Françoise foi em seu escritório e se encontrou
com o Almirante:
-Com todo o respeito, senhor,mas eu não acredito
que o senhor e eu venhamos a nos casar e ter uma filha juntos !
-Ahaaam, foi o que a nossa bisneta disse, se ela
veio do futuro, é o que deve ter acontecido!Só que ela me contou que nosso
primeiro encontro deveria ter sido somente daqui a dez anos...
-Ainda bem, terei dez anos para pensar no que
fazer com o senhor ! Por enquanto, nada de gracinhas, cantadas e não ouse me
tocar, entendeu?Fui clara?
-Não estaria havendo uma inversão de hierarquia
aqui, Capitã?
-Não enquanto envolver meus sentimentos e meu
corpo !E não sinto nada pelo senhor !Nada !
Diante do rosnar feroz e olhar de tigresa faminta
de Françoise, o Almirante se encolheu e
se inclinou para trás- não ousava enfrentar aquela fera !
-Sim,senhora, Capitã, como queira...
A reação dela foi ainda mais surpreendente:
-Mas que capacho, que homem frouxo...nem pense em
levantar a voz contra mim, entendeu? Senhor !
O Almirante engoliu em seco. Normalmente ele
teria lhe dado uma reprimenda e a levado a uma coorte marcial, mas ele estava
verdadeiramente amedrontado com a fúria dela.Ele permaneceu calado, pois sabia
que qualquer resposta poderia ter efeito pior.
-Eu vou chamar a alguém para escolta-lo a seus
aposentos. E nem pense em cantar ou passar a mão nas mulheres da minha
tripulação.E aí de você se encostar um dedo na Valéria !
Françoise saiu do escritório e mandou chamar uma
ordenança para escoltar o almirante, e ela não demorou a aparecer:
-Alferes -Ordenança Julia Pulitzer se
apresentando, Capitã !
-Muito bem, Mademoiselle Pulitzer, vá ao meu
escritório e escolte o Almirante ao aposento dele. E se ele a convidar para
entrar com ele, não aceite, chame a segurança, entendido?
-Sim, Capitã!
-Muito bem, depois que terminar, volte aqui para
me avisar e para me dizer se ele se comportou com o decoro que a função dele exige !
-Sim, senhora !
-Dispensada!
A ordenança foi cumprir suas ordens, e o
Almirante a seguiu mansamente, mantendo o respeito e o decoro, embora a moça
fosse extremamente bonita e sexualmente atraente.
Ela o acompanhou até a porta, ele entrou sozinho
e ela voltou ‘a ponte.
-Alferes -Ordenança Júlia Pulitzer se
apresentando novamente, Capitã !
-Então, como foi?
-Missão cumprida, senhora !
-Ele não tentou nada? Não a olhou com desejo?
-Não senhora, Capitâ, manteve o respeito, o
decoro e a decência adequados !
-Melhor assim !Dispensada!
-Capitã Françoise, creio precisar de mais uma
palavrinha privada com a senhora...
-Vamos no meu escritório, Capitã Valéria !
Não demorou e as duas logo estavam lá.
-Ou muito me engano ou estou sentindo na senhora
um certo comportamento de ciúmes...
-Por que diz isto, Valéria?
-Não teria sido tão rigorosa com a ordenança se
não estivesse insegura, com ciúmes...
-Eu, insegura? Acho que sua avó não me conheceu
direito !
-O que eu disse não foi baseado no que a vovó me
contou da senhora. Foi uma conclusão minha mesma !
-Insegura, não !Jamais ! Ciúmes...quem sabe?Eu
sei, pelo que você me contou,cara bisneta, que ele vai ser meu marido daqui a
dez anos. Assim, não o quero paparicando qualquer rabo de saia por aí...
-Rabo de saia? Uh, que expressão antiga!Se
séculos atrás ! Tudo bem, tudo bem, não vou me meter na sua vida pessoal, nem
no seu relacionamento com ele, apenas peço para que não o queira agora !
-Eu disse ele há pouco que não quero que ele me
toque, me cante ou tente me seduzir, acho que isto lhe basta !
-Sim, obrigada, bisa...
-Ah, eu ainda não consigo me acostumar com “bisa”...
na minha idade agora ! E ainda não acredito que vou ter de ...de... transar com
ele, namorá-lo, casar com ele, aguentá-lo na mesma cama todo dia ...
-Não creio que a senhora vá ter de...deixe as
coisas rolarem naturalmente..daqui a dez anos, a senhora poderá estar pensando
de outra forma a respeito dele...
-Ah, isto veremos...veremos ! Bom, mas é melhor a
gente organizar logo as coisas para irmos para o fenômeno temporal logo !
(Por Continuar)
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