-Entrando em órbita padrão agora, Capitã !
-Muito bem, Thaís, mantenha.
-As emissões não combinam com as típicas de
nenhuma classe de naves do Império !
-Muito estranho isto, Anne Paula...
-Capitã, encontrei os restos de uma nave no
solo !
-É a Minotaurus, Geraldine?
-Não, senhora. É uma nave alienígena , sua
descrição não confere com nenhuma nave do Império, nem pirata, nem Xalgueana,
nem Killerista !
-Já tem imagem dela, Geraldine?
-Sim, Capitã!
-Então, na tela !
Então se descortinou a imagem:
A nave parecia um gigantesco saca rolhas dos séculos 20 e 21,e tinha algo
parecido com asas , retráteis, como nos antigos aviões de caça terrestres do
século 20.
-Mas que formato inusitado !Quais as
especificações da nave, Geraldine?
-Capitã, ela tem 400 metros de comprimento, por
80 metros de largura com as asas recolhidas, e envergadura de 160 m com as asas
estendidas. O diãmetro máximo da fuselagem se dá em sua secção circular, logo
atrás da cabeça, em 120m, e a cabeça é na forma da letra “T” horizontal e com a
largura máxima de 120 metros também, e altura, nesta parte, de apenas 24
metros. O sistema de propulsão é desconhecido, mas o maquinário revela que,
quando as asas se distendem, este corpo fusiforme no final da nave se distende
para trás, aumentando o comprimento total da nave para 500 metros. Há sinais de
armas, de origem desconhecida, e parecem avariadas. A leitura espectrográfica e
molecular da nave, em seu casco de liga de vanádio-cromo- titânio, é a de que a
nave tem cerca de 5000 anos de idade, e a degradação da liga metálica indica
que a nave caiu lá há 2850 anos atrás !
-Então ela caiu aqui em 1974 pelo calendário
terrestre, todos devem estar mortos...
-Sim, Capitã, há esqueletos de alienígenas dentro e fora da nave, e os que estão fora,
estão todos próximos dela. São cem deles, todos fossilizados.
-sto vai ser muito interessante de coletar e
documentar, Geraldine, deve ter sido isto que atraiu a Minotaurus para cá. Mas
não é a nossa missão. Vamos deixar para
explorar a ela mais tarde. Já esperaram 538 anos mesmo, não vão sair
correndo...rsss...continuem as buscas!
-Sim, senhora, Capitã !
E elas continuaram. E o que foram descobrindo
era simplesmente chocante: aquele planetoide
era um verdadeiro cemitério de naves alienígenas, com dezenas delas, das mais
variadas e esdrúxulas possíveis, com todas as tripulações mortas, e nenhuma
caída há menos de 300 anos !
E nada da Minotaurus ainda !
Porém, as esperanças se esvaíam: se tantas
tripulações de tantas naves , de tantos povos diferentes, todas tinham sucumbido,
por que a da Minotaurus poderia estar viva? Isto deixou Geraldine deprimida,
mas ela tinha de continuar seu trabalho...
-Este lugar está me dando arrepios, Capitã...se
tantas naves caíram aí, por que a nossa não cairia e não morreríamos?
-Oras, Cecília, você tem medo de fantasmas,
é?Não vamos cair, aliás, se fosse para cairmos, já teríamos caído...
-Capitã, nossa órbita está descendente ! Alguma
coisa está nos puxando para baixo !
-Como, Priscilla? Compense com mais força nos
motores ! Geraldine, consegue identificar a força que está nos puxando?
-Não, senhora, não há nada nos sensores que
indique nada disto !
-Impossível compensar, capitã, já caímos trinta
metros !
-Mas que raios, Priscilla ! Alerta vermelho,
alerta vermelho, levantar escudos defletores ! Thaís, Priscilla, acionar
Velocidade Zarp 2 !
A nave estendeu os pilones das nacelles Zarp e
acionou a velocidade Zarp 2.
Mas ao invés de verem um campo de hiperespaço a
frente, elas viram o planeta ainda mais de perto!
-Caímos mais 2000 metros !
-Mas não é possível, Priscilla ! Era para
estarmos longe daqui agora ! Acionar Zarp 10
e combinar com máxima força de empuxo nos motores de dobra !
-Caímos mais 6 km, Capitã ! Estamos agora a 150
km da atmosfera do planeta, e caindo !
(Por Continuar)
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