Rena
parecia outra menina. De olhos baixos, envergonhada, disse baixinho:
-Desculpe...
-Está
desculpada. Vem, vou te dar um pudim!
-Onde
está minha mãe?
-Foi
para o quarto dela, melhor deixar ela em paz por um tempo, depois vocês
conversam. Depois que você terminar, vou ligar a televisão para você assistir
anime lá na sala!
Lune
estava espantada consigo mesma. Ela , que sempre fora tão brava, e brigava tanto
com a mãe dela, agora conseguia se conter e estava tendo tanta paciência com
uma criança tão difícil !
Mas
ela estava preocupada com Takeo, que saíra e ainda não voltara, e estava visivelmente
estressado. Ela até pensou em telefonar para ele, mas depois achou melhor deixa-lo
em paz e esperar ele chegar.
Ela
já previa que o casal teria de ter uma longa e difícil conversa sobre manter
Ruri e Rena morando em casa, e não parecia que Rena, sobretudo, iria cooperar
para não tornar a situação insustentável.
Fosse
outra casa ,de outra família, Ruri e Rena já teriam sido expulsas faz tempo.
Mas Lune era diferente do comportamento tradicional japonês, porém, sua paciência
tinha limites, e a de Takeo também.
Acima
de tudo, tinham de administrar a situação de modo que o ambiente não fosse
estressante para a pequena Rina, na época ainda um bebê, requerindo muita
atenção e cuidados.
Claro,
era pressuposto que Ruri desse conta de manter a filha dela na linha, mas ela
estava sob stress intenso , traumatizada , fragilizada e intensamente
deprimida. E para Lune, cuida de Rina e controlar Rena, tudo ao mesmo tempo,
era demais para ela.
Então,
Lune tinha de arranjar um jeito de conquistar o coração de Rena, para conseguir
domar aquele coraçãozinho feral.
Por
enquanto a menina estava na sala, assistindo anime quieta, mas...por quanto
tempo?
Agora
Lune tinha um pouco de paz, já que Rina , já alimentada e de fraldas trocadas,
estava dormindo.
Neste
meio tempo, Ruri, em seu quarto, tentara dormir, mas se virava de um lado a
outro da cama e já chorara até suas pálpebras arderem e ficarem vermelhas e se
transformarem em olheiras.
Não
conseguira mais do que breves cochilos entrecortados por curtos pesadelos em
que levantava sobressaltada, suando frio, assustada.
Por
fim, desistiu de dormir, e foi no quarto de Rina observar a bebê a dormir.
Imediatamente se lembrou de quando Rena tinha a mesma idade, com saudades. Lhe
enchia o coração de tristeza que sua filha tivesse ficado tão difícil de lidar,
tão revoltada!
Ruri
por fim resolveu descer para a cozinha, onde encontrou Lune pensativa, sentada
defronte a mesa.
-Onee-san,
e aí, conseguiu dormir?
-Mais
ou menos, Lune-nee-san. Acho que eu precisava arrumar alguma coisa para me
distrair, espairar...
--É,
seria bom, sim...bom, tenho uma idéia: você e a Rena precisam se reconciliar,
então,vou fazer o seguinte: vou te dar uma grana e vocês vão no shopping que
tem aqui perto, e passam a tarde lá, podem ir ao cinema também, que tal?
-Ai,
onee-san, mas eu não tenho como te pagar de volta...
-Não
é emprestado, não precisa devolver nada, fique tranquila!
Lune
foi na bolsa dela e tirou da carteira um
gordo maço de dinheiro e deu para Ruri.
-Vai
lá se arrumar, onee-san, deixe que eu falo com a Rena, ok?
-Tudo
bem, Lune-nee-san !
E lá se foi Ruri, subir as escadas para seu quarto de novo.
E lá se foi Ruri, subir as escadas para seu quarto de novo.
Então Lune
foi para a sala:
-Rena-chan,
quer passar a tarde no shopping?Voc~es podem tomar sorvete, comer nas
lanchonetes fast food , ir no cinema...
-Eu
adoraria ir sim, tia, mas não temos dinheiro para isto...
-Agora
já tem !
-Mas
minha mãe é mão de vaca e não me deixa comprar nada...
Lune
tirou algumas notas do bolso da calça e disse:
-Agora
você tem dinheiro também !
-Ebaaa
!Obrigada, tia !
-Vai
lá se arrumar, que sua mãe já está se arrumando !
Rena
subiu as escadasna velocidade de um foguete !
(Por Continuar)
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