Episodio
3: Excelência, Majestade,Perenidade
No alto da mais alta das colinas jazia o
Palácio.A suntuosidade daquela edificação singular contrastava com a aridez
gélida da solidão.
No alto do trono estava o monarca,vestido com
as peles mais finas e as jóias mais preciosas.Um suspiro percorreu a sala
vazia, onde o tédio do tempo parecia o fazer perene. Quantos mundos dali ele
controlava já nem tinha mais idéia,por outro lado ele se arrastava pelo tempo
lembrando-se da infância, de eras passadas, outros tempos, outra gente, amigos
há muito mortos ou desaparecidos,amigos?
“-Não”, pensava ele agora “-Amigos não existem
.So´existe agora o Poder. Poder que corrompe, poder que rompe,destrói, dizima,
extingue.Poder que oprime, Poder que tem a virtude duvidosa da Opressão,a árdua
escolha a fazer entre responsabilidade e coração.Muitos amigos foram mortos
assim."
Realidade que pesa,oprime o opressor, esmaga o
Ditador,e ainda assim resta viver, obrigação.Corrente que não se quebra,vicio maldito,
Ambição.”
A serenidade daquele rosto marcado pela idade
escondia uma angustia profunda que nem mesmo aquele velho tirano sabia de onde
vinha.
Tal angustia porem era ambígua em sua origem,
pois não se tratava apenas do fundo de uma alma torturada e de um coração
amargurado,mas por conta do segundo Imperador dentro do primeiro, havia
interesses ali e tais”fraquezas” não
podiam vir à tona, razão pela qual ele tirava alguns minutos do dia para seu
próprio retiro.Enquanto um Imperador adormecia, o outro chorava em sua
prisão,com lágrimas ausentes e dor presente.
Havia uma ânsia de viver no Imperador
oprimido,mas não havia esperanças.
Não havia por que continuar vivendo, mas este
pequeno monarca permanecia.
O retiro terminou.
Um General entrou e relatou que a pequena
cidade de Sotto tinha –se rebelado contra o Império, recusando-se a pagar
impostos, refutando a opressão.
O rosto do Imperador ate então sereno,
transformou-se de imediato, tornando-se vermelho, colérico, furioso, de modo
tão inesperado e imprevisível que ate´o próprio General se assustou.
Soou o brado, urro de ferocidade selvagem e
incontrolável:
-Mata! Mata! Mande um exercito inteiro,
dizime, destrua, promova a extinção!Faca a cidade desaparecer !Quero um lago de
sangue no lugar !
O General baixou os olhos, baixou a cabeça, e
respondeu:
-Sim, Majestade, sera´feita a sua vontade.
(Por Continuar)
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