domingo, 16 de dezembro de 2018

Episódio 59-Sensibilidade de Viver:Gestação

Não demorou muito, Takeo acordou. Meio que automaticamente, ele se levantou, foi ao banheiro, depois foi para a cozinha, e encontrou tudo prontinho para seu desjejum.
Só então, após saciada a fome, se trocou, se arrumou, pegou a chave de seu carro e a de casa, já pronto para ir trabalhar.
Quando chegou na sala é que percebeu que Sartre existia: encontrou o gato ainda na frente da porta, deitado.
Ele parecia prostrado, e,Takeo percebeu a tristeza dele, e sabia exatamente o porquê.
Ele começou a agradar o gato, que não esboçou reação.
Takeo tentou tirar ele da frente da porta, mas o felino resistiu.
Fincou suas garras afiadas no tapetinho que tinha na frente da porta e quando ficou no ar, o tapetinho foi junto.
Takeo tentou tirar o tapetinho dele, mas sem sucesso.Então o levou ‘a cozinha.
Mas, desalentadamente, Sartre voltou para ao lado da porta da frente.
Takeo colocou ração nova e água fresca para o felino e trouxe na frente dele, que recusou.
Mas Takeo não podia se atrasar mais, então, foi embora, deixando Sartre sozinho.
Enquanto isto, Lune e sua chefe já estavam no avião, a caminho de Hokkaido. A viagem foi curta, e logo chegaram lá, tomaram um táxi e foram para o hotel.
Lá o restante da equipe já as esperava, e, no mesmo dia, as escavações já começariam.
De volta a Osaka, o dia transcorreu e Takeo chegou em casa, e encontrou Sartre ainda prostrado.
A ração e a água jaziam ainda intocadas. E estavam bem na frente dele, bem ‘a vista dos olhos, então, ele não comeu nem bebeu por que não quis.
Takeo, apesar de cansado, tentou dar-lhe comida na boca, mas Sartre recusou. Água, a mesma coisa.
Não precisava ser gênio para entender que o gato estava assim por sentir falta de sua dona.
Takeo Estava preocupado agora, mas também estava com fome.
Pegou sua comida na geladeira e a esquentou no micro-ondas e a comeu.
Depois se trocou e voltou a ver Sartre.
Tirou-o de perto da porta e o colocou deitado em seu colo e procurou agradá-lo, mas nada.Ele parecia insensível a seus agrados.
O gato logo se levantou e voltou para perto da porta.
E quantas vezes Takeo o tirasse de lá, tantas vezes ele voltava.
Então teve uma idéia: pegou uma blusa de Lune que estava no cesto de roupas sujas e a colocou no chão na frente do felino.
A reação de Sartre foi imediatamente farejar a camisa, e a “abraçar” com as patas dianteiras, colococando sua cabeça em cima dela.
Diante disto, vendo que não tinha jeito, Takeo resolveu ligar para sua esposa:
-Alô?
-Amor, sou eu...
-Está tudo bem aí, Takeo-kun?
-Está, mas...
-Mas o quê?
-É o Sartre-chan. Ele não está comendo, nem bebendo, está jururu e tristonho, agarrado numa camisa sua...
-Coitadinho...amor, coloque o celular perto do ouvido dele, deixa eu falar com ele !
Takeo assim fez.
-Sartre-chan, querido, fica assim não...
Imediatamente Sartre abriu os olhos ao ouvir a voz da dona, e suas orelhas se direcionaram ao som.
-Miiiiuuu...
Ele miou baixinho, mas Lune conseguiu escutá-lo.
-Sartre-san, come direitinho, logo logo eu volto, fica bem aí, por favor...
O gato ficou em silêncio, mas Lune podia jurar que ouvira um suspiro dele.
-Sartre-chan, querido, eu te adoro, fofo, tenha paciência, tá?Logo estarei de volta e poderei te agradar muito !Agora tenho de desligar, tchau, docinho peludo !
E Lune desligou.
E o tom de voz dela estava triste também.
Depois de um tempo, Sartre começou a reagir e começou a comer e beber com desânimo.
Os dias então foram se passando, com Takeo indo trabalhar todos os dias e Sartre ficando sozinho boa parte dos dias.
Neste ínterim, Lune fazia suas escavações e reuniões, debates,e almoçava e jantava com as colegas, mas sempre com a sombra  da preocupação com seu gato na cabeça.Por isto que Takeo colocava ela para falar ao telefone com o gato.
O felino já sabia a hora que Lune ligava todos os dias, e quando o celular de Takeo tocava, Sartre já corria para o colo do marido dela.
Finalmente chegou o dia da volta de Lune, e uma semana tinha-se passado.
E ela estava ansiosa para chegar em casa ao tomar o táxi no aeroporto, ao chegar de volta em Osaka.
E naquela noite, ela chegou, abriu a porta e disse me alto e bom tom:
-Sartre-chan, cheguei !
Ela esperava que ele viesse correndo para o colo dela e lambesse seu rosto, mas gatos não são cães para ficarem fazendo festinha para seus donos.
Ele, deitado ao lado da porta, em cima da sua blusa,virou o rosto para ela, deixando-a espantada!
-Eeeeeee?
Ela tentou pegá-lo, mas ele foi direto ao banheiro do quarto dela, e começou a brincar com o rolo de papel higiênico, desenrolando boa parte dele, e o rasgando todo com suas garras afiadas, com um olha de desafio e mau humor!

(Por Continuar)

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