiva que não parava de cair.  A Vida que a Morte toma, quando se devolve, um dia é sempre cobrada de volta...

FIM

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