Episodio 4: Calidez e
Inocência
O frescor da manha refletia-se na brisa suave
que acariciava a relva ainda molhada. Pequenos pés saltitavam em meio ao capim
selvagem,pequeninas mãos colhiam flores multicores, pequenos olhos de olhar
estrelado procuravam aflitos por outros olhos que a acompanhavam atentamente.
Tinham-se passado alguns anos desde que Rikku
nascera, e ela estava saudável e forte.A alegria em seu semblante era fruto da
inocência com que so´a ignorância presenteia a alma humana.Não havia
preocupações, nem indagações metafísicas,apenas sinceridade, delicadeza e
sensibilidade ainda em estado puro.
Rikku parou diante do lago que lhe concedera
seu nome, e uma pequena voz saiu de sua estreita garganta:
-Mamãe! Mamãe!Vem ca´!
Altas e esguias pernas se aproximaram, e a mão
grande envolveu a pequena.
-Sim, minha filha.O que foi?
-Mamãe, esta
que esta no lago não sou eu !
-Não,filha?E´o reflexo da sua imagem, querida.
-Não sou eu! Eu estou à beira do lago, não
dentro dele!
-Você esta enganada, folha. Não existem duas
Rikku, apenas você, e seu reflexo, e´como no espelho, você não se vê no
espelho?
-Não mesmo? E esta que esta em sua barriga?E
depois, aquela que vejo no espelho também não sou eu, pois eu nuca estive
dentro do espelho. Mas já estive na sua barriga, então eu estou nascendo outra
vez! Eu estou sempre nascendo, mamãe!
Aquela moca, de mais de trinta anos de idade,
abraçou então a menina.
-Ah, Rikku! Como você e´inteligente!
A mãe estava pensativa, havia muito de
simbólico no que Rikku dissera.E ela entendera perfeitamente o que a filha
tinha querido dizer com aquilo, e emocionou-se.
A calidez do lago lhe dava uma sensação de paz
e tranqüilidade.Sentia-se então mais viva do que nunca. A diferença, porem
entre ela e Rikku, e´que a menininha viva tudo aquilo sem ter uma consciência
plena de si mesma, sem ter preocupações na vida.
(Por Continuar)
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