-Vamos embora logo, filha!
-Olha isto, mamãe...
Rina deu o papel para Lune, que o leu. Cética, ela comentou:
-Bobagem, filha, alguém deixou isto aqui para pregar uma peça nas pessoas...o pael não está nem amarelado com o tempo...
-Será que não foi a Senhora Sayuki, mamãe?
-Filha, fantasmas não escrevem, vamos logo!
Lune detestava ir a cemitérios, e estava com mau pressentimento. Agarrou a filha pela mão , chamou Tohru e foram para o carro.
Ela só suspirou de alívio quando deixou o local e ganhou as ruas.
Mas Rina guardou aquele papel pressurosamente.
Ao chegarem em casa, ela decidiu ela mesma fazer a pesquisa na internet sobre a família de Sayuki.
Ela sentia que encontrar a família da misteriosa senhorinha era a retribuição que lhe seria pedida na sua visão, ou sonho, mas que ficara só implícita.
Lune, no entanto, já estava preocupada com a insist~encia e a fixação de Rina por Sayuki.
Ao contrário da filha, ela tinha maus pressentimentos sobre isto, sua intuição maternal lhe dizia isto.
Por dias a fio, sempre que podia, Rina ficava horas e horas exaustivamente pesquisando sobre Sayuki na internet.
Estava preocupada, por que nunca mais teve visões ou sonhos com ela. Perguntava-se se a teria abandonado e sumido.
Foi então, que encontrou nos arquivos de notícias de um jornal, no site do próprio jornal, uma notícia sobre ela:
“Família mata senhora de idade que enlouqucera”
Era a manchete da notícia, e ela continuou lendo:
“O casal Shendo Miyagi e Momoka Miyagi, filhos de Sayuki Miyagi, ajudados por Mayuka Miyagi foram presos, acusados de
Assassinar a senhora Sayuki Miyagi, após esta ter tentado matar, durante uma briga, sua filha com uma faca de cortar peixes.
Os assassinos alegaram que , devido ao Mal de Alzheimer, Sayuki enlouquecera completamente, não reconhecia mais ninguém da própria família e , em um surto descontrolado, tentou matar a própria filha após uma discussão, em que a filha a censurava por suas fugas para o Parque do Castelo de Osaka, onde ela dizia que tinha o trabalho de ajudar crianças perdidas. Sayuki morreu vítima de sua própria faca”
Não fosse escabrosa o suficiente a notícia, intrigada, Rina continuou pesquisando, e encontrou outra notícia, datada de oito anos depois:
“-Momoka Miyagi cumpriu pena pelo assassinato de Sayuka Miyagi e foi libertada hoje. Foi descoberta que sua prisão foi injusta, e que não teria sido ela a assassina, e portanto, sua prisão fora injusta e ela foi libertada antes do final da pena”
A reportagem, no entanto, misteriosamente não dizia quem teria matado Sayuka, o que deixou Rina ainda mais intrigada.
Mais misterioso ainda: a versão do jornal não batia com a versão dos policiais no dia em que ela se perdeu no parque,em que eles disseram que Sayuka teria morrido de AVC nas suas escapadas no parque.
Então, quem estaria mentindo?A polícia ou o jornal?
A menina continuou pesquisando, e , para seu assombro, descobriu que o repórter que escreveu a notícia morreu assassinado misteriosamente poucos meses depois. Mas não encontrava a notícia de quem assassinara o repórter , nem por quê, de jeito nenhum !
A história estava muito mal contada, e havia alguma coisa de muito grave por detrás de tudo aquilo. E Rina, apesar da pouca idade, estava disposta a dar uma de detetive para descobrir o que houve afinal !
A pesquisa prossegui e ela achou um site que registrava todos os nascimentos e mortes da cidade de Osaka desde o século XIX.
O que ela descobriu fora ainda mais intrigante:
Não havia registro de nascimento de nenhuma Sayuka Miyagi, nem de falecimento, nem dela, nem da irmã dela, nem dos filhos dela !
Como podia ser isto? Se ela nunca existira, por que o jornal a noticiara e a polícia inventaria sobre ela?
E se tinha o túmulo dela no cemitério, como não havia registro de seu falecimento?
(Por Continuar)
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