quarta-feira, 17 de julho de 2019

Episódio 3 (Minissérie)- Eternidade


Episodio 3: Excelência, Majestade,Perenidade


No alto da mais alta das colinas jazia o Palácio.A suntuosidade daquela edificação singular contrastava com a aridez gélida da solidão.
No alto do trono estava o monarca,vestido com as peles mais finas e as jóias mais preciosas.Um suspiro percorreu a sala vazia, onde o tédio do tempo parecia o fazer perene. Quantos mundos dali ele controlava já nem tinha mais idéia,por outro lado ele se arrastava pelo tempo lembrando-se da infância, de eras passadas, outros tempos, outra gente, amigos há muito mortos ou desaparecidos,amigos?
“-Não”, pensava ele agora “-Amigos não existem .So´existe agora o Poder. Poder que corrompe, poder que rompe,destrói, dizima, extingue.Poder que oprime, Poder que tem a virtude duvidosa da Opressão,a árdua escolha a fazer entre responsabilidade e coração.Muitos amigos foram mortos assim."
Realidade que pesa,oprime o opressor, esmaga o Ditador,e ainda assim resta viver, obrigação.Corrente que não se quebra,vicio maldito, Ambição.”
A serenidade daquele rosto marcado pela idade escondia uma angustia profunda que nem mesmo aquele velho tirano sabia de onde vinha.
Tal angustia porem era ambígua em sua origem, pois não se tratava apenas do fundo de uma alma torturada e de um coração amargurado,mas por conta do segundo Imperador dentro do primeiro, havia interesses ali  e tais”fraquezas” não podiam vir à tona, razão pela qual ele tirava alguns minutos do dia para seu próprio retiro.Enquanto um Imperador adormecia, o outro chorava em sua prisão,com lágrimas ausentes e dor presente.
Havia uma ânsia de viver no Imperador oprimido,mas não havia esperanças.
Não havia por que continuar vivendo, mas este pequeno monarca permanecia.
O retiro terminou.
Um General entrou e relatou que a pequena cidade de Sotto tinha –se rebelado contra o Império, recusando-se a pagar impostos, refutando a opressão.
O rosto do Imperador ate então sereno, transformou-se de imediato, tornando-se vermelho, colérico, furioso, de modo tão inesperado e imprevisível que ate´o próprio General se assustou.
Soou o brado, urro de ferocidade selvagem e incontrolável:
-Mata! Mata! Mande um exercito inteiro, dizime, destrua, promova a extinção!Faca a cidade desaparecer !Quero um lago de sangue no lugar !
O General baixou os olhos, baixou a cabeça, e respondeu:
-Sim, Majestade, sera´feita a sua vontade.

(Por Continuar)

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