Finalmente, era a hora que Lune mais
gostava: a sobremesa !
A torta de maçãs que Takeo comprara
era enorme: um quilo e meio.
Ele serviu um pedaço para cada um.
Mas para seu espanto, em segundos ela
acabou com seu pedaço, e foi pegando seguidamente, pedaço após pedaço, e a
torta foi desaparecendo!
Takeo mal conseguira comer dois
pedaços !
Quando ele se deu por si, ela tinha
devorado uma torta quase inteira sozinha !
-Lune-san !
-O que foi, querido?
-Você comeu uma torta de um quilo e
meio praticamente sozinha !
-Ué, sozinha não, eu e a Rina, não é,
Rina-chan?
-Bem, muito açúcar pode fazer mal
para nossa bebê...não precisa exagerar...
-Se você vai ficar me dando bronca,
eu vou me levantar!Incompreensivo !Papai chato, não é, Rina-chan?Não podemos
nem comer em paz...
Foi só quando foi se levantar da
cadeira, porém, que Lune percebeu como o estõmago dela estava pesado de tanto
comer !
Ela levantou-se em um ímpeto, mas o
peso foi maior do que os braços suportavam, e as pernas bambearam e falharam,
mas ela já tinha afastado a cadeira ao se levantar, e uma queda perigosa era
iminente !
-Aaaaaaah !
Lune gritou, repentinamente, tomada da
consciência de que iria cair com a barriga no chão, correndo risco de perder
sua bebê!
Sua reação instintiva imediata foi
colocar os braços na frente da barriga.
Felizmente, Takeo percebeu rápido,
correu e a aparou em seus braços antes que a barriga dela tocasse o chão.
Com muito esforço e uma bela dor nas
costas e pernas doloridas com o esforço, ele a aprumou em pé de novo e a
apoiou.
-Está salva !
-Obrigada, Takeo-kun...levei um susto
tremendo agora...
-De nada, amor, vou te levar para
nosso quarto para você se deitar e fazer a digestão.Vamos lá !
E assim foi feito. Takeo a ajudou a
colocar uma camisola bem esvoaçante e folgada, e ele a deitou na cama com
delicadeza.
Não demorou, Sartre foi dormir ao seu
lado, no travesseiro de Takeo.
Este, ficou a lavar a louça e depois
foi para o computador, com Simone
enpiriquitada em seu colo, lhe fazendo companhia.
Neste meio tempo, Lune tinha
dificuldades para pegar no sono.
A respiração estava difícil, e ter
comido demais dificultava ainda mais as coisas.
Até para se virar de um lado para
outro estava difícil, e ela começava a não ver a hora de ter o parto logo.
Ficava pensativa, preocupada:
Qual seria o melhor parto para ela:
natural ou cesariana?Mas não seria sua médica quem iria decidir?
Desde que sua gravidez fora
confirmada, que Lune se recusava a ser atendida por médicos homens, e escolhera
sua médica obstetra a dedo:queria uma mulher fazendo seu parto, pois tinha medo
de certas práticas médicas masculinas, e não queria que homens desconhecidos
vissem seu íntimo mais íntimo tão intimamente.
Ela achou que uma médica, semdo
mulher, se identificassem mais e melhor com a situação dela na hora de fazer o
parto e que seria mais humana e sensível.
Ela já conversara com sua obstetra, a Dra. Horie , e tivera boa
impressão dela, embora a tenha achado um pouco fria e severa.A doutora a
aconselhara ao parto natural, a não ser que, próxima da hora do parto, Rina se
virasse para uma posição perigosa ou que dificultasse o parto. Também revelou a
preocupação de evitar que o cordão umbilical se enrolasse em volta do pescoço
da beb~e na hora do parto.
A preocupação maior de Lune era com a
dor, no entanto.
Ela sabia que o parto natural seria
muito mais doloroso, apesar de que a Dra. Horie lhe assegurara insistentenmente
de que o parto moderno, com a mais alta tecnologia, já não era mais tão doloroso
assim.
De qualquer forma, pensando de cá,
pensando de lá, pesando prós e contras de um parto ou outro, Lune por fim
conseguiu adormecer...
(Por Continuar)
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