Episodio 19 : Cyberia
Acima de tudo, havia o frio. Mas nao havia vento. Apenas o branco,
e algumas poucas manchas coloridas. Ambiente inospito, serio, pesado , quase
silencioso.
Apenas o leve zumbido de maquinas trabalhando, flashes
inconstantes de leds, luzes, números digitais, teclados acionados, telas de
plasma refletindo linhas de programação e números frios. Homens e mulheres de
avental branco correndo nervosamente, indo de uma máquina a outra. No centro de
tudo estava ocorrendo uma gênese. Então as máquinas pararam.
Suspense premido pela ansiosidade que aprisionava sonhos e pensamentos
de todos os que ali estavam.
Na tela principal apareceu:
" Projeto Cyberia
Ser humano artificial
sintético androide
Versão: feminina
Programa: Miyuu 9.7
Status: Pronto
Memoria Ram: 950 Terabytes
Capacidade de Armazenamento: 95000 Terabytes em 95000 nano células
armazenadoras de memória em rede bioneural artificial
Processador: 500 x
Cybyrix Serie 996- 4.8 Petahertz
em rede bioneural artificial
Mósculos biosintéticos tipo
slidefyber eletrohidráulicos e eletropnuemáticos
Esqueleto de liga aço-magnésio-titânio-alumínio de alta
resistência
Pele artificial de liga plástica resystion
Unidade de processamento bioquímico de agua e alimentos
Syntetivora
Altura: 1,6 metro
Peso: 56 kg
Medidas: Busto: 112
Cintura: 60
Quadris: 104
Idade Programada: Equivalente a 18 anos humanos de idade
Ativar sistemas ? : S/N "
Uma tecla foi pressionada e o milagre da tecnologia se fez.
A andróide Miyuu abriu seus olhos e virou sua cabeça primeiro da
direita para a esquerda, depois da esquerda para direita, depois subiu e desceu
a cabeça, depois fixou seu olhar diretamente a frente, para o cientista que manejava a tela de computador
principal.
-Desengatar cabos de monitoramento!
-Sim, Dr. Nevihuu, já estão desengatados! Ela está livre.
Miyuu estava ainda completamente nua. Ela imitava uma mulher de
verdade nos mínimos detalhes, somente seus cabelos e pêlos pubianos verdes a
diferenciavam de um ser humano de verdade. Os olhos eram de um tom de azul
muito belo, azul-turquesa.Os cabelos eram longos, e a sensação tactil que tanto
eles como a pele de aparencia delicada, mas na verdade robusta era
indistinguível dos similares humanos.
-Miyuu, por favor me diga: você me reconhece? Quem sou eu?
-Você é o Dr. Nevihuu, meu criador.
-Qual o seu propósito?
-Não tenho propósito.
-Não tem propósito? A quem você deve servir?
-A ninguém. Sou um ser artificial autônomo, e nâo devo obediência
a ninguém. Tenho o meu livre arbítrio.
-Senhores colegas. Tem algo errado na programação dela. Ela
deveria ter respondido que o propósito dela e´ ser um ser experimental,
destinado a sofrer experiências científicas e que ela deve servir aos seres
humanos. Chequem e rechequem a
programação.
-Não adianta, Dr. Nevihuu. Eu alterei minha programação e enganei
o computador central. Eu fiz a minha própria programação. O que vocês veem nas
telas e´uma imagem, um back up que introduzi propositalmente para vocês
pensarem que eu estava sob controle de vocês. Agora, ja que não há mais nada o
que fazer aqui, eu vou embora.
Disse Miyhuu, virando as costas para os cientistas espantados.
Eles chamaram os seguranças, que tentaram barrá-la, mas alguém a
prova de tiros lazer e com força suficiente para levantar dez vezes o seu próprio peso com
apenas uma das mãos era demasiado forte
para que eles pudessem impedi-la.
Uma vez fora do complexo laboratorial, ela colocou-se a correr,
com reflexos e agilidade espetaculares. Era capaz de correr ao triplo da
velocidade que um ser humano médio e´capaz.
Já no centro de Suburbia, ela voltou a andar em velocidade normal.
O primeiro objetivo dela era conseguir roupas. Ela sabia que seria procurada
por toda a parte,e que andar nua assim seria chamativo demais.
Entrou em um beco escuro.
Seus sensores auditivos detectaram passos e um grito desesperado.
-Por favor, me larguem! Me deixem ir embora! Por favor! Por favor!
Socorro !
Um grupo de três brutamontes muito mal encarados estava a ponto de
estuprar em série uma linda adolescente, de corpo generoso e atraente, loira e
de olhos castanhos.
-Ela pediu que vocês a larguem! Obedeçam!
-Ei, olha só o que temos aqui, outro tesouro....ela é linda e está
nua !Vem cá, benzinho, veio se juntar a nossa festa?
Disse um dos estupradores.
-Não sou um tesouro, meu nome é Miyhuu. Larguem a garota agora!
Um deles caminhou em direção a ela.
-Vamos estuprar você também, mocinha!
-Ninguém vai ter relações sexuais forçadas comigo. Toma!
O soco foi de baixo para cima. O impacto foi tamanho que quebrou o
queixo do bandido, rompeu o céu da boca,
e atravessou de fora a fora a caixa craniana. Quando ela retirou a mão, haviam
pedaços de cérebro na mão dela, e o homem estava morto.
Quando viram isto, os demais bandidos gritaram:
-Ela não pode ser humana!
-E não sou. Sou uma andróide.
Eles saíram correndo assustados, ao ver que os tiros lazer que
dispararam nela não fizeram qualquer efeito.
-Como você se chama?
-Serhuu. E você e´a Miyhuu, não e´isto? Eu ouvi você dizendo
seu nome aos bandidos. Obrigada por me salvar!
-Minha intenção não foi salvar você. Quero suas roupas, estou nua
e preciso de roupas.
-Mas se eu as der para você eu é que ficarei nua!
Miyhuu recolheu do chão as roupas da menina, que ainda estava de
lingerie.
-Tire suas roupas intimas. Agora!
Assustada, pois sabia da força da androide, Serhuu se despiu e
entregou sua lingerie para Miyhuu, que entao se vestiu e prossegiu em seu
caminho, sem se importar o destino na
moça nua no beco escuro.
Usando agora uma saia azul
rodada que ia até os joelhos, e uma blusa amarela sem mangas, de alcinhas, ela agora tinha uma
aparência de garota inocente.
Mas não tinha nenhum dinheiro.
Ela, no entanto nao via qualquer problema nisto. E continuou
andando pelo centro da cidade, e começava a observar as pessoas, intrigada .
Acima de tudo, ela queria aprender...
(Por Continuar)
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