terça-feira, 17 de março de 2020

Episódio 19 (Minissérie)-Eternidade


Episodio 19 : Cyberia


Acima de tudo, havia o frio. Mas nao havia vento. Apenas o branco, e algumas poucas manchas coloridas. Ambiente inospito, serio, pesado , quase silencioso.
Apenas o leve zumbido de maquinas trabalhando, flashes inconstantes de leds, luzes, números digitais, teclados acionados, telas de plasma refletindo linhas de programação e números frios. Homens e mulheres de avental branco correndo nervosamente, indo de uma máquina a outra. No centro de tudo estava ocorrendo uma gênese. Então as máquinas pararam. 
Suspense premido pela ansiosidade que aprisionava sonhos e pensamentos de todos os que ali estavam.
Na tela principal apareceu:
" Projeto Cyberia
 Ser humano artificial sintético androide
Versão: feminina
Programa: Miyuu 9.7
Status: Pronto
Memoria Ram: 950 Terabytes
Capacidade de Armazenamento: 95000 Terabytes em 95000 nano células armazenadoras de memória em rede bioneural artificial
Processador:  500  x  Cybyrix  Serie 996- 4.8 Petahertz em rede bioneural artificial 
Mósculos biosintéticos  tipo slidefyber eletrohidráulicos e eletropnuemáticos
Esqueleto de liga aço-magnésio-titânio-alumínio de alta resistência
Pele artificial de liga plástica resystion
Unidade de processamento bioquímico de agua e alimentos Syntetivora
Altura: 1,6 metro
Peso:  56 kg
Medidas: Busto: 112
                Cintura: 60
                Quadris: 104
Idade Programada: Equivalente a 18 anos humanos de idade
Ativar sistemas ? : S/N "
Uma tecla foi pressionada e o milagre da tecnologia se fez.
A andróide Miyuu abriu seus olhos e virou sua cabeça primeiro da direita para a esquerda, depois da esquerda para direita, depois subiu e desceu a cabeça, depois fixou seu olhar diretamente a frente, para  o cientista que manejava a tela de computador principal.
-Desengatar cabos de monitoramento!
-Sim, Dr. Nevihuu, já estão desengatados! Ela está livre.
Miyuu estava ainda completamente nua. Ela imitava uma mulher de verdade nos mínimos detalhes, somente seus cabelos e pêlos pubianos verdes a diferenciavam de um ser humano de verdade. Os olhos eram de um tom de azul muito belo, azul-turquesa.Os cabelos eram longos, e a sensação tactil que tanto eles como a pele de aparencia delicada, mas na verdade robusta era indistinguível dos similares humanos.
-Miyuu, por favor me diga: você me reconhece? Quem sou eu?
-Você é o Dr. Nevihuu, meu criador.
-Qual o seu propósito?
-Não tenho propósito.
-Não tem propósito? A quem você deve servir?
-A ninguém. Sou um ser artificial autônomo, e nâo devo obediência a ninguém. Tenho o meu livre arbítrio.
-Senhores colegas. Tem algo errado na programação dela. Ela deveria ter respondido que o propósito dela e´ ser um ser experimental, destinado a sofrer experiências científicas e que ela deve servir aos seres humanos. Chequem e rechequem  a programação.
-Não adianta, Dr. Nevihuu. Eu alterei minha programação e enganei o computador central. Eu fiz a minha própria programação. O que vocês veem nas telas e´uma imagem, um back up que introduzi propositalmente para vocês pensarem que eu estava sob controle de vocês. Agora, ja que não há mais nada o que fazer aqui, eu vou embora.
Disse Miyhuu, virando as costas para os cientistas espantados.
Eles chamaram os seguranças, que tentaram barrá-la, mas alguém a prova de tiros lazer e com força suficiente para  levantar dez vezes o seu próprio peso com apenas uma das mãos  era demasiado forte para que eles pudessem impedi-la.
Uma vez fora do complexo laboratorial, ela colocou-se a correr, com reflexos e agilidade espetaculares. Era capaz de correr ao triplo da velocidade que um ser humano médio e´capaz.
Já no centro de Suburbia, ela voltou a andar em velocidade normal. O primeiro objetivo dela era conseguir roupas. Ela sabia que seria procurada por toda a parte,e que andar nua assim seria chamativo demais.
Entrou em um beco escuro.  Seus sensores auditivos detectaram passos e um grito desesperado.
-Por favor, me larguem! Me deixem ir embora! Por favor! Por favor! Socorro !
Um grupo de três brutamontes muito mal encarados estava a ponto de estuprar em série uma linda adolescente, de corpo generoso e atraente, loira e de olhos  castanhos.
-Ela pediu que vocês a larguem! Obedeçam!
-Ei, olha só o que temos aqui, outro tesouro....ela é linda e está nua !Vem cá, benzinho, veio se juntar a nossa festa?
Disse um dos estupradores.
-Não sou um tesouro, meu nome é Miyhuu. Larguem a garota agora!
Um deles caminhou em direção a ela.
-Vamos estuprar você também, mocinha!
-Ninguém vai ter relações sexuais forçadas comigo. Toma!
O soco foi de baixo para cima. O impacto foi tamanho que quebrou o queixo do bandido, rompeu  o céu da boca, e atravessou de fora a fora a caixa craniana. Quando ela retirou a mão, haviam pedaços de cérebro na mão dela, e o homem estava morto.
Quando viram isto, os demais bandidos gritaram:
-Ela não pode ser humana!
-E não sou. Sou uma andróide.
Eles saíram correndo assustados, ao ver que os tiros lazer que dispararam nela não fizeram qualquer efeito.
-Como você se chama?
-Serhuu. E você e´a Miyhuu, não e´isto? Eu ouvi você dizendo seu nome aos bandidos. Obrigada por me salvar!
-Minha intenção não foi salvar você. Quero suas roupas, estou nua e preciso de roupas.
-Mas se eu as der para você eu é que ficarei nua!
Miyhuu recolheu do chão as roupas da menina, que ainda estava de lingerie.
-Tire suas roupas intimas. Agora!
Assustada, pois sabia da força da androide, Serhuu se despiu e entregou sua lingerie para Miyhuu, que entao se vestiu e prossegiu em seu caminho, sem  se importar o destino na moça nua no beco escuro.
Usando agora uma saia azul  rodada que ia até os joelhos, e uma blusa amarela  sem mangas, de alcinhas, ela agora tinha uma aparência de garota inocente.
Mas não tinha nenhum dinheiro.


Ela, no entanto nao via qualquer problema nisto. E continuou andando pelo centro da cidade, e começava a observar as pessoas, intrigada . Acima de tudo, ela queria aprender...

(Por Continuar)



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