segunda-feira, 6 de abril de 2020

Episódio 32- Sensibilidade de Viver:Adendos Finais



Takeo estranhou.
-Abra, meu amor...
Ele abriu.
Imediatamente seus olhos se arregalaram e lágrimas caíram deles !
-Fui...aprovado?
-Sim, meu amor, é a sua nova Carta de Motorista ! Parabéns !
-Ah, Lune-san, Lune-san...você não tem idéia do quanto isto significa para mim...estou tão feliz, tão feliz...nunca teria conseguido sem você !
Lune também estava deveras emocionada:
-De nada, meu amor, o que uma esposa apaixonada não faz por seu maridinho amado, meu querido?
E assim, algum tempo, após aquela noite memorável se passou, e chegaria enfim o ano de 2013 !
A noite de trinta e um de Dezembro para o dia primeiro de janero ocorreu numa segunda para terça feira, e foi dia normal de trabalho no Japão, como sempre.
A noite, porém, já estava todo mundo de volta do trabalho e a festinha de réveillon foi organizada, com um verdadeiro banquete de sushis e sashimis, champagne, etc.
Como no Natal, os pais de Lune estavam presentes, mas a festa não foi nacasa de Lune e nem no apartamento dos pais dela e sim, na mansão dos Soryu.
Hayao mandou buscar a família Tamassuki de helicóptero, para chegarem rápido.
Lá fizeram a contagem regressiva, estouraram as champagnes e levantaram os brindes, com muita alegria.
Aquela casa, porém, trazia lembranças tristes para Lune. É verdade que a ameaça Kotomi não mais existia, e faltava Otaru, que continuava preso.
Mas sua amizade com Megumi continuava firme.
Depois das comemorações e com  todo mundo distraído e conversando entre si, Lune resolveu ir no Salão de Esportes da casa, onde viu a arena de kendô.
Sentou-se em um banquinho e ficou lembrando das suas primeiras aulas de esgrima, e seu primeiro contato com uma espada katana de verdade.
Não eram lembranças agradáveis, pelo contrário, muito sofridas, mas depois lembrou-se dos duelos que participou na vida, do treinamento tenebroso que teve com Kotomi,  e lembrou-se de que nunca mais deveria tentar fazer de uma inimiga uma amiga.
Começou a filosofar sobre a questão do Perdão.
Começou com Sócrates: ‘    Só quem entende a beleza do Perdão pode julgar seus semelhantes”.
Depois pulou para Francis Bacon: “A vingança nos torna iguais ao inimigo, o Perdão nos torna superiores a eles”.
Então se lembrou de Rousseau: “ Conheço muito bem os homens para ignorar que o ofendido muitas vezes perdoa, mas o ofensor não perdoa jamais”
Porém, ao lembrar de Voltaire, suas idéias se mostravam um tanto incoerentes :”Ama a verdade, mas perdoa o erro”.No entanto, ela também se lembrou de outra frase que ele escreveu: “Perdoar aos nossos inimigos as suas virtudes-este sim, é um grande milagre !
 Foi então para Nietchze: “ O amor perdoa mesmo o desejo de ser amado”. Porém, ela lembrou que ele também dissera: “Deus morreu,sua piedade pelo Homem o matou”.
Desta feita, recorreu a Maquiavel: “Você não terá piedade diante de seus inimigos. E ao se voltarem contra você calar-se-ão diante de sua grandeza de alma”.
Lembrou-se, por conseguinte de Sartre: “Detesto as vítimas quando elas perdoam seus carrascos”.
Só então Schoppenhauer lhe veio ‘a mente: “Imperdoável deixar a responsabilidade fora de você, enquanto não perdoar coloca a responsabilidade em quem não quer perdoar”
Agora teria se debater entre tantas visões , em vários casos , contraditórias, sobre o Perdão.
Ela pensou consigo:
“- Se o perdão é belo, e me dá o direito de julgar, e nos torna superiores, afinal, se temos o direito de julgar, logicamente teríamos de sermos superiores para isto, mas se quem nos ofende não nos perdoa, então seríamos mesmo superiores.
No entanto, se ao amar a verdade, perdoamos o erro, e também perdoamos as virtudes de quem  nos ofende, se fôssemos superiores como Deuses, poderíamos ser mortos por nossa piedade a quem perdoamos, então não devemos ter piedade de nossos inimigos para termos grandeza de alma?
Então seria detestável perdoar a quem nos ofendeu?Não, espera, tem a questão da responsabilidade nisto também. Se não assumirmos a responsabilidade pelo ato  so perdão, e não perdoar coloca esta responsabilidade em quem não quer nos perdoar, temos responsabilidade pela ofensa de nosso inimigo?..."

(Por Continuar)

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