terça-feira, 13 de março de 2018

Episódio 185- Sensibilidade de Viver;Interlúdio ETP




Voltando ao escritório do tio de Kotomi, eis que ele voltou e disse:
-Ainda estão aí?
-Sim, senhor, e espero que tenha valido o meu esforço neste teste de admissão!E que me pagues o devido, afinal, cumpri minha parte !
Disse Rio.
-Claro, claro que pagarei, só espero que valha a pena admití-la e que não falhes nem comigo, nem com sua missão.O meu objetivo é o extermínio total das famílias Soryu e Tamasuki, e conto com vocês duas para cumprir esta missão. Lógico que a morte de Lune faz parte do pacote, mas antes, terão carta branca para tortura-la, estupra-la e mata-la do jeito que quiserem, contanto que a matem!E contanto que primeiro a tragam para mim, para eu usufruir dela na cama também!
-Sem problemas, senhor !
-Assim que se fala, garota !
Enquanto isto, Lune e Mercedes já dormiam no Hotel.
O dia seguinte chegou e elas rapidamente se arrumaram e colocaram tudo nas malas e trataram de sair correndo daquele hotel, pois sabiam que  poderiam ser expulsas de lá a qualquer momento.
Foi com alívio que os funcionários fecharam a conta e receberam o pagamento.
Elas colocaram as malas no carro e ganharam as ruas, procurando por outro hotel.Depois de mais de uma hora dirigindo pela cidade, acharam um outro, que Lune aprovou.
-Ah, mas tem certeza que quer este?O outro era quatro estrelas e este é três!
-Ah, é só por um dia, amanhã vamos embora, lembra, Mercedes-san?
-Tudo bem então.
Assim, deram entrada no novo hotel, agora mais simples, guardaram o carro na garagem e foram para o quarto delas.
-Bom, ainda temos mais um dia aqui, o que faremos, Lune-san?
-Bom, não sei quanto a você, mas eu irei procurar a livraria mais próxima nas redondezas e pesquisar uns livros !
-Huuum, para você pode ser um programa atraente, para mim é sem graça. Acho que vou ficar na piscina do hotel !
-Tudo bem então, só trate de não arrumar confusão, por favor, nossa situação já é complicada...
-Pode deixar comigo !
Disse Mercedes piscando seu único olho.
Lune então saiu do quarto, pegou o elevador e ganhou as ruas.
Como queria evitar assédio, tinha colocado um camisão cuja barra ia até abaixo do fim das nádegas, para que estas, realçadas pela calça jeans, não fossem objeto de desejos masculinos. E o camisão também não tinha decote algum.
Seguiu caminhando pelas ruas, curiosa, até que encontrou, no fundo de uma galeria, uma pequena e charmosa livraria.
Animada, Lune lá entrou e começou a fuçar, até que achou um  pequeno livro que ainda não tinha lido:A Desobediência Civil, de Henry D. Thoreau!
O livrinho do filósofo anarquista americano do século XIX logo a encantou e lhe despertou a paixão literária. Ela o comprou, e depois foi a uma lanchonete vizinha, onde pediu um hot dog e um refrigerante e enquanto comia, devorava o livro vorazmente.
Lune tinha uma habilidade rara: era capaz de ler muito rápido, mas ao mesmo tempo assimilar, aprender e memorizar absolutamente tudo o que lia, palavra por palavra.Sua habilidade de memorização era tamanha que bastava ler uma única vez, para decorar um livro inteiro e citá-lo!
Uma frase lhe chamou particular atenção e a deixou pensativa, imersa em suas filosofices:
“ ...Tenho origem nobre demais para me submeter a outros, para ser subordinado ao comando, um serviçal e instrumento útil , a qualquer estado soberano mundo afora...”
Ela sentiu na alma e no coração a imediata identificação dela com estas palavras, que lhe calaram fundo no inconsciente.
Sim, ela era uma rebelde por natureza e não gostava de ter de obedecer a ninguém, não por se achasse superior a ninguém, mas por sua própria natureza , naturalmente rebelde e independente.
Ela gostava de provar sempre a si mesma e a todo mundo que era capaz de fazer tudo sozinha e não precisava da ajuda de ninguém,por isto mesmo odiava ter de pedir ajuda a quem quer que fosse.
Depois do livro terminado e do lanchinho tomado, colocou o livro dentro da bolsa e ganhou as ruas ainda tomando o refrigerante, com a lata numa das mãos e sorvendo o líquido refrescante pelo canudinho.
Ela não estava nem aí se chamava a atenção negativamente, dos outros , por isto.Seguia anônima no meio da multidão urbana, os poucos quarteirões até seu hotel.
Neste ínterim, Mercedes estava com seu decotadíssimo bikini azul na espreguiçadeira na beira da piscina, tomando um sorvete de tiramissu.
Já queimada de sol, finalmente se cansou e já ia se levantar quando viu Lune chegar.
-Uh, Mercedes-san, não sei como voc~e não fica corada de vergonha quase pelada deste jeito, os homens aqui estão todos olhando para você e dá para ver o excitamento deles daqui !Não sei como ninguém te atacou ainda...
-Ah, Lune-san, pessoas civilizadas respeitam as mulheres. A obrigação é deles de não avançar...
-Se eles fossem civilizados e respeitassem as mulheres, não olhariam no corpo delas...vamos subir, Mercedes-san! Daqui a pouco vamos sair para almoçar !

(Por Coontinuar)

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