sexta-feira, 19 de julho de 2019

Episódio 12- Sensibilidade de Viver: Adendos Finais



Rena parecia outra menina. De olhos baixos, envergonhada, disse baixinho:
-Desculpe...
-Está desculpada. Vem, vou te dar um pudim!
-Onde está minha mãe?
-Foi para o quarto dela, melhor deixar ela em paz por um tempo, depois vocês conversam. Depois que você terminar, vou ligar a televisão para você assistir anime lá na sala!
Lune estava espantada consigo mesma. Ela , que sempre fora tão brava, e brigava tanto com a mãe dela, agora conseguia se conter e estava tendo tanta paciência com uma criança tão difícil !
Mas ela estava preocupada com Takeo, que saíra e ainda não voltara, e estava visivelmente estressado. Ela até pensou em telefonar para ele, mas depois achou melhor deixa-lo em paz e esperar ele chegar.
Ela já previa que o casal teria de ter uma longa e difícil conversa sobre manter Ruri e Rena morando em casa, e não parecia que Rena, sobretudo, iria cooperar para não tornar a situação insustentável.
Fosse outra casa ,de outra família, Ruri e Rena já teriam sido expulsas faz tempo. Mas Lune era diferente do comportamento tradicional japonês, porém, sua paciência tinha limites, e a de Takeo também.
Acima de tudo, tinham de administrar a situação de modo que o ambiente não fosse estressante para a pequena Rina, na época ainda um bebê, requerindo muita atenção e cuidados.
Claro, era pressuposto que Ruri desse conta de manter a filha dela na linha, mas ela estava sob stress intenso , traumatizada , fragilizada e intensamente deprimida. E para Lune, cuida de Rina e controlar Rena, tudo ao mesmo tempo, era demais para ela.
Então, Lune tinha de arranjar um jeito de conquistar o coração de Rena, para conseguir domar aquele coraçãozinho feral.
Por enquanto a menina estava na sala, assistindo anime quieta, mas...por quanto tempo?
Agora Lune tinha um pouco de paz, já que Rina , já alimentada e de fraldas trocadas, estava dormindo.
Neste meio tempo, Ruri, em seu quarto, tentara dormir, mas se virava de um lado a outro da cama e já chorara até suas pálpebras arderem e ficarem vermelhas e se transformarem em olheiras.
Não conseguira mais do que breves cochilos entrecortados por curtos pesadelos em que levantava sobressaltada, suando frio, assustada.
Por fim, desistiu de dormir, e foi no quarto de Rina observar a bebê a dormir. Imediatamente se lembrou de quando Rena tinha a mesma idade, com saudades. Lhe enchia o coração de tristeza que sua filha tivesse ficado tão difícil de lidar, tão revoltada!
Ruri por fim resolveu descer para a cozinha, onde encontrou Lune pensativa, sentada defronte a mesa.
-Onee-san, e aí, conseguiu dormir?
-Mais ou menos, Lune-nee-san. Acho que eu precisava arrumar alguma coisa para me distrair, espairar...
--É, seria bom, sim...bom, tenho uma idéia: você e a Rena precisam se reconciliar, então,vou fazer o seguinte: vou te dar uma grana e vocês vão no shopping que tem aqui perto, e passam a tarde lá, podem ir ao cinema também, que tal?
-Ai, onee-san, mas eu não tenho como te pagar de volta...
-Não é emprestado, não precisa devolver nada, fique tranquila!
Lune foi na bolsa dela e  tirou da carteira um gordo maço de dinheiro e deu para Ruri.
-Vai lá se arrumar, onee-san, deixe que eu falo com a Rena, ok?
-Tudo bem, Lune-nee-san !
E lá se foi Ruri, subir as escadas para seu quarto de novo.
  Então Lune foi para a sala:
-Rena-chan, quer passar a tarde no shopping?Voc~es podem tomar sorvete, comer nas lanchonetes fast food , ir no cinema...
-Eu adoraria ir sim, tia, mas não temos dinheiro para isto...
-Agora já tem !
-Mas minha mãe é mão de vaca e não me deixa comprar nada...
Lune tirou algumas notas do bolso da calça e disse:
-Agora você tem dinheiro também !
-Ebaaa !Obrigada, tia !
-Vai lá se arrumar, que sua mãe já está se arrumando !
Rena subiu as escadasna velocidade de um foguete !

(Por Continuar)

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