Não
demorou muito, Takeo acordou. Meio que automaticamente, ele se levantou, foi ao
banheiro, depois foi para a cozinha, e encontrou tudo prontinho para seu
desjejum.
Só
então, após saciada a fome, se trocou, se arrumou, pegou a chave de seu carro
e a de casa, já pronto para ir trabalhar.
Quando
chegou na sala é que percebeu que Sartre existia: encontrou o gato ainda na
frente da porta, deitado.
Ele
parecia prostrado, e,Takeo percebeu a tristeza dele, e sabia exatamente o
porquê.
Ele
começou a agradar o gato, que não esboçou reação.
Takeo
tentou tirar ele da frente da porta, mas o felino resistiu.
Fincou
suas garras afiadas no tapetinho que tinha na frente da porta e quando ficou no
ar, o tapetinho foi junto.
Takeo
tentou tirar o tapetinho dele, mas sem sucesso.Então o levou ‘a cozinha.
Mas,
desalentadamente, Sartre voltou para ao lado da porta da frente.
Takeo
colocou ração nova e água fresca para o felino e trouxe na frente dele, que recusou.
Mas
Takeo não podia se atrasar mais, então, foi embora, deixando Sartre sozinho.
Enquanto
isto, Lune e sua chefe já estavam no avião, a caminho de Hokkaido. A viagem foi
curta, e logo chegaram lá, tomaram um táxi e foram para o hotel.
Lá
o restante da equipe já as esperava, e, no mesmo dia, as escavações já
começariam.
De
volta a Osaka, o dia transcorreu e Takeo chegou em casa, e encontrou Sartre
ainda prostrado.
A
ração e a água jaziam ainda intocadas. E estavam bem na frente dele, bem ‘a vista
dos olhos, então, ele não comeu nem bebeu por que não quis.
Takeo,
apesar de cansado, tentou dar-lhe comida na boca, mas Sartre recusou. Água, a
mesma coisa.
Não
precisava ser gênio para entender que o gato estava assim por sentir falta de
sua dona.
Takeo
Estava preocupado agora, mas também estava com fome.
Pegou
sua comida na geladeira e a esquentou no micro-ondas e a comeu.
Depois
se trocou e voltou a ver Sartre.
Tirou-o
de perto da porta e o colocou deitado em seu colo e procurou agradá-lo, mas
nada.Ele parecia insensível a seus agrados.
O
gato logo se levantou e voltou para perto da porta.
E
quantas vezes Takeo o tirasse de lá, tantas vezes ele voltava.
Então
teve uma idéia: pegou uma blusa de Lune que estava no cesto de roupas sujas e a
colocou no chão na frente do felino.
A
reação de Sartre foi imediatamente farejar a camisa, e a “abraçar” com as patas
dianteiras, colococando sua cabeça em cima dela.
Diante
disto, vendo que não tinha jeito, Takeo resolveu ligar para sua esposa:
-Alô?
-Amor,
sou eu...
-Está
tudo bem aí, Takeo-kun?
-Está,
mas...
-Mas
o quê?
-É
o Sartre-chan. Ele não está comendo, nem bebendo, está jururu e tristonho,
agarrado numa camisa sua...
-Coitadinho...amor,
coloque o celular perto do ouvido dele, deixa eu falar com ele !
Takeo
assim fez.
-Sartre-chan,
querido, fica assim não...
Imediatamente
Sartre abriu os olhos ao ouvir a voz da dona, e suas orelhas se direcionaram ao
som.
-Miiiiuuu...
Ele
miou baixinho, mas Lune conseguiu escutá-lo.
-Sartre-san,
come direitinho, logo logo eu volto, fica bem aí, por favor...
O
gato ficou em silêncio, mas Lune podia jurar que ouvira um suspiro dele.
-Sartre-chan,
querido, eu te adoro, fofo, tenha paciência, tá?Logo estarei de volta e poderei
te agradar muito !Agora tenho de desligar, tchau, docinho peludo !
E
Lune desligou.
E
o tom de voz dela estava triste também.
Depois
de um tempo, Sartre começou a reagir e começou a comer e beber com desânimo.
Os
dias então foram se passando, com Takeo indo trabalhar todos os dias e Sartre
ficando sozinho boa parte dos dias.
Neste
ínterim, Lune fazia suas escavações e reuniões, debates,e almoçava e jantava
com as colegas, mas sempre com a sombra da preocupação com seu gato na cabeça.Por isto
que Takeo colocava ela para falar ao telefone com o gato.
O
felino já sabia a hora que Lune ligava todos os dias, e quando o celular de Takeo
tocava, Sartre já corria para o colo do marido dela.
Finalmente
chegou o dia da volta de Lune, e uma semana tinha-se passado.
E
ela estava ansiosa para chegar em casa ao tomar o táxi no aeroporto, ao chegar
de volta em Osaka.
E
naquela noite, ela chegou, abriu a porta e disse me alto e bom tom:
-Sartre-chan,
cheguei !
Ela
esperava que ele viesse correndo para o colo dela e lambesse seu rosto, mas
gatos não são cães para ficarem fazendo festinha para seus donos.
Ele,
deitado ao lado da porta, em cima da sua blusa,virou o rosto para ela,
deixando-a espantada!
-Eeeeeee?
Ela
tentou pegá-lo, mas ele foi direto ao banheiro do quarto dela, e começou a
brincar com o rolo de papel higiênico, desenrolando boa parte dele, e o
rasgando todo com suas garras afiadas, com um olha de desafio e mau humor!
(Por Continuar)
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